JonathanMomentos após o sequestro de Mick...Não dá para acreditar que isso aconteceu de verdade. Porra, nós tivemos todos os cuidados possíveis quanto a nossa segurança, como isso aconteceu? Como chegaram tão perto assim? São muitas perguntas e não encontro respostas para nenhuma dela. Bastou uma brecha para esses filhos da puta entrarem e tirarem a nossa paz. Embora a minha esteja mais calma agora, a sua dor é palpável e nesse exato momento estamos reunidos na sala de visitas da minha casa.— Cris, eu sei que não está sendo fácil para você agora, mas preciso que me conte exatamente o que aconteceu. — Max pede com cautela. Ela o encara por longos segundos e percebo os lábios tremularem, enquanto seus olhos voltam a se encher de lágrimas.— Quando chegamos a casa do Lucas eu percebi que havia algo estranho. Não tinha ninguém casa, nem mesmo os empregados ou vestígios de que haveria uma festa. Ele deu a desculpa de que havia mudado o horário. O que era bem estranho também, já que ele
Jonathan— Qual dessas será a minha? — pergunto observando o arsenal organizado em um porta-malas.— Desculpa, filho, mas dessa vez você não vai!— O que? Por que não?— Porque eu preciso que fique aqui em casa com as mulheres.— Está brincando comigo, não é pai?— Não, eu não estou. A sua mãe, a Jasmine e a sua irmã estão aflitas. Elas precisam de você aqui. Então quero que fique e que ligue se algo acontecer — bufo audivelmente, aceitando a sua ordem mesmo contra a minha vontade. — Bom garoto! — Ele diz por fim.Sem alternativas, volto para dentro de casa e vejo que quase as mulheres estão aqui na sala, menos a Jasmine. Lisa está sendo consolada por seu marido. Minha vó está cuidando da Cristal. Mamãe está ao telefone provavelmente falando com a tia Mônica a sua melhor amiga de todas as ocasiões e decido ir procurar a minha namorada na cozinha. Depois na área da piscina e por fim vou para o segundo andar. Adentro o seu quarto e o encontro vazio.— Jasmine? — A chamo para ter certeza
Jonathan — Eu vou com você! — Ela diz prontamente.— Não, você não vai!— Jonathan, por favor! Eu preciso fazer alguma coisa, estou quase enlouquecendo aqui!— Você vai ficar bem aqui, Cristal! Os homens podem chegar a qualquer momento e eu preciso que diga para eles o que acabou de acontecer. Também quero que diga para eles aonde eu fui e o porquê.— Mas você vai sozinho? Não tem seguranças aqui para te acompanhar.— Eu preciso e quero que distraia as pessoas dentro de casa enquanto saio.— Eu não acho isso uma boa ideia! — retruca aflita. Contudo, ignoro os seus protestos calço os tênis. Depois pego a chave da moto e na sua direção, seguro em seus braços e a faço olhar dentro dos meus olhos.— Fique tranquila! Eu prometo ser cuidadoso, tudo bem? — mesmo relutante, Cris meneia a cabeça fazendo um sim para mim. — Ok! — sussurro a abraçando e quando saio dos seus braços, volto no closet e pego a última caixa debaixo das caixas de sapatos que mantenho lá embaixo, e tiro uma arma de lá.
