Quando ele fez essa pergunta, praticamente todos olharam na direção dela, exceto Eduardo. Desde aquele dia, Eduardo a considerava completamente uma estranha. Ela sorriu friamente por dentro. Mesmo assim, a dívida de ódio entre eles seria acertada um dia. Ela colocou o garfo lentamente de lado e disse a Reginaldo com uma expressão constrangida: - Desculpe, estava ocupada demais durante o almoço e não tive tempo para comer. Peço desculpas pela minha falta de etiqueta.- Vocês jovens, agem assim sem pensar em sua saúde. Quando ficarem mais velhos, se arrependerão. É importante comer a tempo e descansar regularmente. - Disse Reginaldo,Enquanto Maria assentia, agradecendo a preocupação dele: - Muito obrigada pela sua preocupação, Reginaldo.Esses homens de meia-idade eram diferentes dos outros empresários. Pareciam sérios e falavam como idosos, o que os tornava calorosos e relaxantes. Viviane já estava se sentindo injustiçada, e vendo todos preocupados com Maria, ela estava ficando
- Sim, nunca causamos problemas a ninguém. - Disse Walter, seguindo o mesmo caminho.Viviane estava com o rosto vermelho de constrangimento, rindo de maneira mais amarga do que triste: - Não estou causando problemas, não estou causando problemas ao interpretar esse personagem secundário.Neste momento, seu semblante de estrela internacional e sua arrogância estavam desmoronando.E todas essas humilhações eram, em última análise, por causa daquela mulher.Ela voltou seu olhar repleto de rancor para Maria, com olhos malévolos que pareciam querer despedaçá-la em mil pedaços.Maria ignorou o olhar gélido e assassino, apenas ergueu o copo para Jacarias, dizendo: - Agradeço por me escolher como a protagonista desta peça, Sr. Jacarias. Levanto meu copo para você.Jacarias sorriu e brindou com ela.Ele parecia mais um ancião, sorrindo calorosamente para ela e disse: - Já discuti todos os detalhes deste espetáculo com o Sr. Cláudio. Agora, tudo o que resta é assinar o contrato. Se a Srta. Ma
- Eu não imaginava que a Srta. Maria escrevesse tão bem. Comparado ao Reginaldo, você não fica atrás.Gilberto, curioso: - Srta. Maria, você praticou caligrafia?Maria balançou a cabeça e sorriu levemente: - Segui o exemplo da minha mãe; a caligrafia dela é ainda melhor do que a minha.Jacarias acariciou a caligrafia dela, seus olhos experientes expressando uma emoção incompreensível.Eduardo o observou atentamente, sentindo que os olhos daquele homem lhe eram estranhamente familiares.A presença de Jacarias era notável.Se ele o tivesse encontrado antes, com certeza teria lembrado.No entanto, depois de pensar cuidadosamente por um tempo, não conseguiu se lembrar de onde conhecia Jacarias.Mas aqueles olhos pareciam cada vez mais familiares.Parecia que Jacarias notou o olhar interrogativo de Eduardo. Ele pegou o contrato de Maria e disse sorrindo: - Então, nossa colaboração está selada. Desejo uma parceria bem-sucedida para todos nós.Jacarias disse isso e fez um brinde para todo
- Por causa da sua mãe. - Disse Jacarias.Maria estremeceu, sua voz trêmula de excitação: - Por causa da minha mãe? Você a conhece?Jacarias acenou com a cabeça: - Eu não só conheço sua mãe, éramos bons amigos.- Sério? Mas... Na minha memória, minha mãe mal tinha amigos. Ela só mencionava um nome até o momento de sua morte.Jacarias tremeu levemente a mão que estava em seu joelho. Ele não perguntou quem era essa pessoa, apenas estendeu a mão para tirar dinheiro do bolso.Maria olhava perplexa, sem saber o que ele estava fazendo. Ele abriu sua carteira e retirou uma pequena foto de lá. A foto estava desgastada, como se alguém a pegasse com frequência para se lembrar.Ele entregou a foto a Maria: - Dê uma olhada nisso.Maria pegou a foto, confusa, mas imediatamente reconheceu sua mãe na imagem. Era uma foto dela com um homem. Esse homem não era Jacarias, e ela nunca o tinha visto antes. Ela levantou a mão e acariciou suavemente o rosto sorridente de sua mãe na foto.A mãe na fo
