Eu não chamaria aquilo que estava acontecendo de adaptação. Julian mal conseguia ficar perto do meu sangue, sem enlouquecer e tentar atacar todos ao redor.Nossa primeira tentativa, talvez tenha sido a pior de todas. Assim que meu sangue tocou o chão, Julian quase arrancou as correntes da parede para vir até mim. Fora necessária a intervenção urgente de Eris e Mary. E mesmo quando recobrou a consciência horas depois, eu não chamaria aquilo de vitória. Ele se recusou a ficar próximo de mim, e tudo entre nós ficou estranho novamente. Mas isso durou pouco, pois eu me recusei a deixar as coisas tão erradas entre nós novamente. E mesmo que ele quisesse desistir de continuar, eu não deixei. Eu não iria a fazer aquilo. E assim continuamos, sem que nos déssemos conta, semanas se passaram. E por algum motivo, aquela dor de cabeça persistente Inha e vinha dentro de mim. Como se me chamasse, eu já estava estressada. E furiosa com tudo isso, se quer parecíamos ter progresso. Todos já estavam e
Os outros não ficaram nada felizes quando souberam o que eu havia feito. Principalmente Mary, que para minha surpresa, havia me seguido naquela noite para manter minha segurança. Ela ficou furiosa comigo, e não parou de esbravejar depois que Julian se afastou de mim. Ele também parecia tenso, mas ver que seu corpo já não se descontrolava ao sentir o cheiro do meu sangue, ou minha aproximação, me deixava feliz pelo futuro que teríamos. Mas não paramos os testes naquela única noite. os outros fizeram questão de tentarmos novamente. E assim fizemos, fora difícil para ele. Seu corpo ainda estava se adaptando, mas ele conseguiu. E assim se seguiu por vários dias, eu nem mesmo acreditava que havia feito aquilo. Que ele já não tentava me matar todas aquelas vezes. Naquela noite em específico, ele estava na banheira. Seu corpo estava relaxado, seus olhos fechados e sua respiração lenta. Eu adentrei vagarosamente, logo seus olhos se abriram e ele me fitou. -- não queria atrapalhar. -- voc
*MaryMinha mãe sempre foi uma mulher muito reservada, e na grande maioria das vezes procurou me manter longe dos assuntos que ela achava que eu não entenderia, ou que não eram de minha conta. Mas isso havia mudado desde a morte de meu pai e meu irmão, afinal... Eu era sua sucessora. Mas recentemente as coisas pareciam estar diferentes, ela parecia tensa demais a maior parte do tempo. Como se estivesse escondendo algo de mim. Naquela noite voltei para nossa tenda, ela estava sentada na mesa olhando um mapa. Seus cachorros estavam presos em uma única trança, ela vestia um leve vestido vermelho. -- mãe, tudo bem? -- Mary, sim querida... Tudo bem. -- eu me aproximei da mesa, era um mapa de todos os reinos próximos e distantes. -- para que está vendo isso? -- temos que estar preparadas filha, saber a localização. -- localização de que mãe? -- de onde Hector quer atacar primeiro. -- eu me empertiguei. -- e como sabem aonde ele quer atacar primeiro? -- temos uma certa noção, pelo
*Mary Fiquei imóvel ao sentir a aproximação de Eris, meu corpo todo se enrijeceu. O sangue que saia de minha perna, se misturava a água. Ele fechou os olhos, como se sentisse o cheiro metálico de sangue. Eu me empertiguei, seu corpo estava perto demais. -- Eris eu imploro, acorde. -- seus olhos se reabriram, estavam completamente vermelhos. Ele estava pronto para me atacar. -- seu sangue... Tem um cheiro excitante. -- sussurrou entre dentes. Suas presas já estavam saltando de seus lábios, eu sabia que precisava fazer algo. Eu podia usar meu poder, jogá-lo do outro lado do rio. Ele se aproximou com velocidade anormal, e me prendeu contra si. Nossos corpos se chocaram, a água ao nosso redor espirrou para todos os lados. Eu arfei nervosa. Nossos corpos estavam próximos demais, e não haviam roupas ali. Eu bati em seu peito tentando o afastar, mas ele não o fez. Segurou meus braços junto de meu corpo, me impedindo de me mover. -- ERIS, QUE MERDA ACORDE! -- me debati em seus braços
