Cristal— Me desculpe! — Ela tenta falar, mas uma nova crise de riso lhe acomete. É tão engraçado assim eu me apaixonar por ele? Bufo. Ela respira fundo e tenta se controlar. — Ok! Ok! A crise passou! — diz segurando a próxima risada. — Agora me explica, qual é o problema de se apaixonar pelo Mick? — Arqueio as sobrancelhas. Que diabos de pergunta é essa?— Problema nenhum!— Certo. Então, por que esse desespero todo? — Suspiro desanimada e volto a deitar no seu colo.— Porque eu me declarei pra ele hoje.— Ai meu Deus! Sério? E aí?— Ele foi embora de mãos dadas com a Rute.— O Mick fez isso?! — Jas parece não acreditar.— O que eu faço, Jas?— Não, definitivamente isso não é o Mick. Não mesmo. Desde que me entendo por gente que eu sei que ele gosta de você.— Como assim? — inquiro me levantando outra vez.— Você é mesmo cega, sabia? Cris, o Mick te ama, ele gosta de você desde os catorze anos. — Ele o quê?! Agora sou eu que estou embasbacada.— Não vem com essa. Se fosse, eu teria p
JasmineAlguns dias depois...Seguro o buquê de rosas brancas apertando- o contra o peito. Não tenho mais lágrimas para chorar. Não tenho mais palavras para lamentar. Só me restou a saudade. Na pedra de mármore observo as palavras douradas...Daniela Vieira mãe e filha dedicada. Logo abaixo a descrição...Delia Vieira mãe e vó amada.Suspiro sentindo a mão carinhosa do Jonathan acariciando o meu braço. Dou dois passos para frente e me agacho colocando o ramalhete sobre o túmulo no gramado viçoso. A despedida é a coisa mais dolorosa do mundo, ainda mais quando você não teve a chance de se despedir de verdade. Jonathan se afasta me dando o espaço que eu preciso. Com lágrimas não derramadas eu olho as imagens nos porta-retratos embutidos na pedra. Após trinta dias da sua morte ainda dói como se fosse ontem. Ana só me deixou vir quando teve certeza de que eu estava recuperada física e emocionalmente. Ela tem sido como uma verdadeira mãe para mim. Às vezes me sinto até constrangida com ta
Jasmine — Já chega! — Jonathan rosna. — Ela não vai mais responder nenhuma dessas merdas! — Jonathan?! — Tio Luís o repreende. — Só mais uma coisa Jasmine. — O oficial insiste. — Eu trouxe algumas fotos e preciso que olhe com atenção e que me aponte os seus agressores. — Assinto secando as lágrimas. Ele começa a colocar dezenas de fotos sobre a mesinha de centro e a primeira imagem que vejo é o tal homem careca e imediatamente o aponto com o indicador. Tia Ana trocar um olhar preocupado com tio Luís. — O que foi, Léo? — Tio Luís pergunta. — Esse é o Cicatriz, o irmão de Alessandra Linhares que sequestrou Kevin há alguns anos. — Puta que pariu! — Meu tio rosna exasperado. — Ele chegou a dizer pra você o que queria? — O policial pergunta e eu engulo em seco. — Sim. — Olho para todos dentro do cômodo. — E o que ele queria, Jasmine? — Tia Ana pergunta curiosa. Olho para o Jonathan em um pedido mudo de desculpas e ele franze a testa. — Ele queria que eu atraísse o Jonathan para a
Jasmine Se tem uma coisa que eu amo nesse lugar é o jardim. Os jardins da mansão Alcântara são extremamente lindos e encantadores. Um lugar onde a natureza impera com a sua beleza e cores. O sol da tarde está ameno e ainda assim aquece a minha pele de uma forma gostosa. Ansiosa, me livro dos meus sapatos para caminhar descalça pela grama verde, apreciando a maciez das folhas debaixo dos meus pés e respiro fundo, sentindo os perfumes misturados das flores, e encanto-me com as borboletas que brincam entre elas. Logo sinto a sua presença atrás de mim e o meu peito chega inflar de amor. — Por que não me contou nada, Jasmine? — pergunta caminhando ao meu lado. O que eu posso dizer? Não era fácil pra mim pensar em tudo que passei ali, quanto mais tocar no assunto, ainda mais falar sobre um quase estupro. Mesmo sem acontecer de fato eu me sentia suja e imunda. Não vou negar que ainda consigo sentir aquele toque repugnante na minha pele, que a sua voz áspera ainda ecoa dentro dos meus ouvid
