JonathanEu nunca estive em uma situação como essa antes. Estou com raiva, com medo e quero chorar, mas não posso. Eu preciso estar forte para quando ela acordar. Nervoso, ando de um lado para o outro da sala de espera vendo a imagem da minha bonitinha quebrada e sangrando nos meus braços. Vê-la daquele jeito me deixou quebrado também e um tanto frio também. Os meus instintos de vingança estão aflorados e nesse instante eu só consigo pensar em destruir o desgraçado que a tocou.—Jonathan?! — Escuto a voz desesperada da minha irmã e me viro fitando-a, os meus pais e o Mick na entrada. Cris imediatamente me abraça e logo começo a chorar nos seus braços. — Como ela está? — pergunta com um sussurro trêmulo, mas meneio a cabeça fazendo não quando me afasto.— Eu não sei. — Droga, me sinto fraco, sem forças. — Ainda não me trouxeram notícias dela. — Ela se afasta e logo estou nos braços da minha mãe. Por fim encaro o olhar duro do meu pai. Ele se aproxima, mas não diz nada. No entanto, eu s
MickQue droga, eu cheguei tão perto! E ela estava querendo aquele beijo. Não vou negar que estou puto e frustrado em ter que deixa-la ir de táxi para casa, enquanto vou ao encontro da minha namorada... Namorada. Por que eu fui cair nessa? Log que entro na rua que ela me falou, observo o quanto está deserta e logo mais à frente tem um Sportage Kia prata com a frente de cara com um poste. Rute está em pé do lado fora do carro e encostada em um muro. Nossa, ela parece apavorada!— Uau, o que foi que você fez? — comento analisando o prejuízo.— Vamos embora daqui, Mick, antes que alguém chegue. — Ela diz segurando a minha mão e me puxa na direção da minha moto.— E vai deixar o carro assim?— Vou. Não se preocupe, o meu pai tem o seguro. No mínimo eles vão achar que o roubaram.— Você é maluca! — ralho montando na minha máquina e ela monta logo atrás de mim. Ligo o motor e pego a estrada. — Quer que eu te leve para sua casa?— Não. Me leva para o apartamento da minha irmã. — Ela pede. E
Mick— Eu vou buscar a Jasmine! — Caralho! Eu só consigo pensar que aquilo lá não é uma brincadeira. Jonathan não tem malícia alguma. Ele nem sabe atirar. Sequer sabe onde a garota mora realmente. Merda, isso tem tudo pra dar errado!— Ficou maluco? É muito perigoso! — protesto, mas ele insiste na loucura e eu sou forçado a lhe entregar as chaves que o levará para a morte.— Eu não vou me perdoar se algo lhe acontecer, Cris! — sibilo derrotado olhando para o meu amigo sair voando na minha máquina e me corroendo de arrependimento. Sinto os seus braços envolver o meu corpo por trás e no mesmo instante a sua cabeça se apoia nas minhas costas. Respiro fundo e fecho os meus olhos. Deus sabe o quanto o seu calor é bem-vindo.— Não fique preocupado. O meu avô jamais permitirá que algo ruim lhe aconteça. Nada vai acontecer, Mick. — Ela diz e não sei se para me confortar ou para se convencer disso. — Vamos voltar para dentro de casa antes que nos vejam aqui fora. — Ela segura a minha mão e con
Mick— Está mais calma agora? — pergunto com um sussurro e perto do seu ouvido. Estamos de volta ao seu quarto agora e deitados em sua cama. Cristal apenas assente respondendo se aconchegando ao meu corpo.— Preciso de um banho — diz se afastando um pouco.— Tudo bem. Vai tomar o seu banho e quando voltar eu ainda estarei aqui — prometo. Ela se afasta um pouco mais para olhar em meus olhos e não dá para negar o quanto eles são lindos e intensos, mesmo estando tristes.— Promete? — Em resposta faço o sinal da cruz beijando os meus dedos em seguida.— Eu prometo! — Ela suspira e faz um sim com a cabeça, saindo da cama em seguida e assim que ela fecha a porta do banheiro, vou até uma janela do quarto e observo as ruas vazias durante a madrugada. O dia já começa a raiar lá fora e algumas nuvens brancas começam a surgir no céu. Meu celular vibra dentro do bolso da calça e assim que o pego e vejo o nome Rute brilhar na tela. Chego a puxar a respiração e soltá-la audivelmente. Decido ignorar
Jonathan Alucinado, perdido e quebrado. É exatamente assim que eu me sinto agora. Estou quebrado, assim com ela está quebrada. Como puderam fazer tal coisa com uma garota tão doce? O vento forte e frio da madrugada b**e no meu rosto. Estou praticamente voando na máquina feroz de ronco alto e potente. São quase três da madrugada quando paro a moto no lugar que me traz um pouco de paz. Olhar para a cidade do Rio de Janeiro adormecida do mais alto topo é o meu sossego. As luzes pequenas e brancas que iluminam as ruas desertas, o silêncio do lugar. O Cristo Redentor é o meu lugar preferido no mundo principalmente quando estou frustrado ou decepcionado. Ou triste e como agora. Dolorido e cheio de ódio, desejando vingança. Eu puxo a respiração e olho para o céu ainda escuro e estrelado. O meu pensamento é dominado pelo sorriso mais doce que eu já conheci na vida. Jasmine. Meu coração parece inflar quando penso nela. ...Você é maluco! Ela diz dando risadas altas e sorrio dessa lembrança.
