Beatriz volta para o banheiro e fecha a porta. Ela e senta em um pequeno banco, que está em um canto do banheiro. E tem um leve momento de pensamento. Fica pensando no que o Marco disse, e apesar dessa ideia ser muito louca, ele está certo. Eu não tenho como voltar para casa, e não tenho mais nada, nem ninguém. Ele é a única saída que eu tenho. Mais ao mesmo tempo, fico pensando que isso é o mesmo que me prostituir. Estou vendendo a única coisa que me sobrou que foi a minha dignidade, se eu fizer isso vou estar acabando com a única coisa que me restou. Minha dignidade.
De repente Marco entra no banheiro, sem bater, isso me deixa um pouco constrangida. — Beatriz, vou te pedir mais uma coisa, não use maquiagem muito forte, um Batom vermelho vai ficar perfeito em você, mais não coloque maquiagem sobrecarregada. Não é visto com bons olhos, que uma mulher comprometida ande por aí, parecendo que quer chamar a atenção de outros homens. Marco fala encostando na porta.
Eu olho para ele. — Pode me ajudar a fechar o vestido? Beatriz diz, sem dizer nada, sobre o que ele disse, poderia ter dito que não faria, e quem nenhum homem, jamais mandaria nela, dessa forma, mais ela não estava em condições de fazer isso.
Ele descruza os braços e desencosta da porta.— Claro! Olha como está linda, uma perfeita dama da sociedade italiana. Ninguém poderia dizer que você não é!
— Obrigado! Beatriz responde visivelmente envergonhada.
— Outra coisa, o único homem que você pode olhar nos olhos sou eu! Nenhum outro mais. Se alguma mulher percebe que você está olhando nos olhos de um homem que não seja seu noivo ou marido, você é considerada uma meretriz, está desrespeitando a minha honra, entendeu? Marco fala, segurando meu rosto com o polegar. Me olhando de forma tão intensa que quase posso sentir o seu toque através do seu olhar.
— Entendi, não vou esquecer. Beatriz fala, se libertando novamente do seu toque que lhe causa arrepio e voltando para o espelho.
— Isso quer dizer um sim? Que você aceita! Marco fala, indo em direção a ela, e puxando ela novamente para junto de si.
— Eu não tenho escolha, e você sabe disso, eu não tenho ninguém e nem para aonde ir, não me resta escolha à não ser dizer que sim. Depois que a minha parte do contrato for cumprida eu pretendo voltar, terminar a faculdade e voltar para a minha cidade, talvez se eu terminar a faculdade e voltar formada meu pai me perdoe e me aceite de volta. Beatriz fala visivelmente triste em ter que se submeter a tal situação, que ela considera desonroso.
— Que ótima notícia, vou falar para o Davi preparar o contrato, é bem simples, é apenas para assegurar! Assegurar nos dois é claro. Para mim garante que você não poderá contar para ninguém o nosso acordo que você aceita todas as regras impostas e que você precisa ser fiel a mim, essas coisas que já disse para você. E principalmente você jamais em hipótese alguma, deve me contraria na frente dos outros. Uma dama da sociedade obedece ao seu marido, e só comenta seus desagrados dentro de quatro paredes. Você está entendendo bem as regras! Não quero que me diga depois que não fui claro.
— Sim, estou entendendo. Eu só quero saber quais as suas regras, porque até agora você me disse como devo me comportar diante de outros pessoas, mas quando estivermos sozinhos? Beatriz fala, novamente apreensiva, e caminha em direção ao quarto.
— Como assim? Não entendi! Marco vai atrás dela, com uma fisionomia confusa.
— Quais as regras que você deve seguir! Eu também tenho exigências. Beatriz fala se sentando na cama e calçando as sandálias.
— Podemos conversar isso no jantar! O Davi já está esperando a um bom tempo. Não é de bom-tom fazer esperar. Marco responde confuso com que Beatriz acabou de dizer.
— Sim, podemos, sem problemas. Eu já estou pronta! Beatriz fala ficando de pé e pegando a pequena bolsa. Marco vai até ela e dá o braço para ela poder segurar, e sair ao lado dele. Eles saem.
— Meu Deus! Vocês demoraram uma eternidade! Estava quase indo sozinho. Davi fala levantando os braços demostrando estar exausto, de esperar. — Aonde iremos? Estou faminto!
— O Rui, que se casou com uma brasileira, lembra dele? Marco fala, em conversa descontraída com Davi. Beatriz fica observando já que ainda não tinha visto Marco, assim! Relaxado e descontraído! Sempre tão sério!
— Rui? Penso que sim, foi aquele que fez o jantar do aniversário da sua mãe? Davi pergunta, parecendo tentar se lembrar de quem o Marco está se referindo.
