Eris ficou um pouco mais com Camila na floresta, era melhor para ela naquele momento. Estar perto de mais pessoas, de humanos, ainda não era bom para ela. Eu voltei para a aldeia sozinha, logo ao me aproximar eu notei como as coisas pareciam estar diferentes. Tudo estava mais escuro, apenas com algumas tochas iluminando o centro da aldeia. Eu engoli em seco, afinal eu sabia porque. Por um momento eu quis esquecer que Ivan havia morrido, mas era algo que eu não podia fazer. Logo eu encontrei com algumas pessoas que choravam ali perto, alguns lobisomens que andavam de um lado para o outro. Como se estivessem desacreditados. Eu entrei na tenda de Ivan, Mary ainda estava ali. Elucia estava sentada no outro canto da tenda, e Julian olhava para Adam. Que parecia estar em uma espécie de estado de choque, ele não chorava mais. Mas apertava a mão do pai fortemente, como se pudesse trazê-lo de volta com isso. Logo eu me pus ao lado de Julian, ele me fitou de cima a baixo. -- como ela está
O velório se seguiu por boa parte da madrugada, e quando enfim pequenos resquícios do pouco sol que havia em rocha nublada saíram no céu, o corpo do velho macho foi levado até o mar. Adam tratou de colocá-lo em uma canoa, enquanto a água já o levava para longe. Adam ficou na enseada do oceano, enquanto lhe era entregue um arco e flecha. Que sem demora, ele usou um pouco de fogo da tocha que outro lobisomem carregava. A incendiou, segurou a flecha com força em sua mão. E então atirou em direção a canoa, a incendiando lentamente. Todos ficaram em silêncio, enquanto aquela pequena canoa em chamas se afastava indo em direção ao mar aberto. Julian segurou minha mão, fortemente. Eu pus a cabeça em seu ombro, e olhei de relance para Adam, Que não expressava nenhuma emoção naquele instante, não havia nada em seu rosto. Era como se ele tivesse se apagado, por completo. Os lobisomens que estavam ao redor, uivaram em alto e bom som. Se despedindo de seu alfa. Mary se aproximou de Adam por
Foi impressionante a velocidade que tudo aconteceu, Julian saltou contra Adam com ferocidade. Jogando-o no chão ao lado da banheira. Ele ficou sobre Adam, e começou a bater muito em seu rosto. Eu engoli em seco, tentando sair da banheira, tentando fazer algo. -- Julian o que... ? -- Mary arregalou os olhos ao ver o que estava acontecendo bem ali. Eu peguei uma toalha próxima, e sem demora me cobri. Saindo da banheira. Mary correu até Julian, tentando tirá-lo de cima de Adam. mas ele não parava de bater, ele queria quebrar a cara dele. -- JULIAN PARE COM ISSO! - gritei nervosa, me aproximando, tentando ajudar. -- que merda Julian, você vai matá-lo. -- Adam tentava se soltar, mas ele estava bêbado e fraco. E Julian havia se alimentado, então ele estava mais forte do que nunca. Eu segurei seu braço puxando-o para longe de Adam. Mas ele não parava. Mary me encarou, e então saltou contra Julian. Colocando seu braço envolta de seu pescoço. Puxando-o para trás. Usando toda a sua força,
Eu não precisei ir muito longe para encontrar Julian, ele estava aonde costumava ser a antiga fortaleza. Olhando para o que um dia foi um refúgio seguro para ele, para quem estava com ele. Eu me aproximei lentamente e logo fiquei ao seu lado, ele olhou para mim de relance. -- Julian... -- ele morreu? -- sua voz saiu áspera, fria. -- não, mas ele ficou muito mal. -- que pena, então não bati forte o suficiente. -- dava para sentir o ódio em sua voz. -- Julian Adam não estava bem. -- ele sorriu se voltando para mim. -- está tentando defendê-lo Ravena? -- não, o que ele fez foi estúpido! Foi invasivo. Mas ele estava bêbado, e em luto pelo pai. Você... Você quase o matou. -- ele apertou os punhos. -- eu deveria tê-lo matado. -- Julian... -- não Ravena, eu deveria tê-lo matado sim! Não faz ideia de como eu estava me controlando, mesmo naquela situação. -- eu vi a pontinha de seus olhos ficando vermelhos. -- tem noção do que poderia ter acontecido se você o tivesse matado? -- e
