— Mag, eu tenho uma pequena dúvida. — Foi assim que a jovem foi recebida pela irmã, após a primeira noite bem dormida, desde que tudo começou.— Bom dia, Melinda. Eu dormi feito uma criança, obrigada por perguntar. — Cumprimentou a mais nova, beijando o topo de sua cabeça, sentindo como os fios estavam ralos. Seu coração deu uma leve apertada por aquilo. — Espere eu tomar ao menos uma xícara de café e aí eu respondo o seu interrogatório, ok?Melinda deu um suspiro alto e assentiu, fazendo a irmã rir e se lembrar da adolescência dela.Com o seu pai, aguentou cada uma das mudanças de humor, a rebeldia e os famosos discursos de quase uma hora da mais nova. Não sentia falta do monstrinho que parecia morar em Melinda, mas com toda certeza sentia saudades dessa ser a única preocupação da família Sanders.— Ok, café tomado. Agora, pequeno monstro, você pode falar. — Encarou a mais nova minutos mais tarde, bem mais acordada e a fazendo mostrar a língua.— Eu odeio esse apelido. — Melinda resm
Duas semanas se passaram desde a última reunião de Margot, Andrew e Matthew. A jovem estava um pouco menos nervosa com tudo o que acontecia, já que o pai e Melinda estavam em segurança junto a Gavin e lhe mandavam notícias todos os dias.Além disso, uma semana depois de voltarem para Sacramento, ela e Andrew decidiram mudar para um lugar que chamasse menos atenção. Não podiam proteger a família dela e deixar a dele em risco.O novo apartamento dos dois era afastado do centro da cidade e apenas Matthew sabia o novo endereço deles. E mesmo assim, fazia o possível para não ir lá sempre, afinal, não podia correr o risco de sua esposa o estar seguindo.Mas naquele dia resolveram que, para colocar o mais novo plano em prática, precisavam ser vistos. E a festa na casa dos Carter serviria a esse propósito. Para comemorar o aniversário de trinta e um anos de Matthew também.— Você tem certeza disso, Margot? — Andrew perguntou, terminando de ajeitar a gravata em volta de seu pescoço.— Claro qu
Assim que colocaram os pés no apartamento, Margot se jogou nos braços de Andrew, o beijando com fervor e aproveitando para retirar o terno dele também.Ela pretendia cumprir a sua promessa de horas antes: deixaria vestido onde ele quisesse. Porém queria ver as dele acompanhando as suas. O desejo entre eles era algo com o qual ainda não estavam completamente acostumados. Era quase como se quando seus corpos se encontravam, nada mais importava.Joyce e Stan queriam matá-los? Era nada perto da forma que os lábios de Andrew deslizavam sob o colo de Margot. O tal Italiano ainda era uma incógnita e poderia ser pior que os outros? Não importava, quando Margot passeava suas mãos pelo corpo dele. Eles aproveitavam momentos como aqueles para esquecer do mundo fora daquele apartamento.Margot voltou as mãos para os botões da camisa social de Andrew, tentando desabotoar um por um e, quando sua paciência acabou, ela simplesmente a puxou para fora do corpo dele. Arrancando todos os botões e causand
Casa de Thierry Anderson – Dia do jantar de aniversário de Matthew— Senhor, estou indo ao mercado. — A empregada chamou sua atenção. Era a única funcionária que lidava diretamente com ele. Seu pagamento muito acima da faixa salarial de sua profissão, ajudava a manter sua boca fechada. — Precisa que eu traga algo específico?— Do mercado, não. Mas passe na minha loja favorita e compre meus charutos, o que tenho aqui estão prestes a acabar. — Respondeu, dando mais um trago no penúltimo charuto que possuía.Com um leve balançar de cabeça, a mulher se foi e ele voltou o olhar para a janela, observando o dia, um suspiro alto escapando dos lábios junto a fumaça espessa.Viver nas sombras não era algo divertido.Thierry tinha plena certeza daquilo há quase vinte e cinco anos. Fingir não existir, era o que ele menos desejava. Queria participar da vida de sua filha, queria voltar a trabalhar e ver seu nome ser tirado da lama – por mais que merecesse estar nela –, mas “estar morto” era o neces
