Marcelo chegou na delegacia e tentou encontrar alguma coisa que pudesse ligar ela a alguma ocorrência, mas não encontrou nenhuma Natasha Marques que fosse fixada, porém no mesmo dia do acidente dela, a menina Gabriele tinha sido encontrada assim como uma segunda mulher que foi dita ser prostituta, esta tinha sido baleada a algumas quadras de onde tinha acontecido o atropelamento, seria coincidência?
Marcelo pegou o nome da mulher, Valérie Marson, ele perguntaria para Natasha se as duas se conheciam.
Cézar adentrou no corredor pequeno um tanto quanto desconfiado, ele não tinha certeza se estava lidando com um profissional ou com um picareta, viu uma senhora sair de cabeça baixa e então deu três batidas na porta onde podia se ler “detetive”, o detetive nesse caso era um senhor baixinho e barrigudo aposentado da policia militar a pelo menos uns 20 anos.
- Pode entrar.
- Com licença. – Cézar entrou e se sentou na cadeira que ficava próxima da mes
Marcelo a levou até o próprio apartamento, Ana entrou com cautela, não sabia o que esperar dele. - Vai mesmo abrigar uma desconhecida com um passado como o meu na sua casa? Eu posso te matar enquanto dorme. Ele riu alto como se duvidasse. - Tenho porte de arma há um bom tempo, acredite não conseguiria me matar tão facilmente, não com essa perna ai. Ana observou o próprio estado e foi obrigada a concordar, ela estava péssima, o que tinha feito da sua vida? Ah se pudesse voltar atrás, nunca teria fugido de casa, ela esfregou os olhos para esconder as lágrimas e tentou se conter, mas Marcelo percebeu. - Se quiser me contar agora do que está fugindo, sou todo ouvidos. - Não tenho nada para contar. Ele assentiu com a cabeça. - Ok. – Ele fez uma pausa e depois olhou em volta. – Bom, eu tenho que voltar ao trabalho, mas você pode ficar a vontade, se quiser descansar ou comer algo... Ele apontou a direção da cozinha.
Ana ouviu um barulho na porta e voltou a se sentar, tentando parecer normal, não sabia quem entraria se Marcelo ou talvez a esposa dele, logo ela percebeu que era ele. - E ai? Tudo bem encontrou a comida? - Sim, sou muito boa nisso, a propósito deixei um sanduiche pronto pra você. - Ok! Vou comer depois, é bom ver que está mais mansinha agora. - Não subestime, posso ter posto veneno no sanduiche por puro descuido. Ele riu. - Ok! Vou conferir isso também. – Ele fez um sinal para o corredor. – Você pode ficar com aquele quarto enquanto estiver aqui, caso queira deitar, descansar sei lá... Ana pegou a mochila do chão e saiu na direção do quarto, mas então parou e olhou para ele. - Não deveria consultar sua mulher antes de chamar uma desconhecida para ficar aqui? Ele olhou para a aliança no dedo. - Ah, diz isso por causa da aliança? Ana olhou para as mãos dele e então percebeu que ele usava a aliança
Marcelo chegou assoviando na sexta feira de manhã, mas assim que entrou percebeu que Peçanha não tinha a melhor das noticias. - Bom dia Peçanha. - Bom dia senhor, podemos conversar? - Claro. Marcelo fez um sinal para que ele entrasse na sala, Peçanha fechou a porta logo atrás de si, o que deixou Marcelo ainda mais intrigado. - A corregedoria entrou em contato, aconteceu um crime recentemente envolvendo uma pessoa que foi condenada em nosso distrito. - Um crime? Peçanha retirou as fotos de dentro de uma pastinha que tinha nas mãos e jogou em cima da mesa, Marcelo reconheceu o rosto de Raimundo imediatamente. - Meu Deus... Mas quem poderia... - Não sabemos, o caso vem sendo investigado, a ex-mulher dele e o padrasto da menina sequestrada eram os principais suspeitos até então, mas eles possuem um álibi para o dia, então, eles estão na estaca zero, pediram ajuda no caso. - O que podemos fazer é ceder o máxi
Assim que Marcelo entrou percebeu algo diferente em Ana, ele a olhou de cima a baixo reparando no que ela vestia. - Está com uma das minhas camisas? Ela mordiscou o lábio parecendo nervosa. - Eu não tinha nada para vestir e as roupas que eu estava vestindo, estavam sujas e rasgadas e... - Tudo bem. Marcelo apenas concordou sem dar muita atenção, porém não pode deixar de notar quando a garota se virou que apesar dela ser extremamente pequena e ter o corpo de uma fada literalmente a camisa ficava um tanto quanto curta demais, ele reparou em suas pernas bem definidas chamavam a atenção dando um visual sexy e nada confortável para ele que já estava cinco anos afastado de envolvimentos. - Voltou cedo. - Lembrei que preciso consertar o encanamento da cozinha, vai ser um problema se o vizinho de baixo reclamar. Ela concordou com a cabeça e o viu largar os papéis sobre a mesa, ele trocou as roupas de serviço por roupas ma
