HannaQuando Kevin me pegou no colo, o choque me deixou sem reação. Meu corpo congelou entre o impulso de gritar e a vontade de socá-lo. “Quem ele pensa que é para me tratar como um objeto, me jogando sobre o ombro como se eu fosse um saco de batata, e ainda por cima na frente de todo mundo?” A humilhação e a raiva pulsavam nas minhas veias enquanto as pessoas olhavam, mas o pior foi quando ele me colocou no chão. Tentei escapar, mas ele me segurou com ainda mais força, como se soubesse que eu lutaria para fugir.As palavras de ódio já estavam saindo da minha boca, pronta para xingá-lo de todas as formas possíveis, mas ele me calou do jeito mais inesperado: com um beijo. E que beijo! Um beijo arrebatador, feroz, como se todo o desejo que ele reprimia explodisse de uma vez.Eu não posso admitir, nem para ele, nem para mim mesma, mas ansiava por esse beijo. O calor, a intensidade... tudo me fez fraquejar, mesmo que por um segundo. Mas a realidade logo voltou, com a fúria que me dominav
HannaAssim que chegamos ao hotel, fomos direto para o quarto dele. Kevin, sempre o cavalheiro, abriu a porta, permitindo que eu entrasse primeiro. Ao cruzar o limiar, percebo de imediato que aquele não é apenas um quarto comum de hotel. Tudo ali tem o toque de quem o habita há um tempo. O ambiente é impregnado com sua rotina, com vestígios de sua vida cotidiana.— Por que está morando em um hotel? — A pergunta escapou antes mesmo que eu pudesse pensar melhor.Kevin coçou a cabeça e soltou um sorriso constrangido, como se estivesse se preparando para uma confissão que preferia evitar.— Quer beber alguma coisa? — Ele desviou da minha pergunta, caminhando até o frigobar.— Uma água, por favor. Já bebi drinks demais por hoje — respondi, enquanto me dirigia à varanda, tentando acalmar os pensamentos que começavam a se acumular.Kevin voltou com a água e se sentou ao meu lado, numa pequena mesa de ferro branco. O ar na varanda parecia ter ficado mais denso, como se algo estivesse prestes
Hanna— Expliquei a ela, mas Ashley estava irredutível, chorava muito, e derrubou o lenço no chão. Gentilmente me abaixei para pegar, e foi quando provavelmente o pai dela viu a oportunidade, com a foto perfeita para um manchete de mentira…— Quando ela viu que eu não cederia, me ameaçou. Disse que, se eu não ficasse com ela, nenhuma outra mulher me teria. As ameaças dela foram vagas, mas o fato de nossas famílias serem tão próximas me preocupa. Eles sabem segredos que, se revelados, poderiam causar um escândalo e destruir a reputação do meu pai... e talvez até a minha.Ele conta tudo, o que diz que aconteceu, e pelo jeito que ele falava, a raiva e frustrava era evidente em cada palavra, não tinha como não acreditar.KevinNem acredito que Hanna aceitou conversar comigo. Meu coração está acelerado, e eu sei que esta pode ser minha única chance. Olho para ela, tentando esconder o quanto estou desesperado por sua compreensão. Respiro fundo, decidido a não perder tempo com rodeios. Ela m
HannaEu acredito nele, então agora tenho que tomar a decisão: se o quero de volta em minha vida ou se termino com tudo antes de recomeçar. Meu coração dói só de imaginar a segunda opção. Quem quero enganar? Sempre foi ele em meu coração!— O que tem em mente agora? — Pergunto, sem jeito.— A verdade? — Ele pergunta, me encarando.— Sim. — Respondo sincera, pronta para qualquer resposta.— Estou morrendo de vontade de te jogar naquela cama e te amar até o amanhecer. Estou morrendo de saudades de você, do seu toque, do seu cheiro, do seu gosto… — Ele fala, caminhando em minha direção, com os olhos cheios de desejo.Meu corpo responde de imediato. Sinto como se uma corrente elétrica passasse por mim, apenas com o seu olhar.— Posso te beijar? Não estou mais conseguindo me segurar… — Kevin me beija antes que eu pudesse responder.Nos beijamos como se não houvesse amanhã. A saudade em nós dois se manifesta em toques desesperados. Quando ficamos sem fôlego, nossas testas se juntam, com res
