- Não me bata, não me bata...As terríveis experiências de apanhar na prisão ressurgiam em sua mente, fazendo-a tremer involuntariamente.Eduardo franziu a testa, agarrou a gola da camisa dela e a ergueu:- Maria, o que você está fingindo? Você acha que eu não vou te punir se continuar assim?- Não sou Maria, você se enganou, eu me chamo Juliana, não sou Maria, não sou...Maria balançou a cabeça em pânico, seu rosto esquelético parecia ainda mais pálido com o medo, a cicatriz na testa parecia aterrorizante.Eduardo a encarava, cheio de ódio e rangendo os dentes:- Maria, você pensa que mudando o nome, a voz, até mesmo a aparência, eu não a reconheceria? Eu te digo, mesmo se você virar cinzas, eu ainda posso te encontrar.Seus olhos estavam cheios de ódio, assim como cinco anos atrás. A crueldade em sua voz era como se desejasse despedaçá-la em mil pedaços.Ele realmente a odiava tanto assim, a ponto de não suportar que ela vivesse miseravelmente nem por mais um minuto neste mundo?Mas,
Observando seu rosto roxo, Eduardo parecia voltar à realidade e soltou sua mão de repente. Assim que inalou o ar fresco, Maria começou a tossir violentamente. Seu corpo frágil deslizou lentamente para o chão ao longo da parede.Por causa da tosse, ela tremia violentamente. Sob o olhar condescendente de Eduardo, ela parecia um gafanhoto lutando para sobreviver. - Fique tranquila, eu não vou te matar... Mas, vou fazer você desejar estar morta.Maria acabou sendo trancada por Eduardo no sótão.Desesperada, ela começou a bater na porta trancada e a gritar:- Eduardo, me deixe sair! O que lhe dá o direito de me prender? Cinco anos atrás, eu já havia devolvido sua vida, e agora, o que lhe dá o direito de me prender de novo? Me deixe sair! Me deixe sair...- Tudo que aconteceu há cinco anos foi culpa sua.A voz fria e indiferente de Eduardo ecoou por trás da porta. - A avó ainda não acordou, Teresa ainda não foi encontrada. Você realmente acha que se livrou de seus pecados? Enquanto você vi
- Se você é tão valente, me mate!Ela detestava essa sensação de confinamento, como estar em uma prisão, que apenas a deixava sentir sufocada e desesperada.Eduardo a olhou friamente, de repente se levantou e levantou seu tornozelo ferido, então tirou um frasco de medicamentos do bolso.Percebendo o que ele queria fazer, Maria retirou o pé com força e ironizou:- Não finja ser tão compassivo.- Maria!Eduardo pronunciou seu nome entre dentes, veias pulsantes na testa de raiva.Maria olhou-o ironicamente:- Você tem medo que eu morra de dor, e não terá a chance de me torturar mais, não é? Pois então, não vou fazer o que você quer.- Muito bem! Ótimo!Eduardo sorriu sarcasticamente e, de repente, jogou o frasco de medicamento nela:- Você quer morrer? Então morra!A porta foi novamente fechada com força. Maria olhou para a bagunça no chão, sentindo-se irônica e triste.Se ele a odiava tanto, então deixe-a se autodestruir. Esse fingimento era realmente ridículo!...Noite.Maria chutava a
A moça parecia um pouco com a mulher na foto que estava na carteira do papai. “Será que ela é minha mãe?”, O pequeno estava pensando, animado ao ponto de correr para Maria.Maria, surpresa, encarou-os:- Quem são vocês? Por que estão aqui?Por que ela não se lembrava de crianças na mansão da família Alves?- Tia, você sabe quem é minha mãe? Onde ela está?Maria piscou, sem entender, e disse:- Eu não sei quem é sua mãe. Também não sei quem é o pai de vocês. Mas, por que vocês estão aqui? Quem os trouxe?A luz nos olhos de José escureceu. Ana disse:- Esta é nossa casa, tia. Por que o papai te trancou aqui?Ao ouvir isso, Maria estremeceu profundamente. Pai? O pai deles era Eduardo?! Eduardo tinha filhos? Já tão crescidos? E ainda por cima, dois? Ela se esforçou para conter o choque e perguntou com a voz trêmula:- O pai de vocês... é Eduardo?- Sim.Ana assentiu.Maria cambaleou para trás. Então aquele homem já tinha filhos. Por que seu filho teve que morrer, enquanto os filhos dele co