Jonathan Na hora do jantar o silêncio na mesa me mata por dentro e olhar para a sua cadeira do meu lado vazia. Onde você está, Bonitinha? Pergunto internamente e um nó sufoca a minha garganta.— Tente comer alguma coisa, querido. — Mamãe pede docemente, mas faço um não com a cabeça, largando o talher dentro do prato.— Kevin. — Papai diz de repente.— O que tem o Kevin? — Mamãe indaga confusa.— Ele foi sequestrado pelo Cicatriz uma vez, lembra? E ele conseguiu fugir do cativeiro. — Ele se levanta com um rompante e sai da mesa com passos largos. No mesmo instante vou para o meu quarto e me jogo em cima da cama. Fico ali quieto, olhando para a sua imagem sorrindo para mim na foto que enfeita o meu criado mudo. Droga, eu preciso me desligar! Preciso dormir um pouco, mas eu simplesmente não consigo. Resolvo sair um pouco para respirar, porém, quando desço as escadas o clima não é dos melhores. Já é bem tarde da noite e os homens estão agitados com o telefonema do Cicatriz.— Eu não vou
MarrentoO encontro falso com Jasmine...Olho para o meu reflexo no espelho pela terceira vez. Jeans azul escuro, camisa de botão preta, botina de cano curto preta, os cabelos bagunçados, mas com estiloso e a barba feita. Tudo para agradá-la. Olho para a minha cama e fito o lindo buquê de rosas vermelhas com laços de fita da mesma cor que comprei para ela. Suspiro abrindo um sorriso largo e nervoso. Falta pouco mais de quarenta minutos para nos encontramos. Pensar nisso me deixa um tanto agitado e ansioso, vou até o closet e ponho o meu melhor relógio, uma corrente grossa de ouro 18k e borrifo algumas gostas de perfume. Solto outro suspiro e dou alguns passos largos até a cama para pegar o buquê, forçando-me a sair do quarto em seguida. Em segundos estou descendo as escadas e encontro Jacira, uma diarista passando o aspirador de pó em um tapete felpudo branco. A mulher me olha com uma certa curiosidade e desliga a máquina em seguida.— Uau, Seu Marrento! Vai se encontrar com alguma ga
Marrento— Não, por favor! — O rapaz volta a suplicar.Contudo, Max age rápido. Ele saca a sua arma e dispara contra o meu ombro. A dor lancinante queima a minha carne. A garota grita apavorada e eu a jogo bruscamente contra o segurança e enquanto ele se preocupa em segurar a mulher, deixa a arma cair. Imediatamente disparo dois disparos acertando um dos seus homens. A multidão se apavora e logo tudo vira uma confusão de gritos e de corre-corre. Me misturo as pessoas em pânico e saio correndo feito um louco pelas dezenas de degraus. Nervoso, olho para trás e percebo os homens virem atrás de mim. Essa porra toda não passou de uma armadilha. Merda, Jasmine me paga! Penso possuído de raiva. Esqueço o meu carro no estacionamento e resolvo adentrar na mata. Essa é a minha única saída nesse momento. A escolha não podia ser melhor, já que está escuro e é difícil enxergar um palmo a frente do nariz. Mas não para mim, que já conheço cada árvore, cada tronco destorcido e as suas raízes grossas
Marrento— Cicatriz, eu não sei o que aconteceu. O garoto me garantiu... — Paro de falar quando ele segura firme na minha nuca e em um ato de defesa, levo uma mão ao coldre na minha cintura, e o esforço faz uma dor rasgar o ombro machucado. Contudo, os homens imediatamente apontam as suas marmas para mim e eu desisto.— Você e esse garoto são um monte de merda mesmo, dois imprestáveis! — Ele rosna e eu pressiono o meu maxilar segurando uma resposta atrevida. Finalmente ele me larga e ao se afastar, olha de mim para o Lucas. — Olhe bem para mim, rapaz, você me deve dois mil e eu te dou uma semana para me pagar. — Lucas encolhe os olhos e imediatamente o seu olhar corre para mim.— Mas, mas o Marrento disse...— O Marrento não manda em porra nenhuma! — Ele rebata me deixando furioso. — Uma semana, Lucas, nem mais e nem menos. — O garoto engole em seco e me encara apreensivo.— O carro já está pronto, Cicatriz. — Alguém avisa.— Ótimo! Vamos levá-los para o galpão. A comunidade será o pr
Marrento— Ela o quê? — pergunto, porque preciso ter certeza do que acabei de ouvir. Ele sorri presunçoso.— Eu disse para a minha filha que se ela viesse entregaria o garoto são e salvo. Se não, o entregaria em um saco plástico. — Não sei o que dizer. Definitivamente Cicatriz enlouqueceu ou...— E você pretende entregá-lo? — As sobrancelhas arqueadas me dizem o contrário.— Ela acredita que sim. — Não há como negar. Ele é mesmo um filho da puta traiçoeiro.— Posso saber qual é a finalidade disso? — Arrisco-me a questioná-lo.— É bem simples. Farei Jasmine ir à guerra por mim. Vou pedir quinhentos milhões de dólares em notas grandes e ela irá buscar esse dinheiro para mim. — Apenas balanço a cabeça mostrando-lhe que entendi o seu plano.— Quem te garante que ela fará isso? — O chefe se levanta, abre a geladeira e tira uma cerveja de lá. Em silêncio ele a abre e toma um gole grande.— Acredite, Marrento, ela fará! — O tom soberbo me diz que ele está escondendo o jogo. Eu tenho certeza