Mick Momentos antes de acabar o namoro... Me aproximo da Rute e de cara já recebo um beijo na boca. Os caras ao meu redor fazem burburinhos e eu peço a Deus que a Cristal não tenha percebido isso. Ela tenta segurar a minha mão, porém, não permito e isso a faz me olhar atônita. — Podemos conversar? — indago assim que nos afastamos. Ela franze as sobrancelhas, mas assente. — Claro! — Quer ir para a lanchonete? — sugiro, pois é um local movimentado e fica mais fácil assim. — Não, vamos para o apartamento da minha irmã. Se o meu namorado quer ter uma conversa mais à vontade comigo... — Ela deixa a frase no ar e abre um sorriso sugestivo. Vamos em silêncio para o estacionamento. Eu monto na minha moto e ela vem logo atrás de mim. O trajeto também é feito em silêncio e penso em como terminar um namoro que nem ao menos começou direito. E pensar que tudo isso poderia ter sido evitado com um simples não como resposta. Eu devia ter me recusado a entrar nas loucuras de Cristal. Devia ter d
MickDe volta a boa rotina, ou quase isso. Mas, o quarteto finalmente está de volta, só que com uma versão mais melhorada que me deixa muito feliz. Estamos indo para o colégio, os quatro como sempre deveria ser, só que não no carro de Jonathan como sempre fazemos. Dessa vez estamos dentro de um enorme carro preto e blindado com dois seguranças na frente e mais a um carro nos seguindo logo atrás. Confesso que isso está deixando a Cristal maluca e com um humor quase insuportável. Quando chegamos ao pátio do estacionamento os olhares curiosos recaem imediatamente sobre nós, a final, não é todos os dias que entramos aqui de mãos dadas feito como casais e ainda acompanhados de enormes armários vestidos de preto e para piorar a situação, Luís Alcântara desce do seu carrão e segue direto para a diretoria.— Tudo isso é uma grande merda! — Minha garota resmunga do meu lado.— Será por pouco tempo, amor. Logo eles vão pegar esses idiotas e seremos livres outra vez — digo beijando levemente os
Mick— Domingo, às cinco horas da manhã aqui no campo. Já pode ir, rapaz!— Flint...— Pra você é treinador Flint e essa conversa já se encerrou! — Ele rosna com firmeza. Me levanto bruscamente, derrubando a cadeira e saio da sala batendo a porra da porta com mais força que o necessário. Filho da puta! Eu preciso descobrir por que ele está me marcando desse jeito. Flint está fazendo de tudo para eu desistir do meu lugar no time e eu não sei o porquê, mas eu vou descobrir.***Caminho direto para a lanchonete e durante o lanche a galera conversa animada, mas a minha mente está focada naquela bendita conversa com o treinador. Pelo que entendi ele sempre me compara com o meu pai e me pergunto se eles se conhecem e se sim, o que rolou entre eles no passado?— Você está calado. — Desperto com o comentário da minha namorada. — Como foi a conversa com o treinador? — Dou de ombros e mordo o meu sanduíche.— Ele quer que eu vá treinar aos domingos.— O que? Que história é essa? — Jonathan resm
JonathanMomentos antes do beijo entre Cris e Hanson... Uma conversa difícil, mas que me trouxe a liberdade que eu precisava. Eu estava sufocando durante os treinos e precisava dar um basta nisso, mas não sem antes comunicar o meu melhor amigo. Agora temos poucos minutos para o início da próxima aula, portanto, temos pressa de chegar à sala. Mick entra na minha frente e inesperadamente eu esbarro em suas costas quando ele para abruptamente. Afasto-me para ver o motivo e fico tão impactado quanto ele. Caralho, a Cristal está aos beijos com o Victor? Mas... Mick simplesmente dá meia volta, saindo da sala. Contudo, quando penso em ir atrás dele e lhe dar aquele apoio, vejo a minha irmã empurrar o Victor com força, mas o infeliz força ainda mais a pegada. Mas que filho da puta! Rosno em pensamentos, mexendo-me do meu lugar para arrancá-lo de cima dela.— Me solta, Victor! — Ela grita finalmente o afastando e desfere dois tapas seguros na cara do filho da mãe. Ok, o que foi que eu perdi a