LAURANa medida que nos aproximávamos do nosso destino, o meu nervosismo aumentava. O meu estômago parecia ter centenas de borboletas. A limusine parou à frente da grande casa e um dos homens lá fora abriu a porta para nós. Enzo desceu primeiro e estendeu-me a sua mão para me ajudar a sair. Lorenzo saiu em seguida e se agarrou a mim.De braços dados com o meu namorado, entramos juntos no salão de festas. Olhares curiosos pairavam sobre nós e burburinhos eram cochichados aos ouvidos um do outro. Olhei tensa para Enzo, que me deu um sorriso e um olhar que me dizia: “Calma, querida. Estou com você”.— Enzo! Que bom vê-lo — disse um senhor gordo com poucos fios de cabelos grisalhos ao redor da cabeça, baixinho e de bochechas bem coradas. Era uma figura engraçada, porém, me pareceu simpática.— Vou bem e o senhor? — perguntou Enzo, apertando a sua mão em cumprimento.— Bene. Grazie. E quem é esta linda dama que lhe acompanha esta noite? Já faz um tempo que não o vejo em boa companhia. Ou d
LAURAO baile continuou e nós conversamos com mais algumas pessoas, até que Enzo se retirou da festa para uma conversa em particular com outros homens e o seu pai. Fiquei na companhia do Lorenzo, que devorava com vontade os petiscos que eram servidos.— Posso ir brincar? — pediu-me ele, quando terminou de comer.— Pode. Mas não saia do salão. Entendeu?— Tudo bem — respondeu e saiu correndo de encontro a outros dois meninos.Levantei-me e fui até o banheiro. Na saída da cabine, encontrei Biancca parada na porta. Ela tinha a feição rude de sempre e os braços cruzados à frente.— Biancca — disse.— Se está mesmo achando que vai se casar com o meu único filho... — aproximou-se — está completamente enganada. Não vou permitir que tal desastre aconteça.— E o que vai fazer para nos impedir que fiquemos juntos? Armar outro encontro dele com a Melissa? Pare de usar aquela garota. Você está a deixando doente, fazendo-a acreditar que ama o Enzo e que os dois têm chance de ficarem juntos.— Não.
LAURAPedi a Anna, que estava de babá das crianças naquela noite, para que ficasse de olho em Lorenzo por alguns minutos e lhe avisei que logo voltaria.— Só pode ter sido aquela gorda mau-caráter! — Escutei Biancca gritar.— Acha que ela roubou você? — Melissa a perguntou.— Mas é claro! Brasileiros são todos ladrões! — falou irada.— Mas que merda você está falando, Biancca? — perguntou Giovanni, aproximando-se dela.— Quero uma revista nos convidados e quero que comecem por ela! — Apontou o dedo para mim. Então esse era seu plano A?— Cale a merda dessa boca! — berrou Enzo com ela. — Estou farto disso! Já chega! Tem noção do que está fazendo? Você está acusando a Laura de roubo!— Olhem a bolsa dela — Melissa ordenou aos seguranças, que estavam atrás dela.— Cale a boca você também! Aliás, não sei o que ainda faz aqui. Você é muito sem noção, garota! Tirem Melissa daqui, e a partir de hoje, aquele que permitir a sua entrada na minha casa ou em qualquer uma das empresas, considere-s
ENZOSentei-me trancado no escritório da cobertura e tirei do bolso interno do meu paletó a pequena caixinha preta de veludo e encarei-a por longos minutos. A noite foi tão conturbada, que perdi o tempo de fazer o que tanto desejei realizar a semana toda. Senti-me um pouco fora do clima depois que Serra chamou-me para uma breve reunião durante a festa.Quando entrei no escritório da mansão, o Conselho estava reunido e esperavam por mim. Fomos informados que um dos nossos navios com armamento pesado de guerra, que ia para o norte da África, havia desaparecido do seu trajeto. Isso me causou preocupação e tensão. A notícia fez com que o Conselho colocasse pressão sobre mim e o meu pai para que isso fosse logo solucionado.Além de perdermos a mercadoria, também seria uma grande perda no nosso caixa. E se não bastasse apenas isso para estragar a noite, tivemos o episódio ridículo da minha mãe. Eu já esperava que ela tentasse fazer algo contra Laura. Acusá-la de roubo? Sério? Acusar logo a
