JasmineJá tem algum tempo que estou trancada no antigo quarto da minha mãe. Atrás dessa porta consigo ouvir algumas vozes, mas não consigo entender sobre o que eles estão falando exatamente. Não sei que horas são. Só vejo pela janela que o dia está indo. O meu celular foi levado, então não tenho como falar com ninguém. Saio da cama e me aproximo mais da porta para tentar ouvir algo outra vez, mas tudo está em silêncio agora. Vou para a janela e olho para as grades. Elas deviam me proteger, no entanto, estão me fazendo prisioneira. Nervosa, ando de um lado para o outro do quarto, pensando em várias maneiras de sair daqui, mas elas simplesmente não existem. A única forma de sair desse lugar é pela porta que entrei. Contudo, ela está fechada de chave. Puxo a respiração quando escuto o barulho da chave e corro de volta para a cama. O meu coração acelera imediatamente quando um homem alto e careca adentra o cômodo, e dessa vez pede para ficar sozinho comigo. Estremeço, mas não tenho o que
Jamine — Deus, me tire daqui! — peço em agonia e fico um longo tempo deitada e chorando, até as minhas forças acabarem e eu finalmente adormeço. — Hum! — solto um gemido baixo e abro apenas uma brecha de olhos, percebendo que a noite já chegou. O quarto está em uma penumbra só e inevitavelmente eu penso em minha avó. Ela não voltou para casa e se voltou, não teve chance de vir até mim. O que fizeram com ela? Será que os Alcântara não permitiram a sua volta para casa? Não. Eu conheço bem a dona Delia, ela jamais me largaria aqui sozinha. Então, por que ela não chegou ainda? Forço-me a levantar no exato momento em que a porta volta a se abrir. As luzes que invade a escuridão do quarto me fazem fechar os olhos.— Boa noite, princesa! — Marrento diz se agachando ao meu lado. — O Cicatriz quer te ver. Vai lavar esse rosto e nada de falar sobre o que aconteceu aqui. Entendeu? — rosna baixo, porém, frio. — Entendeu, Jasmine? — Ele insiste e eu assinto. — Ótimo! Agora entra naquele banheiro
JasmineTrês dias depois...As vozes sussurradas estão sempre ao meu redor, mas eu não consigo entender o que eles dizem. Confesso que tenho medo de abrir os meus olhos e de saber que eles ainda estão aqui. Um som diferente surge em seguida, é como um bip, depois uma porta se abre e se fecha. Sim, são eles. Mas logo tudo fica silencioso e eu penso que esse é o momento de espiar. Puxo uma respiração profunda, reprimindo-a no mesmo instante quando uma dor lancinante me acomete e no mesmo instante solto um gemido dolorido. Tento mexer a minha mão para levá-la ao local da dor, porém, eu não consigo. Ela está presa a alguma coisa. Puxo mais uma respiração, dessa vez com mais cuidado e tento engolir, mas a minha garganta está seca demais. Após outra respiração, a dor volta e eu torno a gemer. Me forço a abrir os olhos, preciso ter certeza de que estou sozinha e assim que consigo, olho ao meu redor. Eu não estou em casa, nem no quarto da minha mãe. Só de saber disso o meu coração acelera. Oh
JonathanMomentos antes do resgate...Já é madrugada quando chego em casa depois de uma noitada regada a bebidas, danças e muito sexo com a gostosa da Helena. É, estou radiante e ao mesmo tempo me sinto vazio. Não era exatamente o que eu esperava. Helena é simplesmente linda e na cama ela é uma leoa, mas falta algo. Penso e assim que passo pelo hall, encontro a minha família reunida na sala. O que é uma novidade para mim já que o dia está prestes a raiar.— Boa noite, família, ou seria boa madrugada? — ralho com humor, mas eles permanecem sérios e parecem preocupados. — O que aconteceu? — pergunto olhando de um para o outro.— Vem comigo, filho. — Papai pede levando uma mão ao meu ombro e seguimos para o seu escritório. Isso me deixa alarmado, porque sempre que ele quer ter um papo sério comigo age assim. — Sente-se! _ Ele pede e eu faço.— Está me deixando apreensivo, pai — falo e ele suspira, fitando os meus olhos.— É sobre a Delia e a Jasmine.— O que elas?— A comunidade foi toma
