KevinFinalmente chegou o dia. Depois de tanto tempo, de tanta luta, levarei Hanna para casa. Meu coração bate tão forte que sinto quase como se fosse sair do peito. Kat ainda não sabe que hoje ela verá a mãe livre do hospital; eu queria que fosse uma surpresa para ela, algo que ela pudesse guardar no coração.Quando o Dr. Willian entra no quarto, assinando os papéis de alta, é como se o mundo parasse por um instante. Olho para a Hanna, que me devolve o olhar com aquele brilho nos olhos, o mesmo brilho que sempre fez meu coração acreditar que valeria a pena esperar. Seguro a mão dela, sentindo o peso de cada momento, cada lágrima, cada noite que passei, desejando estar ao lado dela, esperando que esse dia chegue.— Sabe o que isso significa? — ela sussurra, com um sorriso que quase me desmonta.— Significa que estamos indo para casa, meu amor — respondo — mesmo que não seja a minha casa — digo, acariciando seu rosto com o carinho.Ela ri, aquele riso baixinho e doce que sempre me desa
HannaChegar em casa depois de tanto tempo parecia surreal. A manhã estava fria, mas o calor que emanava de dentro da casa me aquecia antes mesmo de cruzar a porta. Abri devagar, o coração acelerado, sem razão aparente, apenas com a expectativa do conforto do lar e o desejo de abraçar a minha filha. Mas, assim que dei o primeiro passo para dentro, uma surpresa explodiu ao meu redor.— Surpresa! — gritaram vozes em coro, enchendo o ambiente com alegria e emoção.Meus olhos percorreram o espaço e vi todos aqueles rostos conhecidos, cada um trazendo um pedacinho de felicidade. Emy e Ava estavam ali, sorrindo e acenando animadamente. Hazel e Jason me olharam com aquele brilho de apoio e cumplicidade que só irmãos sabem oferecer. Luigi mantinha um sorriso largo, e minha pequena Kat estava bem à frente, os braços estendidos em minha direção.— Mamãe! — Kat correu até mim, seu sorriso tão brilhante que parecia iluminar o ambiente todo.Me abaixei para recebê-la, apertando seus bracinhos ao r
HannaA mesa estava postada com uma moda que só Luigi conseguiria criar. As toalhas brancas, as taças brilhando sob a luz da janela, as flores frescas e vibrantes decorando o centro da mesa. Havia uma harmonia que tornava o ambiente acolhedor, quase mágico. Luigi havia realmente se superado em cada detalhe. Sinto uma onda de gratidão ao ver todos ali reunidos, cada rosto sorridente, cheio de carinho, enquanto o cheiro da comida francesa preenchia o ar de uma maneira irresistível.Sentada ao meu lado, Kat estava radiante. Sua felicidade era quase palpável, e ela tentava se conter, mas seus olhos brilhavam de orgulho.— Mamãe, eu ajudei o tio Luigi a fazer a comida! — ela disse, em um tom sussurrado, como se contasse um segredo.Todos ao redor da mesa riram e, antes que eu pudesse responder, Luigi se inclinou em sua cadeira e declarou, orgulhoso:— E que ajudante incrível eu tive! — Ele piscou para Kat, que abriu um sorriso tão largo que suas bochechas rosaram. — Kat foi a responsável p
KevinEu estava na cozinha, organizando a com Jason, quando a campainha tocou. Hazel e Hanna ficaram na sala, rindo e trocando receitas com Luigi, enquanto Kat, distraída, brincava com Ava e Emy. Era uma cena tranquila, uma tarde qualquer em família, até que a porta se abrisse, e eu ouvi a voz da mãe de Hanna.Não preciso me virar para saber que algo estava errado. Aquele tom de voz seco e carregado sempre mexia comigo, pude sentir que não era uma visita desejada.— Que lugar… peculiar vocês têm aqui — disse a mãe dela, analisando o ambiente com um olhar crítico.Vi que Hanna se levantou, tensa, tentando manter a compostura enquanto cumprimentava os pais. Mantiveram uma expressão firme, mesmo que eu conseguisse ver o desconforto claro em seu olhar. E Hazel, ao lado, já começava a se encolher, como se antecipasse o desastre que se aproximava.A mãe de Hanna olhava ao redor, os olhos parando em cada detalhe da casa como se estivessem procurando algo para criticar. Quando finalmente seu