Assim que Marcelo chegou na delegacia ele desabou atrás da mesa escondendo o rosto entre as mãos e procurando um pouco de silêncio para poder acalmar seus pensamentos que estavam a mil por hora. Enquanto isso do outro lado da cidade Leonel deu um soco sobre a mesa. - Então vocês a viram ser atropelada e simplesmente a deixaram lá? Nem ao menos tiveram o trabalho de garantir que a “piranha” estivesse mesmo morta? Os dois capangas se entre olharam nervosos. - Tinha muita gente chefe, a gente não podia ir até lá e pega a garota! - Pelo menos viram quem a atropelou? Um olhou para o outro sabendo que ao confirmar isso estariam mortos. - Era um carro desses modelos novos, preto, quem dirigia era um homem, não deu para ver bem o rosto. – Mentiram, pois os dois sabiam que se tratava do delegado. Leonel afundou o rosto entre as mãos. - A menina não falou da gente e ainda não ligaram nós ao caso, mas não significa que não
Ana se despachou do consultório médico e saiu para o corredor esperando encontrar Marcelo, mas não o viu de imediato, andou de um lado a outro ainda com um pouco de dificuldade e decidiu esperá-lo. Porém, nessa hora as portas do corredor se abriram e ela viu dois homens passarem por ela, ela jamais conseguiria esquecer aqueles rostos, Ana deu um passo para trás vendo que ainda não tinha sido notada por eles e tentou se esquivar, eles se aproximaram de uma enfermeira e pareciam mostrar uma foto a ela como se quisessem saber de alguém, Ana pode ver pelo vidro que se tratava de uma fotografia dela, nervosa ela apressou o passo seguindo reto pelo corredor, porém ao fazer isso acabou chamando a atenção dos dois que observaram a garota que mancava para longe, um deles cutucou o outro. - Não é ela? - Será? Sem pensar duas vezes eles aceleraram o passo e começaram a seguir Ana, Ana tentou andar mais rápido, porém sentiu uma fisgada forte na perna. - D
Enquanto Marcelo atravessava a cidade para encontrar Natasha, Leonel pegou o telefone e ligou para alguém que já apareceu nessa história... - Eu já disse para não me ligar nesse número! Quer que sejamos descobertos? - Calminha aí, “dente afiado”... Temos que conversar. - Ninguém me chama de “dente afiado” há muito tempo e eu já disse que não podemos falar por esse telefone! - Então eu acho bom conseguir um tempo para mim dona Liane Guimarães, por que temos um assunto em comum para resolver e para logo! - Que assunto poderíamos ter em comum? Eu já paguei pelos seus serviços a cinco anos atrás! - Eu sei, não estou cobrando nada dona, porém apareceu alguém no nosso caminho e eu acho que a senhora vai adorar saber quem é. Liane cerrou os dentes e bateu o telefone com força após Leonel revelar o nome de “Marcelo”, o que diabos aquele delegadinho de meia quinta tinha feito agora? Marcelo pegou o ele
Ana não falou mais com Marcelo naquela noite, talvez ela devesse procura-lo pela manhã e tentar uma reaproximação, porém assim que acordou com a luz entrando pela janela ela percebeu logo que a casa estava sozinha, caminhou vagamente entre a sala e a cozinha e não o viu, voltou até o quarto e viu que a mochila com as provas contra Leonel tinha desaparecido, suspirou, sim é claro! Ele tinha conseguido o que queria e agora era uma questão de tempo para ele a por para fora dali, ainda mais agora que sabia que ela tinha mentido esse tempo todo para ele. Marcelo chegou à delegacia apressado e se trancou no escritório, Peçanha porém tinha algo que precisava mostrar a ele o mais rápido possível. Ele mal teve tempo de respirar sossegado e viu Peçanha fazendo sinal do outro lado do vidro, ele tinha papéis nas mãos e parecia falar alguma coisa, porém através do vidro ele não conseguia ouvi-lo, Marcelo encerrou o que estava fazendo no computador e caminhou até a porta.