LAURALogo depois Giovanni, eu também fui para o quarto e segui para o banho. Deitei na sua cama, mas não dormi. Fiquei acordada esperando por ele, mesmo depois do aviso do seu pai. Eram duas da manhã e ele não havia chegado, ligado ou mandado uma mensagem sequer. Adormeci vencida pelo cansaço, chorando silenciosamente sozinha no quarto escuro.Acordei às oito com Lorenzo fazendo carinho no meu rosto com a sua pequena mãozinha macia. Ele já estava de roupa trocada e com bigodinho de suco de uva. Sorri e sentei-me na cama espreguiçando-me.— Quem arrumou você?— A Anna.— Você já viu o seu pai hoje?— Não. E você?— Também não. Onde está o Caio?— Dormindo.— Ainda? — Ele assentiu. — Por que não vai acordá-lo enquanto eu me arrumo?— Está bem.— Mas lembre-se de acordá-lo com jeitinho, ele está dodói.— Vou acordar ele com jeitinho — garantiu e saiu do quarto.Levantei-me e tomei um banho lavando os cabelos. Ao sair do banheiro, encontrei Enzo no quarto.— Oi! — disse sorridente e cami
RODRIGOFiquei por semanas tentando me livrar dos cães de guarda que o playboy colocou nas minhas costas e à espreita esperando o momento certo e estudando tudo à sua volta para saber como pegá-la de volta para mim. Só sairia daquele país com Laura. A tentativa de pegá-la no apartamento foi falha, assim como a de matar o Caio.Quando descobri que ela estava metida com um ricaço da cidade, fiquei louco. Ela sempre gostou de bancar a difícil para cima de mim, mas com ele foi sem dificuldades. Saquei qual era a sua. Ela devia estar de olho na grana que levaria nessa. Laura nunca foi burra ou deu ponto sem nó. No entanto, só de imaginar aquele playboy colocando as suas mãos nela, ficava louco.Por dias observei a casa e os empregados. Já conhecia a rotina de cada pessoa ali. Havia bolado um bom plano e já sabia de quem me aproximar para executá-lo. Precisava de um acesso rápido àquela casa para pegar Laura e matar o rico que achava que podia passar a mão no que pertencia a Rodrigo Figueir
LAURAAcordei já era tarde e o sol estava se pondo. Os meus olhos estavam um pouco inchados e avermelhados. Bateram na porta do quarto e, quando perguntei quem era, Caio se pronunciou do outro lado. Terminei de me vestir e fui até lá, abrindo-a.— Está tudo bem? — perguntou ele.— Está. Por quê?— Você está trancada aí dentro o dia todo.— Só estava cansada. Passei a noite controlando a febre do Lorenzo.— Ele saiu com o avô. Quer comer alguma coisa?— Quero. Para onde foram? — Saí do quarto.— Não sei. Ele disse que ia levar Lorenzo para se distrair.— Ele passou bem à tarde?— Sim, só chateado. E você? Conseguiu falar com Enzo?— Não. Ele não me atende e nem responde as minhas mensagens. E para ficar ainda mais interessante, descobri que ele está atrás de alguém e escondendo algo de mim.— Como descobriu?— Escutei uma conversa do Giovanni com ele. Sei que não é educado, mas fiz isso e não me arrependo.— Você nem imagina o que possa ser?— Não.— E de quem ele estaria atrás?— Tamb
LAURALágrimas transbordaram dos meus olhos lavando o meu rosto. O meu coração doía. Estava sentindo-me usada, enganada e traída. Guardei todas as pastas de volta na gaveta e a tranquei novamente. Saímos do escritório e sentei-me nos primeiros degraus da escada.— Então... o que vai ser? — perguntou Caio. — Vamos ficar e vê-lo entrar por aquela porta anunciando a volta da digníssima esposa ou vamos nos retirar agora?— Eu quero ir embora — sussurrei. — Mas antes vou tirar satisfações, ele me deve isso!A porta da frente foi aberta e Giovanni passou por ela com Lorenzo no seu colo. Limpei o meu rosto molhado. Ele colocou o menino no chão, que correu até mim e pulou nos meus braços.— Até que enfim você acordou! Estava com saudade. — Ajeitou-se para deitar no meu colo. Acariciei os seus cabelos lisos e o seu rostinho angelical. — Você está triste — afirmou sentando-se novamente. — O que aconteceu? — perguntou curioso e preocupado. Tão novo e já sentia preocupação.— Nada. — Forcei um so
