CristalOs dias têm se passando rápido e o Mick está cada vez mais distante de mim, é claro. Ultimamente ele interage muito com o meu irmão e o assunto é sempre o mesmo... Futebol, campeonato estadual e vencer. Ele realmente está obcecado com isso. Contudo, a conversa dos dois congela quando Rute surge vestida em um shortinho branco e uma regata preta, usando óculos de sol e ela caminha majestosa em cima dos seus saltos altos. De rabo de olho percebo os olhos de Mick o tempo todo em cima da garota e já me sinto vitoriosa. Eu vou ao seu encontro e a cumprimento com beijinho e abraços, e depois a Jas faz o mesmo. É claro que a apresentei para os meninos, mas fiz questão de deixar algumas insinuações para vr se rola algo entre ele.— Eu vou pegar algumas bebidas — aviso e entro na cozinha. Abro a geladeira e coloco algumas garrafas de cervejas dentro do balde de gelo, porém, ao me virar para voltar o encontro encostado a mesa. Fitos os seus olhos sérios, mas sorrio em busca do seu sorris
Jonathan— Primeiro dia de aula é um saco! — Mick rosna se sentando na cadeira de frente para mim.Nesse exato momento estamos na lanchonete aguardando as meninas chegarem para fazermos um lanche antes do segundo horário da colegial. Eu bem sei por que ele está assim. Depois de uma quase declaração em plena sala de aula, interrompida pela entrada da professora, a cega da minha irmã se derreteu por nada mais, nada menos do que Victor Hanson. O cara tem roubado a atenção da Cristal pra si por três anos e o trouxa ali não toma uma atitude. O sino da porta toca indicando a chegada de alguém no lugar. Eu olho na direção da porta e vejo a minha irmã acompanhada da Jasmine e da Rute vindo em nossa direção. Logo atrás delas vem Helena que vai para o outro lado do salão acompanhada de uma amiga e nada do Hanson por perto.— Eu volto logo! — digo movido pela ansiedade e me levantando da cadeira sem esperar que as meninas cheguem a ela. No balcão eu peço uma porção de fritas, hamburguer e refrig
Jonathan— O que vai fazer essa noite? — pergunta como quem não quer nada. Dou de ombros.— Descansar o meu pé. Ordens médicas, lembra? — sibilo um tom sugestivo e o seu sorriso se alarga. As mãos macias escorregam por minha pele e me faz pensar em como seria se esse toque fosse um pouco mais pra cima. Ela termina a massagem, se levanta e se encaixa no meio das minhas pernas. Logo a sua boca carnuda e pintada de vermelho se aproxima da minha, e a sua respiração quente bate contra o meu rosto me despertando.— Se precisar de uma enfermeira — sussurra sugestiva, deixando a frase no ar. Sorrio safado. Tratamento vip é outra história! Penso. Em seguida ela fecha os olhos e a sua boca roça levemente na minha. Contudo, um pigarro a faz afastar-se abruptamente de mim e eu vejo o Mick em pé na soleira da porta, de braços cruzados e me encarando como se fosse um pai raivoso.Impacta foda! Rosno mentalmente e desço da maca, caminhando normalmente até ele.— Quem sabe, Sara — ralho, lhe dando u
Jonathan Assim que termino de me arrumar jogo a mochila nas costas e saio do quarto. Desço as escadas e de cara encontro com o Mick me aguardando. Sempre foi assim desde que comecei a dirigir. Cristal tem o seu próprio carro e Mick tem a sua moto e um jipe, mas sempre vamos todos no meu carro. — A Cristal ainda não desceu? — pergunto e ele faz um não com a cabeça. — O, eu vou tomar uma xícara de café. Você quer? — Não, mas te acompanho. Na cozinha, observo que a Delia ainda não chegou e penso que elas devem vir juntas de condução. Tomo um gole do café fumegante e quando estamos saindo encontramos a minha mãe e o Caio no caminho. Caio é o meu irmão caçula e ele tem quinze anos. É um garoto bem desenrolado. Ele gosta de computadores e de mexer com tecnologia, coisas que aprendeu com o tio Kevin. Ah, ele é o marido da tia Lilian e tem uma loja incrível de jogos e eletrônicos. Abraço e beijo a minha mãe carinhosamente e dou um oi para o meu irmão. Devo mencionar que a Dona Ana Júlia F
