Já faziam alguns dias que estávamos no navio de Andreas e enfim podíamos ver o horizonte de rocha nublada. Eu estava recostada contra a borda do navio, observando o mar. Quando senti as mãos de Julian ao redor de minha cintura, logo ele beijou minha nuca. Me causando alguns arrepios. -- por quê levantou tão cedo? -- queria olhar o mar. -- ele sorriu e acariciou minha clavícula. -- quando vamos falar sobre o que aconteceu no castelo? Me empertiguei, por um tempo eu realmente havia esquecido aquilo. Ele pareceu notar meu desconforto e acariciou meu pescoço. -- se não quiser me falar tudo bem, mas... Devo admitir que foi surpreendente ver você jogá-los pelos ares sem tocar neles. -- não pude evitar sorrir um pouco. -- e... Sem falar do fato de você estar muito quieta esses dias. Não adianta tentar negar Ravena, algo aconteceu. -- meu coração se apertou, ele se aproximou um pouco mais me aconchegando em seus braços. -- eu só... Detesto vê-la assim, me deixe ouvi-lá, por favor. --
Todos nos receberam com carinho e felicidade, mas ver como eles estavam me partiu o coração. Todos pareciam tão exaustos, tão deprimidos por estarem passando por aquilo. Dentro de mim, eu só queria poder fazer algo. Adentramos mais para a caverna, e logo nos encontramos com Elucia. -- está de volta. -- estou de volta. -- sorri e rapidamente a puxei para um abraço, que ela tratou de retribuir com carinho. Quando nos afastamos, ela segurou minhas mãos e franziu o cenho. -- algo aconteceu. -- muitas coisas aconteceram, e quero contar todas a você. -- ela assentiu prontamente. Quando me afastei dela, dei de cara com Adam. Que me puxou para um abraço apertado, me tirando do chão. Eu sorri com aquele momento. -- olha só para você, é tão bom revê-la. -- também senti saudades. -- quem disse que eu senti? - bati em seu ombro, ele riu. -- pelo menos está inteira? -- aparentemente sim. -- ele me puxou para um abraço novamente, quando Julian se aproximou e pôs a mão em meu ombro. -- e
Após um rápido jantar com todos, fui ao encontro de Elucia. Que estava sentada ao lado de uma das rapinas, conversando. Seus cabelos estavam soltos, ela parecia mais leve do que jamais vira. Logo me aproximei, e ela me fitou. -- podemos falar depois Bridget? -- ela assentiu rapidamente, e logo se foi. Eu sentei próxima de Elucia, e sem que ela falasse. Contei tudo o que havia acontecido, cada mínimo detalhe. Sem esconder mais nada, ao fim ela assentiu lentamente. Eu me empertiguei. -- devo dizer... Que eu já imaginava algo parecido. -- engoli em seco. -- sério? -- quando a conheci e toquei em suas mãos, eu senti coisas demais Ravena. Coisas confusas, agora... Elas fazem total sentido. -- meu corpo ficou bem menos tenso naquele momento. Logo ela segurou minhas mãos, e acariciou meu rosto. De repente, uma vontade imensa de chorar me invadiu. -- mas a pergunta é... Como você está se sentindo com isso? -- eu... Eu não sei quem sou, me sinto em um turbilhão de pensamentos. E não se
Aprender sobre o que eu era com Elucia, fora uma das coisas mais difíceis que já havia feito na vida. Eu não sabia usar aquele poder, e tinha medo de não conseguir usá-lo. Mas eu tinha que fazê-lo, eu tinha que usar aquilo para destruir Hector. As primeiras semanas foram as piores. Elucia, assim como Mary, era uma professora rígida. Eu não desgostava daquilo, afinal eu tinha que ter a ajuda de alguém assim. Eu tinha que conseguir fazer aquilo. As primeiras semanas foram para aprender mais sobre as bruxas, sobre os poderes delas. E como usá-los. Como fazer para canalizar aquilo. Aprendi muito, e acabei ficando encantada por aquele mundo onde eu era tão inexperiente. Julian se ocupou com seus próprios assuntos durante esse período. Ele estudava melhores estratégias de ataque, junto de Henry e os outros. Além do fato de estar treinando muitas outras pessoas. a cada hora, a cada dia... Aquela guerra. Aquela realidade, ficava mais próxima. Eu sabia que não era hora para ter medo, estáv
