*Julian Meu corpo inteiro estava tremendo, enquanto eu olhava para ela. Para Emma, a mulher que havia me criado quando eu era criança. Aquela que havia sacrificado sua vida para que eu pudesse ter uma chance. Ela estava ali, olhando para mim. Seu rosto não havia envelhecido um dia, ela estava exatamente como eu me lembrava. Eu não consegui conter as lágrimas que estavam rolando por meu rosto, todas aquelas mil lembranças me invadiram com força total. -- não... Não... Não pode ser. - comecei a me mover desesperadamente, sem desviar o olhar dela. Emma ainda me encarava. Seu olhar estava tão confuso, tão distante. -- Julian, o que está acontecendo? -- comecei a rir entre as lágrimas, sem conseguir ficar quieto. Ravena se aproximou, e tocou meu rosto. Mas eu não parei de me mover. -- é ela... É ela... Ravena é Emma. -- ela a encarou. -- como isso é possível? Merda como isso é possível! Senti minhas mãos tremendo, eu me afastei de Ravena rapidamente. Eu não queria machucá-la, minha
*Julian Ter Emma comigo novamente, era um misto de sensações. Eu não queria me afastar dela, mas ao mesmo tempo minha mente me levava para vários lugares diferentes. Era quase madrugada, quando fizemos uma fogueira dentro da caverna. Emma sentou-se de frente para o fogo, e o encarou como se não sentisse aquilo há muito tempo. Nossos amigos, também estavam próximos. Todos ainda surpresos demais com essa novidade tão repentina. -- é um prazer conhecê-la. - Eris disse meio acanhado, ela abriu um sorriso tímido. -- eu considero Julian como meu irmão, é bom finalmente poder falar com você. -- ela assentiu prontamente. -- me perdoe por todas as coisas ditas. -- não há o que perdoar, eu... Eu não era eu. Era um monstro que só sabia matar. Eu engoli em seco. -- como você foi parar nos poderes de Hector? -- Ravena questionou, ela a fitou. -- eu lembro de... Estar naquele velho casebre, tudo estava desabando. Mas Antero conseguiu me tirar de dentro, nós tentamos correr. Mas os vermes
*Adam Tudo o que estava acontecendo, ainda era muito difícil de digerir para mim. A Corva era Emma, aquilo era tão estranho. De certa forma, eu não sabia bem como me sentir em relação a isso tudo. Alguns dias se passaram, eu ainda não havia falado com ela. Ou me aproximado desde tudo. E nem sabia se iria fazê-lo. Ela sempre parecia tão perdida, tão sozinha em seu próprio canto. Eu engoli em seco, todas as vezes eu queria me aproximar e falar com ela. Mas algo me impedia, de certa forma era errado querer me aproximar, pelo menos em minha mente eu pensava isso. Naquela manhã estava ajudando a levar alguns galões de água, quando a vi do outro lado conversando com Julian. Me empertiguei, e logo passei por eles. Sem se quer olhar para ela. -- até quando você vai continuar fazendo isso? -- olhei para o lado rapidamente, e vi Mary. Ela também segurava um galão e me encarou com dúvida. -- não sei do que está falando. -- estou falando da Emma. -- me empertiguei novamente. -- não estou
Me sentia mais feliz do que nunca, por saber que Emma estava de volta na vida de Julian. Eu via como ele estava feliz, como estava emocionado por tê-la de volta. Eu tentava me aproximar de Emma, mas sabia como deveria ser difícil para ela. Estar naquela situação. Eu tinha certeza que ela se sentia muito deslocada, e não a julgaria por isso. -- seria melhor se nos mudássemos novamente. -- ela disse em uma conversa com todos nós. -- já fazem alguns dias que eu não voltei para o castelo, e consequentemente a última vez que eles me viram foi aqui. Por isso acho que seria melhor uma mudança. -- Henry se empertigou, e olhou de relance para Julian. -- eu também estava pensando nisso.-- as pessoas estão cansadas de tantas mudanças. -- Eris disse de imediato. -- as pessoas vão ter que entender que se não quiserem morrer, terão que ir para outro lugar. -- Julian respondeu. Eu engoli em seco. -- e qual lugar seria o melhor? Se quer sabemos uma melhor localização. -- tem uma floresta que
