HannaA mesa estava postada com uma moda que só Luigi conseguiria criar. As toalhas brancas, as taças brilhando sob a luz da janela, as flores frescas e vibrantes decorando o centro da mesa. Havia uma harmonia que tornava o ambiente acolhedor, quase mágico. Luigi havia realmente se superado em cada detalhe. Sinto uma onda de gratidão ao ver todos ali reunidos, cada rosto sorridente, cheio de carinho, enquanto o cheiro da comida francesa preenchia o ar de uma maneira irresistível.Sentada ao meu lado, Kat estava radiante. Sua felicidade era quase palpável, e ela tentava se conter, mas seus olhos brilhavam de orgulho.— Mamãe, eu ajudei o tio Luigi a fazer a comida! — ela disse, em um tom sussurrado, como se contasse um segredo.Todos ao redor da mesa riram e, antes que eu pudesse responder, Luigi se inclinou em sua cadeira e declarou, orgulhoso:— E que ajudante incrível eu tive! — Ele piscou para Kat, que abriu um sorriso tão largo que suas bochechas rosaram. — Kat foi a responsável p
KevinEu estava na cozinha, organizando a com Jason, quando a campainha tocou. Hazel e Hanna ficaram na sala, rindo e trocando receitas com Luigi, enquanto Kat, distraída, brincava com Ava e Emy. Era uma cena tranquila, uma tarde qualquer em família, até que a porta se abrisse, e eu ouvi a voz da mãe de Hanna.Não preciso me virar para saber que algo estava errado. Aquele tom de voz seco e carregado sempre mexia comigo, pude sentir que não era uma visita desejada.— Que lugar… peculiar vocês têm aqui — disse a mãe dela, analisando o ambiente com um olhar crítico.Vi que Hanna se levantou, tensa, tentando manter a compostura enquanto cumprimentava os pais. Mantiveram uma expressão firme, mesmo que eu conseguisse ver o desconforto claro em seu olhar. E Hazel, ao lado, já começava a se encolher, como se antecipasse o desastre que se aproximava.A mãe de Hanna olhava ao redor, os olhos parando em cada detalhe da casa como se estivessem procurando algo para criticar. Quando finalmente seu
HannaQuando todos foram, o silêncio tomou a casa. Kat e eu nos acomodamos no sofá. Eu a puxei para perto e segurei sua mãozinha enquanto tomava um chá morno e Kat um chocolate quente. Seus olhinhos estavam brilhando, um misto de alegria e alívio por eu estar em casa. — Termina logo esse leite e vai escovar os dentes. — Falo fazendo um carinho em seu cabelo. Ela assente, não demora muito, ela vai e volta e deita no meu colo.Estava perdida em meus pensamentos, quando Kat pergunta, sua voz é calma, mas com uma preocupação serena. Seus olhinhos estão refletindo a preocupação misturada à curiosidade, com a pureza que só as crianças possuem.— Você está quieta, mamãe. — Estou só… pensando, meu amor.Dei-lhe um beijo na testa e tentei desviar meus pensamentos, mas confesso que era difícil me concentrar. Não demora muito, e Kat adormece em meu colo, o calor infantil dela trazendo conforto à pele.O dia havia sido feliz e intenso, mas o que mais me inquietava era o peso das palavras de K
Hanna— Ele te ama de verdade, Hanna, e ama a Kat também. Isso é visível; não precisa que ninguém te diga. Ele aceitou antes de qualquer confirmação, e isso mostra o que sente de verdade. Han, pai, é quem cria, não quem faz o esperma. Ele pode lidar com a verdade; ele merece saber, assim como a Kat merece um pai que ame por completo.Essas palavras deveriam ter me acalmado, mas só me deixaram mais perdida. Ela falou com tanta verdade, com tanta fé nele. Meu peito doía, e a incerteza, em vez de diminuir, cresceu. Hazel sempre fora da minha base, mas e se, dessa vez, ela estivesse errada? E se eu deixasse tudo sair, entregasse cada parte do meu passado e Kevin não suportasse ouvir? Não suporta saber?— Hazel, eu não quero arriscar. Não posso arriscar perder o amor da minha vida… Eu não tenho forças para isso de novo.Hazel me deixou para um abraço, mas, por dentro, eu senti um vazio tomando conta. — Hanna, ele já faz parte da sua vida, da vida da Kat. No hospital, quando eu disse que a
