Ficamos todos uns ao lado dos outros, formando um grande círculo. Enquanto os vermes nos encaravam com fome, e malícia. -- é melhor irem embora, ou todos vão morrer. -- Julian esbravejou segurando minha mão. -- tem certeza... De que... Somos nós? -- um deles questionou lambendo os lábios, Mary se pôs ao lado de Camila. -- seja lá o que vocês queriam com isso, não vai dar em nada. -- nosso mestre... -- eu franzi o cenho e apertei a mão dele de volta. -- O QUE QUEREM MALDITOS? -- eles começaram a rir entre si, Julian lançou um olhar de aviso para Eris. Que rapidamente, saltou contra um dos vermes. Arrancando sua cabeça fora, com apenas um golpe. Meu coração acelerou, e logo tive uma leve pontada em minha cabeça. Os outros nada fizeram, apenas riram. Como se... Se estivessem esperando alguém. Olhei para Julian nervosa, e ele pareceu ter o mesmo pensamento que eu. Mas nada pudemos fazer, quando a Corva saltou em nossa direção. Ela jogou Camila longe, Mary lhe deu um golpe mas ela p
Corri, corri o mais rápido que podia. Eu se quer sabia como havia chegado naquela floresta. Só lembro de ver Eris correr para cima de Julian, e me dar um tempo para fugir. Mary e Camila haviam vindo em meu encalço, mas aparentemente elas estavam lutando contra ele. Eu não acreditava, não podia acreditar que ele havia perdido suas lembranças. Ele... Ele havia me esquecido? Eu não queria acreditar nisso. Hector era um maldito, ele só estava fazendo isso para me despedaçar, para me destruir. Meus pés já estavam começando a doer, quando senti o impacto de seu corpo contra o meu. Ele me jogou contra uma árvore, Rapidamente eu tentei me recompor, não poderia fazer nada no chão. Ele estava do outro lado, seu olhar estava vazio. Ele parecia confuso, não sabia o que estava fazendo. Se quer sabia onde estava. -- Julian você não quer fazer isso. -- você não me conhece. -- novamente ele saltou em minha direção, suas garras estavam enormes. Eu desviei, mas ele quase me atingiu. Ele estava tenta
Fiquei ao lado de Julian durante toda aquela noite, até que enfim, após algum tempo, ele abriu os olhos.Eu me empertiguei aonde estava, e logo me aproximei. Ele ergueu o rosto ainda meio atordoado e me fitou. -- Julian, sou eu, Ravena. -- mas nada em seus olhos me mostraram que ele me reconheceu. Ele apenas moveu os braços desesperadamente, tentando se soltar das correntes. Eu cruzei os braços o encarando com pesar. -- você não vai se soltar. -- quer apostar? -- eu ergui uma sobrancelha. -- você não se lembra mesmo de mim? -- que tal você se aproximar um pouco mais, aí eu te respondo. -- ele sorriu de forma grutal, eu engoli em seco. Mas não me deixei abalar. Fui até a porta da tenda, e logo chamei nossos amigos. Eris, Mary, Elucia e Adam adentram. Eu me empertiguei ao lado de Eris, que logo se aproximou. -- irmão, lembra de mim? -- Eris. -- ele sussurrou, eu senti o coração acelerado. Eris sorriu. -- sim, sou eu. -- você nem deveria estar aqui moleque. -- eu franzi o ce
Eu já estava exausta de tudo isso. Julian se recusava a lembrar de mim. Parecia que aos poucos, ele lembrava de todos. Até mesmo de Camila, mas... não lembrava de mim. Aquilo me deixou furiosa, eu estava começando a sentir raiva dele. Para me afastar um pouco e pensar melhor. Eu fui lutar um pouco, socar alguma coisa. Eu estava treinando como usar uma espada, quando Adam surgiu. Segurando a ponta dela. -- cuidado, vai machucar alguém. -- talvez seja essa a intenção. -- ele sorriu. -- quer companhia? -- vim aqui para ficar sozinha. -- é sempre melhor bater em algo que se mexe. -- eu o encarei. -- mas a questão é que você fala demais. -- também é bom bater em algo que faz barulho. -- dei de ombro e joguei a espada no chão. -- ótimo, vamos lá. -- ele sorriu e logo entrou no meu ringue improvisado. Sem demora começamos a nos mover um de cada lado do ringue, e logo eu avancei contra ele. Desferindo um golpe contra seu rosto, mas ele segurou a minha mão. E logo eu usei minha pern
