- Como você machucou a palma da sua mão? - Perguntou Cláudio, com uma voz muito grave. Maria desviou o olhar: - Foi um acidente. - Ela respondeu, mudando rapidamente de assunto. - E Eduardo, onde ele está afinal? Cláudio esboçou um sorriso: - Você machucou a mão tentando salvar Duba, não foi? - Ele se machucou tentando me salvar, rolou comigo para dentro daquela caverna. De jeito nenhum eu o deixaria lá sozinho. - Disse ela, olhando firmemente para Cláudio. Cláudio baixou a cabeça e sorriu, mas não disse nada. Maria estava ansiosa, afinal, Eduardo havia comido frutas venenosas. Ela perguntou rapidamente: - Cláudio, como está Eduardo agora?- Ele partiu. - Partiu? - Maria franziu a testa, sem querer pensar no pior. - O que você quer dizer com “partiu”?- Quando Eduardo voltou, estava por um fio. Com os recursos médicos limitados aqui, Fernando levou a família Alves de volta durante a noite. - Por um fio? - A voz fraca de Maria estava tensa. Cláudio apertou os lábios e disse:
O som ofegante e a vasta e calorosa presença que ela sentia em sua confusão não eram ilusões. Era verdade. Eduardo realmente a tinha carregado nas costas. Ele havia prometido que não a deixaria morrer enquanto estivesse ali, e cumpriu sua promessa. No entanto, ela ainda não entendia por que um homem que a detestava tanto se arriscaria tanto para salvá-la. Seus atos eram, afinal, uma contradição ao seu suposto desprezo por ela.Ela levantou a mão, firmemente enfaixada, e a observou fixamente. Parecia um sonho ter usado videiras para puxá-lo para fora da caverna. Antes, ela mal se atreveria a pensar nisso.- Eduardo, você cumpriu sua promessa, e eu também cumpri a minha. - Murmurou ela, se virando para olhar pela janela. Parecia que estava nevando novamente.Os flocos eram tão finos e pequenos que mal podiam ser vistos.Ela se lembrou de Eduardo ajudando ela a sair da caverna e das palavras que ele disse. De repente, sentiu uma enorme vontade de vê-lo.“Como você está agora?”Su
Maria ficou pálida de repente e, por alguma razão, se lembrou novamente daquele pesadelo.- Que sorte, Mariinha. Pensando agora, ainda sinto um calafrio. Imagine se você e o Presidente Alves estivessem naquela caverna naquela hora, quão perigoso seria.Maria mal ouviu o que ela disse depois disso.Em seus ouvidos, apenas ecoavam as palavras de Miguel no pesadelo.Embora fosse apenas um sonho, parecia estranhamente real.Ela olhou rapidamente para si mesma, vestindo um largo roupão de dormir.Depois, começou a procurar freneticamente pelo quarto.Percebendo seu olhar de busca, Helena perguntou:- Mariinha, o que você está procurando?- Minha roupa, a jaqueta de penas que eu usava quando rolamos pela encosta.Helena imediatamente se levantou:- Fui eu quem te trocou. Coloquei tuas roupas no banheiro, estava pensando em lavá-las.- Por favor, me traga.- Certo... - Helena disse, indo em direção ao banheiro.Maria segurava com força a colcha, ansiosa.Seu celular estava carregando na cabec
- O que você fez com eles? - Maria perguntou suavemente, com cautela, sua voz tensa.- Eu os joguei na lixeira lá fora...Maria saiu imediatamente da cama e correu para fora. Helena a seguiu rapidamente:- Não sei se o lixo já foi recolhido. Eles vêm buscar todos os dias, mais ou menos a esta hora.Maria não disse nada, nem culpou Helena, apenas se apressou para fora.Ela tinha acabado de acordar e ainda estava fraca, caminhando com as pernas bambas.Helena estava preocupada e tentou ajudá-la, mas Maria intencionalmente evitou a mão estendida de Helena.Seus passos eram inseguros e ela cambaleava.Finalmente chegando à sala de estar, ignorou os olhares surpresos de todos e correu para fora como louca.Helena a seguia de perto, mas foi detidaimpedida por Durval.- O que está acontecendo? Aquela mulher enlouqueceu?- Ela... Está procurando algo.- O que?- Umas frutas vermelhas. - Helena também estava confusa.Cláudio, ao lado, franziu o cenho e imediatamente seguiu Maria.Isabela, apoi
