KevinQuando finalmente a ambulância chega, eles se movem rápido, mas cada segundo parece uma eternidade. Enquanto os paramédicos trabalhavam, minha mente se enchia de cenários terríveis, estava morrendo de medo de perdê-la para sempre. A cada movimento deles, sinto uma pontada de esperança misturada ao medo.Eles a colocam na maca e eu insisto em segui-la até o hospital, não consigo me afastar. No caminho, aperto a mão dela, mesmo que esteja inconsciente. Não vou soltá-la. Não até ter certeza de que ela ficará bem.No hospital, segui com eles até onde pode, e me cortou o coração vê-la passando pelas portas escrita emergência, caiu de joelhos no chão chorando compulsivamente.Nem sei por quanto tempo fico lá, sou desperto por uma mão grande em meu ombro, olho para cima e vejo meu amigo.— Como? — Não termino de falar, ele me interrompe dizendo:— O segurança tinha meu contato como emergência, então imaginei que estaria aqui, como ela está?— Não sei — digo derrotado — O pulso estava f
KevinAssim que o médico permitiu, entrei no quarto de Hanna. Ela estava tão frágil, conectada a fios e aparelhos que monitoravam cada sinal vital. Sentei ao seu lado e segurei sua mão. Ela ainda estava inconsciente, mas estar ali com ela me dava uma sensação de paz, mesmo que breve. Sussurrei em seu ouvido:— Estou aqui, meu amor. Por favor, seja forte.Eu sabia que aqueles minutos ao lado dela eram preciosos. Meu coração batia acelerado, e lágrimas escorriam pelo meu rosto novamente. Beijei sua mão, fazendo carinhos suaves sem parar.— Desculpe, meu amor, por não estar lá para te proteger.Logo, uma enfermeira pediu que eu saísse, dizendo que Hanna precisava de repouso absoluto. Senti o peso da despedida, mas sabia que ela estava em boas mãos. Dei um beijo em sua testa e saí do quarto, com o coração um pouco mais leve, mas ainda inquieto.Assim que fechei a porta atrás de mim, fui conduzido por Davis até a sala de espera, onde dois policiais me aguardavam. Começaram a fazer pergunta
Kevin— O que está acontecendo aqui? Quem é essa criança, Kevin?Na correria do dia a dia, acabei esquecendo de trocar a fechadura, como disse a mim mesmo que faria.— Eu que pergunto: o que o senhor está fazendo aqui? Como conseguiu entrar? Proibi sua entrada. — Rebato sua pergunta com a voz dura.— Acha mesmo que pode me proibir? Sou praticamente dono do edifício inteiro.— Quem é ele, tio Kevin? Estou com medo. — Kat murmura, aninhando-se em meu colo.— Não precisa ter medo, princesa. Conversarei com ele. Vá para o quarto do tio assistir à televisão. Daqui a pouco estarei lá com você. — Dou um beijo na cabeça dela e quando a porta do quarto se fecha, disparo:— O que quer aqui? Não percebeu que não quero falar com você?— Quem é essa menina?— Não te interessa. Diga logo o que veio fazer aqui.— Vim lembrar do nosso acordo. Dylan está na cidade e andou rondando o escritório.— Ainda tenho prazo, então pode ir. Já me lembrou. — Falo com a voz fria.— Quem é essa garota, Kevin? — Ele
HazelSentei ao lado da cama de Hanna, observando-a adormecida. O som ritmado do monitor cardíaco preenchia a sala, e o rosto dela parecia mais sereno do que há dias. Ela ainda estava sob o efeito da anestesia, mas eu sabia que, no fundo, sua força estava lá, em algum lugar, lutando para acordar. Porque era isso que Hanna sempre fazia: ela lutava. E eu precisava que ela continuasse lutando.Toquei sua mão, apertando-a levemente, como se o calor dos meus dedos pudesse atravessar todas as camadas de inconsciência e alcançá-la. Eu estava ali com ela, como sempre estivemos uma para a outra, desde que éramos pequenas.— Hanna... — sussurrei, mesmo sabendo que ela não podia me ouvir. — Preciso de você. Kat precisa de você. Quem mais vai me ajudar a convencê-la de que comer legumes não é o fim do mundo?Soltei um riso nervoso e olhei para o rosto dela, tentando encontrar qualquer sinal de que ela me ouvia. Hanna sempre foi minha fortaleza, mesmo sendo mais nova que eu, ela sempre cuidou de m
