Mais uma vez, aquele olhar profundo. Ele lembrava muito Eduardo naquele momento.Maria sentiu seu coração dar um pequeno pulo e riu, perguntando com surpresa: - O que foi? A tia disse algo errado?Pedro balançou a cabeça e sorriu: - Eu gosto muito da tia, por isso, estou feliz em cozinhar para a tia.O coração dela se encheu de emoção com aquelas palavras. Ela acariciou carinhosamente o rosto de Pedro.De acordo com Cláudio, ele havia adotado a criança. Mas como os pais biológicos poderiam abandonar uma criança tão adorável e inteligente como ele?Se aquele garoto fosse seu filho, ela acordaria todas as manhãs com um sorriso no rosto.Ela o abraçou e disse: - A tia também gosta muito de você. Fique tranquilo aqui com a tia nos próximos dias. Quando seu pai e mãe voltarem, a tia o levará de volta, certo?Pedro concordou obedientemente. Por fim, ele perguntou um pouco tímido:- Depois que eu voltar para casa, posso vir brincar com aqui de novo?- Claro que pode, querido. A tia sempre
As mãos de Maria ficaram subitamente tensas. Ela sorriu com melancolia:- A tia também tinha uma criança, mas... Ele não está mais aqui.- Você sente saudades dele? - Indagou.- Sinto, claro que sinto. Sonho com ele o tempo todo. Desejaria tanto que ele estivesse aqui. Ele teria a mesma idade que vocês, ele também nasceu na véspera de Ano Novo daquele ano.Ela sempre sorria para as crianças, mas seu coração doía profundamente.Pedro apertou seu braço e disse com sabedoria: - Tia, não fique triste. Se sentir saudades dele, pode me tratar como se eu fosse ele.Maria olhou surpresa para ele, quase não acreditando que aquelas palavras vinham de uma criança de cinco anos. Mas a douçura e a sensatez de Pedro a comoveram. Ela o abraçou com carinho: - Está bem, se você quiser, pode ser o filho da tia.Pedro se jogou em seus braços, com um sorriso satisfeito no rosto. Ele percebeu que sua mãe realmente sentia falta dele e dos irmãos, embora pensasse que eles não estavam mais por ali. Sua
Fernando respondeu com respeito, segurando os documentos enquanto observava atentamente Eduardo, temendo dizer algo inadequado.O chefe não atendeu o telefone propositalmente. Contudo, sua expressão claramente indicava irritação, como se outra pessoa tivesse recusado a chamada em seu lugar.Especialmente após o telefone permanecer em silêncio, seu rosto se tornou ainda mais sombrio e austero. Fernando estava verdadeiramente desconfortável com aquela situação.Antes da ligação, o Presidente Alves agia de forma normal, discutindo assuntos da empresa com ele. Mas, de forma inesperada, assim que a ligação chegou, o semblante dele mudou. Fernando não conseguia entender o que estava acontecendo com o Presidente Alves ultimamente.Antes, sempre que sua esposa ligava, ele ficava de bom humor e, em momentos mais felizes, até lhe concedia alguns favores. No entanto, daquela vez, foi completamente o oposto.Fernando tinha esperanças quando viu que era uma ligação da esposa, imaginando que o
- Fábio, não tenho mais cenas para você, será que poderia me dar uma mão?Maria folheou sua lista de contatos, mas não encontrou ninguém de confiança para buscar as crianças. No fim das contas, precisou recorrer a Fábio. Ele era uma pessoa de temperamento excelente e sempre disposto a ajudar os outros.Ele respondeu prontamente: - Claro, do que se trata?- Bom, é o seguinte: uma amiga minha deixou três crianças comigo ontem. Tenho algumas cenas para filmar em seguida, e essas três crianças ainda estão na escola, esperando que eu as busque. Então, estava pensando se você poderia pegá-las para mim e trazê-las aqui.- Claro, em que escola elas estudam? - Fábio concordou de bom grado.Maria pegou o telefone para passar o nome da escola e o endereço.Mas, de repente, o telefone começou a tocar.Maria franziu o cenho, hesitou por alguns segundos antes de finalmente atender a ligação.- O que você quer?A voz do homem era indiferente e fria, criando um clima desagradável.Maria suspirou e
