Jonathan Assim que termino de me arrumar jogo a mochila nas costas e saio do quarto. Desço as escadas e de cara encontro com o Mick me aguardando. Sempre foi assim desde que comecei a dirigir. Cristal tem o seu próprio carro e Mick tem a sua moto e um jipe, mas sempre vamos todos no meu carro. — A Cristal ainda não desceu? — pergunto e ele faz um não com a cabeça. — O, eu vou tomar uma xícara de café. Você quer? — Não, mas te acompanho. Na cozinha, observo que a Delia ainda não chegou e penso que elas devem vir juntas de condução. Tomo um gole do café fumegante e quando estamos saindo encontramos a minha mãe e o Caio no caminho. Caio é o meu irmão caçula e ele tem quinze anos. É um garoto bem desenrolado. Ele gosta de computadores e de mexer com tecnologia, coisas que aprendeu com o tio Kevin. Ah, ele é o marido da tia Lilian e tem uma loja incrível de jogos e eletrônicos. Abraço e beijo a minha mãe carinhosamente e dou um oi para o meu irmão. Devo mencionar que a Dona Ana Júlia F
JasmineMe sinto patética olhando o Jonathan se engraçar por qualquer uma que passa perto dele. Bufo internamente. É incrível como ele nunca olhou pra mim com os mesmos olhos que olha pra todas as outras meninas. Portanto, assim que o vejo entrar na área de lazer da casa, resolvo ir para a piscina e dar um mergulho para desanuviar a minha cabeça. A verdade, é que não estou a fim de ouvir quantas cantadas levou hoje, ou porque a Helena o ignora o tempo todo, e nem mesmo qual será a próxima vítima a ser encurralada contra uma parede. Não mesmo! Antes de entrar na água tenho o cuidado de fazer um coque alto nos meus cabelos para não os molhar, me encosto contra os azulejos da piscina e fecho os meus olhos para apreciar o calor do sol que aquece a minha pele. Até tomar um inesperado banho de água fria, que me fez soltar um grito de surpresa.— Mas que droga, Jonathan! — esbravejo. Contudo, o desgraçado rir em alto e bom tom. — Idiota! — Começo a jogar uma sequência de rajadas de água no s
Jasmine — O cheiro está maravilhoso! — Ela diz me despertando e inevitavelmente sorrio. — Fiz do jeito que você gosta. — Obrigada, querida! — Delia se aproxima para deixar um beijo carinhoso na minha testa. — Eu vou pegar os pratos — aviso indo até o móvel vermelho e branco instalado na parede logo acima da pia. Em alguns segundos estamos sentadas uma de frente a outra conversando sobre o seu dia na mansão Alcantara. — Jonathan me perguntou por você — Ela diz de repente e eu quase me engasgo com o suco. — O que ele queria? — indago incomodada. — Disse que você saiu sem se despedir de ninguém. — Levo o copo a boca e tomo um gole do suco enquanto penso em uma resposta. — Pois é. Eu... me esqueci. — Ela me encara especulativa. — Esqueceu? Querida, você sabe o quanto... — Somos gratos pela ajuda dos Alcântara? Sim, eu sei, vó. Não aconteceu nada, não se preocupe. Está tudo bem! — Assim eu espero. Penso. — Agora, vá descansar e deixe que eu arrumo a cozinha. E não se preocupe, vou
Jasmine Na hora do almoço decido que não vou me juntar a turma. Eu preciso ficar longe do Jonathan por um tempo, pelo menos até organizar as minhas ideias e voltar a ser apenas a sua confidente. Por tanto, me sento em um dos bancos perto da biblioteca e abro a caixa de isopor que contém um sanduíche natural, ponho o canudo no copo com o suco de framboesa, tomo um gole e relaxo. Ao longe vejo a dupla dinâmica indo para a biblioteca e no caminho Jonathan esbarra com ela. Sinto um aperto no coração quando os vejo interagir tão próximos pela primeira vez e pela primeira vez sinto que estou perdendo o que nunca tive de verdade. Jonathan acaba de se tornar algo ainda mais inalcançável para mim. Isso é frustrante! Magoada, eu pego a minha bolsa e saio o mais rápido possível dali, direto para a sala de aula. Eu não devia estar chateada. Droga, eu sou a sua amiga e devia estar feliz por ele, torcendo por ele, mas como fazer isso com o coração doendo desse jeito? O almoço foi parar na lata de l