HannaKevin atendeu o telefone com a voz fria, completamente diferente de como ele falava comigo minutos antes.— O que você quer? — Ele pergunta, sem qualquer vestígio de paciência.Do outro lado, uma voz estridente e fina, de Ashley, ecoa, com seu tom manhoso, que me irritou.— Não fale assim comigo, Kevin! Você tem que me respeitar, sou sua noiva! — Ela insiste, como se realmente acreditasse nisso.Kevin soltou uma risada seca, carregada de desprezo.— Noiva? De onde você tirou essa ideia ridícula? Na última vez que te vi, deixei bem claro que não queria nada com você. Meu coração já tem dona, e advinha? Nunca foi você.— Eu te perdoo, Kevin. Sei que estava nervoso, meu pai te encurralou naquela situação horrível, você não estava pensando com clareza… — A voz dela tentava soar compreensiva, mas era apenas irritante.Kevin perdeu o pouco de controle que ainda tinha.— Cala a porra da boca, Ashley! — Ele rosna, o desprezo em cada palavra. — Vou dizer isso pela última vez: eu NÃO gost
KevinHanna e eu somos como fogo e gasolina. E, com toda certeza, incendiamos este quarto.Ela me puxa pela nuca, colando nossos lábios em um beijo intenso, carregado de desejo puro e cru. Suas mãos ágeis e desesperadas começam a levantar minha camisa. Nos separamos por alguns segundos, apenas o suficiente para eu tirar a camisa e voltar a beijá-la. Amo beijar essa mulher. Paramos o beijo mais uma vez, e eu falo com a voz rouca de desejo:— Tire sua roupa, princesa.Ela se levanta devagar, tirando cada peça com um toque de sensualidade que me faz perder o ar. Fico ali, apenas observando cada movimento. Quando ela volta a deitar na cama, seus olhos azuis estão brilhando de desejo, me encarando. Olho para o corpo perfeito à minha frente, suas curvas maravilhosas, e ela começa a ficar envergonhada. Tenta esconder as cicatrizes na parte inferior da barriga, provavelmente da cesariana que trouxe nossa filha ao mundo. Mas, para mim, essas marcas só a tornam ainda mais preciosa, só me fazem
Hanna— Não quero te deixar ir — Kevin diz com os olhos cheios de carinho, me puxando para mais um abraço, no qual eu deito a cabeça em seu peito.— Amor, você sabe que está tarde, e eu tenho que ir. — Digo tentando me desvencilhar de seu abraço, mas, no fundo querendo que ele me segure e não largue nunca mais.— Mais um beijo então. — Ele diz fazendo uma carinha de cachorro sem dono.— E quem resiste essa cara de pidão? — digo, sorrindo.Eu o beijo, e claro, o beijo é quente, delicioso, com aquele gostinho de quero mais.— Não provoca, senão eu não te deixo sair deste carro — ele diz, sorrindo. Mordo sua orelha e respondo em sussurros ao seu ouvido:— Até amanhã, meu amor. — Sorrio travessa, enquanto me afasto dizendo — Preciso entrar e tomar a pílula do dia seguinte. Por mais que eu queira filhos com você, ainda não é o momento.— Se quiser, podemos treinar mais um pouquinho. — Ele diz com aquele sorriso de molhar a calcinha.— Olha, tenho duas chamadas perdidas da minha irmã, meus
Kevin10 anos depois...— Senhor... Digo, Kevin, seu pai disse que quer falar com vo... você. — Minha nova secretária, Violet, avisa. A antiga entrou em licença-maternidade, e sua auxiliar assumiu o cargo. Não sou um daqueles empresários arrogantes que exigem formalidades o tempo todo. Claro, em reuniões formais, isso é indispensável, mas no dia a dia, odeio ser chamado de "senhor". — Ele ainda está na empresa, Violet? — Não, saiu há cerca de dez minutos. — Ela responde com confiança. — Então falo com ele amanhã. Se houver qualquer emergência, pode me ligar. — Certo. Até amanhã, Kevin. — Ela sorri. — Até amanhã, Violet.Pego meu blazer e me dirijo ao elevador. Assim que as portas se abrem, vejo Ashley prestes a sair. Instintivamente, me escondo atrás de uma pilastra. Violet me vê, arregalando os olhos, surpresa, e logo tenta segurar o riso. Faço um sinal de silêncio com o dedo e imploro com o olhar para que ela distraia Ashley. Violet, sempre eficiente, faz um leve aceno de cabe