Mick— Então, leãozinho, essa é a minha amiga Rute. Ela estava a fim de te conhecer e eu a trouxe aqui para isso. — Cristal fala abrindo um sorriso largo no rosto e mesmo chateado com os sus planos para mim eu olho para a garota que tem um brilho de esperança no olhar e depois para a minha amiga de infância. Aí resolvo entrar nesse jogo de merda. Portanto, arqueio as sobrancelhas de forma teatral e sorrio.— Para me conhecer? — Ela assente. Dou uma de idiota e analiso a garota, olhando-a dos pés à cabeça. É, até que ela é gostosa! A menina fica corada com a minha especulação explícita, mas ignoto a sua reação e fito a Cristal. A merda toda é saber que estou explodindo de raiva por dentro e não consigo evitar de olha-la com frieza, deixando bem claro que não estou gostando dessa sua brincadeira. E vamos ao teatro! —— Prazer! Eu me chamo Mikael, mas você pode me chamar de Mick se quiser — sibilo cordialmente e as duas abrem sorrisos largos. Rute me estende a mão, eu a seguro e a puxo p
MickNo decorrer da semana o clima entre mim e Cristal não é dos melhores. A ida ao colégio no carro de Jonathan já estava ficando insuportável, então resolvi que não ir mais com eles. Depois de um bom banho e de um café da manhã reforçado, monto na minha moto e vou para o colégio sozinho. No portão de entrada encontro Rute conversando com algumas amigas e quando ela me vir diz algo para as meninas e vem ao meu encontro no estacionamento. Ao se aproximar, me livro do capacete e ela me beija demoradamente.— Por que veio sozinho hoje? — questiona segurando a minha mão e caminhamos na direção do colégio. Dou de ombros.— Pensei que já que eu tenho uma namorada, tenho que andar com ela agora, certo? — Essa é uma resposta que convence até os mortos. Penso não gostando do que estou me tornando e em troca, o seu sorriso se amplia.— Então estamos namorando? — respiro fundo.— Eu... pensei que sim.— Ain, Mick! — A garota vibra e me beija bem no meio do corredor lotado de alunos. Então, se t
MickDias depois...— Fala, Jonathan! — digo assim que atendo o telefone.— Está pronto?— Pronto para que?_ Ah, qual é, Leãozinho?— Leãozinho o caralho Jonathan! O que você quer?— Hoje é a festa do jogo estadual na casa da Helena. Esqueceu? — Bufo.— Eu não vou pra festa de jogo nenhum!— Como assim não vai?— Eu não vou! Simples assim!— E vai deixar a Cristal sozinha lá com o Hanson? — Reviro os olhos.— A Cristal nunca iria a uma festa na casa da Helena, babaca! Ainda mais quando o tema é futebol, você sabe que ela detesta futebol!— Mas ela foi, e sozinha.Aí eu penso... O que porra eu tenho a ver com isso? Eu estou com a Rute, não estou? Ela está se ajeitando com o carinha lá, então... Puxo uma respiração exasperada e quando vejo, já desliguei o telefone e corri para quarto. Troco de roupa e em menos de cinco minutos já estou colocando o capacete e montando na moto. Que droga, quando eu vou deixar de ser o seu cachorrinho de estimação? Quando vou parar de correr atrás dela, d
CristalTensão, emoção, ansiedade. Droga, eu sou ma caixa de sentimentos intensos! Penso assim que entro na mansão onde a festa já está bombando e logo o meu irmão se afasta de mim. Tem muita gente nesse lugar. Tantas que fica difícil transitar pela casa. A música alta, uma variedade de bebidas, cigarros, pó, muita agitação e até insinuação a sexo explícito nos quatro cantos da casa.— O quê que eu estou fazendo aqui? — Me pergunto observando o estado de alguns jovens alucinados ou até loucos mesmo. E eu posso até apontar alguns menores de idade, mas a maioria eu nem conheço. Continuo forçando passagem pela multidão quando sinto as mãos grande de Victor envolver a minha cintura por trás e no mesmo instante ele funga no meu pescoço e fala ao meu ouvido:— Você veio. — Sorrio.— Por quê? Você tinha alguma dúvida?— De verdade? Eu achei que não viria. Quer beber alguma coisa?— Uma cerveja, por favor! — Então ele simplesmente segura a minha mão e me arrasta pela enorme sala, me levando p
