Cai ao lado de Julian, tentando acordá-lo enquanto seu corpo demonstrava desistência. -- JULIAN ABRA OS OLHOS. gritei em desespero, mas ele não o fez. Eu sentia meu corpo tremendo, eu comecei a perder o fôlego. Eu bati em seu corpo, tentando o acordar mas ele não demonstrava sinais. Eu comecei a chorar, enquanto me faltava ar e eu estava sentindo minhas forças indo embora. Eu tinha certeza que estava falando alto demais, quando Mary adentrou na tenda. Ela parecia confusa e assustada. Ela usava apenas um leve vestido azul claro, seus cabelos estavam soltos. Ela provavelmente já estava indo dormir, quando ela correu até nós dois. -- deuses o que foi isso? -- ele... Ele não se alimenta há mais de uma semana Mary ele... Começou a vomitar e... E... -- eu estava sem fôlego, tremendo em desespero. Ela me encarou. -- Ravena, ei! Não faça isso agora, agora não é hora para isso! Você precisa se colocar de pé, e tirar ele daqui. Ele precisa comer, ou vai morrer. Vamos. -- eu engoli em seco
*JulianMeu corpo estava em transe, como se eu estivesse longe de mim mesmo. Eu me via a distância, sem poder me aproximar. Era como se eu não existisse mais, nada existia mais. Até que... "𝐽𝑢𝑙𝑖𝑎𝑛..." Eu ouvia a voz dela, aquela voz tão distante. Mas que me puxava como se apenas ela existisse, eu tentei vê-la. Tentei me aproximar, mas tudo estava ficando escuro. "𝐸𝑢 𝑣𝑜𝑢 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑟 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑣𝑜𝑐ê." Eu a ouvi sussurrar, como se ela soubesse que eu não estava mais em mim. Eu tentei me mexer, tocar nela. Dizer a ela tantas coisas que precisava que ela soubesse, que eu precisava que ela sentisse. Eu havia destruído sua vida, eu havia a forçado de tantas formas. Eu não a mereço, eu... Eu sou um monstro. E ela é a minha princesa, aquela que está em todos os meus pensamentos. Aquela que ocupa praticamente todos os meus sentimentos, eu preciso dizer a ela. Mas... Mas eu não consigo. "𝑅𝑎𝑣𝑒𝑛𝑎..." Tentei falar, tentei gritar. Mas não havia voz em minha garganta, eu e
Era tão escuro... Tão frio. Eu mal via o que estava acontecendo, eu sentia meu corpo tremendo. Era como se não sentisse minhas pernas, meu coração estava batendo de forma lenta. Aonde eu estava? Tentei olhar ao redor, mas só havia frio. Eu tentei me aquecer, tentei me esconder. Mas não era possível. -- Julian? -- eu achava que ouvia sua voz, como um grito rouco e distante. "𝑅𝐴𝑉𝐸𝑁𝐴!" Eu ouvi sua voz, eu me virei olhando ao redor. -- JULIAN EU ESTOU AQUI. "𝑅𝐴𝑉𝐸𝑁𝐴 𝑉𝑂𝐿𝑇𝐸, 𝑉𝑂𝐿𝑇𝐸, 𝑉𝑂𝐿𝑇𝐸!" Por quê ele estava me pedindo para voltar? Eu estava bem ali. Até que senti uma pontada, uma dor em minha cabeça. Como se me puxasse, eu parei por um instante. -- que inferno, o que é isso? - ficou mais forte, mais intenso. por quê isso estava acontecendo comigo, será... Será que eu estava morrendo? -- 𝑅𝑎𝑣𝑒𝑛𝑎... -- ouvi uma voz gélida, um sussurro feminino em meu ouvido. Eu me virei rapidamente, olhando para a escuridão. Mas não havia nada. -- quem está aí? -- mais u
Meu corpo se enrijeceu enquanto eu abria os olhos, como se tivesse acordado de um sonho muito longo. Não... Não um sonho, um pesadelo. Eu sentia todos os meus ossos se esticando, toda a minha pele em chamas. Meus olhos se abriram, enfim, eu olhei ao redor. Eu via tantas pessoas olhando para mim, pessoas incrédulas, pessoas chorando. Eu as conhecia, mas não entendia porque tudo aquilo. E então... Meus olhos recaíram sobre Julian, ele que me segurava contra seu corpo. Seu rosto estava cheio de sangue, seus olhos vermelhos enquanto lágrimas rolavam. Eu engoli em seco, e toquei seu rosto. Dentro de mim uma forte emoção cresceu, eu lembrava do que havia acontecido. Sem nada a dizer ele me puxou para junto de si, nossos lábios se juntaram um beijo apaixonado e cheio de saudade. Como se fosse a primeira vez que nos beijassémos depois de anos. Ele apertou seu corpo contra o meu, segurando minha nuca fortemente. Ele não queria se afastar, e nem eu. Eu queria ficar com ele para sempre, beijá-
