Jonathan Forçado a comer como se eu fosse uma criança mimada. Isso é ridículo, mas não contesto e faço isso o mais rápido que posso. Um copo de suco e uma fruta é o suficiente para me manter de pé. Penso e retorno para a sala de espera. Contudo, assim que adentro encontro a minha família, aguardando por notícias que parece não vir nunca. Até que a porta branca se abre e eu imediatamente fico de pé encarando o médico que perece um tanto aliviado. — A Jasmine acordou finalmente, mas como eu previa ela está muito fraca e fica pouco tempo acordada. Ela ainda precisa do aparelho para respirar devido a cirurgia no pulmão, mas fora isso está bem longe do risco de morte. — Ambro um sorriso amplo, mas os meus olhos queimam de vontade de chorar. — Acha que ela ainda precisa de transfusão de sangue? — Mamãe pergunta. — Acredito que não, Senhora Alcântara. — Podemos ir vê-la agora? — pergunto ansioso. — Melhor não, Jonathan. A Jasmine precisa descansar. — Doutor David, eu juro que fico quie
Jonathan No dia seguinte acordo renovado. Tomo um banho rápido, ponho a minha melhor roupa e tomo um café da manhã rápido. Cristal não está em casa, provavelmente já foi para o hospital, o que me deixa puto da vida porque ela devia ter me chamado. Ainda estou com o pé atrás de que colocaram algo no meu suco na noite passada para me nocautear, porque eu simplesmente apaguei e acordei mais tarde do que devia. Minutos depois, entro no meu carro e dirijo direto para o hospital. Quando chego como era esperado encontro a Cristal com o Mick, e o meu pai está no canto com o meu avô.— Ela praticamente me expulsou do quarto. — Escuto mamãe dizer para a tia Lilian e me aproximo.— Compreenda, Ana, ela está muito abalada e saber que a Delia morreu...— Você contou pra ela?! — rosno interrompendo a conversa.— Eu não tive como não contar, filho. A Jasmine perguntou por ela, o que eu devia dizer?— E deixou ela sozinha depois disso? — interpelo exasperado. De repente os médicos invadem o quarto e
CristalApós ouvir o som da porta bater não consigo segurar o choro. Ele se foi! Deslizo pela madeira até sentar-me no piso encapetado do meu closet e choro compulsivamente. Por que ele me deixa sentir o gosto doce da felicidade e me arranca em seguida? Estou com frustrada, com raiva e esse sentimento parece crescer ainda mais dentro de mim, me sufocando. Estou com raiva de mim por ser tão tola, por tê-lo desviado do meu caminho. Droga, ele quer que eu peça, quer que eu tome a decisão e ele não está errado porque fui eu, fui eu quem o empurrou para cima daquela garota. Eu forcei a barra mesmo sabendo que ele não queria. Sempre fui eu a quebrar a nossa conexão perfeita quando ele sempre quis a mim. Então, por que nunca demostrou? Por que nunca me deu um sinal? Talvez ele tenha dado, cristal, mas você tinha outros interesses e foi burra o suficiente para não perceber. Burra! Burra! Burra! Olho as horas no relógio analógico que fica em uma das prateleiras e respiro, enxugando as lágrimas
Cristal— Eu quero te agradecer. — Mantenho o meu sorriso estampado, mas confesso que estou surpresa.— Por quê?— Por ter me apresentado o Mick. Ai, Cris, ele é muito fofo e eu estou completamente apaixonada por ele! — Ok, agora ficou difícil, mas segurei a peteca e me mantive no meu papel.— Ah, sério?! Que legal! — Ela abre um largo sorriso.— Antes de ontem tivemos uma noite fabulosa!— Ah... é?— Nossa, Cris, o Mick é um fenômeno na cama! — A garota sibila com um tom de confidência e tem o cuidado de olhar para os lados para ter certeza de que ninguém nos ouviu, mas eu permaneço estática a fitando.— É... muita informação, Rute — ralho incomodada, porém, ela sorri ainda mais.— Me desculpe! É que eu não tenho uma amiga para conversar essas coisas e eu pensei que poderia conversar abertamente com você. — Puta que pariu! Sério isso? Eu não quero ter que ouvir o quanto o cara que acabei de descobrir que amo é bom de cama com outra garota. Não mesmo!— Só que não! — rebato rudemente.
