KevinNão fiz a reunião, não vi mais a família Caspian, nem me encontrei com meu pai. Algumas horas depois da discussão com Ashley, decidi ir embora pelas portas dos fundos. Chamei um carro por aplicativo e comprei uma passagem de volta para minha cidade. Estava tão exausto que dormi a viagem inteira.Quando cheguei, fui direto para um hotel fora da nossa rede. Não queria correr o risco de meu pai me rastrear. Sabia que ele tentaria, mas, felizmente, eu tinha contratado uma empresa de segurança que impede qualquer tentativa de localização, a menos que eu autorize ou em casos extremos de desaparecimento, ou algo do tipo. A empresa é do Davis, mas sei que ele é ético e não ousaria olhar em seu sistema, minha localização.Os dias passaram num borrão. Trabalhei nos meus projetos, fiz algumas ligações para Violet, que me auxiliou de longe. Dois dias se passaram e eu sequer percebi. Não saí do hotel uma única vez. Então, recebo uma ligação do Davis.— Cara, em que buraco você se enfiou? Seu
HannaÀs oito em ponto, Luigi estaciona em frente à minha casa.— Puta que pariu, dois anos sem te ver e você está ainda mais linda do que eu lembrava — ele diz, assim que me vê no portão.— Para de ser besta, Lu! Você também está um gato, andou malhando? — Respondo, meio sem jeito. Ele sempre me enche de elogios.— Andei, sim. Mudei meus hábitos alimentares, e deu nisso.— Gostoso pra caralho — brinco, rindo.— E onde está a minha segunda garota preferida? — ele pergunta enquanto me abraça. — Quer me matar com esse cheiro maravilhoso! — Dou risada do exagero dele.— Kat e Hazel foram ao shopping, então terá que se contentar só comigo.Eu e Luigi ficamos de vez em quando, mas nunca rotulamos nada. Sempre foi mais amizade do que romance.— Mas me conta... o que te deixou tão para baixo?Conto tudo o que aconteceu, e vejo Luigi apertar o volante com força, visivelmente irritado.— Ah, como eu queria encontrar esse babaca e arrebentar a cara dele.— Esquece isso, Lu. Nem vale a pena. Hoj
KevinEstou no bar, e duas garotas se aproximam, tentando atrair minha atenção. Eu as recuso sem nem pensar. A única mulher que quero, que preciso, é Hanna. As outras parecem insignificantes agora.Davis chega logo em seguida. Nos cumprimentamos, e ele já vem com piada.— Porra, sou seu amigo, mas parece que sou o último a saber das novidades — ele diz, rindo.Antes que eu pudesse perguntar do que ele estava falando, meus olhos a encontram. Hanna. Do outro lado do bar. Meu corpo inteiro reage. Ela está com um bombado... Desta vez, não é uma miragem. Não estou bêbado. É ela. Levantei num salto, o banco quase caiu no processo. Assustei Davis, que resmungou, mas eu já estava andando e não prestei atenção.Estava puto, como minha Hanna estava com outro homem? Cheguei nela cobrando, exigindo respostas, como se ela tivesse obrigação de me dar satisfações. O ciúme queimava como ácido nas minhas veias.Discutimos, e ela mencionou uma "noiva" duas vezes. Que porra de noiva ela está falando? De
HannaQuando Kevin me pegou no colo, o choque me deixou sem reação. Meu corpo congelou entre o impulso de gritar e a vontade de socá-lo. “Quem ele pensa que é para me tratar como um objeto, me jogando sobre o ombro como se eu fosse um saco de batata, e ainda por cima na frente de todo mundo?” A humilhação e a raiva pulsavam nas minhas veias enquanto as pessoas olhavam, mas o pior foi quando ele me colocou no chão. Tentei escapar, mas ele me segurou com ainda mais força, como se soubesse que eu lutaria para fugir.As palavras de ódio já estavam saindo da minha boca, pronta para xingá-lo de todas as formas possíveis, mas ele me calou do jeito mais inesperado: com um beijo. E que beijo! Um beijo arrebatador, feroz, como se todo o desejo que ele reprimia explodisse de uma vez.Eu não posso admitir, nem para ele, nem para mim mesma, mas ansiava por esse beijo. O calor, a intensidade... tudo me fez fraquejar, mesmo que por um segundo. Mas a realidade logo voltou, com a fúria que me dominav
