Aprender sobre o que eu era com Elucia, fora uma das coisas mais difíceis que já havia feito na vida. Eu não sabia usar aquele poder, e tinha medo de não conseguir usá-lo. Mas eu tinha que fazê-lo, eu tinha que usar aquilo para destruir Hector. As primeiras semanas foram as piores. Elucia, assim como Mary, era uma professora rígida. Eu não desgostava daquilo, afinal eu tinha que ter a ajuda de alguém assim. Eu tinha que conseguir fazer aquilo. As primeiras semanas foram para aprender mais sobre as bruxas, sobre os poderes delas. E como usá-los. Como fazer para canalizar aquilo. Aprendi muito, e acabei ficando encantada por aquele mundo onde eu era tão inexperiente. Julian se ocupou com seus próprios assuntos durante esse período. Ele estudava melhores estratégias de ataque, junto de Henry e os outros. Além do fato de estar treinando muitas outras pessoas. a cada hora, a cada dia... Aquela guerra. Aquela realidade, ficava mais próxima. Eu sabia que não era hora para ter medo, estáv
*ErisEu me sentia exausto como já não me sentia há muito tempo. Quando meus amigos decidiram que iriam dormir, eu fiz o mesmo, mas antes resolvi tomar um banho. Quando sai da água e vesti minhas roupas, voltei em direção a caverna. já estava quase chegando, quando fui surpreendido por Camila. Ela estava recostada em uma árvore, ainda bebendo um pouco de vinho. Eu me aproximei. -- já não acha que é hora de parar? -- eu não podia beber no castelo, era errado. Como a maioria das coisas. -- disse com a voz trêmula, ela estava obviamente bêbada. -- venha, vamos dormir. Você está bêbada. -- logo peguei a garrafa, ela sorriu tentando alcança-lá de mim. Logo senti sua mão abraçando minha cintura, enquanto ela se colocava na ponta dos pés. -- Camila... Vamos lá. -- mas ela continuou a insistir, até que... Ela me beijou. Nossos lábios acabaram se tocando de forma rápida, ela continuou a insistir mais. Tentando prolongar o ato, mas eu a afastei. Ouvi um barulho estranho, como se alguém ti
não parei de praticar com Elucia. Cada dia era um sacrifício maior, eu não era boa naquilo. Mas eu não iria desistir. Estava meditando próxima de um pequeno riacho que ficava ali perto, tentando pensar em como usar o que eu tinha. Quando ouvi barulhos de galhos quebrando atrás de mim, abri um pouco os olhos. E logo senti Julian sentando atrás de mim. Rapidamente ele pôs os braços ao redor de minha cintura, e lentamente começou a beijar meu pescoço. -- Julian... -- já disse que amo o seu cheiro? -- você está me distraindo. -- jamais faria isso com você. -- sorri um pouco, me deixando levar. Enquanto ele me beijava e acariciava minha pele. -- estou faminto por você. -- dá para notar. -- ah é? -- logo ele virou minha cabeça para o lado, e me beijou. Ficamos alguns instantes nos beijando, até que ele afastou seus lábios de mim. E voltou a beijar meu pescoço, e minha orelha. -- como vai seu treinamento? -- uma merda, eu sou péssima.-- você só está começando. -- estou começando h
Tudo estava se encaminhando nos seus conformes. Eu já sabia usar boa parte da minha magia, já não era tão difícil. Mas eu sabia que ainda tinha um longo caminho de descobertas a percorrer antes de ter certeza do que eu era realmente capaz. Naquela manhã estávamos todos cozinhando para as pessoas, muitas ainda estavam inconsoláveis pelos acontecimentos recentes, e pelo luto que não puderam viver normalmente. Eu estava ao lado de Camila, enquanto serviamos sopa com peixes para eles. Ela parecia cabisbaixa, triste demais. Eu cutuquei seu ombro, ela me encarou. -- tudo bem?-- nem tanto. -- disse enquanto entregava um prato, eu franzi o cenho. -- o que aconteceu? -- ela ficou quieta por alguns instantes, eu engoli em seco. -- eu me declarei para Eris, talvez da pior forma possível. Mas me declarei. -- senti meu coração apertado, pelo modo como ela estava, eu duvidava que aquilo tinha saído como o esperado. -- e então? -- ele não gosta de mim Ravena, nunca vai gostar. -- me empertigu
Ficamos todos no canto da caverna, enquanto a Corva dispensava os vermes. As pessoas se entreolhavam, assim como nós. Sem saber o que fazer, ou o que estava acontecendo. -- esperem um pouco. -- ela disse daquela forma rouca, enquanto ia até a entrada da caverna. Não ousamos nos mover, ou se quer sair do lugar. Após alguns longos minutos, ela retornou. -- eles se foram. -- olhou diretamente para Adam, que parecia o mais chocado entre nós. Julian se voltou para os outros, ele estava tão tenso que parecia que iria explodir a qualquer instante. -- fiquem aqui, eu vou checar. -- Henry logo tomou a frente, e foi junto com ele. Continuamos ali, cuidando das pessoas. Enquanto a Corva olhava para cada um de nós, com aquele olhar tão estranho que ela tinha. Julian e Henry voltaram pouco tempo depois, e sem aviso Julian segurou a Corva pelo pescoço com violência. E a prendeu contra a parede, ela usou a força de suas pernas e o chutou longe. Mas ele não desistiu, os dois começaram a lutar.