Mick— Então, leãozinho, essa é a minha amiga Rute. Ela estava a fim de te conhecer e eu a trouxe aqui para isso. — Cristal fala abrindo um sorriso largo no rosto e mesmo chateado com os sus planos para mim eu olho para a garota que tem um brilho de esperança no olhar e depois para a minha amiga de infância. Aí resolvo entrar nesse jogo de merda. Portanto, arqueio as sobrancelhas de forma teatral e sorrio.— Para me conhecer? — Ela assente. Dou uma de idiota e analiso a garota, olhando-a dos pés à cabeça. É, até que ela é gostosa! A menina fica corada com a minha especulação explícita, mas ignoto a sua reação e fito a Cristal. A merda toda é saber que estou explodindo de raiva por dentro e não consigo evitar de olha-la com frieza, deixando bem claro que não estou gostando dessa sua brincadeira. E vamos ao teatro! —— Prazer! Eu me chamo Mikael, mas você pode me chamar de Mick se quiser — sibilo cordialmente e as duas abrem sorrisos largos. Rute me estende a mão, eu a seguro e a puxo p
MickNo decorrer da semana o clima entre mim e Cristal não é dos melhores. A ida ao colégio no carro de Jonathan já estava ficando insuportável, então resolvi que não ir mais com eles. Depois de um bom banho e de um café da manhã reforçado, monto na minha moto e vou para o colégio sozinho. No portão de entrada encontro Rute conversando com algumas amigas e quando ela me vir diz algo para as meninas e vem ao meu encontro no estacionamento. Ao se aproximar, me livro do capacete e ela me beija demoradamente.— Por que veio sozinho hoje? — questiona segurando a minha mão e caminhamos na direção do colégio. Dou de ombros.— Pensei que já que eu tenho uma namorada, tenho que andar com ela agora, certo? — Essa é uma resposta que convence até os mortos. Penso não gostando do que estou me tornando e em troca, o seu sorriso se amplia.— Então estamos namorando? — respiro fundo.— Eu... pensei que sim.— Ain, Mick! — A garota vibra e me beija bem no meio do corredor lotado de alunos. Então, se t
MickDias depois...— Fala, Jonathan! — digo assim que atendo o telefone.— Está pronto?— Pronto para que?_ Ah, qual é, Leãozinho?— Leãozinho o caralho Jonathan! O que você quer?— Hoje é a festa do jogo estadual na casa da Helena. Esqueceu? — Bufo.— Eu não vou pra festa de jogo nenhum!— Como assim não vai?— Eu não vou! Simples assim!— E vai deixar a Cristal sozinha lá com o Hanson? — Reviro os olhos.— A Cristal nunca iria a uma festa na casa da Helena, babaca! Ainda mais quando o tema é futebol, você sabe que ela detesta futebol!— Mas ela foi, e sozinha.Aí eu penso... O que porra eu tenho a ver com isso? Eu estou com a Rute, não estou? Ela está se ajeitando com o carinha lá, então... Puxo uma respiração exasperada e quando vejo, já desliguei o telefone e corri para quarto. Troco de roupa e em menos de cinco minutos já estou colocando o capacete e montando na moto. Que droga, quando eu vou deixar de ser o seu cachorrinho de estimação? Quando vou parar de correr atrás dela, d
CristalTensão, emoção, ansiedade. Droga, eu sou ma caixa de sentimentos intensos! Penso assim que entro na mansão onde a festa já está bombando e logo o meu irmão se afasta de mim. Tem muita gente nesse lugar. Tantas que fica difícil transitar pela casa. A música alta, uma variedade de bebidas, cigarros, pó, muita agitação e até insinuação a sexo explícito nos quatro cantos da casa.— O quê que eu estou fazendo aqui? — Me pergunto observando o estado de alguns jovens alucinados ou até loucos mesmo. E eu posso até apontar alguns menores de idade, mas a maioria eu nem conheço. Continuo forçando passagem pela multidão quando sinto as mãos grande de Victor envolver a minha cintura por trás e no mesmo instante ele funga no meu pescoço e fala ao meu ouvido:— Você veio. — Sorrio.— Por quê? Você tinha alguma dúvida?— De verdade? Eu achei que não viria. Quer beber alguma coisa?— Uma cerveja, por favor! — Então ele simplesmente segura a minha mão e me arrasta pela enorme sala, me levando p