LAURATerminei de jogar as minhas coisas dentro da mala sem me preocupar em amassá-las. Giovanni saiu do quarto com Lorenzo e eu fui atrás do Caio para mandá-lo arrumar as suas malas, encontrando-o na sala de TV. Ele mais do que depressa arrumou as suas coisas enquanto esperávamos pelo táxi que chamei. Quando ele chegou, pegamos as malas e, antes que saíssemos pela porta, dois dos cães de guarda do Enzo entraram e pararam diante da porta, impedindo-nos de sair.— Lamento, mas não podemos deixar vocês saírem de casa — disse um deles.— Estamos presos aqui? — perguntou Caio exaltado.— Recebemos ordens diretas do Sr. Albertinni para não os deixar sair.— Isso só pode ser brincadeira, não é?— Se acalme, Caio. Enzo já está voltando — disse Giovanni ao entrar no hall.— Que se foda! — gritou Caio. — Quem ele pensa que é para nos manter trancados aqui? Ele não passa de um filho da puta egoísta! O que ele pensa que somos? Um passatempo? Ele pensa que Laura é seu brinquedinho? O que Enzo ain
ENZOEu já estava há três dias na Itália em busca de informações sobre Monalisa ou Fahorelli, mas nada consegui. A última notícia que tive sobre eles era de que Monalisa estava em Florença e Fahorelli sumido no mapa. Não pensei duas vezes e fui para Florença atrás dela, mas encontrá-la era como procurar uma agulha no palheiro.Odiava-me pelo jeito que deixei Laura para trás, mas não queria colocá-la no meio da merda toda. Ela poderia se magoar em saber que fui atrás da minha “falecida” esposa e não queria que isso acontecesse. Não queria que ela imaginasse que estava fazendo aquilo porque a queria de volta. O que queria de Monalisa era apenas saber o porquê me traiu e a sua cabeça em uma bandeja.Nunca pensei que o sentimento de ódio existiria em mim para com ela. Eu havia enterrado e chorado sobre um caixão, que guardava um corpo de alguma mulher desaparecida. Acreditei fielmente que ali estava a mulher que amei loucamente um dia.Nas inúmeras ligações que falei com o meu pai, ele me
ENZOUma semana se passou e lá estava eu na França, atrás de Monalisa e arriscando a minha vida, além, é claro, da vida dos meus homens em terras inimigas. Fomos informados de que ela estava em Marselha para uma entrega grande de armamento. Armei todo um esquema e comprei alguns homens aliados a ela e Fahorelli – que, a propósito, continuava desaparecido pelo mundo – e fui até o local da entrega, um porto abandonado ao norte da cidade.Esperei por quase onze horas e enfim lá veio o carregamento e dois carros blindados o escoltando. Ela estava três horas atrasada e o comprador ainda não havia chegado, o que nos fez temer e imaginar havermos caído em uma emboscada que não demorou muito para se revelar quando o local onde estávamos escondidos foi invadido por seis homens armados. Mas eu já previa que talvez os homens que comprei não estavam sendo tão honestos comigo sobre o trâmite. Então, estrategicamente, espalhei soldados meus por todo o local após revistar cada canto. Deixei-me ser r
ENZO— A sua história me convenceria se eu fosse um tolo ou se ainda amasse você.— Não! Por favor... me ouça! Estou dizendo a verdade, Enzo. Estou aqui implorando por sua ajuda! — disse em prantos, jogando-se de joelhos à minha frente.— Renda-os! — ordenei alto e os meus homens saíram de onde estavam escondidos, rendendo cada um deles.— Enzo! Por favor... por favor... — gritou implorando.Dois dos meus soldados chegaram por de trás dela e agarraram-na pelos braços e a colocaram de pé, arrastando-a para dentro da van que estava escondida dentro de um galpão.— E quanto a eles, senhor? — perguntou Serra, olhando para os homens franceses rendidos.— Leve-os também. Arranque tudo o que puder de informação e depois os matem!— Sim, senhor.Naquela mesma tarde partimos de volta para os Estados Unidos. Após a aterrissagem, mandei que levassem Monalisa para um local longe dos soldados franceses. Ordenei que a deixassem sem comida ou água por dois dias. Serra a torturou com afogamento e cho