- Maria!Eduardo rosnou esse nome entre dentes cerrados.Ele realmente queria estrangular essa mulher malévola que ousava sequestrar seu filho para escapar!Sua mão ao lado estava apertada em punho, as veias do dorso da mão sobressaindo, seu rosto parecendo demoníaco.Maria olhou para ele, cheio de ameaças e raiva, e sorriu com frieza.Ele devia odiá-la ainda mais agora.Não importava.Ela apertou a faca de frutas em sua mão, olhou nos olhos frios de Eduardo e disse em voz baixa:- Deixe-me ir!Com ele, estava Viviane.Depois de cinco anos, Viviane ficou ainda mais bonita, vestida de maneira moderna e com maquiagem sofisticada, parecendo muito uma estrela do cinema.Quando Viviane a viu, claramente parou por um momento, então uma mistura de surpresa e alegria apareceu em seu rosto.- Irmã, você realmente está viva!Maria a ignorou, apenas olhando fixamente para Eduardo.Hoje, ela tinha que sair daqui!Afinal, alguém astuto como Eduardo descobriria rapidamente que José a ajudou a escapa
Eduardo olhou para ela com a testa franzida:- O que você quer dizer?Viviane disse:- Ouvi dizer que Patricia e Maria têm um contrato especial.- Contrato especial?- Sim, ela não era assistente de Patricia?Eduardo olhou para ela, esperando que ela continuasse.- Se Patricia demitir Maria por vontade própria, ela terá que pagar a Maria uma multa gigantesca por quebra de contrato. Claro, se Maria renunciar por vontade própria, também terá que pagar uma quantia substancial a Patricia. Com esse contrato, Maria certamente retornará para ser assistente de Patricia, e você poderá facilmente encontrar sua irmã.- Quem redigiu o contrato?Quem redigiria um contrato tão injusto, que praticamente amarrava as duas juntas? E Patricia e aquela mulher realmente assinaram. Como uma artista, ela definitivamente não deixaria um advogado elaborar tal contrato.Mas Maria também não tinha a capacidade de elaborar tal contrato, então de onde ele veio?Viviane balançou a cabeça:- Não sei quem elaborou, p
Foi Patricia quem ligou.Patricia morava em um sofisticado apartamento para solteiros.Quando Maria chegou lá, Patricia estava se exibindo com um contrato sobre a mesa.Ao ver aquele contrato, Maria sentiu uma pontada de derrota.Ela tinha assinado esse contrato cinco anos atrás.No incêndio que ocorreu cinco anos atrás, ela havia sido resgatada, mas adquiriu uma doença incurável e tinha várias queimaduras pelo corpo, uma visão horrível.Para sobreviver, ela tinha que tomar medicamentos todos os dias, que eram caros.Ela, no entanto, não conseguia encontrar trabalho devido à sua aparência assustadora e fragilidade após as queimaduras. Ela nem tinha dinheiro para viver.O misterioso homem que a resgatou a apresentou a Patricia para ser sua assistente, com a condição de que ela assinasse esse contrato.Ela não pensou muito nisso na época, tudo que ela queria era sobreviver, então ela assinou o contrato.Só agora ela percebeu o quão estranho era o contrato e se perguntou por que aquele ho
- Tia, meu pai também tem um quadro como esse no quarto dele.O movimento de Maria lavando os vegetais parou abruptamente, seu coração deu um pulo.Aquele quadro era um presente que ela deu a Eduardo quando tinha treze anos, ela nunca imaginou que ele ainda o teria guardado.Provavelmente, ele usava aquela pintura para se lembrar constantemente de seu ódio por ela, não havia outra explicação plausível.- Tia, a comida que você faz cheira tão bem.Quando Maria trouxe a comida que havia preparado, José não pôde deixar de elogiar com admiração.Maria permaneceu em silêncio, o lisonjeamento deliberado do menino a deixou um pouco desconfortável.- Tia, esta é a comida mais deliciosa que já comi.José saboreou a comida com entusiasmo, seu rosto pequeno irradiando satisfação.Maria observou-o fixamente, sentindo-se emocionalmente conflituosa e um pouco perturbada.Se seu filho ainda estivesse vivo, será que ele também gostaria da comida que ela fazia?A escuridão chegou cedo no inverno. Talve