Maitê BellO calor do sol que entrava pela enorme janela da suíte me despertou antes mesmo que eu abrisse os olhos. Por um momento, fiquei imóvel, sentindo o peso confortável do lençol contra minha pele. Meu corpo inteiro estava relaxado, um contraste gritante com a tensão que eu carregava na noite anterior. Eu não precisava abrir os olhos para saber onde estava, nem para me lembrar do que havia acontecido. Cada toque, cada beijo, cada sussurro de Gregório ainda estava gravado na minha mente como um sonho vívido.Quando finalmente abri os olhos, ele estava ali. Gregório estava deitado ao meu lado, o braço forte envolvendo minha cintura de forma possessiva e protetora ao mesmo tempo. Seus olhos estavam focados em mim, um sorriso suave nos lábios. Parecia mais descontraído do que eu imaginava que fosse capaz de ser.— Bom dia — ele murmurou, a voz rouca e cheia de preguiça, como se ele também estivesse despertando agora.Eu não sabia o que responder. Era estranho estar ali, tão próxima
Gregório SmithA manhã começou com uma reunião interminável no centro da cidade. Eu mal havia tomado meu café quando sentei naquela sala cheia de administradores que falavam como se estivessem em um campeonato para ver quem conseguia me enrolar mais. Eu fazia um esforço para prestar atenção, mas minha cabeça estava longe, ocupada com uma imagem que não queria sair da minha mente: Maitê.O que ela estava fazendo agora? Será que já tinha visto o dinheiro que transferi para ela? Será que aceitaria me encontrar de novo?“Concentre-se, Gregório”, pensei, voltando os olhos para os slides que passavam à frente. Eles falavam de projeções, números, planos de expansão. Tudo o que, normalmente, capturaria meu interesse. Mas hoje… hoje parecia diferente, a minha mente não conseguia focar em nada direito — nada que não fosse… ela.A reunião finalmente terminou e saí do restaurante onde nos reunimos com os outros administradores como se eu estivesse fugindo de um incêndio, pronto para voltar ao esc
Mason LionDirigir pela cidade de manhã sempre teve um efeito quase terapêutico em mim. Era meu momento para organizar os pensamentos e me preparar para o que quer que o dia me trouxesse. Mas naquela manhã, isso estava longe de ser possível. Tudo o que me vinha à mente era o rosto da mulher — que depois eu descobri que se chamava Stacy — que eu ajudei na noite anterior, marcado pela dor e pelo medo.Eu ainda me lembrava dela descendo do carro na noite anterior, com aquele olhar perdido que me fez querer fazer mais. Mas o que mais poderia ser feito? Ela recusou qualquer ajuda real, ou qualquer providência que poderíamos tomar contra aquele filho da puta que atacou ela na noite passada.— Se precisar de mim, você tem meu número. Não importa a hora, Stayce. — Foi o que eu disse, com toda a firmeza que consegui reunir, enquanto ela segurava o papel com meu contato, antes de sair do meu carro.De volta ao escritório, tentei afundar no trabalho, mas parecia impossível. As horas passavam dev
Maitê BellO silêncio no meu apartamento parecia mais alto do que qualquer barulho que pudesse existir. Nem o som distante dos carros na rua, nem o zumbido da geladeira conseguiam romper a sensação de vazio que tomava conta de mim. Me encolhi no sofá, abraçando um cobertor, mesmo sabendo que o calor lá fora fazia isso parecer uma tolice.Minha mente estava uma bagunça. A noite anterior me parecia um borrão, mas as emoções ainda estavam ali, vívidas. Não importava o quanto eu tentasse racionalizar, a verdade continuava gritando: eu tinha feito aquilo por dinheiro.Minha primeira vez.Minha respiração ficou pesada e por um momento senti o peso da escolha como um muro desabando sobre mim. Não era como imaginei que seria. Não era especial, não era algo igual ao que eu sempre tinha idealizado. Foi uma decisão prática, motivada pela necessidade, pela vida apertando de todos os lados.A lembrança do depósito em minha conta piscou em minha mente. $300.000. Um valor que, de longe, resolvia mai
Gregório SmithEu não tinha o costume de esperar. Nunca precisei, para ser honesto. Quando eu queria algo, eu ia atrás e geralmente eu conseguia. Mas ali estava eu, parado dentro do carro estacionado em uma rua residencial simples, com os olhos fixos na entrada de um prédio de três andares, esperando.A cada minuto que passava, eu me perguntava se estava ficando louco. O que eu estava fazendo ali? Por que, em nome de tudo que sempre fiz questão de priorizar na minha vida, eu estava tão obcecado por Maitê?Não era só pela noite anterior. Sim, ela foi incrível, melhor do que eu esperava, mas havia algo nela que mexia comigo de um jeito diferente. A forma como ela me olhava, como se enxergasse algo além do Gregório Smith que todos conheciam. A maneira como ela parecia nervosa e confiante ao mesmo tempo. E, claro, aquele sorriso...Sacudi a cabeça. Pensar demais nisso não ia me ajudar. Eu precisava agir, precisava convencê-la de que aquilo que tivemos não precisava acabar, ou quem sabe...