Sem que nos déssemos conta, uma semana se passou. Mas todos os acontecimentos que se seguiram, ainda eram muito recentes. A aldeia ainda estava dando tempo a Adam, para se adaptar à perda de seu pai. E eu estava escrevendo uma carta para meus pais, eu escrevia coisas que apenas eu sabia. Coisas nas quais eles saberiam que era eu, quem escrevia. Eu estava sentada em uma mesa no canto da tenda, pensando nas palavras. Quando senti uma mão acaricando minha nuca, de imediato eu olhei para trás e vi Julian. Ele estava belo como sempre, vestindo uma roupa cor vinho. Seus cabelos estavam um pouco molhados. Ele se aproximou um pouco mais, se agachando atrás de mim e beijando meu pescoço. Eu fechei os olhos e sorri. -- eu tenho que me concentrar, sabia? -- eu não estou atrapalhando ninguém. -- ele sussurrou contra minha orelha, enquanto continuava a beijar meu pescoço. Lentamente ele se levantou, e sentou atrás de mim. Já que havia um pequeno espaço na cadeira, aonde ele coube sem muita d
Tratei de escrever a carta da forma mais detalhada, e com segredos que apenas eu sabia. Também fiz Camila escrever com sua própria letra, para provar que estava bem. Julian sem demora, tratou de enviar uma mensagem para Arthur, pedindo por seu comparecimento em rocha nublada. Logo, só faltava termos a resposta do velho homem. Com os ventos do mar, e a rapidez do mensageiro para entregar a mensagem, talvez o velho homem logo, logo estivesse ali. Eu estava com Camila a margem de um pequeno rio, conversando e tomando banho. Ela parecia muito empolgada com cada coisa que eu falava. -- então... Você matou um... ? -- verme. -- um verme pela primeira vez, sozinha! Como se sentiu? -- eu engoli em seco. -- foi estranho, a sensação de matar, mesmo o que já está considerado morto é estranho. Mas... Saber que eu podia fazer aquilo sozinha, me deixou muito mais confiante comigo mesma. -- os olhos dela brilharam. -- eu nem consigo imaginar como é... Matar uma criatura assim, você Ravena! A p
Eu olhei para Julian desesperada, enquanto ele olhava de relance para Adam e Henry. Que se encaravam com intensidade. Mas Adam parecia fora de si, seus olhos estavam praticamente apagados. Eu engoli em seco, não era uma boa ideia que ele participasse daquilo. Todos os outros lobisomens estavam ao redor, olhando de um para o outro. Nervosos com quem seria seu mais novo alfa. Eu apertei os punhos e andei até Adam, enquanto Julian foi até Henry. Ele estava sem camisa, usando apenas uma calça larga. Assim como seu oponente. Eu logo imaginei que a luta seria em sua forma bestial, e os dois estavam esperando a hora exata da transformação. Eu me coloquei ao lado dele. -- Adam você esta preparado para fazer isso? -- nunca estive mais preparado. -- sua voz saiu de forma grutal. -- Adam por favor... Olhe para mim. -- ele se recusou a fazê-lo por alguns instantes, até que seu olhar recaiu sobre mim. -- você não precisa fazer disso mais difícil do que já é.-- do que você está falando Raven
A aldeia parecia estranha naquela manhã, era confuso saber que agora Henry era o mais novo alfa. Julian e eu logo tratamos de ir até ele, tínhamos que ter certeza que nossa estadia ali e nossa aliança estavam garantidos. Ele havia ficado com a maior tenda da aldeia, a antiga tenda de Ivan. Logo quando adentramos ele estava sendo na grande mesa, falando com alguns lobisomens. Eu fiquei perplexa, mesmo após uma noite de luta intensa ele se quer parecia cansado. Logo ele olhou para nós, e acenou com a cabeça. Henry era alto, seus ombros largos, seus olhos eram verdes e sua pele era preta, seus cabelos eram quase ruivos. Ele estava vestindo uma roupa preta, que o deixava muito mais belo. Sem demora ele dispensou os outros lobisomens, e nos aproximamos. Julian sentou de um lado, e eu sentei do outro. -- você já deve saber porquê estamos aqui. -- Julian tomou a palavra, ele se recostou na cadeira.-- sim, eu imagino. Vocês querem saber como as coisas vão ficar, já que Ivan morreu e Adam