Eu não precisei ir muito longe para encontrar Julian, ele estava aonde costumava ser a antiga fortaleza. Olhando para o que um dia foi um refúgio seguro para ele, para quem estava com ele. Eu me aproximei lentamente e logo fiquei ao seu lado, ele olhou para mim de relance. -- Julian... -- ele morreu? -- sua voz saiu áspera, fria. -- não, mas ele ficou muito mal. -- que pena, então não bati forte o suficiente. -- dava para sentir o ódio em sua voz. -- Julian Adam não estava bem. -- ele sorriu se voltando para mim. -- está tentando defendê-lo Ravena? -- não, o que ele fez foi estúpido! Foi invasivo. Mas ele estava bêbado, e em luto pelo pai. Você... Você quase o matou. -- ele apertou os punhos. -- eu deveria tê-lo matado. -- Julian... -- não Ravena, eu deveria tê-lo matado sim! Não faz ideia de como eu estava me controlando, mesmo naquela situação. -- eu vi a pontinha de seus olhos ficando vermelhos. -- tem noção do que poderia ter acontecido se você o tivesse matado? -- e
Sem que nos déssemos conta, uma semana se passou. Mas todos os acontecimentos que se seguiram, ainda eram muito recentes. A aldeia ainda estava dando tempo a Adam, para se adaptar à perda de seu pai. E eu estava escrevendo uma carta para meus pais, eu escrevia coisas que apenas eu sabia. Coisas nas quais eles saberiam que era eu, quem escrevia. Eu estava sentada em uma mesa no canto da tenda, pensando nas palavras. Quando senti uma mão acaricando minha nuca, de imediato eu olhei para trás e vi Julian. Ele estava belo como sempre, vestindo uma roupa cor vinho. Seus cabelos estavam um pouco molhados. Ele se aproximou um pouco mais, se agachando atrás de mim e beijando meu pescoço. Eu fechei os olhos e sorri. -- eu tenho que me concentrar, sabia? -- eu não estou atrapalhando ninguém. -- ele sussurrou contra minha orelha, enquanto continuava a beijar meu pescoço. Lentamente ele se levantou, e sentou atrás de mim. Já que havia um pequeno espaço na cadeira, aonde ele coube sem muita d
Tratei de escrever a carta da forma mais detalhada, e com segredos que apenas eu sabia. Também fiz Camila escrever com sua própria letra, para provar que estava bem. Julian sem demora, tratou de enviar uma mensagem para Arthur, pedindo por seu comparecimento em rocha nublada. Logo, só faltava termos a resposta do velho homem. Com os ventos do mar, e a rapidez do mensageiro para entregar a mensagem, talvez o velho homem logo, logo estivesse ali. Eu estava com Camila a margem de um pequeno rio, conversando e tomando banho. Ela parecia muito empolgada com cada coisa que eu falava. -- então... Você matou um... ? -- verme. -- um verme pela primeira vez, sozinha! Como se sentiu? -- eu engoli em seco. -- foi estranho, a sensação de matar, mesmo o que já está considerado morto é estranho. Mas... Saber que eu podia fazer aquilo sozinha, me deixou muito mais confiante comigo mesma. -- os olhos dela brilharam. -- eu nem consigo imaginar como é... Matar uma criatura assim, você Ravena! A p
Eu olhei para Julian desesperada, enquanto ele olhava de relance para Adam e Henry. Que se encaravam com intensidade. Mas Adam parecia fora de si, seus olhos estavam praticamente apagados. Eu engoli em seco, não era uma boa ideia que ele participasse daquilo. Todos os outros lobisomens estavam ao redor, olhando de um para o outro. Nervosos com quem seria seu mais novo alfa. Eu apertei os punhos e andei até Adam, enquanto Julian foi até Henry. Ele estava sem camisa, usando apenas uma calça larga. Assim como seu oponente. Eu logo imaginei que a luta seria em sua forma bestial, e os dois estavam esperando a hora exata da transformação. Eu me coloquei ao lado dele. -- Adam você esta preparado para fazer isso? -- nunca estive mais preparado. -- sua voz saiu de forma grutal. -- Adam por favor... Olhe para mim. -- ele se recusou a fazê-lo por alguns instantes, até que seu olhar recaiu sobre mim. -- você não precisa fazer disso mais difícil do que já é.-- do que você está falando Raven
