*CamilaEu detestei a ideia de dançar com aquele lobisomem. Eu não gostava dele, não sabia bem o porquê, mas sentia algo estranho da parte dele. E estar dançando com ele daquela forma tão próxima, era demais para mim. Olhei mais ao redor e avistei Mary e Eris dançando, eu engoli em seco. Eu não gostava daquilo, detestava na verdade. Não me parecia certo, e eu era uma egoísta covarde por pensar assim. Ele virou a cabeça para o lado, e pareceu encontrar aonde meus pensamentos estavam. -- está assim por causa de Eris ou por causa de Mary? - Eu olhei para ele furiosa, sentindo as bochechas queimando. -- ah... Deve ser Eris. -- me senti ainda mais estúpida, será que eu não conseguia nem mesmo disfarçar? -- se eu fosse você desistiria presinhas. -- não me chame assim! Me chamo Camila. -- olhei intensamente para ele, um sorriso sarcástico tomou seus lábios. -- pensei que tínhamos intimidade o suficiente. -- pensou errado. -- ora por quê está brava comigo? Se quer me deixou lhe most
Estava deitada em uma cama, no canto da tenda. Mas não era a tenda de Camila, não a tenda que eu já estava dormindo há duas semanas. Era a minha antiga tenda, aquela que eu dividia com Julian. Eu não sabia ao certo como havia ido parar ali, imaginava que ele havia me carregado. Olhei ao redor, ele não estava comigo. Lentamente eu me debrucei sobre a cama, e peguei uma calça que havia ali. Vesti de imediato, e pus uma camiseta verde em seguida. Sem demora sentei na cama, e comecei a calçar as botas. Quando Julian adentrou, ele usava apenas uma calça preta. E trazia consigo uma bandeja de café de manhã. Havia três torradas, e o que parecia ser leite. Ele pegou uma cadeira e se aproximou, colocando a bandeja ali, sem desviar os olhos de mim. -- para quê tudo isso? -- você não jantou ontem a noite, precisa comer. -- eu sorri levemente pegando uma torrada. Enfim, ele desviou o olhar de mim, e se agachou. Pegando minhas botas, e colocando-as em meus pés. -- senti saudades. -- eu engol
Eu não chamaria aquilo que estava acontecendo de adaptação. Julian mal conseguia ficar perto do meu sangue, sem enlouquecer e tentar atacar todos ao redor.Nossa primeira tentativa, talvez tenha sido a pior de todas. Assim que meu sangue tocou o chão, Julian quase arrancou as correntes da parede para vir até mim. Fora necessária a intervenção urgente de Eris e Mary. E mesmo quando recobrou a consciência horas depois, eu não chamaria aquilo de vitória. Ele se recusou a ficar próximo de mim, e tudo entre nós ficou estranho novamente. Mas isso durou pouco, pois eu me recusei a deixar as coisas tão erradas entre nós novamente. E mesmo que ele quisesse desistir de continuar, eu não deixei. Eu não iria a fazer aquilo. E assim continuamos, sem que nos déssemos conta, semanas se passaram. E por algum motivo, aquela dor de cabeça persistente Inha e vinha dentro de mim. Como se me chamasse, eu já estava estressada. E furiosa com tudo isso, se quer parecíamos ter progresso. Todos já estavam e
Os outros não ficaram nada felizes quando souberam o que eu havia feito. Principalmente Mary, que para minha surpresa, havia me seguido naquela noite para manter minha segurança. Ela ficou furiosa comigo, e não parou de esbravejar depois que Julian se afastou de mim. Ele também parecia tenso, mas ver que seu corpo já não se descontrolava ao sentir o cheiro do meu sangue, ou minha aproximação, me deixava feliz pelo futuro que teríamos. Mas não paramos os testes naquela única noite. os outros fizeram questão de tentarmos novamente. E assim fizemos, fora difícil para ele. Seu corpo ainda estava se adaptando, mas ele conseguiu. E assim se seguiu por vários dias, eu nem mesmo acreditava que havia feito aquilo. Que ele já não tentava me matar todas aquelas vezes. Naquela noite em específico, ele estava na banheira. Seu corpo estava relaxado, seus olhos fechados e sua respiração lenta. Eu adentrei vagarosamente, logo seus olhos se abriram e ele me fitou. -- não queria atrapalhar. -- voc