Eduardo ponderou por alguns instantes antes de balançar a cabeça: - Não, obrigado.Fernando sentiu um alívio intenso, quase derramando lágrimas de alegria. Nos últimos dias, o Presidente Alves estava trabalhando incansavelmente na empresa, realizando horas extras até às onze ou doze da noite e, por fim, dormindo no próprio local de trabalho. Isso o forçou a passar vários dias morando na empresa também. Se o Presidente Alves continuasse trabalhando tão arduamente, Fernando provavelmente enlouqueceria antes dele.Enquanto isso, Fábio lançou um olhar expectante a Maria: - Maria, você ainda precisa que eu busque as crianças?Ela balançou a cabeça em negação: - Não, o pai das crianças vai buscá-las. Mas, de qualquer forma, sou muito grata a você.Os olhos de Fábio se entristeceram um pouco, mas ele sorriu calorosamente: - Não há problema. Se precisar de ajuda no futuro, basta me dizer.- Sr. Fábio, você é realmente uma pessoa maravilhosa.Nesse momento, uma risada sarcástica e afiada
Viviane soltou uma risada sarcástica e provocadora: - O que é isso, Sr. Fábio querendo fazer uma boa ação e você tentando impedi-lo? Quem você acha que é para mandar nele assim? A namorada dele?Maria abaixou o olhar, esboçando um sorriso discreto, e respondeu tranquilamente: - Fábio é uma das maiores estrelas do momento. Por que ele se preocuparia em ajudar uma assistente até o carro? E se os repórteres o flagrassem fazendo isso, poderiam inventar todo tipo de histórias. Ou será que vocês estão planejando tudo isso de propósito, na esperança de se aproveitar do status dele?Viviane riu como se tivesse ouvido a piada mais engraçada do mundo: - Você está brincando, né? Mesmo que ele grande estrela, eu sou uma superstar internacional. Eu não preciso dele para subir na vida.- Você pode não precisar, mas isso não significa que sua assistente não esteja pensando assim. Olhe para ela, com pernas tão saudáveis, não parece que torceu o pé, não é?Maia ouviu isso e ficou furiosa, seus olhos
Maria riu de forma gélida: - É mesmo? Então, vamos esperar ansiosamente!Depois que Viviane se afastou, o sorriso frio no rosto de Maria desapareceu instantaneamente. Fábio se desculpou:- Desculpe, eu... Eu realmente não sabia o que fazer. Quase caímos na armadilha delas.- Não se preocupe, Viviane é astuta. É normal não saber como lidar com ela. Mas daqui para frente, se você não quiser fazer algo, simplesmente recuse. Não tenha medo de desapontá-las.Fábio assentiu com determinação.Depois de um momento, ele olhou nos olhos frios e profundos de Maria, hesitou e disse: - A propósito... O que Viviane disse agora, você não deve levar a sério.Maria o olhou sem entender. Fábio ficou com as orelhas vermelhas:- Quero dizer... As coisas que ela disse sobre eu gostar de você...- Certo, entendi... - Maria riu de repente. - Fique tranquilo, eu não vou levar isso a sério. Qualquer pessoa pode ver que você me trata com o mesmo respeito que trata uma irmã. Elas estão apenas falando bobagens.
Eduardo baixou os olhos, encarando o telefone que permanecia em silêncio, e uma preocupação tomou conta de seu semblante.Ele havia tentado ligar para aquela mulher várias vezes, mas ela não atendia suas ligações. Ninguém sabia se ela ainda estava no set de filmagens.O som da chuva lá fora aumentava, e sua inquietação crescia a cada momento.Ana correu até ele e perguntou: - Papai, podemos ir procurar a tia?- Sim, papai, lá fora está tão escuro, e a chuva está forte demais. Estamos realmente preocupados com a tia. - José também expressou sua preocupação.Enquanto isso, Pedro observava a situação com calma, parecendo um pequeno adulto.Eduardo olhou para o relógio, já eram quase nove horas.Ele ponderou por um momento e disse: - Vou preparar algo para vocês comerem primeiro. Se ela ainda não tiver voltado até às nove, então iremos procurá-la.As crianças concordaram unanimemente.No set de filmagens.O diretor gritou "Corta" mais uma vez, e o coração de Maria deu um salto.Felizmen