— Sim, ele mesmo. Ele abriu um restaurante aqui no RJ. Minha mãe disse a ele que eu estava aqui, e ele faz questão que eu vá jantar lá hoje, mais sei que isso é fofoca da minha mãe, ela quer saber o que estou fazendo aqui, isso é ótimo, já que Beatriz aceitou a minha proposta! Marco fala, direcionando seu olhar para Beatriz e sorrindo.
— Ela aceitou? Davi pergunta parecendo espantado.
Beatriz apenas balança a cabeça que sim.
— Então com certeza o Rui vai contar que me viu com uma Bambina. Minha mãe vai correr e contar para o meu pai. E quando eu chegar lá meu pai vai fingir surpresa mais ele já sabe de tudo. Como se eu já não soubesse exatamente o que vão fazer. Marco responde, virando os olhos.
— Você consegue pensar até nos mínimos detalhes! Tenho que aplaudir! Dessa vez você me surpreendeu. Davi fala, batendo palmas para Marco.
— Ah! Meu caro, temos sempre que prever a mordida do crocodilo, ou vai esperar que ele arranque a sua mão? Vamos agora o nosso carro já chegou. Marco fala sorrindo. Saímos e vamos parar em um belíssimo restaurante italiano em Ipanema. Entramos e um homem bem forte e alto, vem nos receber. — Marco! Como você está! O homem forte, vem até eles esticando o braço para cumprimentar Marco. Sua mãe me disse que estava aqui. Não poderia deixar de receber você aqui! No meu humilde restaurante.
— Muito obrigado pelo convite Rui, esse é um grande amigo meu Davi, e essa é minha noiva Beatriz.
— Noiva? Que ragazza belíssima! O homem fala com espanto, seguido de um sorriso e aplausos. — Seu pai deve estar explodindo de alegria, que tenha conseguido uma esposa tão jovem que poderá dar muitos netos a ele. Aquele velho sonha com acasa cheia de netos, já que sua mãe não pode lhe dar muitos filhos. Ele puxa o Marcos e dá um abraço tão forte que parece que vai esmagar ele. — Venham, venham. Tudo por conta da casa hoje. Temos que comemorar uma notícia como essa. Sente se eu vou pedir um vinho, e a moça bebê o quê? Eu olho para o Marcos, porque não consigo entender porque ele me pergunta o que vou beber. — Água com gás e limão para ela. Marco, responde sem se quer perguntar o que eu desejava. Isso me deixa bastante, incomodada. — Perfeito. Vou servir a melhor massa da casa. Vou preparar, fiquem a vontade. O homem sai, e vai cumprimentando as demais pessoas que estão no restaurante. Notando que fiquei incomodada, Marco fala — Uma dama nunca bebe em p
— Amanhã vou tentar apressar mais os documentos, mais acredito que no máximo em dois dias vão estar prontos, estamos pagando muito bem. Então eles estão correndo o máximo para poder receber o pagamento final. Davi fala, orgulhoso de sua eficiência. — Eu gostaria de ir à praia amanhã, posso? Já que vi que lá terei tantas regras, gostaria de ir à praia, ver o mar, pensar um pouco. Estou muito confusa com tudo isso. São muitas informações muito rápido. Beatriz fala olhando para Marco como se implorasse. — Adorei a ideia, podemos tirar o dia amanhã apenas para nós divertir, e podermos nos conhecer melhor, o que você conhece no Rio ou o que você não conhece? Poderíamos ir amanhã conhecer. Estou por sua conta! Você merece após ser a Estrela da noite de hoje. Marcos fala com um sorriso no rosto. — Sério? Eu falo eufórica. — Sim, com certeza! Marco me responde, já não mais com um sorriso, se perguntando porque duvido de cada palavra que ele fala. — Eu
Descemos até o restaurante do hotel e visivelmente alguns, homens me olham, como se eu fosse um pote de mel disponível para uma abelha. — Isso me deixa profundamente incomodado no Brasil. Aqui não se tem respeito. Se qualquer homem olha dessa forma, para minha esposa na Itália, já estariam mortos. Marco fala, com uma fisionomia fechada que me faz ficar arrepiada. — Do que está falando? Eu pergunto sem entender, o porquê de ele estar assim, tão nervoso. — Todos esses homens, alguns acompanhados cobiçando a mulher de outro. Isso na Itália é imperdoável. — Está falando disso? Eu pergunto tentando entender. Aqui no Brasil isso é comum, já não me incomoda mais, eles parecem abutres, esperando o almoço, assim que vim para o Rio de janeiro eu ficava muito constrangida, claro que ainda fico! Menos, claro! Hoje já não me sinto como se eles estivessem me despindo com os olhos. Não como antes. Eu falo dando de ombros. — Isso é um absurdo, não se olha para uma mu
