Os dias passaram rapidamente, com jogos indo e vindo, enquanto o Lombardy Lions consolidava sua liderança no campeonato. Martina se tornara presença constante nos treinos e jogos dos amigos, sempre que podia estava ali, torcendo e apoiando. Chiara, Luca e até Aki também retribuíam o apoio, aparecendo para assistir aos jogos dela. Aos poucos, Aki foi se soltando, e agora parecia que todos se conheciam desde sempre, unidos por uma amizade caótica e divertida. Assim, o mês passou num piscar de olhos.Chiara não comentava com ninguém, mas a cada dia que passava, sentia uma leve tristeza crescer, sabendo que em breve teria que trocar de lugar com Dario. Mesmo assim, aproveitava cada momento com seus amigos, sentindo-se grata por cada instante.Asana também apareceu algumas vezes, tentando se aproximar de Aki, mas ele estava sempre ao lado de Martina, Chiara e Luca. E logo eles perceberam o quanto a presença dela o incomodava. Talvez ele ainda sentisse algo por ela, ou quem sabe era apenas
O treino havia terminado a pouco tempo quando Asana desceu da arquibancada, com seus passos calculados e um olhar determinado fixo na quadra. Aki percebeu imediatamente e fechou a cara, pegando sua mochila com pressa para ir embora. Mas ele parou subitamente ao notar que o alvo dela não era ele — era Dario, que estava distraído, arrumando sua própria mochila.Luca se aproximou de Aki, também observando a cena com uma expressão de espanto.— O que essa louca vai falar com o Dario? — murmurou Luca, franzindo o cenho.— Não faço a mínima ideia, mas com certeza não é coisa boa — respondeu Aki, mantendo os olhos atentos.Ambos ficaram a uma distância segura, observando a interação, enquanto Chiara, tentava se concentrar em arrumar suas coisas. Ela queria ir logo para seu apartamento, pois se sentia mais cansada do que nunca, mas Asana, com aquele olhar de predadora, já estava ao seu lado, lançando-lhe sorrisos insinuantes.— Dario, você tem algum compromisso nesse final de semana? — pergun
Chiara estava deitada em sua cama, as luzes apagadas e o silêncio tomando conta do quarto. Mas a tranquilidade não alcançava seus pensamentos. Ela se lembrava de Aki dizendo estar resfriado, e a lembrança da conversa com Martina logo surgiu em sua mente. Martina tinha sugerido, com aquela voz maliciosa de sempre, que ela fosse até o apartamento dele para ver se ele precisava de alguma coisa."Afinal, homens são terríveis quando estão doentes", tinha brincado Martina, rindo. Chiara, tentando disfarçar a ideia que se formava em sua cabeça, apenas tinha sorrido.Agora, com o coração acelerado e cheia de dúvidas, Chiara olhou o relógio. Eu vou ou não vou? Pensou, já quase se convencendo de que deveria ficar onde estava. Mas algo dentro dela a fez levantar e, em um impulso, vestir uma roupa simples e confortável. Em poucos minutos, estava caminhando em direção ao apartamento de seu capitão.Ela chegou ao prédio de Aki e tocou a campainha. O silêncio do outro lado aumentava sua preocupação
Aki despertou devagar, os olhos ainda pesados de sono. A febre parecia ter diminuído, embora restasse uma leve dor de cabeça e uma tosse persistente. O quarto estava calmo, envolto na luz suave da manhã que se filtrava pelas persianas. Sentado na beira da cama, ele fechou os olhos por um momento, sentindo o corpo se recuperar aos poucos. Fragmentos da noite anterior vieram à mente, ele lembrava-se de alguém, do toque suave de uma mão e de uma voz gentil que o ajudara a se deitar.Olhou ao redor e notou, em cima do criado-mudo, um bilhete escrito à mão, com uma letra delicada e caprichada que parecia destoar de qualquer coisa que ele associaria a Dario. Confuso, ele pegou o papel e leu, os olhos percorrendo a mensagem de forma lenta, absorvendo cada palavra. Um pequeno sorriso se formou em seus lábios, enquanto a gratidão e um toque de surpresa se misturavam.Chiara chegou à quadra parecendo que tinha passado a noite em claro — e, foi exatamente isso que aconteceu. As olheiras marcavam