Cristal— Quer beber alguma coisa? — Ele pergunta, apenas para ter algo a dizer, eu acho.— Não. — Sem saber ao certo como agir, me sento no sofá, porque se continuar em pé com certeza não é uma opção para as minhas pernas trêmulas. — Mick agita os fios loiros em sua cabeça e após um suspiro alto ele volta a me fitar.— O que aconteceu lá em cima, Cristal? — Ele está preocupado com o que fizemos, ou comigo? Comigo, eu sei que sim.— Nada. Quer dizer, ele até tentou, mas eu disse que não e sai correndo do quarto. — Um par de olhos claros me avaliam e enquanto faz isso eles brilham, parecem aliviados e sinto vontade de sorri. Sim, ele se importa comigo, ainda se importa. Então, isso quer dizer que ainda tenho uma chance? E se eu me abrir, contar pra ele o que estou sentindo aqui e agora, o que pode acontecer? Um coração dispara só de pensar nessa possibilidade. Motivada por esse pensamento eu penso em me levantar, aproximar-me e sem deixar os seus olhos tocá-lo com desejo. A minha expe
CristalAlgumas horas depois...Já passa de uma da madrugada quando escuto o ronco do motor da moto de Jonathan e através da janela percebo o quanto ele está animado. O meu irmão tem um sorriso sem tamanho no rosto e eu penso que provavelmente conseguiu o que queria com a Helena. Suspiro e segundos depois a porta da sala se abre.— Boa noite, família, ou seria boa madrugada? O que fazem acordados a essa hora? — Ele inquire olhando para todos e inevitavelmente o seu sorriso morre. — O que houve? — interroga sério agora.— Vem cá, filho, precisamos conversar. — Papai diz levando uma mão ao seu obro e Jonathan fica tenso. Meu pai diz.— Vocês estão me assustando. — Ele força um sorriso, que logo desaparece. — É com a Jasmine? O Mick está bem?— Vem, filho. — Papai insiste e eles se fecham dentro do escritório e eu fico encarando a porta fechada por um tempo, até ouvir os lamentos do meu irmão. Contudo, a voz branda do meu pai tentando acalmá-lo. Minutos depois meu irmão sai do escritório
JasmineJá tem algum tempo que estou trancada no antigo quarto da minha mãe. Atrás dessa porta consigo ouvir algumas vozes, mas não consigo entender sobre o que eles estão falando exatamente. Não sei que horas são. Só vejo pela janela que o dia está indo. O meu celular foi levado, então não tenho como falar com ninguém. Saio da cama e me aproximo mais da porta para tentar ouvir algo outra vez, mas tudo está em silêncio agora. Vou para a janela e olho para as grades. Elas deviam me proteger, no entanto, estão me fazendo prisioneira. Nervosa, ando de um lado para o outro do quarto, pensando em várias maneiras de sair daqui, mas elas simplesmente não existem. A única forma de sair desse lugar é pela porta que entrei. Contudo, ela está fechada de chave. Puxo a respiração quando escuto o barulho da chave e corro de volta para a cama. O meu coração acelera imediatamente quando um homem alto e careca adentra o cômodo, e dessa vez pede para ficar sozinho comigo. Estremeço, mas não tenho o que
Jamine — Deus, me tire daqui! — peço em agonia e fico um longo tempo deitada e chorando, até as minhas forças acabarem e eu finalmente adormeço. — Hum! — solto um gemido baixo e abro apenas uma brecha de olhos, percebendo que a noite já chegou. O quarto está em uma penumbra só e inevitavelmente eu penso em minha avó. Ela não voltou para casa e se voltou, não teve chance de vir até mim. O que fizeram com ela? Será que os Alcântara não permitiram a sua volta para casa? Não. Eu conheço bem a dona Delia, ela jamais me largaria aqui sozinha. Então, por que ela não chegou ainda? Forço-me a levantar no exato momento em que a porta volta a se abrir. As luzes que invade a escuridão do quarto me fazem fechar os olhos.— Boa noite, princesa! — Marrento diz se agachando ao meu lado. — O Cicatriz quer te ver. Vai lavar esse rosto e nada de falar sobre o que aconteceu aqui. Entendeu? — rosna baixo, porém, frio. — Entendeu, Jasmine? — Ele insiste e eu assinto. — Ótimo! Agora entra naquele banheiro