Ana ia todas as noites trabalhar na boate e com isso conseguiu pagar o aluguel atrasado para dona Maria, porém uma coisa a estava preocupando, a filha de dona Maria, Carla, não tirava os olhos dela nos últimos dias, era como se estivesse cuidando ela.
Cezar conseguiu vender a casa e também o carro que tinha, com o dinheiro comprou a antiga casa em que ele e a família costumavam viver, comprou um carro mais comum e também decidiu que pagaria Luis Felipe, ele queria recomeçar e para isso precisava iniciar do zero, como não tinha coragem de olhar para o antigo genro colocou o dinheiro em um envelope e entregou para a secretária dele, ele sabia que ela jamais trairia o patrão, dentro escreveu uma pequena carta, onde pedia desculpas por todo o incomodo e agradecia pelo tempo em que teve a oportunidade de trabalhar na empresa, ainda tinha sobrado um bom dinheiro da venda da casa e dos móveis então após passar na delegacia e ver que nada tinha sido descoberto sobre Ana ele decidiu
Naquela manhã de sábado Marcelo chegou mais cedo na delegacia do que costumava chegar, ele não tinha plantão, mas tinha decidido ir trabalhar o dia todo, precisava esvaziar a cabeça, nas ultimas noites tudo que ele tinha sonhado era com sua ex mulher Bianca e esses sonhos estavam começando a perturbar sua prudência, quando Peçanha o viu riu alto.- Caiu da cama chefe?Marcelo sorriu.- Às vezes faz bem, mas hoje sim de fato cai mesmo, não tive bons sonhos, ainda de plantão?- Ainda... Não tivemos uma noite fácil, to acabado, já tomei duas jarras de café, deixei uns pareceres em cima da sua mesa.- Onde está Raimundo, ele não devia estar de plantão com você?- Então... Ele saiu pra fazer uma ronda em Paraisópolis.- Paraisópolis? Aconteceu alguma coisa por lá? Nem mesmo é
Quando o dia amanheceu ela viu que não estava sozinha no quarto, por fim então ela tinha conseguido dormir um pouco, a garota na sua frente sorria e tinha um copo nas mãos.- Trouxe um calmante para você, como se sente?Era Valérie, Ana esfregou os olhos e aceitou o copo.- Foi horrível eu achei que ninguém viria me salvar, achei que ele me estupraria.- Eu corri o mais rápido que pude para chamar Leonel.- Foi você que o chamou?- Claro, não achou que tinha sido Juliana néh?- Não, na verdade eu estava bem confusa, ela foi bem fria comigo.- Ana querida não seja tola, foi ela quem entregou a chave para ele, só Juliana tem acesso à chave cópia dos quartos.- O que? Mas por que ela faria isso?- Você estava rendendo dinheiro, mas eles querem mais, eles sempre querem mais, ela sabia que não ia c
Ana terminou seu trabalho antes naquele dia, disse para Leonel que precisava que ele lhe compasse algumas coisas, pois queria que sua primeira noite fosse inesquecível, Leonel acreditou e saiu do escritório, enquanto isso Ana teve tempo para entrar e falar com Gabriele. - Vamos ter que antecipar os planos. - O que? - Parece que a policia está atrás de você, seu pai veio até aqui e Leonel vai fazer a sua negociação amanhã à noite, por isso vamos fugir hoje. - Hoje? - É... Está pronta para fugir? - Estou com medo e se não conseguirmos, e se eles pegarem a gente? - Acredite eu pareço firme, mas estou derretendo por dentro, eu não sei se vamos conseguir Gabi, mas precisamos fazer isso, entende? - Sim. - Ótimo. Quando Ana ia sair percebeu que a menina correu para o computador de Leonel. - O que vai fazer? - Preciso pegar umas coisas, não se preocupe, só guarde a porta por 15 minutos. A
Os capangas de Leonel viram Ana ser atropelada violentamente. - Vamos embora cara, essa aí já era. Os dois fugiram antes de serem vistos, Marcelo saiu do carro sinalizando para todos e trancando o transito correu até onde a garota estava à cabeça sangrava assim como a perna que parecia conter uma fratura exposta, mas ela ainda respirava, ligou imediatamente para a ambulância, acabava de retirar a ideia de que aquele seria um dia perfeito. Ana deu entrada no hospital em estado grave, Marcelo acompanhou tudo, mas recebeu uma ligação da delegacia e precisou sair. - Avise-me se ela acordar. - Fique tranquilo senhor delegado. Marcelo entrou na viatura e partiu até a delegacia, Peçanha estava lhe esperando na porta. - O que houve? - O delegado do 19º distrito ligou, pediu para que você retornasse o mais rápido possível, ele disse que era um assunto do seu interesse. Marcelo adentrou na sala, com o afastamento de Raimu