Cristal— Me desculpe! — Ela tenta falar, mas uma nova crise de riso lhe acomete. É tão engraçado assim eu me apaixonar por ele? Bufo. Ela respira fundo e tenta se controlar. — Ok! Ok! A crise passou! — diz segurando a próxima risada. — Agora me explica, qual é o problema de se apaixonar pelo Mick? — Arqueio as sobrancelhas. Que diabos de pergunta é essa?— Problema nenhum!— Certo. Então, por que esse desespero todo? — Suspiro desanimada e volto a deitar no seu colo.— Porque eu me declarei pra ele hoje.— Ai meu Deus! Sério? E aí?— Ele foi embora de mãos dadas com a Rute.— O Mick fez isso?! — Jas parece não acreditar.— O que eu faço, Jas?— Não, definitivamente isso não é o Mick. Não mesmo. Desde que me entendo por gente que eu sei que ele gosta de você.— Como assim? — inquiro me levantando outra vez.— Você é mesmo cega, sabia? Cris, o Mick te ama, ele gosta de você desde os catorze anos. — Ele o quê?! Agora sou eu que estou embasbacada.— Não vem com essa. Se fosse, eu teria p
JasmineAlguns dias depois...Seguro o buquê de rosas brancas apertando- o contra o peito. Não tenho mais lágrimas para chorar. Não tenho mais palavras para lamentar. Só me restou a saudade. Na pedra de mármore observo as palavras douradas...Daniela Vieira mãe e filha dedicada. Logo abaixo a descrição...Delia Vieira mãe e vó amada.Suspiro sentindo a mão carinhosa do Jonathan acariciando o meu braço. Dou dois passos para frente e me agacho colocando o ramalhete sobre o túmulo no gramado viçoso. A despedida é a coisa mais dolorosa do mundo, ainda mais quando você não teve a chance de se despedir de verdade. Jonathan se afasta me dando o espaço que eu preciso. Com lágrimas não derramadas eu olho as imagens nos porta-retratos embutidos na pedra. Após trinta dias da sua morte ainda dói como se fosse ontem. Ana só me deixou vir quando teve certeza de que eu estava recuperada física e emocionalmente. Ela tem sido como uma verdadeira mãe para mim. Às vezes me sinto até constrangida com ta
Jasmine — Já chega! — Jonathan rosna. — Ela não vai mais responder nenhuma dessas merdas! — Jonathan?! — Tio Luís o repreende. — Só mais uma coisa Jasmine. — O oficial insiste. — Eu trouxe algumas fotos e preciso que olhe com atenção e que me aponte os seus agressores. — Assinto secando as lágrimas. Ele começa a colocar dezenas de fotos sobre a mesinha de centro e a primeira imagem que vejo é o tal homem careca e imediatamente o aponto com o indicador. Tia Ana trocar um olhar preocupado com tio Luís. — O que foi, Léo? — Tio Luís pergunta. — Esse é o Cicatriz, o irmão de Alessandra Linhares que sequestrou Kevin há alguns anos. — Puta que pariu! — Meu tio rosna exasperado. — Ele chegou a dizer pra você o que queria? — O policial pergunta e eu engulo em seco. — Sim. — Olho para todos dentro do cômodo. — E o que ele queria, Jasmine? — Tia Ana pergunta curiosa. Olho para o Jonathan em um pedido mudo de desculpas e ele franze a testa. — Ele queria que eu atraísse o Jonathan para a
Jasmine Se tem uma coisa que eu amo nesse lugar é o jardim. Os jardins da mansão Alcântara são extremamente lindos e encantadores. Um lugar onde a natureza impera com a sua beleza e cores. O sol da tarde está ameno e ainda assim aquece a minha pele de uma forma gostosa. Ansiosa, me livro dos meus sapatos para caminhar descalça pela grama verde, apreciando a maciez das folhas debaixo dos meus pés e respiro fundo, sentindo os perfumes misturados das flores, e encanto-me com as borboletas que brincam entre elas. Logo sinto a sua presença atrás de mim e o meu peito chega inflar de amor. — Por que não me contou nada, Jasmine? — pergunta caminhando ao meu lado. O que eu posso dizer? Não era fácil pra mim pensar em tudo que passei ali, quanto mais tocar no assunto, ainda mais falar sobre um quase estupro. Mesmo sem acontecer de fato eu me sentia suja e imunda. Não vou negar que ainda consigo sentir aquele toque repugnante na minha pele, que a sua voz áspera ainda ecoa dentro dos meus ouvid