— Mamãe. — Nicolle sussurrou ao ver a lápide da sua mãe com uma pequena foto dela sorrindo. — Feliz aniversário. — Nicolle sorriu em meio a lágrimas enquanto abria a caixinha do bolo e acendia a vela. — Eu sinto tanto a sua falta, mamãe, não consigo ser forte como te prometi. Eu... eu acho que não serei capaz de ser tão forte. Há momentos que eu sinto que vou simplesmente desmoronar e perder minha sanidade por completo. Seus olhos ardiam por conta do choro, ela mal conseguia respirar, o nariz já vermelho e entupido, os olhos um pouco inchados e as mãos trêmulas. Sua atenção foi puxada para um pequeno buque de rosas negras, fazendo com que Nicolle só chorasse mais forte e mais dolorosamente. Onde quer que ele estivesse, ele sabia que a amiga havia morrido. Charles sabia! E nem sequer havia ficado para ver Nicolle, não havia a procurado, ele havia simplesmente escolhido se manter afastado e no escuro. Aquilo foi como um soco no estômago da adolescente que ansiava desesperadamente por
Eram por volta das nove e meia da manhã de um domingo quando Ryan caminhou sorrateiramente até o quarto de Nicolle a fim de ver se a mesma estava bem. Ao dar de cara com a porta destrancada, o maior sentiu medo e com as pernas tremendo, entrou no quarto. Nicolle dormia calmamente na cama, seus cabelos estavam bagunçados e seu corpo um pouco encolhido, Ryan respirou aliviado e trancou a porta atrás de si. Caminhou lentamente até a cama da menor e tirou o tênis, se deitando com a namorada e a ajeitando em seus braços. — Nick? — Ryan a chamou com uma voz calma enquanto fazia carinho em seus cabelos, agora negros. — Acorda gatinha. Nicolle se mexeu na cama acabando por abraçar a cintura de White e o apertar, Ryan estava fascinado pela bela imagem que tinha, ele temia tanto por ele, quanto pelo garota aconchegada em seus braços. O mundo era cruel e seria três vezes mais com eles se dependesse da senhora White, mas Ryan estaria disposto a lutar pelo sentimento que tinham um pelo outro.
— O que você quer? — Ryan disse entre dentes a interrompendo. — Tem uma razão para meu pai não querer que saibam da minha existência e acho que você deve saber disso, já que andou bisbilhotando a minha vida. Se quer dinheiro para manter a boca fechada, me diga seu preço e eu pagarei, não tenho tempo para gente assim, preciso encontrar meus amigos. — Não me entenda mal, não foi de propósito, como eu disse, foi mais por curiosidade da minha parte. Antes deixe-me lhe mostrar o que quero, depois digo a minha condição para guardar o seu segredo. — Ryan fechou as mãos em punhos e respirou fundo, evitando se irritar e agredir a garota de cabelos vermelhos à sua frente. A porta do café foi aberta fazendo um barulhinho de sininho. Aurora apontou com a cabeça para o casal que acabava de entrar, Ryan a contragosto olhou, não muito animado. Mas assim que viu Alec e Emma ele entendeu, então era isso que estava acontecendo. Alec e Emma tinham um caso e a forma como estavam muito perto só confirm
Ryan estava sendo arrastado por Andrew e Aurora enquanto Alec observava tudo de longe, dando calafrios nas espinhas dos nerds. Alec sorria minimamente ao olhar as imagens das câmeras da escola pelo celular. Encaminhou a filmagem para o seu e-mail e acenou lentamente na direção dos 3 que sumiam de sua vista aos poucos, precisaria de mais fotos para poder eliminar de uma vez por todas o namorado da sua amada. — Você é muito burro, Ryan. — Aurora parou na frente do seu quarto e com a ajuda de Andrew o empurrou para dentro do quarto antes que alguma monitora visse os dois garotos entrando no quarto de uma garota. — Ele pode ter um gravador, sei lá. Vai que ele grava e usa contra você? Não podemos deixar nenhuma possibilidade passar. — O que tem de riqueza, consegue ter o dobro de burrice. — Andrew revirou os olhos. — Não seja tão impulsivo, grave em algum lugar TODAS as conversas que tiverem. Um dia você pode usar contra ele. Ryan saiu um pouco mais tarde do quarto de Colerman dando d