Ao chegarem em casa, Margot e Andrew ainda não sabiam o que fazer com aquela informação. Nada iria mudar o plano deles, precisavam derrubar o italiano, independente de quem ele fosse.Mas não poderiam negar o quanto estavam chocados e confusos com aquilo. E dos dois, Margot era a mais calada, tinha algo a incomodando e Andrew estava louco para perguntar qual o motivo.Porém, preferiu não dizer nada. Ele daria Margot o tempo que ela precisasse para digerir tudo. Resolveu tomar um banho, a fim de relaxar. Com os olhos fechados, enquanto deixava as gotas caírem em seu corpo, só notou que a jovem estava com ele, quando a escutou dizer:— Eu ainda não consigo acreditar que o pai dela estava vivo todo esse tempo.— Nem eu. — Suspirou, tendo sua cintura rodeada por Margot. — Eu não sei se devemos contar isso para Matthew.— Toda essa mentira, o casamento dele com Joyce e o restante, foi arquitetado por Thierry. Acho que ele precisa saber.— Mas e se for pior para ele, Margot? Você viu como e
Margot não precisou usar de desculpas para poder sair.Andrew estava apagado no sofá da sala, cansado demais para ao menor ir para o quarto. Ela se aproveitou disso e tentando fazer o mínimo de barulho possível, deixou o apartamento, mas não antes de colocar um recadinho para ele em cima da mesa.Desejava com todas as suas forças que ele acordasse e visse o papel, quando fosse de manhã e provavelmente tivesse acabado com tudo. Ou ela estivesse acabada, quem sabe.Ao colocar os pés fora do prédio, viu mais dois homens de Stan. Ambos caminhavam em sua direção, mas ela decidiu não fazer nada, mesmo que sua vontade fosse colocar a mão na cintura e puxar a arma que estava ali.— Boa noite, Sanders. — Um deles se atreveu a puxar conversa, enquanto ela caminhava em direção ao seu carro. — O chefe pediu que a escoltássemos até o local. — Completou, esticando uma das mãos em sua direção.— Como se um dos dois fosse capaz de me segurar se eu resolvesse fazer algo. — Riu em desprezo e viu que os
Ela olhou para suas mãos mais uma vez.As algemas não estavam muito apertadas em volta de seus pulsos, mas de alguma forma ela sentia dor no local. Talvez fosse o peso de suas ações que a levaram até ali ou os olhares dos policiais e detetives, enquanto era encaminhada para a sala de interrogação.Era vergonhoso ser julgada apenas pelo que fez, sem os porquês estarem explícitos? Claro que sim. Porém sua mente não conseguia deixar de flutuar para como seu pai, Melinda, Gavin e principalmente Andrew, estavam. Abandona-lo no apartamento, com os capangas de Stan aguardando que ele desse um passo em falso. E se algo lhe acontecesse, seria culpa dela.Deus, toda aquela merda era culpa dela e Margot sabia bem disso.— Senhorita Sanders, meu nome é Cara Thompson. Sou a detetive de homicídios que irá trabalhar em seu caso. — A loira disse, terminando de fechar a porta atrás de si e batendo os saltos até se sentar de frente para Margot. — Pelo que me disseram, a senhorita se entregou de boa von
Matthew havia corrido para o encontro do amigo, preocupado com o tom de voz dele. Quando se encontraram no lugar marcado por Andrew, pediu ao amigo que lhe contasse exatamente o que acontecia.E apesar do cansaço emocional, contou sobre a noite estranha que teve. Andrew ainda estava tentando entender o porquê de tudo ter saído do controle daquela forma.— Ela se entregou? — Matthew finalmente se manifestou, chocado com aquela novidade e vendo a derrota estampada no rosto do amigo. — Precisamos tirá-la de lá, Drew.— Ela não quer. — O cansaço estava explicito em sua voz, enquanto bebia mais de seu café. — Eu sinceramente não sei o que fazer. Margot está presa, as vidas de todos estão em perigo e eu não faço a mínima ideia de como prosseguir.— Ok, então vamos fazer isso sem que ela saiba. — O amigo disse, sorrindo e dando um tapinha em seu ombro. — Nesse momento precisamos de Margot, Drew. Joyce está apavorada desde o dia do meu aniversário e anda pela casa como se tivesse visto um fan