HANNADuas semanas passaram desde que voltei com Kevin, e desde então nos falamos todos os dias, nos vimos algumas vezes, e ele continua sendo maravilhoso. Nossos encontros não giram apenas em torno de sexo, e sim de conhecimento. Estamos nos reencontrando como casal e “nos conhecendo de novo”. Hoje à noite, vou pela primeira vez ao apartamento dele, estou ansiosa, mas preciso parar de pensar, pois meu dia está cheio, cheio de Kat.Decidi que hoje seria o dia de passear com Kethellen, só nós duas. Ela sempre adorou ir à praça, e eu também, porque lá, no meio das risadas das crianças e do barulho das folhas, eu consigo me desligar um pouco do mundo.Hoje está sábado de sol perfeito, para um sorvete. Kethellen, como sempre, estava a mil por hora, correndo e pulando ao meu lado. Ela segurava minha mão, mas era como se estivesse pronta para voar a qualquer momento. Quando chegamos perto da sorveteria, ela já foi logo disparando: — Mamãe, vamos tomar sorvete?Eu ri, é claro que isso esta
HannaNós já estávamos prontas, esperando ansiosamente por Kevin, quando a campainha tocou. Fui até a porta, esperando encontrá-lo, mas dei de cara com Jason. Ele estava sorrindo, com aquele ar amigável que sempre trazia paz.— Oi, cunhado! — disse, dando-lhe um beijo no rosto e um abraço. — Entra. A Hazel está na cozinha.Ele entrou, e logo avistou Kethellen, que correu para ele com os braços abertos.— Aonde você vai tão linda desse jeito? E quem é essa princesinha? — ele perguntou, piscando para Kat, que o abraçou com força.— Titio Cachinho! — ela gritou animada, enchendo o ambiente de alegria.Foi então que ouvi uma buzina do lado de fora e, ao olhar, vi Kevin parado com uma expressão emburrada. Deus, ele é muito ciumento! Nos despedimos de Jason e seguimos para o carro de Kevin.Ele estava impecável, vestindo uma roupa despojada, no estilo sport chique que eu adorava. Mal entrei no carro, e ele já perguntou:— Quem o homem que estava com Kat no colo? — Ele tentou disfarçar, mas
KevinO som do teclado era constante na minha cabeça, um ritmo automático de quem já estava há horas perdido entre números e contratos. Trabalhar na empresa da família sempre me prendeu, mas hoje… hoje minha mente estava em outro lugar. Não conseguia deixar de pensar em Hanna.Lembro do último jantar que tivemos. Foi no restaurante de um amigo meu, escondido no centro da cidade, daqueles que você só conhece porque alguém indicou. A parte mais chata de nossos encontros é ter que se esconder dos paparazzi. Desde que Ashley fez aquela publicação — e meus advogados a obrigaram a retirar de todas as redes sociais — minha vida virou um inferno. Até seguranças, que sempre odiei, precisei contratar. E, sem que Hanna saiba, eu coloquei um para ela também, além de outro que vigia perto da sua residência.Quando ela chegou, não consegui parar de olhar. O tempo passou, mas ela continua sendo a mulher que sempre mexeu comigo. Só que agora, diferente de antes, havia uma maturidade em nós dois. Está
HannaAo sentar para jantar, noto a empolgação de Kat, enquanto folheia o cardápio com curiosidade.— Mamãe, tem tanta coisa! Não sei o que pedir! — Kat diz, com os olhinhos brilhando de entusiasmo. Kevin sorri e sugere:— Posso indicar um prato divertido para você? — De repente, Kevin abaixa e cochicha no ouvido dela — pesquisei na internet antes de vir, não conte para a sua mãe, é segredo nosso. — Kat e Kevin se olham com sorrisos travessos.— O que estão cochichando aí? — Pergunto fingindo curiosidade, pois ouvi tudo que ele disse.— Segredo meu e do titio. — Kat diz, sorrindo e fingindo passar o zíper na boca, olhando para Kevin, ela completou: — Pode, o prato que você falou, confio em você! Observo a interação dos dois e fico encantada com o olhar de Kevin, vejo algo sincero, uma felicidade quase palpável. Ele faz o pedido para nós, e Kat logo corre para aproveitar as atrações do restaurante. Aproveito a pausa para segurar a mão dele sobre a mesa.— Obrigada. Tudo isso é perfeit