— Bom dia, meus amigos. — Ryan sorriu se sentando na mesa junto com os amigos para o almoço, antes que alguém pudesse falar algo, Ryan pigarreou e olhou para o melhor amigo. — Ethan, precisamos conversar mais tarde. Oh, Emma o seu nome, certo? Podemos conversar um pouco a sós?Victoria olhou o amigo com raiva e bufou abrindo a boca para falar algo, mas Nicolle segurou seu braço debaixo da mesa e sorriu fraco dando um leve aperto na mesma, não queria encrenca e nem discussões na hora do almoço, estava cansada com tudo o que estava acontecendo, então apenas suspirou e voltou a comer suas almôndegas como se aquilo fosse a única coisa que realmente importava para ela. Ryan olhou para as duas de forma curiosa e sorriu para a namorada, mas a mesma apenas desviou o olhar enquanto limpava a boca suja de molho. Ryan sabia que sua namorada estava daquela forma por conta dos segredos dele, mas no momento não podia contar nada, sentia o peito murchar toda vez que via o olhar desapontado da namora
— Ryan White, seu filho da puta! — Gritou o moreno mais velho do lado de fora do quarto do garoto de mullet. — Abra essa merda agora! — As veias jugulares do mais velho estavam saltadas por conta da raiva e alguns alunos daquela ala berravam pedindo silêncio por ser cedo e outros que passavam ali cochichavam sobre a bagunça que o "novato" estava fazendo. Ryan se remexeu na cama e levantou a contragosto, mal havia levantado e seu humor não era dos melhores naquele momento por conta da violência da pessoa ao bater na sua porta. Não eram seus amigos, eles sabiam que o mesmo só acordava às sete horas e se fossem eles teriam mandado mensagem antes, mas ao pegar seu celular e checar as mensagens, pôde constatar que não eram nenhum dos amigos, muito menos sua namorada. Revirou os olhos irritado e fechou as mãos em punhos. — Eish, são seis em ponto, quem é o babaca que acha legal esmurrar a porta de alguém logo cedo, incomodando todos? — Fechou os olhos com certa raiva e enquanto caminhava
Ryan estava deitado no chão frio do quarto todo encolhido, aquela devia ser sua posição há mais de uma hora, as lágrimas ainda não tinham secado e pelos céus! Aquela dor em seu peito era agonizante e o deixava sem ar. Seu telefone estava desligado desde então, não sabia o que fazer, estava com medo do que aconteceria a seguir. Sabia que se Amelia soubesse de qualquer coisa, Nicolle seria a mais prejudicada e magoada na história, pouco se importava com o que aconteceria com ele, mas sua namorada era inocente, já havia passado por muitas coisas ruins, não deveria sofrer mais ainda por sua culpa. Ryan tentava ser durão e encarar toda essa situação de queixo erguido, mas Alec parecia ter ganhado dessa vez. O garoto de mullet não sabia o que podia fazer, não sabia como iria encarar os amigos, muito menos sua namorada. Ele não podia envolver mais ninguém, agora era ele e o Clark, somente. Cara a cara. Um deles perderia e o outro teria o que tanto almejava. — Pai, o que eu deveria fazer? —
Ryan acordou no meio da madrugada com sede, sua febre já havia abaixado e seu corpo já não estava mais encharcado de suor. Por alguns minutos ficou encarando sua namorada com um sorriso triste. Ele a amava, mas isso não era importante para Alec, o garoto faria de tudo para afastá-los. — R-Ryan? — Nicolle disse com a voz rouca enquanto coçava o olho. Céus como ela era perfeito. — Sua febre já diminuiu? — Sim, já me sinto melhor. Obrigado. — Disse meio rude e se odiou internamente por aquela forma de falar com a menor, os olhos da mesma se arregalaram devido ao tom de voz do mesmo. — Acho melhor ir para o seu quarto, o diretor pode achar ruim. — Ah! — Nicolle mordeu o lábio e assentiu suspirando. Estaria mal-humorado por conta da febre? Sinceramente não sabia, mas estava com medo de perguntar. — Tome mais um comprimido ao acordar, se não conseguir, não se esforce e falte nas aulas da manhã, mas almoce conosco e vá às aulas da tarde. Ryan apenas assentiu abrindo a porta, Nicolle sent