Maria engoliu em seco, sentindo medo percorrer suas veias. Ela escondeu metade do rosto no peito de Eduardo, apontando para as cortinas que balançavam ao vento.- Foi por ali que ele entrou, tão assustador, tão terrível...Eduardo começava a perder a paciência. Puxou a mulher em direção à janela. Maria se encolheu com medo, mostrando apenas metade do rosto. Ao chegando à beira da janela, Eduardo puxou as cortinas para cima e olhou ao redor, não há nenhum fantasma, não há nada.- Onde está o fantasma? - Ele puxou Maria para fora e apontou para as cortinas brancas, perguntando. - Diga-me onde está o fantasma.Maria mordeu o dedo, andando para lá e para cá atrás das cortinas, com uma expressão perplexa: - Mas cadê o fantasma? Para onde ele foi?Ao ver seus movimentos infantis, Eduardo apenas massageou as têmporas, sem palavras.- Você certamente está tendo um pesadelo. Agora, vá dormir. - Disse ele com paciência, virando-se para sair. No entanto, Maria gritou novamente, agarrando se
- Você está se maquiando no meio da noite, para quem você está se arrumando? Maria ficou surpresa, olhando para ele. - Estou me arrumando para você, é claro. Eduardo olhou para o rosto dela, que parecia um pouco engraçado, sem dizer uma palavra. Maria disse seriamente: - Eu ouvi dizer que os homens gostam de mulheres bonitas. Depois de me maquiar, ficarei bonita, e você vai gostar de mim.Os olhos de Eduardo escureceram um pouco. Ele olhou para os olhos claros dela e perguntou suavemente: - Por que eu deveria gostar de você? Apenas para me manipular?Maria balançou a cabeça: - Eu só espero que você possa gostar de mim.Ela continuou, segurando o rosto dela, agora coberto por uma camada espessa de base, e perguntou cheia de expectativa: - Você acha que estou bonita assim? Olhando para a expressão esperançosa dela, Eduardo mentiu com os olhos abertos: - Bonita.Maria imediatamente sorriu feliz, aproximando ainda mais o rosto exagerado dela: - Então você gosta? Eduardo aperto
Entretanto, ao perceber a expressão dela, irritada e resistente, ele imediatamente se lembrou daquela cena daquele dia. Uma dor na parte do peito onde ela o havia ferido começou a latejar vagamente. De repente, ele torceu os lábios, rindo de maneira autodepreciativa. Afinal, sempre que a desejava, só podia usar a força. Que ridículo e irônico. Ele se levantou abruptamente, colocando as mãos na cintura enquanto olhava pela janela, sentindo-se profundamente angustiado.Maria levantou-se, inclinando a cabeça para olhar para ele. Vendo que ele não se virava por um longo tempo, ela não pôde deixar de puxar a ponta da roupa dele.- Eduardo...- Saia!Assim que gritou com ela, o homem a afastou com repulsa, acompanhado por um rosnado de desgosto. Maria recuou um pouco com o grito dele. Mordendo os lábios, ela abraçou os joelhos e o observou com uma expressão de resignação e obstinação.Eduardo respirou fundo e virou-se para encará-la.- Não faça essa cara como se eu estivesse te trata
Ela ficou atônita por um momento.“O que... O que está acontecendo aqui?”Ela olhou apressadamente ao redor e viu um espelho de corpo inteiro ao lado do guarda-roupa.Ignorando a dor no tornozelo, ela foi rapidamente até o espelho.Ao deparar-se com sua própria imagem no espelho, soltou um grito assustado.“Quem fez isso?Quem transformou o rosto dela assim?”A mulher no espelho estava com uma maquiagem feia e exagerada, ainda mais bagunçada após uma noite de sono.À primeira vista, era mais assustadora do que um fantasma.“Eduardo não a viu assim, né?”Ela mordeu os lábios constrangida e virou-se, indo rapidamente para o banheiro.O banheiro estava bagunçado, o espelho estava quebrado no chão, e os produtos na pia estavam espalhados pelo chão.Depois de procurar no chão, encontrou o limpador facial no canto.Ela rapidamente lavou o rosto várias vezes com o limpador e correu de volta para o espelho do corpo inteiro.Ao olhar para o rosto limpo no espelho, finalmente suspirou aliviada.
