Já na casa dos gêmeos, Dario estava sentado no sofá, seus olhos arregalados fixos em Chiara, enquanto ela andava de um lado para o outro na sala, completamente aflita. O silêncio que pairava entre eles era quase ensurdecedor até que ele quebrou finalmente a tensão.— Como foi que ele descobriu? — Dario perguntou, a voz carregada de incredulidade e preocupação. — O que aconteceu, Chiara?Ela parou de andar e olhou para ele, os olhos já marejados. Respirou fundo, tentando conter as lágrimas antes de responder.— Ele... ele me viu no vestiário. — Sua voz falhou, e ela passou as mãos pelo rosto, como se tentasse apagar o que tinha acontecido. — Eu estava me trocando. Achei que só o Luca estava por perto, mas ele apareceu do nada. Ele viu tudo, Dario. Não tinha nem como disfarçar nada. Dario levou as mãos à cabeça, puxando os próprios cabelos levemente, como se tentasse processar a informação.— Droga, Chiara... — Ele suspirou. — E o que ele disse? Ele estava muito bravo?— Sim. Ele estav
A manhã começou como qualquer outra no ginásio do Lombardy Lions. O time estava reunido, a energia parecia boa, mas Chiara sentia a tensão no ar. Aki não trocou uma única palavra com ela desde que o treino começou. Ele nem sequer olhava em sua direção, e isso não passou despercebido por Chiara, mas Luca, que estava sempre ao seu lado, parecia tranquilo, mantendo a conversa para distrair a amiga.— Relaxa, Chiara. — Luca disse baixinho, enquanto ajustava os cadarços do tênis. — Aki é cabeça dura, mas vai ficar tudo bem. Só dá um tempo.Chiara suspirou, tentando manter a compostura.— Não sei, Luca. Acho que ele nunca vai me perdoar por isso. — Sua voz saiu quase em um sussurro.Luca colocou uma mão reconfortante no ombro dela, com um sorriso animado.— Confia em mim. Ele é justo, mas também sabe o que é certo. Só não deixa isso te atrapalhar, tá? Foca no treino. Eu estou aqui, e você sabe que vou cuidar de você.Chiara assentiu, agradecida. Luca sempre sabia como aliviar um pouco da te
Chiara estava sentada na beira da cama, olhando para a mala semiaberta. Suas mãos deslizavam automaticamente pelas roupas, dobrando as peças sem prestar muita atenção. Sua mente estava a mil. Ela já tinha dividido o quarto com Aki em todas as viagens desde que entrou no time, mas agora era diferente. Ele sabia a verdade. E ela não conseguia nem imaginar como seria o clima entre eles."Será que ele vai me ignorar? Vai me tratar de forma ainda mais fria? Ou pior... vai ficar me analisando como se eu fosse um alienígena?" Chiara pensava, enquanto tentava escolher entre duas camisetas. Deu um suspiro pesado e jogou as duas na mala.— Se concentra, Chiara. É só mais uma viagem. — Ela sussurrou para si mesma, mas nem suas próprias palavras a convenceram.Estava tão imersa em seus pensamentos que quase pulou de susto quando ouviu a voz de Dario.— Calma, não precisa se assustar assim. Sou só eu. — Ele estava na porta do quarto, encostado no batente, com aquele sorriso tranquilizador que só e
No quarto, Aki já estava deitado, os cabelos ainda úmidos do banho, enquanto encarava o teto. Ele estava tentando pensar nas estratégias para o jogo do dia seguinte, mas os pensamentos insistiam em retornar àquela interação breve com Chiara. Por que ela teve que sorrir daquele jeito? Por que ela está mexendo tanto com minha cabeça? Ele fechou os olhos, forçando-se a dormir. O dia seguinte prometia ser longo, e ele precisava estar no seu melhor. Mas mesmo assim, o pequeno sorriso de Chiara continuava a aparecer em sua mente, como uma lembrança irritantemente agradável.Enquanto isso, lá embaixo o jantar estava animado, os jogadores se reuniam em conversas descontraídas, e as risadas ecoavam pelo salão. Chiara, no entanto, mantinha-se mais reservada, respondendo apenas quando alguém a chamava diretamente. Seus olhos passeavam pela sala, procurando um rosto em específico. Ela observava cada canto, cada mesa, mas Aki não estava ali.Luca, sempre atento, percebeu a inquietação de Chiara.