Julian continuava a se recusando a cooperar, mas sua memória estava voltando aos poucos. Ele já sabia quem realmente era Eris em sua vida. E já não tratava Mary tão mal quanto antes. Apenas eu era a grande lacuna em sua memória. Ele estava se alimentando muito pouco, apenas o suficiente para sobreviver. Eu me sentia terrível por vê-lo tão fraco e debilitado, mas aquilo era necessário. Naquela tarde eu entrei na tenda trazendo dois baldes de água, uma esponja e toalhas. Ele ergueu o rosto para mim confuso, ao me ver ali. -- por quê não veio me visitar ontem? Já está desistindo? -- disse com um sorriso irônico. -- não, eu apenas precisava de um tempo. -- logo peguei uma cadeira e a pus de frente para ele, ao lado das esponjas. Sem demora eu sentei, e logo tirei sua camiseta suja. Enchi a esponja de água, e molhei sua cabeça. Ele cuspiu um pouco de água longe, o que me fez sorrir. -- acha isso engraçado? -- um pouco, na verdade. -- ele não sorriu, mas não estava tão sério quan
Ela correu com imensa velocidade, eu mal senti meu corpo. Quando passamos pelos portões do castelo, e adentramos. Sem que me desse conta, eu já estava no salão principal. Haviam tochas iluminando aquele lugar terrível, haviam também algumas pessoas jogadas no chão. Seus pescoços ainda sangrando. Tive que conter uma imensa vontade de vomitar. A Corva ficou me encarando, havia algo em seu olhar. Eu não sabia o que era. -- querida, você a trouxe. -- Hector adentrou no salão, ele vestia um traje em seda cor de ouro. A Corva se empertigou ao meu lado, e logo andou até ele. Eu continuei olhando ao redor, procurando algo que pudesse usar para me defender. -- eu não quero saber, saía. -- ela parecia ter falado algo para ele, sem demora ela assentiu e nos deixou. Seu olhar gélido, se voltou para mim. -- querida, é tão bom tê-la aqui comigo. -- eu nada disse. -- me perdoe a sujeira, meus filhos... Fizeram uma festinha, crianças mimadas sabe? -- eu apenas engoli em seco, ele começou a
*Julian Meu corpo estava tenso, tudo estava escuro. Minha cabeça doía fortemente, como se algo estivesse me puxando. -- ABRA OS OLHOS! -- ouvi uma voz masculina familiar, eu o conhecia. Ele estava bravo, talvez furioso. -- ABRA OS OLHOS SEU DESGRAÇADO! -- era Eris, eu sabia. Senti meu corpo dando um forte solavanco, e então meus olhos se abriram. Ele estava sobre mim, sacudindo meu corpo com raiva. -- ONDE ELA ESTÁ? -- ele me deu um soco, eu cuspi sangue. Tentei o afastar, mas ele era muito mais forte. E eu não me alimentava direito há dias. -- CADÊ ELA JULIAN? -- eu... Eu não sei. -- meu coração se apertou no peito, e eu nem sabia porquê. Ela havia me beijado, eu senti seus lábios contra os meus. Por um momento eu lembro de sentir algo, talvez um vislumbre, mas sumiu no momento que aquela pessoa quebrou meu pescoço. -- o que você fez com ela? -- ele me deu outro soco, rapidamente eu usei o resto da força que tinha e o joguei longe. Chutando-o. Ele se recompôs em instantes, e
*Julian Voltei até a aldeia segurando o corpo inerte da Corva. Mas o que vi, não foi animador. A aldeia inteira estava em chamas, haviam corpos demais pelo chão. Pessoas chorando, outras ainda agonizando. E haviam poucos vermes vivos. Mary estava do outro lado da aldeia, consolando uma irmã que havia perdido alguém. Eu me aproximei. Ela me fitou de imediato. -- ainda está desmemoriado? -- as memórias ainda estão voltando, lentamente... De forma confusa. -- ela assentiu. -- e ela? -- tenho que a interrogar. -- vou gostar de fazer isso também. -- disse friamente. Após alguns minutos, Henry se pôs no meio da aldeia. -- amigos, sei que não gostarão de ouvir isso, mas nós temos que sair daqui! A aldeia está comprometida, e provavelmente mais vermes virão em nossa direção. Estamos fracos e não temos como lutar, temos que ir embora. -- todos se entreolharam, alguns ainda seguravam seus feridos nos braços. -- como iremos sair daqui assim? -- uma mulher furiosa questionou. -- temos