HannaQuando todos foram, o silêncio tomou a casa. Kat e eu nos acomodamos no sofá. Eu a puxei para perto e segurei sua mãozinha enquanto tomava um chá morno e Kat um chocolate quente. Seus olhinhos estavam brilhando, um misto de alegria e alívio por eu estar em casa. — Termina logo esse leite e vai escovar os dentes. — Falo fazendo um carinho em seu cabelo. Ela assente, não demora muito, ela vai e volta e deita no meu colo.Estava perdida em meus pensamentos, quando Kat pergunta, sua voz é calma, mas com uma preocupação serena. Seus olhinhos estão refletindo a preocupação misturada à curiosidade, com a pureza que só as crianças possuem.— Você está quieta, mamãe. — Estou só… pensando, meu amor.Dei-lhe um beijo na testa e tentei desviar meus pensamentos, mas confesso que era difícil me concentrar. Não demora muito, e Kat adormece em meu colo, o calor infantil dela trazendo conforto à pele.O dia havia sido feliz e intenso, mas o que mais me inquietava era o peso das palavras de K
Hanna— Ele te ama de verdade, Hanna, e ama a Kat também. Isso é visível; não precisa que ninguém te diga. Ele aceitou antes de qualquer confirmação, e isso mostra o que sente de verdade. Han, pai, é quem cria, não quem faz o esperma. Ele pode lidar com a verdade; ele merece saber, assim como a Kat merece um pai que ame por completo.Essas palavras deveriam ter me acalmado, mas só me deixaram mais perdida. Ela falou com tanta verdade, com tanta fé nele. Meu peito doía, e a incerteza, em vez de diminuir, cresceu. Hazel sempre fora da minha base, mas e se, dessa vez, ela estivesse errada? E se eu deixasse tudo sair, entregasse cada parte do meu passado e Kevin não suportasse ouvir? Não suporta saber?— Hazel, eu não quero arriscar. Não posso arriscar perder o amor da minha vida… Eu não tenho forças para isso de novo.Hazel me deixou para um abraço, mas, por dentro, eu senti um vazio tomando conta. — Hanna, ele já faz parte da sua vida, da vida da Kat. No hospital, quando eu disse que a
KevinEu estava andando pela cidade, a mesma que conhecia tão bem, mas algo nela parecia errado, deserto demais, sombrio demais. Caminhava pelas ruas vazias, cada esquina trazendo uma sensação de alerta crescente, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer. E foi então que vi Hanna.Ela estava parada do outro lado da rua, os olhos arregalados e o rosto pálido de medo. Tentei chamá-la, mas minha voz parecia não sair, como se uma força invisível abafasse as palavras. Foi então que o vi. Dylan estava lá, ao lado dela, com aquele sorriso cínico que eu conhecia bem. Ele segurava o braço de Hanna com força, e eu podia ver o desconforto e o pânico em seus olhos enquanto ela tentava se afastar.Senti uma onda de adrenalina tomar conta de mim, e corri na direção deles, mas, a cada passo, parecia que a distância aumentava, como se o chão estivesse fugindo de mim. Dylan a puxava com força, murmurando algo em seu ouvido, e Hanna tentava se desvencilhar, mas ele a apertava mais, os dedos
Hanna— Hanna, acorde… Hanna, não me assuma assim. — A voz abafada de Hazel invade minha mente como um eco distante.Meus olhos se abrem lentamente, a visão lentamente se ajusta, mas o tremor dentro de mim se intensifica ao lembrar por que fiquei assim. A mensagem… Meu corpo inteiro treme, e as lágrimas escapam sem controle.— Fale comigo! — Hazel implora, estendendo a mão, e entrego o celular a ela, quase sem forças.Ela o pega com cuidado e lê em voz alta, cada palavra rasgando o ar entre nós.“Oi, gostosa, achou mesmo que esconderia minha filha e eu não descobriria? Qual o nome dela?”— Puta que pariu! — Hazel sussurra, sua mão cobrindo a boca. — Como ele descobriu?Antes que eu consiga sequer formar uma resposta, outra mensagem surge na tela, o som da notificação me faz estremecer. Hazel lê para si desta vez.“Afaste-se de Kevin Stewarth, ou tomo minha filha de você.”— O quê? Eu vou matar esse filho da puta, desgraçado. — Ela explode, sua voz cheia de fúria.— O que tem na mensag