*Mary Ficamos do lado de fora da tenda, enquanto Julian e Ravena conversavam. Eu olhei de relance para minha mãe, ela parecia muito tensa. Lentamente eu me aproximei. -- tudo bem mãe?-- ah... Sim, tudo bem Mary! Nós já vamos voltar à aldeia, você vem? -- eu assenti, mas antes olhei de relance para Eris. -- eu vou depois, tudo bem? -- claro filha, faça o que quiser. -- disse bruscamente, e logo se foi com as outras duas rapinas. Eu engoli em seco, cruzei os braços e andei até Eris. Ele estava próximo de uma fogueira, ao lado de uma árvore. Conversando com Camila, que ainda parecia muito agitada. Logo eu me intrometi entre eles. O olhar dele rapidamente recaiu sobre mim. -- será que podíamos conversar? -- sobre? -- eu franzi o cenho. -- é só um minuto Eris. -- ele engoliu em seco, e olhou para Camila de relance. Ela por sua vez logo se pôs de pé, meio timidamente. -- eu... Eu vou deixar vocês. - e logo ela saiu, eu voltei a olhar para ele. -- e então? -- eu me aproximei um p
Eu acordei cedo demais aquela manhã, mas me surpreendi ao ver que Julian já havia levantado. Logo eu saí da tenda, e encontrei Camila apagando a fogueira. -- bom dia. -- Ravena, sente-se! -- ela me puxou para perto de um pequeno banco improvisado, que Eris havia feito. Eu arregalei os olhos. -- por quê tudo isso? -- você perdeu sangue, muito sangue! Precisa comer. -- sem demora, ela pegou um prato de peixes assados que estava escondido, e me entregou. -- Camila eu estou bem. -- coma, agora. -- eu ergui uma sobrancelha, e sorri. Já mordendo um pedaço do peixe. -- sabe... Isso me lembrou quando você era minha dama de companhia. -- ela sorriu meio nostálgica. -- algumas coisas nunca mudam. -- eu assenti de imediato, e logo comi todos os peixes. Ela pareceu satisfeita ao ver a cena, logo eu ergui as mãos e a puxei para sentar ao meu lado. a encarei intensamente. -- Camila o que você fez por mim... -- Ravena... -- me deixe falar. -- apertei suas mãos. -- você me salvou, o modo
Sem demora, uma semana se passou. Uma semana que eu e Julian mal nos olhavámos no rosto, e se quer trocávamos palavras. Aquilo me feria, mas eu entendia que ele precisava se afastar. Por mais que doesse em mim, essa nova distância. Eu estava ajudando Camila a se adaptar na aldeia, aos poucos ela estava conseguindo. Já não parecia tão deslocada, e havia se oferecido para trabalhar cozinhando para os demais. As vezes eu via Julian passando com Eris, sempre sabia que eles estavam indo se alimentar. Mas eu não sabia bem do que ele estava se alimentando, e não tinha certeza se queria saber. Estávamos sentadas próximas a algumas árvores, enquanto Camila olhava para mim. Com expectativa. -- a comida está boa? -- já disse que sim Camila, você tem mãos incríveis. -- mas ainda sim, ela parecia apreensiva. -- acha que os outros vão gostar também? -- Camila você está muito tensa, acalme-se. -- ela engoliu em seco. -- é impossível, eu me sinto nervosa aqui. -- não está gostando da aldeia?
Eu me recusei a ficar pensando sobre Atama, sobre sua história. Mas era impossível, ela vinha em minha mente praticamente todas as noites. Ela me atormentava, mesmo sem conseguir vê-la. Eu queria saber como ela era, queria saber porque estava falando comigo. Mas nada vinha, mesmo quando eu queria sua presença, ela não vinha. Naquela semana em questão, eu decidi que faria outras coisas para parar de pensar tantos nos acontecimentos recentes. Julian, Eris, Henry e Elucia viviam dentro daquela tenda discutindo sobre o futuro. Sobre a guerra eminente, e ele ainda estava distante de mim. Por isso eu resolvi ajudar Camila a treinar, com o auxílio de Mary. Que se ofereceu de imediato. Camila era uma vampira, mas era muito lerda e tinha medo de se mover. Mesmo tendo total liberdade. Ela estava suada, seus cabelos negros colados no rosto. Ela vestia uma calça marrom larga, e uma blusa azul que estava marcada de suor. -- você é muito lerda Cami. - zombava dela, enquanto Mary a jogava no ch