HannaApós o jantar, Kevin nos disse que nos levaria para conhecer sua casa. Como ele morava sozinho e não tinha guloseimas, passaríamos em um supermercado antes.Quando chegamos ao supermercado, ele pegou uma cesta e deu um carrinho para Kat, que o olhou confusa. Ele explicou:— Este carrinho é para você comprar o que quiser. Esqueça que sua mãe está aqui e se divirta.Os olhos da minha pequena formiga brilharam de felicidade… acredito que esse seja o sonho de qualquer criança.Kevin se virou para mim e disse:— Você também, meu amor, pode comprar o que quiser. Preciso ter coisas que vocês gostam em casa.— Ah, amor, estou tão satisfeita que não consigo pensar em nada… Talvez pipoca ou salgadinhos.— Ainda não é amante dos doces? — Ele perguntou sorrindo, enquanto observávamos Kat de longe.— Não. Acredita que, no buffet, essa parte é responsabilidade da Hazel? — Eu respondi, e ele sorriu.— Continuo no time dos doces, então vou pegar alguns salgadinhos para você e chocolates para mi
KevinKat é uma figurinha, e seu jeito espontâneo e engraçado traz uma alegria para qualquer ambiente. Não é à toa que Hanna se sente tão orgulhosa; ela está fazendo um excelente trabalho com a educação dela. Quando chegamos em casa, a festa continuou. Eu e Kat nos deliciamos com os doces que havíamos trazido. Hanna, sempre atenta, resmungou que era muito açúcar para uma criança, mas eu sabia que, naquele dia, um pouquinho mais, não faria mal.— Releva hoje, amor, prometo que não será sempre. — Sorri para Hanna e dei uma piscada para Kat, que me olhou surpresa, como se estivesse tentando entender o que estava acontecendo.— Você chamou minha mamãe de amor? — ela perguntou, com uma expressão de surpresa.Olhei para Hanna, que soltou uma risadinha, e notei aquele brilho em seu olhar, algo que eu já tinha visto antes, mas que parecia ainda mais intenso agora.— Filha, Kevin me pediu em namoro. Você acha que devo aceitar? — Hanna disse, olhando para Kat com um sorriso acolhedor.Eu observ
HannaSentei-me no chão frio do banheiro, encolhida, sentindo as lágrimas deslizarem pelo meu rosto sem que eu pudesse controlar. Eu havia fugido mais uma vez. Havia fugido dos olhos de Kevin, daquelas perguntas mudas que ele parecia fazer, sem saber, ao me olhar com tanto carinho. Eu estava sufocada. Ele estava lá, esperando por mim do lado de fora, mas eu não podia abrir a porta. Não podia deixar que ele visse o que eu escondia tão desesperadamente.O coração batia descompassado enquanto eu tentava respirar. Cada lágrima que escorria trazia lembranças amargas, lembranças que eu tentava enterrar dia após dia, mas que insistiam em voltar, sem pedir licença. Fechei os olhos, tentando me perder no escuro, mas os ecos das palavras de Dylan estavam lá, tão nítidos como se ele ainda estivesse ao meu lado."Não vai doer...", ele dizia, a voz baixa, impregnada de um tom sujo, enquanto se colava seu corpo ao meu. Meu corpo gelava só de lembrar. As palavras repugnantes continuavam a martelar e
HannaLevantei-me com dificuldade, enxuguei o rosto e encarei meu reflexo no espelho. A mulher que me olhava estava cansada e machucada, mas ainda assim viva. Embora meu coração permanecesse em uma guerra silenciosa, eu sabia que carregaria aquele peso sozinha. Porque, apesar da dor, o amor que sentia por Kat e Kevin me dava forças para continuar. E isso, jamais permitiria que Dylan ou qualquer outra pessoa me tirasse.Respirei fundo, reunindo as poucas forças que restavam. Olhei uma última vez no espelho, concedendo a mim mesma um momento de pausa antes de encarar Kevin. Não queria que ele me visse daquela forma, mas talvez já fosse tarde para esconder qualquer coisa. Abri a porta devagar e o encontrei encostado na parede ao lado, seu olhar uma mistura de preocupação e carinho. Ao me ver, ele se endireitou e se aproximou lentamente, como se calculasse cada movimento.— Hanna... — ele começou, mas levantei a mão, pedindo que me deixasse falar primeiro.— Kevin, eu... — tentei começar,