HazelApoiada no parapeito da janela do hospital, olhei para o horizonte sem realmente ver. Minha mente estava em um turbilhão, os pensamentos dançando entre o estado de Hanna, os compromissos do Buffet e a presença de Jason, que havia chegado há pouco. Ele fazia parte da equipe que investigava o incidente de Hanna, mas, naquele momento, ele era mais do que um advogado do caso. Ele era alguém que me conhecia o suficiente para saber que eu estava à beira de desmoronar.— Hazel? — a voz dele soou suave, como se hesitasse em me interromper.Me virei, encarando seus olhos castanhos que sempre traziam um misto de seriedade e compaixão. Jason era aquele tipo de pessoa que parecia sempre saber o que dizer, mesmo nos piores momentos.— Oi, amor. — Sorri, tentando esconder o cansaço. — Alguma novidade?Ele se aproximou, tocando levemente meu ombro. — Kevin e Davis estão coletando as evidências. Só precisamos de mais tempo para montar tudo.Balancei a cabeça, absorvendo suas palavras, mas não c
HazelA porta do quarto se abriu bruscamente, após o susto, e virei a cabeça, esperando encontrar mais um enfermeiro ou algum dos médicos que estavam cuidando de Hanna. Em vez disso, vi minha mãe, Margoth, entrando com passos firmes e o rosto marcado por uma expressão rígida. Eu deveria ter previsto isso, mas mesmo assim, a tensão que imediatamente tomou conta de mim foi quase sufocante.Eu estava nos braços de Jason, meu namorado, o qual meus pais não aceitam. Eu o apresentei à minha família anos atrás, mas eles nunca fizeram questão de conhecê-lo melhor. E naquele momento, a sensação de que minha mãe não queria sua presença ficou evidente em um olhar que transbordava desgosto.— Hazel. — Ela ignorou Jason por completo e se dirigiu a mim com um tom frio e autoritário. — Preciso conversar com você.Antes que eu pudesse responder, ela olhou para Jason com um desdém que me deixou paralisada. Era como se ele fosse uma intrusão indesejada, alguém que não pertencia ali. Meus ombros se rete
HazelSai do quarto sem olhar para trás, determinado a encontrar Jason e mostrar a ele que, apesar de tudo, ele sempre teria um lugar seguro ao meu lado, em meu coração. Eles não poderiam destruir isso. Não enquanto eu ainda tive voz para lutar.Na lanchonete do hospital, vejo Jason conversando com Kevin. Ambos me olham, surpresos.— O que você faz aqui? Quem ficou com Hanna? — Kevin pergunta, parecendo alarmado.— Ei, calma. Meus pais estão com ela. Amor, podemos conversar? — Respondo, olhando para Jason, que concorda com a cabeça.Kevin se levanta, com um ar decidido.— Vou ver Hanna.— Se você tem amor à sua vida, esperaria que eles deixassem o quarto. Acabei de ter uma discussão feia com eles — aviso.— Não me importo com eles, minha preocupação é Hanna, e pelo pouco que sei, se ela acordar, preferiria ver a mim, do que a eles. — Não posso descordar, ele acena um tchau, deixando-nos a sós.Viro-me para Jason, meu peito pesado com a culpa e a necessidade de me explicar.— Amor, me
Elija StewarthSaio do apartamento de Kevin, bufando de raiva. Como esse garoto se atreve a me desrespeitar desse jeito? Logo ele, meu próprio filho. E quem é aquela garotinha, ela me lembra alguém, mas quem? — Penso enquanto pego o telefone, e para a empresa de segurança. Davis atende quase de imediato, como se já esperasse uma tempestade.— Pois não, senhor Stewarth.— Vou direto ao ponto, Davis. Quem é a garota que o Kevin anda vendendo? — Minha voz sai firme, fria, mas ele não se deixa abalar.— Desculpe, senhor, mas tenho ordens diretas de não revelar nada sobre a vida ou segurança pessoal de meus clientes. — A resposta dele é seca, quase calculada.— Eu pago a porra do seu honorário, então me diga quem é a vadia que andou levando uma criança para a casa do Kevin! Quero saber quem entra e sai do apartamento dele.Um silêncio incômodo se instala, e por um instante, penso que ele cederá. Mas Davis continua firme:— Desculpe, senhor, mas Kevin tem seu próprio contrato, e ele não est