*Mary Estava vindo, a batalha que tanto falamos durante tanto tempo, estava bem ali. Aquilo era assustador, e me fazia lembrar de meu pai e do meu irmão. Tínhamos que estar prontos, e contactar o mais rápido possível todos os aliados que havíamos feito. Logo eu me prontifiquei para ir com Eris, até a aldeia mais próxima e mandar as mensagens. Eu estava em minha tenda, arrumando minhas coisas. Quando mamãe adentrou. Ela ficou me olhando por alguns instantes, enquanto eu pegava a bolsa. Parei por alguns instantes, sem olhar para ela. -- fale logo. -- falar o que? -- que eu sou burra! Que deveria ficar aqui ao invés de ir. -- olhei para ela. Ela estava ali, tão elegante como sempre. Lentamente ela se aproximou de mim, e segurou meu rosto entre suas mãos. -- antes eu fiz isso, quando o medo e a dor me tomavam. Não vou mentir, eu preferiria que você ficasse aqui, não fosse. Mas eu não posso prendê-la! E confio em você. Por isso vá, mas volte, de preferência... Inteira. -- senti um
A batalha Enfim estava batendo a porta. Julian havia contactado Arthur que logo tratou de trazer todos os guerreiros que tinha consigo. Olhei para todas aquelas pessoas treinando e se preparando, meu coração acelerou. Entrei na tenda e fiquei alguns instantes imóvel, encarando aquele lugar. Até que fui até um armário, peguei papel e tinta para que pudesse escrever uma mensagem. Sentei na mesa, e encarei aquela folha em branco. Respirei fundo, e enfim comecei a escrever. Eu sabia que era uma péssima ideia, talvez meus pais nunca lessem aquilo. e se lessem, não iriam se quer se importar com o que estava escrito naquela carta. Mas eu deveria tentar, uma última vez, eu tinha que tentar. Logo me inclinei, e comecei a colocar as palavras naquela folha, as palavras com meu coração. Ao fim, eu encarei aquela carta e senti um aperto. "𝑃𝑎𝑝𝑎𝑖 𝑒 𝑚𝑎𝑚ã𝑒, 𝑛ã𝑜 𝑠𝑒𝑖 𝑠𝑒 𝑎𝑖𝑛𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑛ℎ𝑜 𝑜 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑐ℎ𝑎𝑚á-𝑙𝑜𝑠 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑓𝑖𝑧. 𝑀𝑎𝑠... ?
Alguns dias se passaram, Hector fazia pequenas movimentações todos os dias. Preparando seus vermes, pronto para a batalha. Nossos aliados estavam começando a chegar lentamente, e até aquele momento. Meus pais não haviam respondido minha mensagem. Eu duvidava que eles o fizessem, mas ainda sim... Aquilo partia meu coração. Minha cabeça latejava de vez em quando, eu sabia que era Atama. Ela sabia o que se aproximava, aquilo me deixava ainda mais nervosa. -- já sabemos o lugar onde ele montou seu exército. -- Julian disse em uma reunião com vários de nossos aliados. -- Emma nos informou que é próximo a enseada, do outro lado da montanha É lá onde ele planeja acabar com tudo. todos se entreolharam.-- o que faremos então? -- Andreas questionou. Emma se aproximou de Julian. -- atacaremos. -- a tenda ficou em total silêncio. -- se não atacarmos antes, os vermes irão nos encontrar aqui. Eles estão marchando em nossa direção, nesse exato momento. -- Julian disse rapidamente, apertei min
Talvez o nosso exército fossem mais de oito mil homens. Todos prontos para a batalha, todos sem medo algum. Os guerreiros da floresta, estavam um pouco mais atrás, eles seriam nossa arma secreta. Meus amigos estavam no meio, seus rostos estavam impassiveis. Não havia medo ali, mas... Havia muita insegurança e apreensão. Cavalgamos por uma hora, até que chegamos à enseada. O mar a distância, estava calmo. As águas mal se moviam. As nuvens no céu, estavam extremamente carregadas. Tempestade vinha por aí. Meu coração acelerou quando avistei o grande exército de Hector. Eram tantos vermes, todos mostrando suas presas gigantescas. Todos salivando enquanto olhavam para nós com fome e malícia. Os vampiros usavam armaduras, e espadas. Eles sorriam, e nos olhavam com ansiedade. Era um mar de monstros à nossa frente. Julian apertou minha mão, eu engoli em seco. E no meio deles, estava Hector. Ele estava em uma espécie de carruagem de metal, preta. O monstro usava uma armadura azul, e em