Jonathan Momentos antes do resgate... — Sim, ele vai me ajudar. Como estão as coisas por aí? — Tudo bem! O Caio ainda está no quarto dele e a reunião do papai já terminou, mas ele ainda não veio aqui no quarto dizer nada. E a mamãe está no telefone falando com a tia a Mônica. — Perfeito! — Jonathan? — Escuto o meu avô me chamar. — Eu tenho que desligar. Beijo! — falo rápido, encerro a ligação, guardando o aparelho no bolso e me viro para o meu avô. — Terminou? — Claro! — Temos que ir. — Ok, isso sim é música para os meus ouvidos! Penso. — Certo! — Assim que Edgar me dá as costas eu o acompanho apressado e entramos em um dos carros blindados que já nos aguarda na frente da casa. — Não vamos entrar pela entrada principal. — Ele avisa para o motorista. — Não sabia que existe outra entrada para a comunidade — comento atônito. — E não tem. — Franzo a testa me sentindo perdido agora. — Nós vamos abrir uma porta onde não tem, garoto. — Arqueio as sobrancelhas. — Ah! Essa determ
JonathanEu nunca estive em uma situação como essa antes. Estou com raiva, com medo e quero chorar, mas não posso. Eu preciso estar forte para quando ela acordar. Nervoso, ando de um lado para o outro da sala de espera vendo a imagem da minha bonitinha quebrada e sangrando nos meus braços. Vê-la daquele jeito me deixou quebrado também e um tanto frio também. Os meus instintos de vingança estão aflorados e nesse instante eu só consigo pensar em destruir o desgraçado que a tocou.—Jonathan?! — Escuto a voz desesperada da minha irmã e me viro fitando-a, os meus pais e o Mick na entrada. Cris imediatamente me abraça e logo começo a chorar nos seus braços. — Como ela está? — pergunta com um sussurro trêmulo, mas meneio a cabeça fazendo não quando me afasto.— Eu não sei. — Droga, me sinto fraco, sem forças. — Ainda não me trouxeram notícias dela. — Ela se afasta e logo estou nos braços da minha mãe. Por fim encaro o olhar duro do meu pai. Ele se aproxima, mas não diz nada. No entanto, eu s
MickQue droga, eu cheguei tão perto! E ela estava querendo aquele beijo. Não vou negar que estou puto e frustrado em ter que deixa-la ir de táxi para casa, enquanto vou ao encontro da minha namorada... Namorada. Por que eu fui cair nessa? Log que entro na rua que ela me falou, observo o quanto está deserta e logo mais à frente tem um Sportage Kia prata com a frente de cara com um poste. Rute está em pé do lado fora do carro e encostada em um muro. Nossa, ela parece apavorada!— Uau, o que foi que você fez? — comento analisando o prejuízo.— Vamos embora daqui, Mick, antes que alguém chegue. — Ela diz segurando a minha mão e me puxa na direção da minha moto.— E vai deixar o carro assim?— Vou. Não se preocupe, o meu pai tem o seguro. No mínimo eles vão achar que o roubaram.— Você é maluca! — ralho montando na minha máquina e ela monta logo atrás de mim. Ligo o motor e pego a estrada. — Quer que eu te leve para sua casa?— Não. Me leva para o apartamento da minha irmã. — Ela pede. E
Mick— Eu vou buscar a Jasmine! — Caralho! Eu só consigo pensar que aquilo lá não é uma brincadeira. Jonathan não tem malícia alguma. Ele nem sabe atirar. Sequer sabe onde a garota mora realmente. Merda, isso tem tudo pra dar errado!— Ficou maluco? É muito perigoso! — protesto, mas ele insiste na loucura e eu sou forçado a lhe entregar as chaves que o levará para a morte.— Eu não vou me perdoar se algo lhe acontecer, Cris! — sibilo derrotado olhando para o meu amigo sair voando na minha máquina e me corroendo de arrependimento. Sinto os seus braços envolver o meu corpo por trás e no mesmo instante a sua cabeça se apoia nas minhas costas. Respiro fundo e fecho os meus olhos. Deus sabe o quanto o seu calor é bem-vindo.— Não fique preocupado. O meu avô jamais permitirá que algo ruim lhe aconteça. Nada vai acontecer, Mick. — Ela diz e não sei se para me confortar ou para se convencer disso. — Vamos voltar para dentro de casa antes que nos vejam aqui fora. — Ela segura a minha mão e con