ENZOEstava saindo de um dos galpões de armazenamento de drogas, quando senti o meu celular vibrar no bolso interno do meu paletó. Era Laura. Olhei as horas no meu relógio de pulso e vi que já passava das nove da noite. Sabia que era tarde, mas não tinha a noção de que havia perdido o jantar.— Oi, amor. Desculpe. Sei que perdi o jantar — disse ao atender.— É, você perdeu, mas tudo bem. Eu sei que está ocupado. Só quero saber se está tudo bem com você. Sumiu o dia todo, nunca some assim. Sempre liga ou manda mensagens no meio do dia.— Estou bem, mas ainda cheio de problemas. Estou saindo da empresa agora — menti. Não queria envolver Laura nesse mundo e expô-la ainda mais ao perigo ou às consequências dos meus atos ilícitos. — Logo chegarei, não fique preocupada.— Está bem. Até daqui a pouco, então.— Até. — Encerrei a chamada.Demorei mais do que o previsto, falando ao telefone com Serra. Ele tinha uma notícia sobre Fahorelli. Ele estava na Alemanha, território inimigo tanto para m
ENZOAjoelhei-me entre as suas pernas e olho no olho, comecei a tirar a sua calcinha vagarosamente. Ela tinha um olhar quente, excitado e estava toda arrepiada dos pés à cabeça. Passei a calcinha pelos seus pés sempre tão bem cuidados, admirando as unhas pintadas delicadamente em um tom rosa-claro.Acariciei as suas coxas e abaixei a minha cabeça de encontro a sua intimidade, quando o meu celular tocou sobre o criado-mudo ao lado. Laura suspirou frustrada e eu também. De longe vi o nome do Serra se iluminar na tela e soube que era uma emergência, eu tinha que atender. Ele nunca me ligava depois que eu chegava em casa, conhecia bem as minhas regras e sabia que para me perturbar depois que já estava no meu recinto, só se fosse caso de vida ou morte.— Desculpe-me, amor. Mas eu tenho que atender.Laura não me respondeu, apenas por sua feição soube que odiou eu dizer isso e o nosso momento ser interrompido.— Quem morreu? — perguntei ao atender a ligação, saindo da cama com muita indignaç
ENZOAnos atrás...— Enzo Ravouli Albertinni. Você aceita Monalisa Gilbert, como a sua legítima esposa?— Aceito — disse com um imenso sorriso e firmeza.— Monalisa Gilbert. Você aceita Enzo Ravouli Albertinni, como o seu legítimo marido?— Sim — disse ela emocionada.— Alianças, por favor — pediu o padre.O meu primo Tonny entregou as alianças ao padre, que a benzeu e me entregou a dela, enquanto ela recebia a minha.— Monalisa. Aceite esta aliança como prova do meu amor, fidelidade, lealdade e gratidão por todos os dias que você se desposar ao meu lado — disse e coloquei a aliança no seu dedo.— Enzo. Aceite esta aliança como prova do meu amor eterno por você. Em sinal de gratidão por tudo o que fez por mim até aqui e por tudo que eu sei que ainda fará. Aceite como símbolo da minha promessa de lealdade, fidelidade e companheirismo para os bons e maus momentos.— Eu te amo. — Beijei-a depois que ela colocou a aliança no meu dedo, sem esperar pelo padre permitir ou nos declarar marido
LAURALogo depois Giovanni, eu também fui para o quarto e segui para o banho. Deitei na sua cama, mas não dormi. Fiquei acordada esperando por ele, mesmo depois do aviso do seu pai. Eram duas da manhã e ele não havia chegado, ligado ou mandado uma mensagem sequer. Adormeci vencida pelo cansaço, chorando silenciosamente sozinha no quarto escuro.Acordei às oito com Lorenzo fazendo carinho no meu rosto com a sua pequena mãozinha macia. Ele já estava de roupa trocada e com bigodinho de suco de uva. Sorri e sentei-me na cama espreguiçando-me.— Quem arrumou você?— A Anna.— Você já viu o seu pai hoje?— Não. E você?— Também não. Onde está o Caio?— Dormindo.— Ainda? — Ele assentiu. — Por que não vai acordá-lo enquanto eu me arrumo?— Está bem.— Mas lembre-se de acordá-lo com jeitinho, ele está dodói.— Vou acordar ele com jeitinho — garantiu e saiu do quarto.Levantei-me e tomei um banho lavando os cabelos. Ao sair do banheiro, encontrei Enzo no quarto.— Oi! — disse sorridente e cami