Marcelo chegou na delegacia e tentou encontrar alguma coisa que pudesse ligar ela a alguma ocorrência, mas não encontrou nenhuma Natasha Marques que fosse fixada, porém no mesmo dia do acidente dela, a menina Gabriele tinha sido encontrada assim como uma segunda mulher que foi dita ser prostituta, esta tinha sido baleada a algumas quadras de onde tinha acontecido o atropelamento, seria coincidência? Marcelo pegou o nome da mulher, Valérie Marson, ele perguntaria para Natasha se as duas se conheciam. Cézar adentrou no corredor pequeno um tanto quanto desconfiado, ele não tinha certeza se estava lidando com um profissional ou com um picareta, viu uma senhora sair de cabeça baixa e então deu três batidas na porta onde podia se ler “detetive”, o detetive nesse caso era um senhor baixinho e barrigudo aposentado da policia militar a pelo menos uns 20 anos. - Pode entrar. - Com licença. – Cézar entrou e se sentou na cadeira que ficava próxima da mes
Marcelo a levou até o próprio apartamento, Ana entrou com cautela, não sabia o que esperar dele. - Vai mesmo abrigar uma desconhecida com um passado como o meu na sua casa? Eu posso te matar enquanto dorme. Ele riu alto como se duvidasse. - Tenho porte de arma há um bom tempo, acredite não conseguiria me matar tão facilmente, não com essa perna ai. Ana observou o próprio estado e foi obrigada a concordar, ela estava péssima, o que tinha feito da sua vida? Ah se pudesse voltar atrás, nunca teria fugido de casa, ela esfregou os olhos para esconder as lágrimas e tentou se conter, mas Marcelo percebeu. - Se quiser me contar agora do que está fugindo, sou todo ouvidos. - Não tenho nada para contar. Ele assentiu com a cabeça. - Ok. – Ele fez uma pausa e depois olhou em volta. – Bom, eu tenho que voltar ao trabalho, mas você pode ficar a vontade, se quiser descansar ou comer algo... Ele apontou a direção da cozinha.
Ana ouviu um barulho na porta e voltou a se sentar, tentando parecer normal, não sabia quem entraria se Marcelo ou talvez a esposa dele, logo ela percebeu que era ele. - E ai? Tudo bem encontrou a comida? - Sim, sou muito boa nisso, a propósito deixei um sanduiche pronto pra você. - Ok! Vou comer depois, é bom ver que está mais mansinha agora. - Não subestime, posso ter posto veneno no sanduiche por puro descuido. Ele riu. - Ok! Vou conferir isso também. – Ele fez um sinal para o corredor. – Você pode ficar com aquele quarto enquanto estiver aqui, caso queira deitar, descansar sei lá... Ana pegou a mochila do chão e saiu na direção do quarto, mas então parou e olhou para ele. - Não deveria consultar sua mulher antes de chamar uma desconhecida para ficar aqui? Ele olhou para a aliança no dedo. - Ah, diz isso por causa da aliança? Ana olhou para as mãos dele e então percebeu que ele usava a aliança
Marcelo chegou assoviando na sexta feira de manhã, mas assim que entrou percebeu que Peçanha não tinha a melhor das noticias. - Bom dia Peçanha. - Bom dia senhor, podemos conversar? - Claro. Marcelo fez um sinal para que ele entrasse na sala, Peçanha fechou a porta logo atrás de si, o que deixou Marcelo ainda mais intrigado. - A corregedoria entrou em contato, aconteceu um crime recentemente envolvendo uma pessoa que foi condenada em nosso distrito. - Um crime? Peçanha retirou as fotos de dentro de uma pastinha que tinha nas mãos e jogou em cima da mesa, Marcelo reconheceu o rosto de Raimundo imediatamente. - Meu Deus... Mas quem poderia... - Não sabemos, o caso vem sendo investigado, a ex-mulher dele e o padrasto da menina sequestrada eram os principais suspeitos até então, mas eles possuem um álibi para o dia, então, eles estão na estaca zero, pediram ajuda no caso. - O que podemos fazer é ceder o máxi