Capítulo 04

RAFAELLA MARTINI NARRANDO.

Eu joguei as sacolas em baixo da minha cama e deitei na cama. Estou encantada com o que está acontecendo, escutei o barulho de um salto fino no chão de madeira, rapidamente me cobri e a porta abriu.

— O que você tem? — Celina perguntou.

— Acredito que comi algo que não me fez bem.

— Você está grávida Rafaella?

— O que? Está ficando louca?

— Tenho certeza que está, você é um puta, vergonha da família. — Celina disse e bateu a porta.

Celina tenta de todos os jeitos acabar comigo, é como se ela tivesse medo de mim, mais eu não sou nenhum tipo de risco, afinal olha para mim. Ava voltou para o quarto, ela estava pálida, trancou a porta e sentou na cama ao meu lado.

— Esqueça essa festa hoje, não é seguro. — Ava disse em desespero.

— Como assim?

— Eu vi a Celina entregar um pacote de dinheiro para o segurança, ela pediu para que ele garantisse que o serviço fosse feito.

— Mas, o que eu tenho a ver com isso?

— Rafaella não seja tola, Celina não vê a hora de se livrar de você.

— Eu não vou desistir de ir Ava, eu já comprei até a roupa, por favor não me peça para desistir.

— Rafaella.... — Ava tentou intervir.

— Ava, por favor, eu juro que ninguém vai me reconhecer, é impossível que me vejam com aquela máscara.

— Você ficará apenas duas horas nesse baile, você me promete?

— Prometo.

— Jorge irá te levar e após duas horas ele irá voltar para trazê-la de volta.

— Tudo bem.

— Assim que eles saírem, eu vou lá em cima pegar aquelas coisas de passar no rosto e cabelo que Olivia usa.

— Combinado. — Eu respondi e Ava saiu do quarto.

Eu não via a hora de anoitecer, eu queria sair desse quarto e me sentir livre. As minhas mãos estavam suadas, não tinha nenhum barulho ao lado de fora. Ava entrou abriu a porta do quarto e disse:

— Menina, o seu pai está te chamando.

— Sério?

— Sim, na sala, rápido, o humor dele não está nada bom. — Ava disse e fechou a porta.

Eu levantei da cama, passei a mão na minha roupa amassada, sai do quarto e fui até o meu pai.

— Me chamou?

— Sim, Celina me disse que está grávida, isso é verdade?

— Claro que não pai, eu apenas passei mal com o café da manhã de hoje cedo.

— Você tem certeza Rafaella?

— Absoluta, pode me levar ao médico, eu não estou grávida.

— A sua mãe não te ensinou que era feio mentir garota. — Celina disse ao descer as escadas.

— Não fala da minha mãe. — Eu elevei o meu tom de voz.

— Escuta aqui, fala baixo comigo dentro da minha casa, quem manda aqui sou eu.

— Essa casa primeiro foi da minha mãe, você chegou depois, portanto não fale dela.

— Eu falo como eu quiser, sou a dona dessa casa, afinal Rafaella, mortos não falam não é mesmo? — Ela disse e sorriu.

— Celina, por favor, se controle. — O meu pai disse.

— Essa menina está solta demais Adam, você precisa colocar limites nela antes que ela traga dor de cabeça para nós.

— Solta demais? A minha vida é ficar presa dentro daquele maldito quarto, eu não tenho vida, aliás Celina, a minha vida acabou quando você chegou nessa casa, os seus filhos tiraram o meu lugar de filha.

— Rafaella... — O meu pai me interrompeu.

— Estou cansada de ser a ovelha negra, estou cansada, cansada de ser sempre a errada, a excluída, a minha mãe deve sentir desgosto por ver tudo o que você me fez passar desde a morte, essa mulher parece que enfeitiçou você. — Eu gritei e a Celina deu um tapa na minha cara.

— A sua mãe está morta, entenda qual é o seu lugar agora, se não quiser acabar pior do que já está.

— O que você quis dizer com isso?

— Vamos, acabou essa discussão, Rafaella vou pedir para o médico realizar alguns exames em você. — O meu pai disse e abriu a porta.

Olivia e Gabriel me olharam dos pés a cabeça e saíram também. Sentei no sofá com raiva, eu não iria chorar, tem algo estranho nessa história e eu irei descobrir.

Ava desceu as escadas com um monte de coisa nas mãos.

— Vamos Rafaella, rápido, você precisa se arrumar.

Eu iria sim nesse baile, eu iria dar um jeito de Celina saber que eu estava lá e depois ela iria se passar como doida para o meu pai. Levantei do sofá, corri para o banheiro, tomei um banho e fui para o quarto me vestir. Eu não fazia ideia de como usar todas aquelas maquiagens, eu nunca tive isso. Eu arrumei o meu cabelo, coloquei o meu vestido, Ava me ajudou a fechar os botões, passei um batom vermelho e por último coloquei a minha máscara.

— E então como estou?

— Linda, a cada dia que se passa você tem ficado mais parecida com a sua mãe.

— Obrigado Ava, eu não seria nada sem você.

— Agora vá, Jorge está esperando você do lado de fora.

Eu dei um beijo nela, levantei o meu vestido e sai caminhando para o lado de fora. Entrei no carro e o Jorge me olhou.

— Você está linda.

— Obrigado Jorge.

O meu estômago estava doendo, eu estava ansiosa e com medo ao mesmo tempo. Quando o carro parou, Jorge desligou e virou para mim.

— Em duas horas, estarei parado naquela esquina, não saia de lá, me espere.

— Entendi, duas horas, na esquina.

Eu respirei fundo, desci do carro e andei até a entrada. Um segurança me parou e perguntou o meu nome. Droga eu não havia pensado nisso, na hora só me veio o nome da Olivia.

— Olivia Rizzi, sou filha do subchefe.

— Desculpe senhorita, pode passar.

Quando entrei naquele baile, eu fiquei confusa com o barulho da música alta e falação das pessoas. Apareci no topo da escada e as luzes viraram para mim, eu tentei me acalmar e aos poucos fui descendo os degraus da escada. De longe eu podia ver o meu pai, Celina e Olivia.

Olivia não tirava os olhos de mim, eu precisava me manter longe dela, para que ela não desconfiasse quem era. O garçom passou com uma bandeja de bebidas, eu peguei uma taça de champanhe e bebi. Um homem se aproximou de mim, pegou uma taça de champanhe e disse:

— Lindo vestido.

— Obrigado. — Eu agradeci.

— E então como é o seu nome?

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