*Mary Ficamos do lado de fora da tenda, enquanto Julian e Ravena conversavam. Eu olhei de relance para minha mãe, ela parecia muito tensa. Lentamente eu me aproximei. -- tudo bem mãe?-- ah... Sim, tudo bem Mary! Nós já vamos voltar à aldeia, você vem? -- eu assenti, mas antes olhei de relance para Eris. -- eu vou depois, tudo bem? -- claro filha, faça o que quiser. -- disse bruscamente, e logo se foi com as outras duas rapinas. Eu engoli em seco, cruzei os braços e andei até Eris. Ele estava próximo de uma fogueira, ao lado de uma árvore. Conversando com Camila, que ainda parecia muito agitada. Logo eu me intrometi entre eles. O olhar dele rapidamente recaiu sobre mim. -- será que podíamos conversar? -- sobre? -- eu franzi o cenho. -- é só um minuto Eris. -- ele engoliu em seco, e olhou para Camila de relance. Ela por sua vez logo se pôs de pé, meio timidamente. -- eu... Eu vou deixar vocês. - e logo ela saiu, eu voltei a olhar para ele. -- e então? -- eu me aproximei um p
Eu acordei cedo demais aquela manhã, mas me surpreendi ao ver que Julian já havia levantado. Logo eu saí da tenda, e encontrei Camila apagando a fogueira. -- bom dia. -- Ravena, sente-se! -- ela me puxou para perto de um pequeno banco improvisado, que Eris havia feito. Eu arregalei os olhos. -- por quê tudo isso? -- você perdeu sangue, muito sangue! Precisa comer. -- sem demora, ela pegou um prato de peixes assados que estava escondido, e me entregou. -- Camila eu estou bem. -- coma, agora. -- eu ergui uma sobrancelha, e sorri. Já mordendo um pedaço do peixe. -- sabe... Isso me lembrou quando você era minha dama de companhia. -- ela sorriu meio nostálgica. -- algumas coisas nunca mudam. -- eu assenti de imediato, e logo comi todos os peixes. Ela pareceu satisfeita ao ver a cena, logo eu ergui as mãos e a puxei para sentar ao meu lado. a encarei intensamente. -- Camila o que você fez por mim... -- Ravena... -- me deixe falar. -- apertei suas mãos. -- você me salvou, o modo
Sem demora, uma semana se passou. Uma semana que eu e Julian mal nos olhavámos no rosto, e se quer trocávamos palavras. Aquilo me feria, mas eu entendia que ele precisava se afastar. Por mais que doesse em mim, essa nova distância. Eu estava ajudando Camila a se adaptar na aldeia, aos poucos ela estava conseguindo. Já não parecia tão deslocada, e havia se oferecido para trabalhar cozinhando para os demais. As vezes eu via Julian passando com Eris, sempre sabia que eles estavam indo se alimentar. Mas eu não sabia bem do que ele estava se alimentando, e não tinha certeza se queria saber. Estávamos sentadas próximas a algumas árvores, enquanto Camila olhava para mim. Com expectativa. -- a comida está boa? -- já disse que sim Camila, você tem mãos incríveis. -- mas ainda sim, ela parecia apreensiva. -- acha que os outros vão gostar também? -- Camila você está muito tensa, acalme-se. -- ela engoliu em seco. -- é impossível, eu me sinto nervosa aqui. -- não está gostando da aldeia?