Maitê BellAquele momento com Gregório foi diferente de tudo o que eu esperava. Desde que ele apareceu na minha porta até o final do jantar, ele pareceu se esforçou para me surpreender, e devo admitir que conseguiu.Saber que ele queria estar perto de mim, que tudo aquilo foi como uma desculpa, tirou certo peso dos meus ombros.“Não foi apenas um trato”.Então, enquanto eu caminhava de volta para o meu apartamento pelos corredores do prédio, eu ainda podia sentia o sabor do vinho na boca e o toque da mão dele no meu quadril, um gesto sutil, mas cheio de significado. Meu coração estava acelerado, e eu odiava admitir que ele tinha mexido comigo.Gregório Smith não era só bonito. Ele era charmoso, inteligente e sabia como tratar uma mulher. Mas não era isso que me fazia hesitar. Eu ainda estava tentando entender o que ele queria de mim, porque ainda era assustador a ideia de que ele só estivesse brincando, se divertindo, comigo.Na minha cabeça, nossa história deveria ter terminado na ma
Gregório SmithO trajeto de volta para o apartamento de Maitê parecia se arrastar, mas ao mesmo tempo, eu desejava que nunca acabasse. O carro estava imerso em um silêncio que não era desconfortável, mas sim carregado de uma tensão que ambos entendíamos sem precisar falar. Ela estava ao meu lado, e os poucos centímetros que nos separavam no banco pareciam uma barreira quase impossível de ignorar. O perfume dela misturava-se ao ar do carro, e eu sabia que estávamos nos aproximando de um limite.O rádio tocava baixinho alguma melodia suave que eu sequer consegui identificar, pois minha atenção estava totalmente nela. Enquanto dirigia, lancei um olhar para Maitê, e percebi que ela também me observava de soslaio, os olhos brilhando numa mistura de expectativa e incerteza.Eu senti quando ela se mexeu no banco, as pernas cruzando de forma quase involuntária, e eu tive que me segurar para não parar o carro e resolver aquilo ali mesmo. A verdade era que minha paciência estava chegando ao lim
Gregório SmithVoltei para casa depois de deixar Maitê, mas tudo parecia fora do lugar. O apartamento luxuoso, sempre tão silencioso e organizado, me dava uma sensação de vazio que nunca tinha notado antes. Passei pela sala, joguei as chaves na mesa e soltei um suspiro pesado.A noite com Maitê ainda estava fresca na minha mente. A forma como ela sorria, o jeito como sua pele reagia ao meu toque, o som do seu riso… Tudo parecia tão vivo, tão intenso. Ela era diferente de qualquer mulher que eu já conheci. Não fazia esforço para me impressionar, e talvez fosse isso o que mais me atraía.Peguei um copo de uísque e me sentei no sofá, encarando a cidade pela janela. As luzes dos prédios piscavam ao longe, mas meus pensamentos estavam longe dali.Eu a queria por perto.Por mais que tentasse racionalizar, não conseguia ignorar a necessidade de tê-la na minha vida. Não era só desejo, embora o fato de que eu a desejava fosse inegável. Era algo mais profundo, algo que eu não sabia exatamente c