No dia seguinte, o ginásio estava repleto de energia. Aki, agora recuperado, decidiu que descansar mais um dia seria exagero – afinal, vôlei era sua vida, e ficar longe da quadra só o deixava inquieto. Assim que entrou, a primeira coisa que viu foi Luca correndo atrás de Dario, ambos rindo como crianças em um pátio de escola.Aki encostou-se na parede por um momento, observando os dois. Seus olhos pararam em Dario, e flashes daquela noite invadiram sua mente, o cuidado, os gestos gentis, o bilhete com uma caligrafia delicada demais para um homem. Ele franziu a testa, percebendo algo que nunca tinha notado antes. Dario era muito pequeno, de traços delicados, um tanto quanto femininos demais. A ideia absurda de que talvez ele pudesse ser uma mulher passou por sua cabeça, mas Aki afastou o pensamento rapidamente. "Isso é impossível", murmurou para si mesmo antes de avançar em direção ao time.— Capitão! — Luca gritou ao vê-lo, parando no meio da quadra. — Finalmente! Eu senti sua falta,
Chiara ainda estava no vestiário, sentindo o cansaço do treino e um pouco de dor em seu tornozelo, mas nada que fosse preocupante. O som do chuveiro ecoava pelo espaço vazio, enquanto ela tirava seu uniforme rapidamente. O dia havia sido longo, e tudo que ela queria era ir para casa e finalmente relaxar.Luca, como sempre, havia sido seu apoio fiel, mantendo-se por perto enquanto os outros jogadores se trocavam e saíam. Ele tinha até brincado antes de sair, dizendo.— Vou dar um espaço para você, mas qualquer coisa, grita. Não demoro nem dois segundos para voltar.Ela riu, grata pela sua presença. Mas o que Chiara não sabia era que Luca, assim que recebeu uma mensagem de Martina, não pensou duas vezes antes de correr pelo corredor, ansioso para ver a garota que estava ocupando sua mente ultimamente. Ele saiu tão apressado que nem se deu conta de que tinha deixado Chiara sozinha.Chiara respirou fundo, aproveitando a tranquilidade do momento. O vestiário estava completamente vazio, e e
Aki saiu do vestiário, deixando Chiara sozinha com um peso insuportável no peito. O som dos passos dele se afastando parecia ecoar mais alto do que o necessário, quase como se o silêncio em seguida fosse uma sentença. Chiara se sentou no banco, abraçando os próprios joelhos, tentando assimilar tudo o que acabara de acontecer.O segredo que ela vinha guardando com tanto cuidado agora não era mais só dela. Aki sabia. E ele estava furioso. Não tanto pelo que ela era, mas pelo que ela fez. Ela sabia que ele tinha razão, que suas ações colocaram o time em risco, mas ainda assim, temia o que ele faria com essa informação.Não demorou muito para que a porta do vestiário se abrisse novamente. Dessa vez, Luca e Martina entraram, rindo de algo, mas as expressões dos dois mudaram ao ver Chiara, sentada no banco com um olhar distante.— Chiara? — Luca começou, mas parou, franzindo o cenho. — O que aconteceu? Você parece que viu um fantasma.Chiara levantou os olhos lentamente para Luca, o rosto c
Já na casa dos gêmeos, Dario estava sentado no sofá, seus olhos arregalados fixos em Chiara, enquanto ela andava de um lado para o outro na sala, completamente aflita. O silêncio que pairava entre eles era quase ensurdecedor até que ele quebrou finalmente a tensão.— Como foi que ele descobriu? — Dario perguntou, a voz carregada de incredulidade e preocupação. — O que aconteceu, Chiara?Ela parou de andar e olhou para ele, os olhos já marejados. Respirou fundo, tentando conter as lágrimas antes de responder.— Ele... ele me viu no vestiário. — Sua voz falhou, e ela passou as mãos pelo rosto, como se tentasse apagar o que tinha acontecido. — Eu estava me trocando. Achei que só o Luca estava por perto, mas ele apareceu do nada. Ele viu tudo, Dario. Não tinha nem como disfarçar nada. Dario levou as mãos à cabeça, puxando os próprios cabelos levemente, como se tentasse processar a informação.— Droga, Chiara... — Ele suspirou. — E o que ele disse? Ele estava muito bravo?— Sim. Ele estav