JasmineMe sinto patética olhando o Jonathan se engraçar por qualquer uma que passa perto dele. Bufo internamente. É incrível como ele nunca olhou pra mim com os mesmos olhos que olha pra todas as outras meninas. Portanto, assim que o vejo entrar na área de lazer da casa, resolvo ir para a piscina e dar um mergulho para desanuviar a minha cabeça. A verdade, é que não estou a fim de ouvir quantas cantadas levou hoje, ou porque a Helena o ignora o tempo todo, e nem mesmo qual será a próxima vítima a ser encurralada contra uma parede. Não mesmo! Antes de entrar na água tenho o cuidado de fazer um coque alto nos meus cabelos para não os molhar, me encosto contra os azulejos da piscina e fecho os meus olhos para apreciar o calor do sol que aquece a minha pele. Até tomar um inesperado banho de água fria, que me fez soltar um grito de surpresa.— Mas que droga, Jonathan! — esbravejo. Contudo, o desgraçado rir em alto e bom tom. — Idiota! — Começo a jogar uma sequência de rajadas de água no s
Jasmine — O cheiro está maravilhoso! — Ela diz me despertando e inevitavelmente sorrio. — Fiz do jeito que você gosta. — Obrigada, querida! — Delia se aproxima para deixar um beijo carinhoso na minha testa. — Eu vou pegar os pratos — aviso indo até o móvel vermelho e branco instalado na parede logo acima da pia. Em alguns segundos estamos sentadas uma de frente a outra conversando sobre o seu dia na mansão Alcantara. — Jonathan me perguntou por você — Ela diz de repente e eu quase me engasgo com o suco. — O que ele queria? — indago incomodada. — Disse que você saiu sem se despedir de ninguém. — Levo o copo a boca e tomo um gole do suco enquanto penso em uma resposta. — Pois é. Eu... me esqueci. — Ela me encara especulativa. — Esqueceu? Querida, você sabe o quanto... — Somos gratos pela ajuda dos Alcântara? Sim, eu sei, vó. Não aconteceu nada, não se preocupe. Está tudo bem! — Assim eu espero. Penso. — Agora, vá descansar e deixe que eu arrumo a cozinha. E não se preocupe, vou
Jasmine Na hora do almoço decido que não vou me juntar a turma. Eu preciso ficar longe do Jonathan por um tempo, pelo menos até organizar as minhas ideias e voltar a ser apenas a sua confidente. Por tanto, me sento em um dos bancos perto da biblioteca e abro a caixa de isopor que contém um sanduíche natural, ponho o canudo no copo com o suco de framboesa, tomo um gole e relaxo. Ao longe vejo a dupla dinâmica indo para a biblioteca e no caminho Jonathan esbarra com ela. Sinto um aperto no coração quando os vejo interagir tão próximos pela primeira vez e pela primeira vez sinto que estou perdendo o que nunca tive de verdade. Jonathan acaba de se tornar algo ainda mais inalcançável para mim. Isso é frustrante! Magoada, eu pego a minha bolsa e saio o mais rápido possível dali, direto para a sala de aula. Eu não devia estar chateada. Droga, eu sou a sua amiga e devia estar feliz por ele, torcendo por ele, mas como fazer isso com o coração doendo desse jeito? O almoço foi parar na lata de l
Mick— Então, leãozinho, essa é a minha amiga Rute. Ela estava a fim de te conhecer e eu a trouxe aqui para isso. — Cristal fala abrindo um sorriso largo no rosto e mesmo chateado com os sus planos para mim eu olho para a garota que tem um brilho de esperança no olhar e depois para a minha amiga de infância. Aí resolvo entrar nesse jogo de merda. Portanto, arqueio as sobrancelhas de forma teatral e sorrio.— Para me conhecer? — Ela assente. Dou uma de idiota e analiso a garota, olhando-a dos pés à cabeça. É, até que ela é gostosa! A menina fica corada com a minha especulação explícita, mas ignoto a sua reação e fito a Cristal. A merda toda é saber que estou explodindo de raiva por dentro e não consigo evitar de olha-la com frieza, deixando bem claro que não estou gostando dessa sua brincadeira. E vamos ao teatro! —— Prazer! Eu me chamo Mikael, mas você pode me chamar de Mick se quiser — sibilo cordialmente e as duas abrem sorrisos largos. Rute me estende a mão, eu a seguro e a puxo p