Marco:

— É, acho que você tem razão, estou ficando louco, realmente uma prostituta, minha mãe desconfiaria, quase que de imediato, seria um tiro no próprio pé, sem sombras de dúvidas. Mais tenho outra ideia em mente, eu sinto que vou conseguir, hoje a mulher perfeita. Eu já ouvi dizer que tem um lugar com muita música e mulheres, eu vi isso em uma revista. Se chama Lapa.

— Eu não acredito que você vai me obrigar a fazer isso. Hoje, depois de horas de viagem.

Beatriz:

— Anda Bia, sem deprê! Você não é a única no mundo que já foi chutada, pelo namorado, sabia? Igual a você tem milhares, todos os dias, que passa por isso, e não ficam parecendo que o mundo acabou! Levanta essa cabeça e dá a volta por cima.

— Eu ainda não acredito que ele fez isso comigo, ele me enganou, foi um falso, um cretino. O que vai ser de mim agora? Longe da minha casa, sem emprego, dependendo de favor. Eu não posso voltar para casa! Meu pai nunca ia me aceitar, já que para ele agora eu estou desonrada! Entreguei o que eu tinha de mais valioso para um cafajeste! E ele estava certo o tempo todo, porque eu não ouvi?

 Ele foi claro quando eu saio de lá, que para ele, eu estava morta. O que eu vou fazer agora Janaína? Eu não sei o que fazer! Estou perdida. E você ainda acha que eu não tenho motivos para estar assim?

Janaína:

— Para de lamentar! Depois Você pensa nisso, agora você vai levantar daí e se arrumar, por que eu não aguento mais ver você de pijama, chorando pelos cantos, quem está ficando deprimida sou eu, te vendo assim o tempo todo, você precisa reagir. A vida só vai andar se você decidir se levantar. E eu sei de um lugar onde você pode conseguir isso! Eu já te disse onde você consegue emprego e nunca, mas vai te faltar dinheiro, eu já falei de você para a Valeria, e ela disse que você iria conseguir muitos clientes!

— Eu não vou ser prostituta! Eu nem levo jeito para isso!

— Não é prostituta, é acompanhante de luxo! E você que pensa que não leva jeito, com essa sua carinha de santa ia fazer sucesso.

— Vai você, eu não sou uma boa companhia hoje! Vou acabar estragando o seu passeio.

— Beatriz, se você não levantar dessa cama agora, eu vou tirar você a força, vou te puxar pelos cabelos, e não estou blefando! Vou te arrastar até o banheiro e te enfiar debaixo daquele chuveiro.

— Eu não acredito que você vai me fazer ir. Eu quero só ficar aqui, quieta.

— Vou, e bem linda! Você esta precisando transar, para ver que o Lucas não é o único homem da face da terra, e a vida precisa continuar, tem homens muito melhores que ele sabia? Que pode te levar a loucura, sem fazer esforço, eu sou a prova viva disso.

- Aí você já quer demais, para uma menina do interior ! Eu não saio por aí, fazendo sexo. Isso pra mim tem que ser feito com amor. Você tem que se entregar a alguém, por que ama aquela pessoa !

— Meu Deus, como é cafona! Que amor o que, Bia! Estamos falando só em diversão, sem essa coisa de compromisso. De casar ter filhos, e viver felizes para sempre. Você tem que mudar essa sua ideia de príncipe encantado. Por que isso só existe nos filmes. É por acreditar nisso, que você está aí nessa situação. Agora anda, usa esse vestido! Esse é perfeito, para o tipo de homem que está ansioso aguardando para te conhecer! 

— Como assim? Você fala como se já soubesse que eu vou encontrar alguém!

— Foi só jeito de falar! Ele quer dizer, estou interessada em apenas transar, e não sou uma roceira que acredita em príncipe encantado.

— Kkkkkkkkk, você é louca!

— Sou é inteligente, e não caio nesse papinho de amor! Amor só é bonito nos livros de história! Agora vai.

Ela vai me empurrando. Eu vou para o banheiro tomo um banho, e coloco o vestido que é um tubinho preto com brilho, eu prendo o cabelo e decido não usar maquiagem.