*MaryMinha mãe sempre foi uma mulher muito reservada, e na grande maioria das vezes procurou me manter longe dos assuntos que ela achava que eu não entenderia, ou que não eram de minha conta. Mas isso havia mudado desde a morte de meu pai e meu irmão, afinal... Eu era sua sucessora. Mas recentemente as coisas pareciam estar diferentes, ela parecia tensa demais a maior parte do tempo. Como se estivesse escondendo algo de mim. Naquela noite voltei para nossa tenda, ela estava sentada na mesa olhando um mapa. Seus cachorros estavam presos em uma única trança, ela vestia um leve vestido vermelho. -- mãe, tudo bem? -- Mary, sim querida... Tudo bem. -- eu me aproximei da mesa, era um mapa de todos os reinos próximos e distantes. -- para que está vendo isso? -- temos que estar preparadas filha, saber a localização. -- localização de que mãe? -- de onde Hector quer atacar primeiro. -- eu me empertiguei. -- e como sabem aonde ele quer atacar primeiro? -- temos uma certa noção, pelo
*Mary Fiquei imóvel ao sentir a aproximação de Eris, meu corpo todo se enrijeceu. O sangue que saia de minha perna, se misturava a água. Ele fechou os olhos, como se sentisse o cheiro metálico de sangue. Eu me empertiguei, seu corpo estava perto demais. -- Eris eu imploro, acorde. -- seus olhos se reabriram, estavam completamente vermelhos. Ele estava pronto para me atacar. -- seu sangue... Tem um cheiro excitante. -- sussurrou entre dentes. Suas presas já estavam saltando de seus lábios, eu sabia que precisava fazer algo. Eu podia usar meu poder, jogá-lo do outro lado do rio. Ele se aproximou com velocidade anormal, e me prendeu contra si. Nossos corpos se chocaram, a água ao nosso redor espirrou para todos os lados. Eu arfei nervosa. Nossos corpos estavam próximos demais, e não haviam roupas ali. Eu bati em seu peito tentando o afastar, mas ele não o fez. Segurou meus braços junto de meu corpo, me impedindo de me mover. -- ERIS, QUE MERDA ACORDE! -- me debati em seus braços
Assim que levantei da cama, logo tratei de sair da tenda. Julian ainda tentou me puxar para que ficássemos mais um tempo, mas eu apenas saí. Fazendo-o esbravejar. Logo avistei meus amigos próximos às árvores, e sem demora notei que algo parecia estranho. -- aconteceu algo? -- Mary ergueu o rosto me fitando. -- nada importante. -- encarei Camila, que estava sentada na mesa do outro lado, ela lançava olhares rápidos a Eris. Que também parecia tenso demais. -- não é bem o que parece. -- nem tudo é o que parece não é? -- Mary disse ríspida, enquanto saía. Me empertiguei e sem demora me aproximei de Eris. -- o que aconteceu? -- nada aconteceu Ravena. -- Eris, me conte. -- que tal você esquecer isso? -- e logo ele passou por mim bufando furioso, se afastando sem mais explicações. Pus as mãos nos quadris e sentei ao lado de Camila. -- eles se beijaram. -- a encarei sobressaltada. -- quer dizer, eu acho que foi só um beijo. -- você viu? -- os dois estavam juntos no riacho ontem,
Ficamos todos uns ao lado dos outros, formando um grande círculo. Enquanto os vermes nos encaravam com fome, e malícia. -- é melhor irem embora, ou todos vão morrer. -- Julian esbravejou segurando minha mão. -- tem certeza... De que... Somos nós? -- um deles questionou lambendo os lábios, Mary se pôs ao lado de Camila. -- seja lá o que vocês queriam com isso, não vai dar em nada. -- nosso mestre... -- eu franzi o cenho e apertei a mão dele de volta. -- O QUE QUEREM MALDITOS? -- eles começaram a rir entre si, Julian lançou um olhar de aviso para Eris. Que rapidamente, saltou contra um dos vermes. Arrancando sua cabeça fora, com apenas um golpe. Meu coração acelerou, e logo tive uma leve pontada em minha cabeça. Os outros nada fizeram, apenas riram. Como se... Se estivessem esperando alguém. Olhei para Julian nervosa, e ele pareceu ter o mesmo pensamento que eu. Mas nada pudemos fazer, quando a Corva saltou em nossa direção. Ela jogou Camila longe, Mary lhe deu um golpe mas ela p