Mick — Do que você está falando? — Limpando o suor que escorre pelo meu rosto e faço ainda mais forca na corrida. — Da minha irmã. Se você estiver esperando que a garota adivinhe o que você sente por ela, está bem enganado. Cristal vive no mundo da lua. — Não estou esperando nada, Jonathan. A Cristal só tem olhos pra aquele babaca ali. — Aponto com a cabeça para Victor Hanson, nosso atual capitão do time. — Isso porque você permite, cara. A quanto tempo gosta da minha irmã? — Ele insiste e eu bufo em resposta. Paro o exercício e puxo uma respiração pesada o encarando. A quanto tempo? Me pergunto. Desde sempre. Desde que me entendi por gente. Já vi a Cristal namorar vários caras do colegial ao longo desses anos e tive que engolir cada comentário apaixonado que me fez. Tive que assistir e aceitar os beijos e as carícias em público e tudo isso em completo silêncio. Mas ela nunca, nunca vai ter olhos para mim. Por quê? Porque para Cristal, eu sou o seu amiguinho e confidente, apenas i
Cristal Alcântara.Acordo com uma puta dor de cabeça no dia seguinte e uma ressaca infernal, mas em minha boca tem um sabor diferente. Então eu me lembro do sonho e sorrio languida, me espreguiçando na cama em meio aos lençóis macios. Sonhei com o Victor Hanson me beijando na noite passada, no meio de uma boate lotada e no meu aniversário. Eu estava sentada em um banquinho alto perto do balcão e com ele entre as minhas pernas. O beijo foi... Porra, o beijo foi muito, muito, muito quente e... intenso. Cheguei a sentir o arrepio por minha espinha e o meu coração bateu acelerado. Eu lembro que fiquei quase sem ar em seguida e em algum momento, o beijo parou, e eu me senti mal. Merda, que hora pra passar mal! Depois disso, eu não me lembro de mais nada. Poxa, isso é frustrante!Me forço a sair da cama, entro no meu banheiro, me olho no espelho largo e ladeado por algumas luzes de led e constato que estou péssima! Meus cabelos estão uma bagunça total, a maquiagem toda borrada e o meu estôm
Cristal — Acha que eles vão demorar com o treino? — Jasmine pergunta pela terceira vez e impaciente eu respiro fundo e tomo um gole do meu refresco de morango. — Já devem estar voltando, Jas, relaxa! — É que eles estão demorando muito hoje! — comenta. Eu me ajeito em cima da espreguiçadeira e os nossos celulares vibram ao mesmo tempo. Pego o aparelho e abro a mensagem de um blog de uma garota do colégio que seguimos há algum tempo. Um tipo de blog de fofocas que sempre traz uma novidade sobre algum aluno. E a novidade de hoje? A aprendiz de Barbie terminou com Victor. — EU NÃO ACREDITOOOO! — grito festiva e pulo para fora da espreguiçadeira. Jasmine me lança um olhar meio perdido e rapidamente ela pega o seu celular para verificar a mensagem. — Viu, volta às aulas com Victor solteiro. Essa é uma chance imperdível! — Ela meneia a cabeça e sorri. — Você não desiste, não é? — Lógico que não! Ele está disponível e sabe quem vai ser a bola da vez? — indago com animação na voz e na seq
CristalOs dias têm se passando rápido e o Mick está cada vez mais distante de mim, é claro. Ultimamente ele interage muito com o meu irmão e o assunto é sempre o mesmo... Futebol, campeonato estadual e vencer. Ele realmente está obcecado com isso. Contudo, a conversa dos dois congela quando Rute surge vestida em um shortinho branco e uma regata preta, usando óculos de sol e ela caminha majestosa em cima dos seus saltos altos. De rabo de olho percebo os olhos de Mick o tempo todo em cima da garota e já me sinto vitoriosa. Eu vou ao seu encontro e a cumprimento com beijinho e abraços, e depois a Jas faz o mesmo. É claro que a apresentei para os meninos, mas fiz questão de deixar algumas insinuações para vr se rola algo entre ele.— Eu vou pegar algumas bebidas — aviso e entro na cozinha. Abro a geladeira e coloco algumas garrafas de cervejas dentro do balde de gelo, porém, ao me virar para voltar o encontro encostado a mesa. Fitos os seus olhos sérios, mas sorrio em busca do seu sorris