— Estou pronta! Beatriz fala

— Ah, mais não está mesmo, vamos mudar isso! Senta aqui. A Valeria me mata se souber que você foi desse jeito!

— Porquê? Ela vai estar lá também?

— Não Bia! Mas ela tem gente nesses lugares, se ela me ver com você vestida desse jeito.

Eu luto contra a ideia, mas acabo cedendo. Eu não quero contrariar a Janaína que está sendo tão maravilhosa comigo, me abrigando aqui na casa dela. E também não quero trazer problemas para ela no trabalho dela. Ela faz Baby liss no meu cabelo e uma maquiagem para noite bem carregada.

— Pronto, agora você está pronta!

Eu olho no espelho. — Eu estou parecendo uma prostituta do calçadão de Copacabana !

— Que ótimo, então está perfeita, por que é isso mesmo que você e hoje, você não vai sair de lá sozinha! Vai sim, arrumar um carinha, e vê como quem perdeu foi o Lucas. E eu tenho certeza que o que te espera, você não vai se arrepender!

Marcos:

— Bem movimentado esse lugar!

— Exatamente como a Valeria me disse, concentração da balada carioca.

— Quem é Valeria? E aqui tem muitas mulheres! Pode começar a procurar sua pretendente, ela deve estar perdida por aí.

— É uma pessoa que conheci! Meu celular apita, e eu olho. Dou um sorriso malicioso. Kkkkkkkk, você está certo ! Vou pegar uma bebida! Quer beber alguma coisa?

— Água ! Alguém precisa voltar dirigindo. Ou você esqueceu? Que aqui você não tem motorista ! Que eu estou nessa função!

— Você está amargo hoje, vou buscar as bebidas, para quem sabe alegrar você um pouco.

Eu saio e vou em direção a um bar. O lugar realmente é incrível com suas cores. E pessoas pra la e pra cá, todas sorrindo e felizes. Eu olho até achar o que procuro, vou caminhando fingindo estar distraído, quando percebo que esbarrei em alguma coisa, na verdade, não esbarrei, trombei mesmo.

— Droga ! Você não Olha por onde anda não?

— Desculpe, mil perdões!

— O drink no chão, não aceita seu pedido de desculpas. Como eu vou chegar agora pra minha amiga, e dizer que eu deixei o drink dela cair.

— Eu pago outro ! Faço questão. Pode me acompanhar até o bar?

Eu paro de tentar limpar o meu vestido. E olho pra ele. Que homem bonito e que sorriso encantador.

— Prazer meu nome é Marco.

— Prazer, sou Beatriz !

— Eu quero te pedir desculpas de novo. Eu realmente me distrai, não tenho hábito de ir lugares tão cheios como esse ! E com tantas mulheres encantadoras. Eu olho para ela com um leve sorriso o rosto e ela fica vermelha de vergonha.

— Você não é Brasileiro né ! Eu sei por causa do sotaque, da logo para perceber! Meu pai também é Italiano.

— Kkkkkkk, está certa sou italiano, vou passar alguns dias no Brasil. Vamos buscar as bebidas.

— Claro !

— Você também não parece ter o sotaque dos demais que estão aqui, é diferente !

— Ah sim, é porque não sou carioca, sou do interior de Minas Gerais.

— Uma menina do interior, perdida na cidade grande ? 

— Na verdade eu vim morar com o meu namorado, larguei tudo, acreditando nessa merda que eles chamam de amor. E assim que ele enjoou de mim, meteu o pé bem no meio da minha bunda ! Aí agora aqui estou eu, sozinha, sem emprego e sem ter onde morar. Acho que te contei a minha vida inteira ! Marco não é ?

— Sim, Marco ! Eu já sabia!

— Já sabia? 

— É, quer dizer pela seu rosto triste eu imaginei.

— Ah, sim! Obrigado pelo drink, Marco ! Eu pego os drinks e saio, dou uma leve olhadinha para trás antes de chegar na rua lotada, e vejo ele parado me observando.