A aldeia parecia estranha naquela manhã, era confuso saber que agora Henry era o mais novo alfa. Julian e eu logo tratamos de ir até ele, tínhamos que ter certeza que nossa estadia ali e nossa aliança estavam garantidos. Ele havia ficado com a maior tenda da aldeia, a antiga tenda de Ivan. Logo quando adentramos ele estava sendo na grande mesa, falando com alguns lobisomens. Eu fiquei perplexa, mesmo após uma noite de luta intensa ele se quer parecia cansado. Logo ele olhou para nós, e acenou com a cabeça. Henry era alto, seus ombros largos, seus olhos eram verdes e sua pele era preta, seus cabelos eram quase ruivos. Ele estava vestindo uma roupa preta, que o deixava muito mais belo. Sem demora ele dispensou os outros lobisomens, e nos aproximamos. Julian sentou de um lado, e eu sentei do outro. -- você já deve saber porquê estamos aqui. -- Julian tomou a palavra, ele se recostou na cadeira.-- sim, eu imagino. Vocês querem saber como as coisas vão ficar, já que Ivan morreu e Adam
Cai ao lado de Julian, tentando acordá-lo enquanto seu corpo demonstrava desistência. -- JULIAN ABRA OS OLHOS. gritei em desespero, mas ele não o fez. Eu sentia meu corpo tremendo, eu comecei a perder o fôlego. Eu bati em seu corpo, tentando o acordar mas ele não demonstrava sinais. Eu comecei a chorar, enquanto me faltava ar e eu estava sentindo minhas forças indo embora. Eu tinha certeza que estava falando alto demais, quando Mary adentrou na tenda. Ela parecia confusa e assustada. Ela usava apenas um leve vestido azul claro, seus cabelos estavam soltos. Ela provavelmente já estava indo dormir, quando ela correu até nós dois. -- deuses o que foi isso? -- ele... Ele não se alimenta há mais de uma semana Mary ele... Começou a vomitar e... E... -- eu estava sem fôlego, tremendo em desespero. Ela me encarou. -- Ravena, ei! Não faça isso agora, agora não é hora para isso! Você precisa se colocar de pé, e tirar ele daqui. Ele precisa comer, ou vai morrer. Vamos. -- eu engoli em seco
*JulianMeu corpo estava em transe, como se eu estivesse longe de mim mesmo. Eu me via a distância, sem poder me aproximar. Era como se eu não existisse mais, nada existia mais. Até que... "𝐽𝑢𝑙𝑖𝑎𝑛..." Eu ouvia a voz dela, aquela voz tão distante. Mas que me puxava como se apenas ela existisse, eu tentei vê-la. Tentei me aproximar, mas tudo estava ficando escuro. "𝐸𝑢 𝑣𝑜𝑢 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑟 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑣𝑜𝑐ê." Eu a ouvi sussurrar, como se ela soubesse que eu não estava mais em mim. Eu tentei me mexer, tocar nela. Dizer a ela tantas coisas que precisava que ela soubesse, que eu precisava que ela sentisse. Eu havia destruído sua vida, eu havia a forçado de tantas formas. Eu não a mereço, eu... Eu sou um monstro. E ela é a minha princesa, aquela que está em todos os meus pensamentos. Aquela que ocupa praticamente todos os meus sentimentos, eu preciso dizer a ela. Mas... Mas eu não consigo. "𝑅𝑎𝑣𝑒𝑛𝑎..." Tentei falar, tentei gritar. Mas não havia voz em minha garganta, eu e
Era tão escuro... Tão frio. Eu mal via o que estava acontecendo, eu sentia meu corpo tremendo. Era como se não sentisse minhas pernas, meu coração estava batendo de forma lenta. Aonde eu estava? Tentei olhar ao redor, mas só havia frio. Eu tentei me aquecer, tentei me esconder. Mas não era possível. -- Julian? -- eu achava que ouvia sua voz, como um grito rouco e distante. "𝑅𝐴𝑉𝐸𝑁𝐴!" Eu ouvi sua voz, eu me virei olhando ao redor. -- JULIAN EU ESTOU AQUI. "𝑅𝐴𝑉𝐸𝑁𝐴 𝑉𝑂𝐿𝑇𝐸, 𝑉𝑂𝐿𝑇𝐸, 𝑉𝑂𝐿𝑇𝐸!" Por quê ele estava me pedindo para voltar? Eu estava bem ali. Até que senti uma pontada, uma dor em minha cabeça. Como se me puxasse, eu parei por um instante. -- que inferno, o que é isso? - ficou mais forte, mais intenso. por quê isso estava acontecendo comigo, será... Será que eu estava morrendo? -- 𝑅𝑎𝑣𝑒𝑛𝑎... -- ouvi uma voz gélida, um sussurro feminino em meu ouvido. Eu me virei rapidamente, olhando para a escuridão. Mas não havia nada. -- quem está aí? -- mais u