Jonathan— Primeiro dia de aula é um saco! — Mick rosna se sentando na cadeira de frente para mim.Nesse exato momento estamos na lanchonete aguardando as meninas chegarem para fazermos um lanche antes do segundo horário da colegial. Eu bem sei por que ele está assim. Depois de uma quase declaração em plena sala de aula, interrompida pela entrada da professora, a cega da minha irmã se derreteu por nada mais, nada menos do que Victor Hanson. O cara tem roubado a atenção da Cristal pra si por três anos e o trouxa ali não toma uma atitude. O sino da porta toca indicando a chegada de alguém no lugar. Eu olho na direção da porta e vejo a minha irmã acompanhada da Jasmine e da Rute vindo em nossa direção. Logo atrás delas vem Helena que vai para o outro lado do salão acompanhada de uma amiga e nada do Hanson por perto.— Eu volto logo! — digo movido pela ansiedade e me levantando da cadeira sem esperar que as meninas cheguem a ela. No balcão eu peço uma porção de fritas, hamburguer e refrig
Jonathan— O que vai fazer essa noite? — pergunta como quem não quer nada. Dou de ombros.— Descansar o meu pé. Ordens médicas, lembra? — sibilo um tom sugestivo e o seu sorriso se alarga. As mãos macias escorregam por minha pele e me faz pensar em como seria se esse toque fosse um pouco mais pra cima. Ela termina a massagem, se levanta e se encaixa no meio das minhas pernas. Logo a sua boca carnuda e pintada de vermelho se aproxima da minha, e a sua respiração quente bate contra o meu rosto me despertando.— Se precisar de uma enfermeira — sussurra sugestiva, deixando a frase no ar. Sorrio safado. Tratamento vip é outra história! Penso. Em seguida ela fecha os olhos e a sua boca roça levemente na minha. Contudo, um pigarro a faz afastar-se abruptamente de mim e eu vejo o Mick em pé na soleira da porta, de braços cruzados e me encarando como se fosse um pai raivoso.Impacta foda! Rosno mentalmente e desço da maca, caminhando normalmente até ele.— Quem sabe, Sara — ralho, lhe dando u
Jonathan Assim que termino de me arrumar jogo a mochila nas costas e saio do quarto. Desço as escadas e de cara encontro com o Mick me aguardando. Sempre foi assim desde que comecei a dirigir. Cristal tem o seu próprio carro e Mick tem a sua moto e um jipe, mas sempre vamos todos no meu carro. — A Cristal ainda não desceu? — pergunto e ele faz um não com a cabeça. — O, eu vou tomar uma xícara de café. Você quer? — Não, mas te acompanho. Na cozinha, observo que a Delia ainda não chegou e penso que elas devem vir juntas de condução. Tomo um gole do café fumegante e quando estamos saindo encontramos a minha mãe e o Caio no caminho. Caio é o meu irmão caçula e ele tem quinze anos. É um garoto bem desenrolado. Ele gosta de computadores e de mexer com tecnologia, coisas que aprendeu com o tio Kevin. Ah, ele é o marido da tia Lilian e tem uma loja incrível de jogos e eletrônicos. Abraço e beijo a minha mãe carinhosamente e dou um oi para o meu irmão. Devo mencionar que a Dona Ana Júlia F
JasmineMe sinto patética olhando o Jonathan se engraçar por qualquer uma que passa perto dele. Bufo internamente. É incrível como ele nunca olhou pra mim com os mesmos olhos que olha pra todas as outras meninas. Portanto, assim que o vejo entrar na área de lazer da casa, resolvo ir para a piscina e dar um mergulho para desanuviar a minha cabeça. A verdade, é que não estou a fim de ouvir quantas cantadas levou hoje, ou porque a Helena o ignora o tempo todo, e nem mesmo qual será a próxima vítima a ser encurralada contra uma parede. Não mesmo! Antes de entrar na água tenho o cuidado de fazer um coque alto nos meus cabelos para não os molhar, me encosto contra os azulejos da piscina e fecho os meus olhos para apreciar o calor do sol que aquece a minha pele. Até tomar um inesperado banho de água fria, que me fez soltar um grito de surpresa.— Mas que droga, Jonathan! — esbravejo. Contudo, o desgraçado rir em alto e bom tom. — Idiota! — Começo a jogar uma sequência de rajadas de água no s