Eu em um primeiro momento fico completamente descontrolada, mais gradualmente vou me acalmando e me entregando ao beijo completamente. — Está mais calma? Marco me pergunta com um olhar terno, calmo, diferente do último olhar, que eu não consegui ver qualquer tipo de sentimento neles. Ele me abraça e me puxa para o peito dele. Eu estou aqui agora, eu não vou deixar nunca mais ninguém te machucar!Isso é uma promessa, e homens como eu, nunca quebram uma promessa. Ele fala acariciando meus cabelos. Eu fico assim abraçada nele, até que acabo dormindo. Marcos: Fico observando ela assim, completamente desprotegida, como um bichinho assustado, me faz querer proteger ela, cuidar dela. Você só pode estar ficando louco Marco. Eu falo comigo mesmo, tentando me repreender. Ela não representa nada para você! Ela é apenas parte fundamental para o seu plano. Depois disso ela não é mais útil, você tem que parar de querer dar atenç
O almoço chega e logo, Marco nos serve uma taça de vinho. — Obrigado! Me fala um pouco, mas sobre você Marco ! Eu sei tão pouco do homem que estou me vendendo. Eu falo me sentando à mesa. — É dessa forma que você vê? Assim que vê nosso acordo? Marco fala vindo em direção à mesa, ele senta e me olha como se estivesse me estudando. — Deveria ver de outra forma? Estou aceitando ir para um país longe, com um homem que mal conheço. Eu não sei se existe outro nome para isso. Eu falo tomando um gole do vinho e dando de ombro. — Não vejo dessa forma, ambos querem alguma coisa. É uma troca. E não creio que tenha desvantagem para nenhum dos dois. Podemos transformar esse tempo, juntos em momentos agradáveis. Eu fico envergonhada e rapidamente fico vermelha, e suas palavras fervem minha intimidade. Suas palavras cheiram a sedução. — Não tenho muito para dizer, não além do que você precisa saber. Tive minha introdução nos negócios, como 18 anos, deveria e
— Você tem um conselho para me dar, para aquela mulher me querer, eu só quero que ela me queira. Fala para ele Davi! Diz para ele, que eu preciso que ela me ame, eu disse para ela que eu queria que ela fosse minha esposa de mentirinha, mais isso era antes. Agora eu quero que ela case comigo. Você me ajuda? Marco fala se apoiando no jovem rapaz, que quase cai com o peso dele. — Marcos estamos chegando no seu quarto se você continuar falando assim, ela vai ouvir e você mesmo disse que não quer que ela descobra sobre seus sentimentos. — É verdade, eu tenho que fazer silêncio, ela não pode desconfiar de nada. Eu vou ficar bem quieto. XIIIIII! Eu me assusto por que já estava quase pegando no sono, depois de imaginar várias coisas, inclusive onde Marco poderia ter ido. Quando escuto barulho na porta, não era um barulho comum, parecia que alguém estava tendo dificuldades em abrir a porta, então com certeza não era Marco. Se for o Lucas, tentando qualquer coi
— Intimidade? Não teremos isso, é apenas um contrato de serviço. Falo olhando para marcos. Percebo que o Marco fica incomodado com a minha resposta. — Você não concorda?Beatriz fala arqueando a sobrancelha — Concordo. Foi o que combinamos não foi? Eu respondo sem demostrar nenhum sentimento nas minhas palavras. — Sim, foi o que combinamos. Ela responde dando de ombros. — Então está perfeito! — Às vezes eu acho toda essa história fantasiosa demais. Tem horas que eu me pego tentando colocar na minha cabeça que tudo isso é real, e eu vou ser muito sincera, encontro uma certa resistência do meu cérebro em concordar que tudo isso não é o que eu posso dizer cimo no mínimo "estranho" Beatriz fala enquanto assina o contrato. — Bem é isso, está assinado, agora estou devidamente contratada. — Eu consigo compreender o que você está sentindo, está embarcando agora para um país estranho com dois desconhecidos, eu imagino como você deve es
Marcos desce e dá, a volta no carro abrindo a porta e me dando a mão para me auxiliar a descer. — Bem-vinda a sua nova casa, espero que você consiga ser feliz aqui, pelo menos por algum tempo. Beatriz eu quero de verdade tornar o menos difícil possível para você, tudo isso. Eu prometo que vou tentar, fazer o que tiver no meu alcance para isso acontecer. E se eu errar quero que me ajude a consertar. Você vai ouvir muitas coisas sobre mim. Muitas não vão ser boas. Você pode ver às vezes também eu fazendo coisas que não me orgulho. Mais mesmo assim quero que confie em mim. Você está me entendendo? Marco fala, mas seu semblante deis de que chegamos aqui é outro. Visivelmente carregado. Seu olhar agora é, mas profundo e não consigo sentir nenhum tipo de emoção neles. É como se não tivesse um coração naquele corpo. — Estou! Beatriz responde assustada. — Está pronta? Marco se vira para mim, me dando o braço para poder acompanhar seus passos. — Se eu disser q