Jacarias balançou a cabeça.- Ele desapareceu tempo depois, ou seja, depois de saber que sua mãe se casou novamente, ele sumiu. Ninguém sabe para onde ele foi. Algumas pessoas afirmam que ele já faleceu. Outros dizem que se escondeu em algum lugar onde ninguém o reconhece. Cláudio também não tem ideia de onde seu pai esteja.Maria apertou os lábios. De fato, Cláudio raramente mencionava seu pai. Provavelmente, desde que seu pai foi enviado para o exterior, eles perderam o contato.- Após Márcio ser enviado para o exterior, eu tive que deixar Cidade C por alguns anos devido a questões familiares. Quando voltei, as coisas já haviam mudado consideravelmente. Como você é filha de um conhecido meu, eu tinha algum interesse em saber sobre você. Quando soube que você havia sido presa, eu acompanhava constantemente sua situação. - Jacarias deu uma tragada no cigarro e continuou a falar. - Por coincidência, na véspera de Ano Novo, eu estava saindo para jantar com amigos e, quando estava volta
Jacarias ficou subitamente em silêncio, fumando de maneira pensativa.Maria percebeu que sua expressão, de repente, ficou séria.Nervosa, ela o encarava sem se mover.Depois de um longo momento, Jacarias finalmente abriu a boca novamente.- No passado, a explicação oficial foi que naquela noite estava muito frio. Enquanto estávamos festejando, ativamos o sistema de aquecimento, mas de repente ocorreu uma falha no equipamento, o que resultou no incêndio. Em outras palavras, aquele incêndio naquela época foi um acidente.- Dessa forma, você não investigou? - Maria sentiu uma certa decepção em seu coração. Ela com certeza não acreditava que o incêndio foi um acidente. Ela se lembrava claramente de ter sido trancada intencionalmente no quarto naquela época. E também se lembrava das pessoas do lado de fora discutindo, insinuando que o incêndio foi causado por Eduardo.Jacarias balançou a cabeça: - Naquela época, a prisão ficou reduzida a destroços e não houve possibilidade de investigaç
- Algumas pessoas são naturalmente insensíveis. Se não é alguém que ele ama, mesmo que tenha o sangue dele, ele pode simplesmente ignorar.Jacarias baixou os olhos e riu levemente: - Suas palavras... Sem problemas.Nos olhos afiados do homem, passou uma pitada de brilho sombrio e autodepreciação.Ele observou silenciosamente a expressão triste de Maria, apenas fumando em silêncio.Após um bom tempo, um cigarro acabou.Ele apagou a ponta do cigarro, levantou-se e disse: - Não fique muito triste com a situação da criança. Afinal, é passado.Passado?Uma dor assim, provavelmente nunca seria superada durante toda a vida.A criança já estava formada, quase pronta para nascer. Ela podia ver claramente o rosto dele, perceber os traços semelhantes aos de Eduardo.A imagem da criança já estava profundamente gravada em seu coração.Por isso, essa dor a acompanharia para sempre.Jacarias a olhou profundamente, não disse nada, apenas virou-se e saiu silenciosamente.A sala ficou finalmente vazi
As palavras de Viviane mal tinham sido ditas, mas ao ouvir a resposta de Eduardo, ela ficou completamente atordoada.- Duba, este lugar é tão isolado. Se você me expulsar do carro, não terei como voltar.- Isso é um problema seu, Fernando!- Está bem, vou tirá-la do carro agora.Fernando riu abafadamente e rapidamente desceu do veículo, abrindo a porta traseira: - Vamos lá, Presidente Alves pediu para você sair. Quem mandou falar tão mal assim.- Feche essa boca. Você é apenas um simples assistente. O que lhe dá o direito de falar assim comigo?Fernando se vangloriou, abrindo as mãos: - Está bem, não falo mais. Mas o Presidente Alves mandou você sair, então saia logo.Viviane estava furiosa e chateada, olhando novamente para Eduardo: - Duba...- Eu vou contar até três. Se não sair, seu nome não será mais ouvido na indústria do entretenimento.Eduardo disse friamente: - Um... Dois...Viviane, com os olhos vermelhos de raiva, abriu a porta do lado oposto e disse: - Eu saio, eu saio,