KevinEu estava andando pela cidade, a mesma que conhecia tão bem, mas algo nela parecia errado, deserto demais, sombrio demais. Caminhava pelas ruas vazias, cada esquina trazendo uma sensação de alerta crescente, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer. E foi então que vi Hanna.Ela estava parada do outro lado da rua, os olhos arregalados e o rosto pálido de medo. Tentei chamá-la, mas minha voz parecia não sair, como se uma força invisível abafasse as palavras. Foi então que o vi. Dylan estava lá, ao lado dela, com aquele sorriso cínico que eu conhecia bem. Ele segurava o braço de Hanna com força, e eu podia ver o desconforto e o pânico em seus olhos enquanto ela tentava se afastar.Senti uma onda de adrenalina tomar conta de mim, e corri na direção deles, mas, a cada passo, parecia que a distância aumentava, como se o chão estivesse fugindo de mim. Dylan a puxava com força, murmurando algo em seu ouvido, e Hanna tentava se desvencilhar, mas ele a apertava mais, os dedos
Hanna— Hanna, acorde… Hanna, não me assuma assim. — A voz abafada de Hazel invade minha mente como um eco distante.Meus olhos se abrem lentamente, a visão lentamente se ajusta, mas o tremor dentro de mim se intensifica ao lembrar por que fiquei assim. A mensagem… Meu corpo inteiro treme, e as lágrimas escapam sem controle.— Fale comigo! — Hazel implora, estendendo a mão, e entrego o celular a ela, quase sem forças.Ela o pega com cuidado e lê em voz alta, cada palavra rasgando o ar entre nós.“Oi, gostosa, achou mesmo que esconderia minha filha e eu não descobriria? Qual o nome dela?”— Puta que pariu! — Hazel sussurra, sua mão cobrindo a boca. — Como ele descobriu?Antes que eu consiga sequer formar uma resposta, outra mensagem surge na tela, o som da notificação me faz estremecer. Hazel lê para si desta vez.“Afaste-se de Kevin Stewarth, ou tomo minha filha de você.”— O quê? Eu vou matar esse filho da puta, desgraçado. — Ela explode, sua voz cheia de fúria.— O que tem na mensag
Hanna— Não quero te deixar ir — Kevin diz com os olhos cheios de carinho, me puxando para mais um abraço, no qual eu deito a cabeça em seu peito.— Amor, você sabe que está tarde, e eu tenho que ir. — Digo tentando me desvencilhar de seu abraço, mas, no fundo querendo que ele me segure e não largue nunca mais.— Mais um beijo então. — Ele diz fazendo uma carinha de cachorro sem dono.— E quem resiste essa cara de pidão? — digo, sorrindo.Eu o beijo, e claro, o beijo é quente, delicioso, com aquele gostinho de quero mais.— Não provoca, senão eu não te deixo sair deste carro — ele diz, sorrindo. Mordo sua orelha e respondo em sussurros ao seu ouvido:— Até amanhã, meu amor. — Sorrio travessa, enquanto me afasto dizendo — Preciso entrar e tomar a pílula do dia seguinte. Por mais que eu queira filhos com você, ainda não é o momento.— Se quiser, podemos treinar mais um pouquinho. — Ele diz com aquele sorriso de molhar a calcinha.— Olha, tenho duas chamadas perdidas da minha irmã, meus
Kevin10 anos depois...— Senhor... Digo, Kevin, seu pai disse que quer falar com vo... você. — Minha nova secretária, Violet, avisa. A antiga entrou em licença-maternidade, e sua auxiliar assumiu o cargo. Não sou um daqueles empresários arrogantes que exigem formalidades o tempo todo. Claro, em reuniões formais, isso é indispensável, mas no dia a dia, odeio ser chamado de "senhor". — Ele ainda está na empresa, Violet? — Não, saiu há cerca de dez minutos. — Ela responde com confiança. — Então falo com ele amanhã. Se houver qualquer emergência, pode me ligar. — Certo. Até amanhã, Kevin. — Ela sorri. — Até amanhã, Violet.Pego meu blazer e me dirijo ao elevador. Assim que as portas se abrem, vejo Ashley prestes a sair. Instintivamente, me escondo atrás de uma pilastra. Violet me vê, arregalando os olhos, surpresa, e logo tenta segurar o riso. Faço um sinal de silêncio com o dedo e imploro com o olhar para que ela distraia Ashley. Violet, sempre eficiente, faz um leve aceno de cabe