- Daqui a alguns dias, vou trazer José e Ana de volta para a Mansão dos Alves.Maria ficou rígida, pausou por um momento antes de dizer suavemente: - Está bem.Essas duas crianças deveriam ter retornado à Mansão dos Alves há muito tempo, mas as lembranças do tempo que passaram juntas a deixavam relutante. Maria respirou fundo, suportando a dor intensa em seus pés, movendo-se lentamente em direção à saída.Eduardo a observou enquanto ela se movia lentamente e de maneira desajeitada, sentindo uma irritação inexplicável. Ele deu uma tragada forte em seu cigarro e disse friamente: - O que foi, está andando tão devagar? Está com pena de ir embora?Um amargor surgiu no coração de Maria. Ela apertou os lábios e acelerou secretamente seus passos, suportando a dor em seus pés, recusando-se a emitir um único gemido. A mulher andando mais rápido só deixou Eduardo mais irritado. Ele desviou o olhar, não a encarando mais.De repente, o som abrupto de pneus freando ecoou no pátio. Eduardo es
- Fica de olho nela, não a deixes enlouquecer com álcool diante de mim no futuro.Maria baixou o olhar, apertando as mãos com firmeza.Uma sensação desconfortável e uma emoção indefinida se espalharam em seu coração, deixando-a sem fôlego.Se ela tivesse qualquer resquício de consciência clara na noite anterior, nunca teria causado problemas para esse homem.Cláudio a olhou com uma expressão complexa, depois virou-se para Eduardo e sorriu levemente: - Está bem.O carro partiu.Eduardo encarou sem expressão o carro até que desaparecesse de sua linha de visão, esmagou o cigarro com força e virou-se para entrar na casa.Dentro do carro.Cláudio segurou o volante com uma mão e puxou a gravata com a outra.Maria o observou de lado.Seus lábios estavam apertados, e havia um toque de cansaço em seu rosto.Maria notou que ele ainda estava usando as mesmas roupas da noite passada e de repente se lembrou do acidente de Isabela.Ela se endireitou rapidamente e perguntou: - A Srta. Isabela está
Claudio desviou o olhar para fora da janela, sentindo-se um tanto oprimido. Movendo os lábios, tentou dizer algo, mas as palavras foram reprimidas pela razão antes mesmo de atingirem sua boca. Ele ligou novamente o carro.- Vou te levar ao hospital.Maria concordou com a cabeça, segurando o cinto de segurança em silêncio. Internamente, ela realmente esperava que o assassino não fosse Eduardo. Não apenas por José e Ana, mesmo que não fossem seus filhos, ela os apreciava profundamente. Não queria que as coisas chegassem a uma conclusão tão drástica com Eduardo, seria cruel demais para aquelas duas crianças.No hospital, Claudio não a levou diretamente para ver Isabela, mas a encaminhou para a clínica ortopédica para examinar o tornozelo. O médico ortopedista era um senhor de idade. Ele apertou o tornozelo inchado de Maria e balançou a cabeça. Claudio franziu a testa imediatamente, perguntando gravemente: - O que aconteceu? É grave?O médico disse:- Não é apenas sério, se não fo
O experiente médico idoso massageava o tornozelo de Maria com sua técnica única, causando-lhe tanta dor que lágrimas quase escapavam de seus olhos. Cláudio, ao lado, observava ansioso, com uma preocupação profunda em seu coração. Embora desejasse pedir ao médico para ser mais delicado, temia que menos pressão não fosse eficaz.Após uma experiência quase torturante, Maria estava suando profusamente devido à dor. O médico explicou: - A ferida em seu tornozelo precisa ser massageada para dispersar o sangue. Quando o inchaço diminuir, preciso verificar se há algum osso machucado por dentro.Ele virou-se para preparar medicamentos.Enquanto Cláudio gentilmente enxugava o suor da testa de Maria com um lenço, expressou sua ansiedade: - Você está bem? Maria assentiu: - Consigo suportar.Cláudio acariciou sua cabeça com compaixão: - Você precisa ser mais cautelosa no futuro, não pode ser tão impulsiva.Maria se sentiu um pouco constrangida. Ele pensou que ela agiu impulsivamente como u