*Julian Meu corpo inteiro estava tremendo, enquanto eu olhava para ela. Para Emma, a mulher que havia me criado quando eu era criança. Aquela que havia sacrificado sua vida para que eu pudesse ter uma chance. Ela estava ali, olhando para mim. Seu rosto não havia envelhecido um dia, ela estava exatamente como eu me lembrava. Eu não consegui conter as lágrimas que estavam rolando por meu rosto, todas aquelas mil lembranças me invadiram com força total. -- não... Não... Não pode ser. - comecei a me mover desesperadamente, sem desviar o olhar dela. Emma ainda me encarava. Seu olhar estava tão confuso, tão distante. -- Julian, o que está acontecendo? -- comecei a rir entre as lágrimas, sem conseguir ficar quieto. Ravena se aproximou, e tocou meu rosto. Mas eu não parei de me mover. -- é ela... É ela... Ravena é Emma. -- ela a encarou. -- como isso é possível? Merda como isso é possível! Senti minhas mãos tremendo, eu me afastei de Ravena rapidamente. Eu não queria machucá-la, minha
*Julian Ter Emma comigo novamente, era um misto de sensações. Eu não queria me afastar dela, mas ao mesmo tempo minha mente me levava para vários lugares diferentes. Era quase madrugada, quando fizemos uma fogueira dentro da caverna. Emma sentou-se de frente para o fogo, e o encarou como se não sentisse aquilo há muito tempo. Nossos amigos, também estavam próximos. Todos ainda surpresos demais com essa novidade tão repentina. -- é um prazer conhecê-la. - Eris disse meio acanhado, ela abriu um sorriso tímido. -- eu considero Julian como meu irmão, é bom finalmente poder falar com você. -- ela assentiu prontamente. -- me perdoe por todas as coisas ditas. -- não há o que perdoar, eu... Eu não era eu. Era um monstro que só sabia matar. Eu engoli em seco. -- como você foi parar nos poderes de Hector? -- Ravena questionou, ela a fitou. -- eu lembro de... Estar naquele velho casebre, tudo estava desabando. Mas Antero conseguiu me tirar de dentro, nós tentamos correr. Mas os vermes
*Adam Tudo o que estava acontecendo, ainda era muito difícil de digerir para mim. A Corva era Emma, aquilo era tão estranho. De certa forma, eu não sabia bem como me sentir em relação a isso tudo. Alguns dias se passaram, eu ainda não havia falado com ela. Ou me aproximado desde tudo. E nem sabia se iria fazê-lo. Ela sempre parecia tão perdida, tão sozinha em seu próprio canto. Eu engoli em seco, todas as vezes eu queria me aproximar e falar com ela. Mas algo me impedia, de certa forma era errado querer me aproximar, pelo menos em minha mente eu pensava isso. Naquela manhã estava ajudando a levar alguns galões de água, quando a vi do outro lado conversando com Julian. Me empertiguei, e logo passei por eles. Sem se quer olhar para ela. -- até quando você vai continuar fazendo isso? -- olhei para o lado rapidamente, e vi Mary. Ela também segurava um galão e me encarou com dúvida. -- não sei do que está falando. -- estou falando da Emma. -- me empertiguei novamente. -- não estou