Prometida e Sequestrada pelo Alfa
Prometida e Sequestrada pelo Alfa
Por: Mallu Santos
Prólogo

O silêncio que agora se fazia na nossa pequena casa de madeira era torturante, enquanto eu lutava contra as minhas pernas trêmulas para permanecer em pé.

As minhas mãos estavam frias e suadas e me forçava a continuar olhando para a minha família na minha frente, depois de anunciarem que tinham me prometido em casamento a Amarok Mavros, o Alfa da nossa alcateia, e eu me negar.

Se fosse em outras circunstâncias normais, seria o sonho de qualquer fêmea da nossa matilha se casar com o líder do grupo, porém nenhuma mulher da vila queria ser esposa do temido e cruel Alfa e, como eu não passava de uma simples humana sem valor por não ter uma loba, estavam me entregando de bandeja para ele.

Para um assassino sanguinário.

Diante de mim estavam a minha mãe, o meu pai e a minha única irmã mais velha.

— Você deveria se sentir honrada, Melina Katsaros — Zena, minha mãe, disse após eu rejeitar o casamento arranjado com aquele monstro. — Finalmente arranjamos alguém da alcateia que tem coragem de se casar com uma aberração como você e ainda acha que pode escolher.

Cerrando meus punhos com raiva e me sentindo encurralada, falei:

— Eu tenho medo dele e também não o amo.

Rindo com deboche de mim, Rhea, a minha irmã mais velha, questionou:

— Amor? Acha que alguém vai amar uma fêmea sem loba como você?

Ouvir seu desprezo por mim em sua voz doía, mas já estava tão calejada em ser desprezada por todos dessa casa que não causava mais tanto sofrimento em mim.

Adonis, meu pai, que até então estava calado, só ouvindo, se pronunciou:

— Ele é o Alfa e sua união com ele tem o propósito de beneficiar a nossa família e, consequentemente, se livrar de você, sua imprestável.

— Não vou me casar com ele e muito menos ser a fêmea submissa de um monstro que mata por diversão e que pode me matar também — rebati sem pensar nas consequências, apenas me sentindo a beira de surtar por quererem se livrar de mim dessa maneira tão absurda e cruel.

O tapa que meu pai deu no meu rosto foi rápido e seco, me fazendo cambalear para trás e segurar minha face dolorida com espanto. Meus olhos agora estavam ardendo devido às lágrimas que ameaçavam rolar por minhas bochechas, mas eu me recusava a chorar e me humilhar ainda mais na frente deles.

Eu já tinha chorado demais nesta casa e prometido para mim mesma que nunca mais iria derramar uma lágrima sequer na frente dessas pessoas que não mereciam nem ser chamadas de família.

Olhei a contragosto na direção da minha mãe quando ela disse:

— Você vai obedecer, Melina, vai usar o vestido branco de noiva que ele já comprou para você e sorrir amanhã quando o nosso Alfa vier reivindicá-la como esposa. Vai ser útil para a gente pela primeira vez na vida.

Cabisbaixa, demonstrando uma submissão que não existia, saí da sala sentindo pela primeira vez o gosto metálico de sangue que vinha do pequeno corte que se abriu internamente na minha boca quando recebi o tapa.

Enquanto andava até o meu quarto, em passos arrastados, parecia que o mundo inteiro iria cair na minha cabeça a qualquer momento. Ao chegar ao quarto, que dividia com a megera da minha irmã Rhea, tranquei a porta e escorreguei pela madeira da mesma, me sentando no chão frio e me permitindo chorar silenciosamente para eles não ouvirem.

Nessa mesma noite, quando a casa inteira mergulhou no silêncio da madrugada, eu fugi pela janela do quarto, sem minha irmã perceber, apenas usando um vestido branco e com uma mochila pequena nas costas.

Já na caminhonete velha que roubei do meu pai, eu dirigia com pressa e desajeitada pela estrada de terra que ficava no meio da floresta escura e fria.

Eu estava fugindo da minha alcateia, mais precisamente do casamento arranjado com Amarok Mavros, o Alfa recluso nas montanhas e com fama de ser muito cruel.

Eu passei a vida inteira sendo humilhada e rejeitada pela minha própria família e pela matilha, por ter nascido uma humana sem uma loba. Minha única irmã mais velha era bonita e tinha uma loba interior que fazia jus à sua beleza, já eu, mesmo sendo bonita, era apenas vista como a estranha e aberração por ser só um ser uma humana comum.

Que nasceu sem uma loba.

Eu já tinha vinte anos e nunca nenhum macho da matilha sequer chegou perto de mim. Cresci com esse desprezo e rejeição dentro de mim e à minha volta.

Mesmo não tendo uma loba, eu ficava no cio como todas as fêmeas de qualquer espécie e sempre precisava passar por toda essa fase torturante trancada dentro do quarto e fazendo de tudo para inibir meu cheiro, pois todos os machos da tribo tinham nojo de mim e tinha receio de ser estuprada e morta só por perversidade.

Eu não podia engravidar, pois meu DNA humano não era compatível com a transformação dos lobos. Não poder ter filhotes era um dos motivos da minha tristeza profunda e de ser ainda mais apontada como inútil, porque era natural entre os lobos machos e fêmeas procriarem após a temporada intensa de acasalamento, mas eu nunca poderia ter bebês para chamar de meus.

Eu ingenuamente achei que a minha vida não pudesse mais piorar, mas ela piorou no momento em que meus pais me prometeram em um casamento forçado com o Alfa da nossa alcateia.

Eu nunca o vi pessoalmente e também não queria, pois ele era um Alfa recluso nas montanhas e as histórias macabras que cresci ouvindo sobre ele já eram o suficiente para me fazer roubar o carro do meu pai e fugir desse casamento arranjado um dia antes dele acontecer.

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP
capítulo anteriorcapítulo siguiente

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP