Foi Patricia quem ligou.Patricia morava em um sofisticado apartamento para solteiros.Quando Maria chegou lá, Patricia estava se exibindo com um contrato sobre a mesa.Ao ver aquele contrato, Maria sentiu uma pontada de derrota.Ela tinha assinado esse contrato cinco anos atrás.No incêndio que ocorreu cinco anos atrás, ela havia sido resgatada, mas adquiriu uma doença incurável e tinha várias queimaduras pelo corpo, uma visão horrível.Para sobreviver, ela tinha que tomar medicamentos todos os dias, que eram caros.Ela, no entanto, não conseguia encontrar trabalho devido à sua aparência assustadora e fragilidade após as queimaduras. Ela nem tinha dinheiro para viver.O misterioso homem que a resgatou a apresentou a Patricia para ser sua assistente, com a condição de que ela assinasse esse contrato.Ela não pensou muito nisso na época, tudo que ela queria era sobreviver, então ela assinou o contrato.Só agora ela percebeu o quão estranho era o contrato e se perguntou por que aquele ho
- Tia, meu pai também tem um quadro como esse no quarto dele.O movimento de Maria lavando os vegetais parou abruptamente, seu coração deu um pulo.Aquele quadro era um presente que ela deu a Eduardo quando tinha treze anos, ela nunca imaginou que ele ainda o teria guardado.Provavelmente, ele usava aquela pintura para se lembrar constantemente de seu ódio por ela, não havia outra explicação plausível.- Tia, a comida que você faz cheira tão bem.Quando Maria trouxe a comida que havia preparado, José não pôde deixar de elogiar com admiração.Maria permaneceu em silêncio, o lisonjeamento deliberado do menino a deixou um pouco desconfortável.- Tia, esta é a comida mais deliciosa que já comi.José saboreou a comida com entusiasmo, seu rosto pequeno irradiando satisfação.Maria observou-o fixamente, sentindo-se emocionalmente conflituosa e um pouco perturbada.Se seu filho ainda estivesse vivo, será que ele também gostaria da comida que ela fazia?A escuridão chegou cedo no inverno. Talve
- Quem é?Como era noite, ela não ousou abrir a porta diretamente, mas perguntou em voz baixa.No entanto, ninguém respondeu do lado de fora, mas o som de batidas na porta continuou incessante.Um pouco nervosa, ela ainda se manteve calma e disse:- Se você não falar, eu não vou abrir a porta.O barulho continuou por mais algum tempo e então um rugido contido veio:- Maria!Maria estremeceu.Era a voz de Eduardo, ele realmente não desistiu e veio até ela.Claro, enquanto ela estivesse nesta cidade, ela nunca poderia escapar dele.Mas por que ele viria a esta hora da noite? Ele queria causar problemas para ela ou pegar seu filho de volta?- Abra a porta! Maria, abra a porta!Maria temia tanto ele que não ousava abrir a porta.Ela arrastou uma mesa para bloquear a porta e depois se escondeu debaixo das cobertas, esperando em silêncio, pensando que ele iria embora quando tivesse causado confusão suficiente.Como esperado, logo não houve mais som do lado de fora.Ela esperou um pouco mais,
Os olhos de Maria se arregalaram em choque. Ele realmente iria beijá-la? Ele não a detestava? Voltando à realidade, ela lutou ferozmente para se soltar, mas, no instante seguinte, Eduardo repentinamente caiu imóvel sobre seu ombro. Com esforço, ela conseguiu se acalmar e tentou empurrá-lo:- Eduardo, você...Ao tocar nele, Eduardo caiu flácido no chão. Ele realmente estava bêbado. Uma expressão de escárnio cruzou o rosto de Maria. Ele deveria ter confundido ela com Teresa e, por isso, a beijou, certo?Ela lançou um olhar indiferente ao homem no chão e se voltou para entrar na casa. Com as costas apoiadas na porta fria, um pensamento cruel começou a rondar sua mente. Se Eduardo congelasse até a morte lá fora esta noite, isso seria uma vingança para o filho dela. Além disso, não haveria mais ameaças à sua vida no futuro.Mas... Ela olhou para José, que dormia profundamente na cama, um momento de hesitação passando por seu coração. José e Ana eram crianças boas, perder o pai seria muito
Ela levantou seus olhos surpresos e encontrou-se com um rosto impressionante.Era Rodrigo Lima, o co-protagonista de "Corações Ardentes do Deserto".Rodrigo, cavalheiro, ajudou Maria a levantar-se, franzindo a testa para Patricia:- Lembro-me que você interpreta a mãe da protagonista, certo? Apenas metade do episódio da novela, e que ainda é transmitido à tarde. Por que você está sendo tão dura com sua assistente?Rodrigo também já havia sido um ator muito pequeno, trabalhando com Patricia, então Maria tinha uma lembrança dele.Mas ela nunca havia falado com Rodrigo, e ele a defender agora a pegou totalmente de surpresa.Patricia olhou para Rodrigo de cima a baixo:- Ela é minha assistente, como eu falo com ela é da minha conta. E mais, você é apenas um co-protagonista por acaso, então por que está agindo todo importante aqui?Rodrigo não se envolveu em um bate-boca, apenas olhou para Maria com preocupação:- Você está bem?Maria balançou a cabeça:- Obrigada pela ajuda.- De nada.Rod
Enquanto Maria corria apressadamente para o hospital, José estava sendo reanimado na sala de emergência. O rosto dela empalideceu ligeiramente no momento que ela se sentou desnorteada, numa cadeira. Ele estava perfeitamente bem pela manhã, então por que agora de repente estava na sala de emergência?Helena, ansiosa, disse:- De fato, percebi que a bochecha do menino estava um pouco avermelhada hoje, parecia estar com febre baixa, então fiz questão de fazê-lo beber muita água. Nunca imaginei que ao meio-dia, ele de repente desmaiaria. Isso me assustou. - Ao ver Maria pálida e em silêncio, Helena segurou sua mão e a consolou. - Não se preocupe tanto, eu acho que deve ser apenas uma simples febre.Febre comum que acabava na sala de emergência? A situação de José devia ser séria.Lembrando-se da estranheza de José pela manhã, ela sentiu remorso. Ela fechou os olhos, respirou fundo e se repreendeu:- Eu já tinha percebido algo estranho com ele de manhã. Eu deveria tê-lo trazido mais cedo pa
Maria respirou fundo, rapidamente suprimindo a tristeza em seu coração.- Irmã... - Viviane se aproximou dela, sua voz carregava uma clara reprovação. - Como você está cuidando de José? Você não pode maltratá-lo só porque ele é filho do Eduardo com outra mulher, as crianças são inocentes.- O que você quer dizer com isso? - Helena imediatamente se revoltou. - O que você quer dizer com maltrato? Ninguém poderia prever que a criança fosse ficar doente, e quando o menino adoeceu, Maria também ficou muito preocupada.- Mas, por que é tão coincidência que José adoeceu logo que chegou à sua casa? - Viviane interrogou Maria com o olhar fixo. Maria permaneceu em silêncio, e Viviane continuou. - Você sabe que desde que José nasceu, ele tem uma saúde frágil, seus pulmões não se desenvolveram totalmente, qualquer pequeno problema pode desencadear muitas doenças graves, por isso Eduardo sempre cuidou dele com muita cautela.- O quê? - Maria sentiu seu coração se apertar ao ouvir essas palavras.-
Maria apertou a mão ao lado do corpo, tremendo de raiva.Como ele pôde dizer que foi melhor a criança ter morrido!Aquela era a criança dele, como ele pôde dizer algo assim...Eduardo inclinou a cabeça ligeiramente, uma marca de palma gradualmente apareceu em seu belo rosto.- Você quer morrer! - Ele rosnou sombrio, segurando o pescoço dela repentinamente e a empurrando contra a parede fria.- Maria!- Irmã!Helena e Viviane correram para tentar intervir, mas foram afastadas por Eduardo.Ele olhou fixamente para o rosto de Maria, que estava vermelho e feio, e zombou:- Você acha que se mostrar cuidadosa e amorosa com a criança agora, eu vou acreditar em você? Se você ama essa criança, então vá morrer com ela. Por que você ainda está viva?Maria estava tão magoada que quase sufocou.Sim, por que ela ainda estava viva?Quando viu o corpo da criança, ela sentiu que deveria ter morrido junto com aquele pequeno ser. Por que ela ainda estava viva, sofrendo tanto?Uma onda de tristeza surgiu