HannaAssim que chegamos ao hotel, fomos direto para o quarto dele. Kevin, sempre o cavalheiro, abriu a porta, permitindo que eu entrasse primeiro. Ao cruzar o limiar, percebo de imediato que aquele não é apenas um quarto comum de hotel. Tudo ali tem o toque de quem o habita há um tempo. O ambiente é impregnado com sua rotina, com vestígios de sua vida cotidiana.— Por que está morando em um hotel? — A pergunta escapou antes mesmo que eu pudesse pensar melhor.Kevin coçou a cabeça e soltou um sorriso constrangido, como se estivesse se preparando para uma confissão que preferia evitar.— Quer beber alguma coisa? — Ele desviou da minha pergunta, caminhando até o frigobar.— Uma água, por favor. Já bebi drinks demais por hoje — respondi, enquanto me dirigia à varanda, tentando acalmar os pensamentos que começavam a se acumular.Kevin voltou com a água e se sentou ao meu lado, numa pequena mesa de ferro branco. O ar na varanda parecia ter ficado mais denso, como se algo estivesse prestes
Hanna— Expliquei a ela, mas Ashley estava irredutível, chorava muito, e derrubou o lenço no chão. Gentilmente me abaixei para pegar, e foi quando provavelmente o pai dela viu a oportunidade, com a foto perfeita para um manchete de mentira…— Quando ela viu que eu não cederia, me ameaçou. Disse que, se eu não ficasse com ela, nenhuma outra mulher me teria. As ameaças dela foram vagas, mas o fato de nossas famílias serem tão próximas me preocupa. Eles sabem segredos que, se revelados, poderiam causar um escândalo e destruir a reputação do meu pai... e talvez até a minha.Ele conta tudo, o que diz que aconteceu, e pelo jeito que ele falava, a raiva e frustrava era evidente em cada palavra, não tinha como não acreditar.KevinNem acredito que Hanna aceitou conversar comigo. Meu coração está acelerado, e eu sei que esta pode ser minha única chance. Olho para ela, tentando esconder o quanto estou desesperado por sua compreensão. Respiro fundo, decidido a não perder tempo com rodeios. Ela m
HannaEu acredito nele, então agora tenho que tomar a decisão: se o quero de volta em minha vida ou se termino com tudo antes de recomeçar. Meu coração dói só de imaginar a segunda opção. Quem quero enganar? Sempre foi ele em meu coração!— O que tem em mente agora? — Pergunto, sem jeito.— A verdade? — Ele pergunta, me encarando.— Sim. — Respondo sincera, pronta para qualquer resposta.— Estou morrendo de vontade de te jogar naquela cama e te amar até o amanhecer. Estou morrendo de saudades de você, do seu toque, do seu cheiro, do seu gosto… — Ele fala, caminhando em minha direção, com os olhos cheios de desejo.Meu corpo responde de imediato. Sinto como se uma corrente elétrica passasse por mim, apenas com o seu olhar.— Posso te beijar? Não estou mais conseguindo me segurar… — Kevin me beija antes que eu pudesse responder.Nos beijamos como se não houvesse amanhã. A saudade em nós dois se manifesta em toques desesperados. Quando ficamos sem fôlego, nossas testas se juntam, com res
HannaKevin atendeu o telefone com a voz fria, completamente diferente de como ele falava comigo minutos antes.— O que você quer? — Ele pergunta, sem qualquer vestígio de paciência.Do outro lado, uma voz estridente e fina, de Ashley, ecoa, com seu tom manhoso, que me irritou.— Não fale assim comigo, Kevin! Você tem que me respeitar, sou sua noiva! — Ela insiste, como se realmente acreditasse nisso.Kevin soltou uma risada seca, carregada de desprezo.— Noiva? De onde você tirou essa ideia ridícula? Na última vez que te vi, deixei bem claro que não queria nada com você. Meu coração já tem dona, e advinha? Nunca foi você.— Eu te perdoo, Kevin. Sei que estava nervoso, meu pai te encurralou naquela situação horrível, você não estava pensando com clareza… — A voz dela tentava soar compreensiva, mas era apenas irritante.Kevin perdeu o pouco de controle que ainda tinha.— Cala a porra da boca, Ashley! — Ele rosna, o desprezo em cada palavra. — Vou dizer isso pela última vez: eu NÃO gost