Jonathan Forçado a comer como se eu fosse uma criança mimada. Isso é ridículo, mas não contesto e faço isso o mais rápido que posso. Um copo de suco e uma fruta é o suficiente para me manter de pé. Penso e retorno para a sala de espera. Contudo, assim que adentro encontro a minha família, aguardando por notícias que parece não vir nunca. Até que a porta branca se abre e eu imediatamente fico de pé encarando o médico que perece um tanto aliviado. — A Jasmine acordou finalmente, mas como eu previa ela está muito fraca e fica pouco tempo acordada. Ela ainda precisa do aparelho para respirar devido a cirurgia no pulmão, mas fora isso está bem longe do risco de morte. — Ambro um sorriso amplo, mas os meus olhos queimam de vontade de chorar. — Acha que ela ainda precisa de transfusão de sangue? — Mamãe pergunta. — Acredito que não, Senhora Alcântara. — Podemos ir vê-la agora? — pergunto ansioso. — Melhor não, Jonathan. A Jasmine precisa descansar. — Doutor David, eu juro que fico quie
Jonathan No dia seguinte acordo renovado. Tomo um banho rápido, ponho a minha melhor roupa e tomo um café da manhã rápido. Cristal não está em casa, provavelmente já foi para o hospital, o que me deixa puto da vida porque ela devia ter me chamado. Ainda estou com o pé atrás de que colocaram algo no meu suco na noite passada para me nocautear, porque eu simplesmente apaguei e acordei mais tarde do que devia. Minutos depois, entro no meu carro e dirijo direto para o hospital. Quando chego como era esperado encontro a Cristal com o Mick, e o meu pai está no canto com o meu avô.— Ela praticamente me expulsou do quarto. — Escuto mamãe dizer para a tia Lilian e me aproximo.— Compreenda, Ana, ela está muito abalada e saber que a Delia morreu...— Você contou pra ela?! — rosno interrompendo a conversa.— Eu não tive como não contar, filho. A Jasmine perguntou por ela, o que eu devia dizer?— E deixou ela sozinha depois disso? — interpelo exasperado. De repente os médicos invadem o quarto e
CristalApós ouvir o som da porta bater não consigo segurar o choro. Ele se foi! Deslizo pela madeira até sentar-me no piso encapetado do meu closet e choro compulsivamente. Por que ele me deixa sentir o gosto doce da felicidade e me arranca em seguida? Estou com frustrada, com raiva e esse sentimento parece crescer ainda mais dentro de mim, me sufocando. Estou com raiva de mim por ser tão tola, por tê-lo desviado do meu caminho. Droga, ele quer que eu peça, quer que eu tome a decisão e ele não está errado porque fui eu, fui eu quem o empurrou para cima daquela garota. Eu forcei a barra mesmo sabendo que ele não queria. Sempre fui eu a quebrar a nossa conexão perfeita quando ele sempre quis a mim. Então, por que nunca demostrou? Por que nunca me deu um sinal? Talvez ele tenha dado, cristal, mas você tinha outros interesses e foi burra o suficiente para não perceber. Burra! Burra! Burra! Olho as horas no relógio analógico que fica em uma das prateleiras e respiro, enxugando as lágrimas