Eu me recusei a ficar pensando sobre Atama, sobre sua história. Mas era impossível, ela vinha em minha mente praticamente todas as noites. Ela me atormentava, mesmo sem conseguir vê-la. Eu queria saber como ela era, queria saber porque estava falando comigo. Mas nada vinha, mesmo quando eu queria sua presença, ela não vinha. Naquela semana em questão, eu decidi que faria outras coisas para parar de pensar tantos nos acontecimentos recentes. Julian, Eris, Henry e Elucia viviam dentro daquela tenda discutindo sobre o futuro. Sobre a guerra eminente, e ele ainda estava distante de mim. Por isso eu resolvi ajudar Camila a treinar, com o auxílio de Mary. Que se ofereceu de imediato. Camila era uma vampira, mas era muito lerda e tinha medo de se mover. Mesmo tendo total liberdade. Ela estava suada, seus cabelos negros colados no rosto. Ela vestia uma calça marrom larga, e uma blusa azul que estava marcada de suor. -- você é muito lerda Cami. - zombava dela, enquanto Mary a jogava no ch
A celebração pedindo por boa sorte para a deusa lua, logo se deu início. Todos estavam animados, aquele era um pequeno momento de alívio em meio a tanto caos recente. Sem demora os mais velhos e experientes recitaram as palavras a deusa lua, pedindo por sorte e proteção. Foram apenas alguns minutos. Eu estava ao lado de Mary e Camila. Mary como sempre, estava deslumbrante. Aquela noite ela usava um vestido azul escuro justo, sem mangas, e seus cachos rebeldes estavam soltos. Camila usava um vestido rosa com tons prateados, seus cabelos estavam presos em uma trança. Já eu usava um simples vestido de mangas longas, e meus cabelos estavam soltos. Quando eles enfim acabaram de recitar, todos começaram a beber e a dançar da mesma forma que Mary havia nos dito. Todos estavam muito animados. A aldeia estava contagiante, com uma grande fogueira ao meio, com a lua brilhante no céu. Enquanto os músicos tocavam uma melodia animada, com tambores e cordas. Ninguém estava parado. Eu, Mary e Cami
*CamilaEu detestei a ideia de dançar com aquele lobisomem. Eu não gostava dele, não sabia bem o porquê, mas sentia algo estranho da parte dele. E estar dançando com ele daquela forma tão próxima, era demais para mim. Olhei mais ao redor e avistei Mary e Eris dançando, eu engoli em seco. Eu não gostava daquilo, detestava na verdade. Não me parecia certo, e eu era uma egoísta covarde por pensar assim. Ele virou a cabeça para o lado, e pareceu encontrar aonde meus pensamentos estavam. -- está assim por causa de Eris ou por causa de Mary? - Eu olhei para ele furiosa, sentindo as bochechas queimando. -- ah... Deve ser Eris. -- me senti ainda mais estúpida, será que eu não conseguia nem mesmo disfarçar? -- se eu fosse você desistiria presinhas. -- não me chame assim! Me chamo Camila. -- olhei intensamente para ele, um sorriso sarcástico tomou seus lábios. -- pensei que tínhamos intimidade o suficiente. -- pensou errado. -- ora por quê está brava comigo? Se quer me deixou lhe most
Estava deitada em uma cama, no canto da tenda. Mas não era a tenda de Camila, não a tenda que eu já estava dormindo há duas semanas. Era a minha antiga tenda, aquela que eu dividia com Julian. Eu não sabia ao certo como havia ido parar ali, imaginava que ele havia me carregado. Olhei ao redor, ele não estava comigo. Lentamente eu me debrucei sobre a cama, e peguei uma calça que havia ali. Vesti de imediato, e pus uma camiseta verde em seguida. Sem demora sentei na cama, e comecei a calçar as botas. Quando Julian adentrou, ele usava apenas uma calça preta. E trazia consigo uma bandeja de café de manhã. Havia três torradas, e o que parecia ser leite. Ele pegou uma cadeira e se aproximou, colocando a bandeja ali, sem desviar os olhos de mim. -- para quê tudo isso? -- você não jantou ontem a noite, precisa comer. -- eu sorri levemente pegando uma torrada. Enfim, ele desviou o olhar de mim, e se agachou. Pegando minhas botas, e colocando-as em meus pés. -- senti saudades. -- eu engol
Eu não chamaria aquilo que estava acontecendo de adaptação. Julian mal conseguia ficar perto do meu sangue, sem enlouquecer e tentar atacar todos ao redor.Nossa primeira tentativa, talvez tenha sido a pior de todas. Assim que meu sangue tocou o chão, Julian quase arrancou as correntes da parede para vir até mim. Fora necessária a intervenção urgente de Eris e Mary. E mesmo quando recobrou a consciência horas depois, eu não chamaria aquilo de vitória. Ele se recusou a ficar próximo de mim, e tudo entre nós ficou estranho novamente. Mas isso durou pouco, pois eu me recusei a deixar as coisas tão erradas entre nós novamente. E mesmo que ele quisesse desistir de continuar, eu não deixei. Eu não iria a fazer aquilo. E assim continuamos, sem que nos déssemos conta, semanas se passaram. E por algum motivo, aquela dor de cabeça persistente Inha e vinha dentro de mim. Como se me chamasse, eu já estava estressada. E furiosa com tudo isso, se quer parecíamos ter progresso. Todos já estavam e