De repente, mais de dez frutas vermelhas apareceram diante dos olhos de Maria. Essas frutas já não estavam tão frescas como antes, mas ainda não haviam estragado. Ela apressadamente as pegou, sem se importar com a sujeira, e as colocou diretamente no bolso de sua roupa. Helena, vendo que Maria finalmente encontraraencontrou as frutas, suspirou aliviada, se sentindo menos culpada. Isabela, observando o estranho comportamento de Maria, não se conteve e murmurou um “louca”.Durval, observando o estado desalinhado de Maria e as frutas sujas que ela havia juntado, franzia a testa com desgosto.- Srta. Maria, se você quer comer frutas, temos muitas aqui no resort. Pode comer à vontade, não precisa ir ao caminhão de lixo pegar essas coisas.- Elas são úteis para mim. - Respondeu Maria e, após uma pausa, perguntou a Durval. - Você ligou para a família Alves? Sabe como está o Eduardo agora?Durval balançou a cabeça:- A família Alves não atendeu meu telefone. Deixe pra lá, deve estar tudo b
Maria se virou para Cláudio e perguntou:- O que foi?- Vou levá-la de volta, será rápido.- E Isabela, sozinha...- Não se preocupe, Durval cuidará dela.Maria ainda queria dizer algo, mas Cláudio já a estava puxando de volta para o quarto.- Antes de irmos, refareivou fazer seus curativos de novo. - Enquanto falava, Maria já estava sentada no sofá, pressionada por Cláudio.A voz dele era baixa e suave, sem dar espaço para resistência.O kit de primeiros socorros, deixado pelo médico que tratou de suas feridas, estava sobre a mesa de centro.Cláudio abriu o kit e pegou álcool, pomada e gaze.Ele sempre foi meticuloso, e ao fazer curativos não era diferente.Ajoelhado diante dela, desinfetou as feridas, aplicou a pomada e as enfaixou com movimentos habilidosos.Mas os pensamentos de Maria estavam longe, preocupados com Eduardo.- Na verdade, depois de tudo isso, você não o odeia tanto assim, certo? - De repente, Cláudio perguntou suavemente.Maria hesitou, sem responder.Cláudio ergueu
Os olhos de Maria estavam vermelhos enquanto ela olhava para Cláudio, sua voz embargada.Cláudio secou a umidade nos cantos dos olhos dela:- Então, esse sentimento, vá perguntar a ele. O confronte e esclareça tudo.Maria assentiu firmemente:- Eu definitivamente vou perguntar a ele.Cláudio sorriu levemente, um sorriso suave.No caminho de volta, Cláudio dirigia o carro. Ele era um bom motorista, rápido e estável. Maria e Helena estavam sentadas atrás. Durante a viagem, Maria quase não falava, apenas olhava pela janela, absortaimersa em seus pensamentos. Helena olhou para ela, querendo dizer algo, mas hesitou, receosa de interromper seus pensamentos.Quando passaram por um campo, aproveitando a oportunidade, Helena segurou a mão de Maria e disse:- Mariinha, olha, que lindo.Maria levantou o olhar. Todos os campos estavam cobertos de neve, um branco imaculadopuro que se estendia até onde os olhos alcançavam, uma beleza pura e intocada, como se não fosse deste mundo.Vendo Maria a
As cenas do pesadelo voltaram à mente de Maria, que empurrou Viviane e correu escada acima. Viviane amaldiçoou, tentando segui-la, mas Helena rapidamente a segurou:- Mariinha, vá logo!No entanto, quando Maria e Cláudio chegaram à curva da escada, encontraram vovó Diana.- Como está o Eduardo? - Maria perguntou baixinho.Ao terminar a frase, vovó Diana subitamenterapidamente levantou a mão, e Maria instintivamente fechou os olhos.Mas o esperado golpe não veio.Surpresa, ela abriu os olhos e viu Cláudio ligeiramente virado, com uma marca de mão claramente visível em seu rosto bonito.Ela ficou chocada e rapidamente agarrou o braço de Cláudio, perguntando a vovó Diana:- Por que você bateuo nelebateu?Cláudio apertou a mão ao lado do corpo, e sua linha do rosto parecia extremamente fria e dura, mas seu rosto permanecia inexpressivo. Vovó Diana, muito envelhecida, apontava para Cláudio com dedos enrugados, gritando com tristeza e decepção:- Você, cheio de falsidade e mentira, é podre