Na manhã seguinte, Chiara acordou cedo e olhou para o lado, percebendo que Aki já não estava mais no quarto. Um alívio imediato tomou conta dela, a última coisa que ela queria era começar o dia com mais um momento constrangedor.Sem perder tempo, ela se arrumou rapidamente, vestindo o uniforme do time, e desceu para o café da manhã. Assim que chegou ao restaurante do hotel, avistou Luca acenando entusiasmado para ela. Não muito longe dele, Aki estava sentado sozinho. Chiara sentiu um aperto no peito. Desde que Aki descobriu seu segredo, parecia que ela havia criado um muro entre ele e Luca, porque, onde ela estivesse, Luca sempre a acompanhava.Suspirando, ela foi até Luca e sentou-se ao lado dele, tentando afastar esses pensamentos. Ele, como sempre, estava cheio de energia e perguntas.— Como dormiu, belo adormecido? — Luca perguntou com um sorriso travesso.— Dormi bem, obrigada. E você? — respondeu Chiara, dando de ombros.— Só não dormi melhor porque não tinha uns cabelos cachead
Quando chegaram ao hotel, Chiara caminhava cabisbaixa, com os ombros pesados pela derrota e por tudo o que estava sentindo. Pela primeira vez, Aki não chegou antes dela ao quarto. Ele vinha logo atrás, caminhando com passos lentos e calculados, como se carregasse um peso invisível. Chiara sabia que ele estava ali, podia sentir sua presença como uma corrente elétrica percorrendo sua espinha. Seu coração batia descompassado, confuso entre a tristeza do jogo e a tensão crescente entre os dois.Assim que entraram no quarto, Chiara foi direto para o banheiro. Precisava respirar, colocar os pensamentos no lugar, longe do olhar penetrante de Aki, que parecia enxergar através dela. Enquanto ela tentava se recompor, Aki sentou na beirada da cama e começou a mexer em sua mala, mas seus olhos constantemente se voltavam para a porta fechada do banheiro.Quando Chiara saiu, seus movimentos eram desordenados. Tentava arrumar suas coisas, mas só conseguia espalhar tudo ainda mais. Ela mexia nas mãos
O silêncio preenchia o quarto. Aki ainda estava de pé, as costas encostadas na parede enquanto respirava fundo. Chiara, por sua vez, permanecia imóvel, os dedos tocando levemente os lábios que ainda sentiam a presença dos dele.— Chiara... — Aki começou, sem olhar diretamente para ela. Sua voz era grave, porém hesitante. — Sobre isso… — Ele indicou com o dedo entre os dois, sem saber exatamente como se referir ao que tinha acabado de acontecer. — Acho melhor não contar nada ao Luca... sobre nós dois.Chiara piscou, surpresa com a sugestão.— Não se preocupe, eu não ia falar nada. — Ela se aproximou devagar, tentando esconder o leve tremor em sua voz.Aki suspirou e finalmente virou o rosto para encará-la.— Eu sei que ele já sabe sobre você.Chiara arregalou os olhos, mas ele ergueu a mão, como se quisesse tranquilizá-la antes que ela entrasse em pânico.— Não precisa se explicar. É óbvio que o Luca sabe. Ele nunca fica grudado em alguém sem saber tudo sobre a pessoa. É o jeito dele.
A noite estava silenciosa no quarto de Asana, quebrada apenas pelo som das unhas longas batendo no teclado do notebook. A luz da tela refletia em seus olhos, fixos na busca incessante por informações. Ela suspirou, impaciente, enquanto digitava pela terceira vez o nome "Dario Bianchi" no Google. As páginas abertas mostravam o que ela já sabia: reportagens esportivas, estatísticas, algumas menções sobre a temporada atual. Nada que realmente a ajudasse.— Você é um mistério, Dario... — murmurou, apoiando o queixo na mão enquanto encarava a tela. — Mas ninguém consegue se esconder completamente.Com um novo estalo de determinação, ela começou a digitar novamente. Se não conseguia achar nada específico sobre ele, talvez procurar pelo sobrenome fosse mais útil. Era um caminho mais longo, mas ela tinha tempo e paciência. Aos poucos, os resultados começaram a aparecer. Fotos de eventos, pessoas aleatórias com o sobrenome “Bianchi”. Nada relevante. Mas então, entre os resultados, surgiu um pe