Capítulo 5 Se tiver coragem, me mate
- Não me bata, não me bata...

As terríveis experiências de apanhar na prisão ressurgiam em sua mente, fazendo-a tremer involuntariamente.

Eduardo franziu a testa, agarrou a gola da camisa dela e a ergueu:

- Maria, o que você está fingindo? Você acha que eu não vou te punir se continuar assim?

- Não sou Maria, você se enganou, eu me chamo Juliana, não sou Maria, não sou...

Maria balançou a cabeça em pânico, seu rosto esquelético parecia ainda mais pálido com o medo, a cicatriz na testa parecia aterrorizante.

Eduardo a encarava, cheio de ódio e rangendo os dentes:

- Maria, você pensa que mudando o nome, a voz, até mesmo a aparência, eu não a reconheceria? Eu te digo, mesmo se você virar cinzas, eu ainda posso te encontrar.

Seus olhos estavam cheios de ódio, assim como cinco anos atrás. A crueldade em sua voz era como se desejasse despedaçá-la em mil pedaços.

Ele realmente a odiava tanto assim, a ponto de não suportar que ela vivesse miseravelmente nem por mais um minuto neste mundo?

Mas, o que ela fez de errado?

Afinal, ela não fez nada de errado. Se ela realmente errou em algo, foi por ter se apaixonado loucamente por ele.

Agora que ela não amava mais, ela só queria lutar para sobreviver, então por que este homem não a deixava em paz?

Naquele momento, ela de repente não quis mais negar, toda a tristeza e ressentimento explodiram.

Ela ganhou coragem para encarar seus olhos frios e odiosos, e riu levemente:

- Eduardo, você está desapontado por eu ainda estar viva?

Eduardo hesitou por um momento, e depois gritou com raiva para ela:

- Claro que estou desapontado, todos pensaram que você estava morta, eu até mesmo... Mas você, nestes cinco anos, tem vivido de maneira tão despreocupada.

Maria estava cheia de ironia. Seu corpo destruído podia falhar a qualquer momento, ele não sabia como ele conseguiu viver despreocupadamente.

Claramente, mesmo depois de cinco anos, um homem cego ainda continuava cego.

- Maria!

O homem gritou subitamente de raiva novamente, uma forte onda de raiva e ódio emanou de seu corpo, como se o fato de ela estar viva nesses cinco anos o estivesse enfurecendo.

Apenas o fato de ela estar viva já o estava enfurecendo tanto.

- Melhor você me dizer a verdade, o que realmente aconteceu no incêndio de cinco anos atrás? E Teresa, onde você a escondeu?

A última pergunta era seu verdadeiro objetivo, não era? A única pessoa que ele sempre se preocupou foi Teresa.

Ela olhou para ele, com olhos obstinados:

- O desaparecimento dela não tem nada a ver comigo.

- Impossível!

Ele não acreditava, nem cinco anos atrás e nem agora.

Nesse caso, ela não tinha mais nada a explicar. Agora, ela só queria sobreviver, não importava o que ele pensasse dela.

Ela o encarou, e então deu uma risada.

- Você realmente quer encontrar Teresa, não é? Se você quer que ela volte para você sem um único arranhão, então me solte.

- Você está me ameaçando?

Eduardo rangeu os dentes, seus olhos transbordavam de maldade.

- Cinco anos atrás, você sequestrou Teresa e feriu gravemente a avó. Desta vez, se eu não ceder à sua ameaça, quem você pretende ferir?

- Não fui eu que machuquei a avó.

Ele poderia difamá-la em qualquer outra coisa, mas ele nunca poderia colocar a culpa dela pelo que aconteceu com a avó.

Ela respeitava muito a avó, sempre a tratava como se fosse sua própria avó. Como ele poderia difamá-la e dizer que ela machucou a avó?

Eduardo rosnou baixinho, seus dentes cerrados:

- Não há nada que uma pessoa como você não possa fazer!

Uma pessoa como ela?

Ele sempre a viu como uma pessoa tão ruim, mesmo depois de cinco anos, isso ainda não mudou.

Ela respirou fundo e disse friamente:

- O que aconteceu com a avó, eu vou provar que não fui eu quem fez isso. Quanto a Teresa, se você quiser que ela viva bem, então me solte.

- Você ousaria machucá-la?

- E se eu machucar? Se você é tão corajoso, me mate.

- Você acha que eu não tenho coragem?

Eduardo rangeu os dentes, com tanta raiva que perdeu a razão. Ele agarrou a gola da camisa dela e a empurrou contra a parede fria.

Ele era surpreendentemente forte, e o corpo de Maria bateu contra a parede. Sua estrutura frágil parecia prestes a se despedaçar.

Seu braço forte pressionava o pescoço dela, sufocando-a.

O sentimento de sufocação causado pela fumaça espessa do incêndio veio à tona novamente. A sensação de desespero e raiva se espalhava em seu coração. Maria olhou para o homem à sua frente, seus olhos vermelhos de raiva, e disse friamente:

- Me mate... Se eu morrer, Teresa também não vai sobreviver!
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