*ErisEu me sentia exausto como já não me sentia há muito tempo. Quando meus amigos decidiram que iriam dormir, eu fiz o mesmo, mas antes resolvi tomar um banho. Quando sai da água e vesti minhas roupas, voltei em direção a caverna. já estava quase chegando, quando fui surpreendido por Camila. Ela estava recostada em uma árvore, ainda bebendo um pouco de vinho. Eu me aproximei. -- já não acha que é hora de parar? -- eu não podia beber no castelo, era errado. Como a maioria das coisas. -- disse com a voz trêmula, ela estava obviamente bêbada. -- venha, vamos dormir. Você está bêbada. -- logo peguei a garrafa, ela sorriu tentando alcança-lá de mim. Logo senti sua mão abraçando minha cintura, enquanto ela se colocava na ponta dos pés. -- Camila... Vamos lá. -- mas ela continuou a insistir, até que... Ela me beijou. Nossos lábios acabaram se tocando de forma rápida, ela continuou a insistir mais. Tentando prolongar o ato, mas eu a afastei. Ouvi um barulho estranho, como se alguém ti
não parei de praticar com Elucia. Cada dia era um sacrifício maior, eu não era boa naquilo. Mas eu não iria desistir. Estava meditando próxima de um pequeno riacho que ficava ali perto, tentando pensar em como usar o que eu tinha. Quando ouvi barulhos de galhos quebrando atrás de mim, abri um pouco os olhos. E logo senti Julian sentando atrás de mim. Rapidamente ele pôs os braços ao redor de minha cintura, e lentamente começou a beijar meu pescoço. -- Julian... -- já disse que amo o seu cheiro? -- você está me distraindo. -- jamais faria isso com você. -- sorri um pouco, me deixando levar. Enquanto ele me beijava e acariciava minha pele. -- estou faminto por você. -- dá para notar. -- ah é? -- logo ele virou minha cabeça para o lado, e me beijou. Ficamos alguns instantes nos beijando, até que ele afastou seus lábios de mim. E voltou a beijar meu pescoço, e minha orelha. -- como vai seu treinamento? -- uma merda, eu sou péssima.-- você só está começando. -- estou começando h
Tudo estava se encaminhando nos seus conformes. Eu já sabia usar boa parte da minha magia, já não era tão difícil. Mas eu sabia que ainda tinha um longo caminho de descobertas a percorrer antes de ter certeza do que eu era realmente capaz. Naquela manhã estávamos todos cozinhando para as pessoas, muitas ainda estavam inconsoláveis pelos acontecimentos recentes, e pelo luto que não puderam viver normalmente. Eu estava ao lado de Camila, enquanto serviamos sopa com peixes para eles. Ela parecia cabisbaixa, triste demais. Eu cutuquei seu ombro, ela me encarou. -- tudo bem?-- nem tanto. -- disse enquanto entregava um prato, eu franzi o cenho. -- o que aconteceu? -- ela ficou quieta por alguns instantes, eu engoli em seco. -- eu me declarei para Eris, talvez da pior forma possível. Mas me declarei. -- senti meu coração apertado, pelo modo como ela estava, eu duvidava que aquilo tinha saído como o esperado. -- e então? -- ele não gosta de mim Ravena, nunca vai gostar. -- me empertigu
Ficamos todos no canto da caverna, enquanto a Corva dispensava os vermes. As pessoas se entreolhavam, assim como nós. Sem saber o que fazer, ou o que estava acontecendo. -- esperem um pouco. -- ela disse daquela forma rouca, enquanto ia até a entrada da caverna. Não ousamos nos mover, ou se quer sair do lugar. Após alguns longos minutos, ela retornou. -- eles se foram. -- olhou diretamente para Adam, que parecia o mais chocado entre nós. Julian se voltou para os outros, ele estava tão tenso que parecia que iria explodir a qualquer instante. -- fiquem aqui, eu vou checar. -- Henry logo tomou a frente, e foi junto com ele. Continuamos ali, cuidando das pessoas. Enquanto a Corva olhava para cada um de nós, com aquele olhar tão estranho que ela tinha. Julian e Henry voltaram pouco tempo depois, e sem aviso Julian segurou a Corva pelo pescoço com violência. E a prendeu contra a parede, ela usou a força de suas pernas e o chutou longe. Mas ele não desistiu, os dois começaram a lutar.