MayaQuando passei pela porta de casa, retirei os sapatos e caminhei para o corredor que levava ao escritório do Victor. As portas estavam fechadas. Depois da sua morte, nunca mais entrei ali. E se todo o medo que me acompanha for por falta de enfrentar os meus próprios demônios? Eu nunca soube onde eles estão. Mas, e se estiverem atrás dessa porta? Preciso abri-la. Girando a maçaneta, entrei. Caminhei para o tapete entre os sofás onde nós nos amamos inúmeras vezes. Senti meu peito se afundar.Aproximei-me da sua mesa e encarei as coisas ali em cima. Até mesmo a caneta sobre ela ainda estava do mesmo jeito que ele a deixou. Engoli o doloroso nó na garganta e olhei ao meu redor. Meus olhos foram até o pequeno armário ao canto sob o minibar, onde ele guardava todo o nosso arsenal erótico.Caminhei até lá e ajoelhei-me no chão, colocando a senha na fechadura eletrônica. As portas destravaram e eu as abri. Luzes se acenderam, reluzindo a coleira cravejada de pedras preciosas, que há muito
MayaLogo que passei pelas portas do hospital, eu saí pelos corredores à procura do Dr. Walters, cardiologista do Victor. Caçava-o como se fosse uma corsa. Ele estava em consulta quando abri a porta do seu escritório e entrei. Walters olhou-me confuso.— Maya? Eu estou em consulta. Alguma emergência?— Só me responda com sim ou não. — Usei um tom intimidador. — Ele sabia que ia morrer? — Senti um nó se formar na garganta novamente.— Me dê um minuto, por favor — pediu à mulher à sua frente.Ele se levantou e fez um sinal cortês para que eu saísse primeiro de sua sala, vindo logo atrás de mim. Caminhamos para um canto e paramos um de frente para o outro.— Maya, eu...— Apenas responda à minha pergunta, Walters. — interrompi-o.Ele me encarou tenso.— Sim.Uma decepção imensa se espalhou dentro de mim, deixando meu coração partido.— Quando?— Descobrimos que o coração dele não aguentaria muito mais nos exames que fizemos depois do Natal.Meus olhos se encheram de lágrimas. No início d
Maya— Louise já está indo à escola? — Augustus perguntou parando ao meu lado no balcão do andar cirúrgico.— Não. Mary já está indo à escola nova, mas ainda não conseguimos convencer Louise que ela pode fazer isso também.— Acha que ela aceitaria sair de casa?Olhei-o, confusa.— Para ir onde?— Tacoma.— Por que você quer levar a minha filha para Tacoma? — perguntei, com olhos estreitos.— Não quero levar apenas ela, quero levar vocês três.— Por quê?— Para casa dos meus pais no feriado do Dia dos Mortos.Parei de preencher o papel à minha frente e olhei-o novamente.— Conhecer a sua família?Ele sorriu.— Sim.— A gente já chegou nessa parte?— A parte que apresento você para toda a minha família? Sim.— Por quê? — Franzi o cenho.— Você ainda não entendeu, não é, Maya?Virei-me para ele, que me encarava de braços cruzados e olhar sério.— Eu quero você para além da minha satisfação carnal — disse baixinho.Meu batimento cardíaco repentinamente aumentou com meu nervosismo. Mesmo a
MayaA noite chegou, e Lúcia reuniu os netos, incluindo Mary e Louise, para ensiná-los a como montar um altar para os familiares falecidos. As gêmeas acharam aquilo incrível e perguntaram se em casa poderiam montar um altar para o pai. Eu concordei, embora achasse isso mórbido demais.— Vem. Vamos dar uma volta — disse Augustus, pegando-me pela mão.Deixamos a casa e começamos a caminhar calmamente em direção a um enorme galpão ao longe. Seus dedos se entrelaçaram nos meus, e eu me aconcheguei mais nele, abraçando o seu braço.— Então, o que achou do dia?— Eu gostei. Você tem uma família maravilhosa.— A minha mãe não disse coisas inconvenientes, não é? Ela faz isso, às vezes.— Camile conta como algo inconveniente? — Usei um tom humorado, observando a reação do seu corpo. Mas não aconteceu nada. Ele apenas me olhou e sorriu.— Então falaram dela para você.— Assunto proibido?— Não. Ela é minha ex, apenas isso. Alguém que me decepcionou de muitas maneiras.— Vocês iam se casar. Devi