Assim que levantei da cama, logo tratei de sair da tenda. Julian ainda tentou me puxar para que ficássemos mais um tempo, mas eu apenas saí. Fazendo-o esbravejar. Logo avistei meus amigos próximos às árvores, e sem demora notei que algo parecia estranho. -- aconteceu algo? -- Mary ergueu o rosto me fitando. -- nada importante. -- encarei Camila, que estava sentada na mesa do outro lado, ela lançava olhares rápidos a Eris. Que também parecia tenso demais. -- não é bem o que parece. -- nem tudo é o que parece não é? -- Mary disse ríspida, enquanto saía. Me empertiguei e sem demora me aproximei de Eris. -- o que aconteceu? -- nada aconteceu Ravena. -- Eris, me conte. -- que tal você esquecer isso? -- e logo ele passou por mim bufando furioso, se afastando sem mais explicações. Pus as mãos nos quadris e sentei ao lado de Camila. -- eles se beijaram. -- a encarei sobressaltada. -- quer dizer, eu acho que foi só um beijo. -- você viu? -- os dois estavam juntos no riacho ontem,
Ficamos todos uns ao lado dos outros, formando um grande círculo. Enquanto os vermes nos encaravam com fome, e malícia. -- é melhor irem embora, ou todos vão morrer. -- Julian esbravejou segurando minha mão. -- tem certeza... De que... Somos nós? -- um deles questionou lambendo os lábios, Mary se pôs ao lado de Camila. -- seja lá o que vocês queriam com isso, não vai dar em nada. -- nosso mestre... -- eu franzi o cenho e apertei a mão dele de volta. -- O QUE QUEREM MALDITOS? -- eles começaram a rir entre si, Julian lançou um olhar de aviso para Eris. Que rapidamente, saltou contra um dos vermes. Arrancando sua cabeça fora, com apenas um golpe. Meu coração acelerou, e logo tive uma leve pontada em minha cabeça. Os outros nada fizeram, apenas riram. Como se... Se estivessem esperando alguém. Olhei para Julian nervosa, e ele pareceu ter o mesmo pensamento que eu. Mas nada pudemos fazer, quando a Corva saltou em nossa direção. Ela jogou Camila longe, Mary lhe deu um golpe mas ela p
Corri, corri o mais rápido que podia. Eu se quer sabia como havia chegado naquela floresta. Só lembro de ver Eris correr para cima de Julian, e me dar um tempo para fugir. Mary e Camila haviam vindo em meu encalço, mas aparentemente elas estavam lutando contra ele. Eu não acreditava, não podia acreditar que ele havia perdido suas lembranças. Ele... Ele havia me esquecido? Eu não queria acreditar nisso. Hector era um maldito, ele só estava fazendo isso para me despedaçar, para me destruir. Meus pés já estavam começando a doer, quando senti o impacto de seu corpo contra o meu. Ele me jogou contra uma árvore, Rapidamente eu tentei me recompor, não poderia fazer nada no chão. Ele estava do outro lado, seu olhar estava vazio. Ele parecia confuso, não sabia o que estava fazendo. Se quer sabia onde estava. -- Julian você não quer fazer isso. -- você não me conhece. -- novamente ele saltou em minha direção, suas garras estavam enormes. Eu desviei, mas ele quase me atingiu. Ele estava tenta
Fiquei ao lado de Julian durante toda aquela noite, até que enfim, após algum tempo, ele abriu os olhos.Eu me empertiguei aonde estava, e logo me aproximei. Ele ergueu o rosto ainda meio atordoado e me fitou. -- Julian, sou eu, Ravena. -- mas nada em seus olhos me mostraram que ele me reconheceu. Ele apenas moveu os braços desesperadamente, tentando se soltar das correntes. Eu cruzei os braços o encarando com pesar. -- você não vai se soltar. -- quer apostar? -- eu ergui uma sobrancelha. -- você não se lembra mesmo de mim? -- que tal você se aproximar um pouco mais, aí eu te respondo. -- ele sorriu de forma grutal, eu engoli em seco. Mas não me deixei abalar. Fui até a porta da tenda, e logo chamei nossos amigos. Eris, Mary, Elucia e Adam adentram. Eu me empertiguei ao lado de Eris, que logo se aproximou. -- irmão, lembra de mim? -- Eris. -- ele sussurrou, eu senti o coração acelerado. Eris sorriu. -- sim, sou eu. -- você nem deveria estar aqui moleque. -- eu franzi o ce