Maya— Como assim você não quer? Eu te procurei o dia todo para falarmos sobre isso — disse ele no mesmo tom.Olhei-o enraivecida.— A sua vida não me importa! Não me importa quem está beijando.Ele segurou o meu braço, puxando-me para longe da porta.— Não diga isso! Não fale e aja como se realmente não se importasse! Existe algo entre nós, mesmo que ainda não tenhamos dado um nome para isso!— Você me fez acreditar nisso, mas na primeira chance estava beijando outra! Acho que Camile te ensinou direitinho! — disse cheia de rancor.— Eu não beijei ninguém! Fui beijado de forma inesperada e não correspondi aquilo, porque eu amo você, porra! — berrou, soltando-me. — Eu jamais trairia você. Jamais te magoaria de forma intencional, Maya. O que mais precisa que eu faça para entender que quero você de todas as formas que o mundo me permitir?Eu o encarava como o coração saltando forte no peito. Meus olhos passearam ao nosso arredor e muitas pessoas nos observavam, paradas no estacionamento,
MayaEle me levou para um café e nós nos sentamos em um banco na área externa da lanchonete.— Se sente melhor?Assenti, sem ter muita certeza disso.— Parada cardíaca ou não, de qualquer jeito aquelas crianças perderam a mãe para o câncer, e eu sei o quanto isso dói — disse cabisbaixa.— Foi assim que sua mãe morreu?— Foi. Anos de luta, mas no fim a doença venceu, não só levando ela, mas a oficina do meu pai, a casa que tínhamos, os carros e todas as economias. Eu mais do que ninguém entendo o que a grande maioria dessas famílias passam entre idas e vindas ao hospital. O Victor foi muito importante no processo final da minha mãe. Ele ajudou como pôde e até onde pôde.— Como vocês se conheceram?Olhei-o um pouco tensa.— Resumidamente... — Dei um gole no café. — Ele queria uma submissa e eu precisava de cuidados — disse com um pouco de medo da forma que ele entenderia isso.— Não estou aqui para te julgar, Maya. Estou aqui para te amar.Passando o braço por trás dos meus ombros, puxo
MayaParalisei por alguns segundos, já imaginando do que se tratava. Peguei a carta e sentei-me na cama.Querida Maya, meu eterno amor...Não sei se esta é a primeira carta que encontra. Se sim, por favor, me perdoe por mentir. Meu coração estava me matando, mas vê-la sofrer seria ainda pior. Quando nos casamos, prometi que seria sem mais dor. Sem mais sofrimento. Desculpe, eu falhei. Mas, no fundo, sabemos que esse momento chegaria. Mas confesso que achei que demoraria. Como Mary e Louise estão? Já sinto falta delas, assim como de Caleb. Dê a ele as minhas abotoaduras, todas elas. Diga às meninas que lamento profundamente não estar ao lado delas no primeiro e último dia de aula. Eu sonhava com esse momento. Mas sei que você aproveitará por mim. E sim, querida, existem outras cartas, mas não as procure. Preparei para que você as encontrasse no momento certo. Quando será? Não sabemos. Mas espero que não leve anos para encontrá-las. Principalmente essa. Para mim, ela é a mais importan
GusSegui para o quarto onde no armário apanhei um rolo de corda vermelha e um chicote preto de cabo rígido e ponta de couro. Ao retornar para a sala, a encontrei de pé, sem o sobretudo. Ela estava linda de morrer com um lingerie delicada e meias com sinta liga, calçando saltos extremamente finos e altos. Mas havia me desobedecido.Aproximei-me dela, jogando a corda sobre o sofá. Apanhei a ponta da guia e enrolei-a toda na minha mão, puxando Maya na minha direção, mantendo a minha submissa em rédeas curtas. Encarei-a com firmeza e ela sustentou o meu olhar. Desafiadora. Gostei.— Por que me desobedeceu, cadelinha?— Desculpe, meu Senhor.— Será punida por isso. — Seus olhos brilharam ansiosos. — Vire-se de costas e apoie as mãos nos joelhos! — Usei um tom mais rude.Soltei a guia e ela obedeceu-me imediatamente. Sua bunda é linda. E com certeza a foderei mais tarde.Sem esperar mais, ergui o chicote e desferi-o contra a sua nádega, usando de toda a força que possuía no braço. Ela grun