Assim que colocaram os pés no apartamento, Margot se jogou nos braços de Andrew, o beijando com fervor e aproveitando para retirar o terno dele também.Ela pretendia cumprir a sua promessa de horas antes: deixaria vestido onde ele quisesse. Porém queria ver as dele acompanhando as suas. O desejo entre eles era algo com o qual ainda não estavam completamente acostumados. Era quase como se quando seus corpos se encontravam, nada mais importava.Joyce e Stan queriam matá-los? Era nada perto da forma que os lábios de Andrew deslizavam sob o colo de Margot. O tal Italiano ainda era uma incógnita e poderia ser pior que os outros? Não importava, quando Margot passeava suas mãos pelo corpo dele. Eles aproveitavam momentos como aqueles para esquecer do mundo fora daquele apartamento.Margot voltou as mãos para os botões da camisa social de Andrew, tentando desabotoar um por um e, quando sua paciência acabou, ela simplesmente a puxou para fora do corpo dele. Arrancando todos os botões e causand
Casa de Thierry Anderson – Dia do jantar de aniversário de Matthew— Senhor, estou indo ao mercado. — A empregada chamou sua atenção. Era a única funcionária que lidava diretamente com ele. Seu pagamento muito acima da faixa salarial de sua profissão, ajudava a manter sua boca fechada. — Precisa que eu traga algo específico?— Do mercado, não. Mas passe na minha loja favorita e compre meus charutos, o que tenho aqui estão prestes a acabar. — Respondeu, dando mais um trago no penúltimo charuto que possuía.Com um leve balançar de cabeça, a mulher se foi e ele voltou o olhar para a janela, observando o dia, um suspiro alto escapando dos lábios junto a fumaça espessa.Viver nas sombras não era algo divertido.Thierry tinha plena certeza daquilo há quase vinte e cinco anos. Fingir não existir, era o que ele menos desejava. Queria participar da vida de sua filha, queria voltar a trabalhar e ver seu nome ser tirado da lama – por mais que merecesse estar nela –, mas “estar morto” era o neces
Ao chegarem em casa, Margot e Andrew ainda não sabiam o que fazer com aquela informação. Nada iria mudar o plano deles, precisavam derrubar o italiano, independente de quem ele fosse.Mas não poderiam negar o quanto estavam chocados e confusos com aquilo. E dos dois, Margot era a mais calada, tinha algo a incomodando e Andrew estava louco para perguntar qual o motivo.Porém, preferiu não dizer nada. Ele daria Margot o tempo que ela precisasse para digerir tudo. Resolveu tomar um banho, a fim de relaxar. Com os olhos fechados, enquanto deixava as gotas caírem em seu corpo, só notou que a jovem estava com ele, quando a escutou dizer:— Eu ainda não consigo acreditar que o pai dela estava vivo todo esse tempo.— Nem eu. — Suspirou, tendo sua cintura rodeada por Margot. — Eu não sei se devemos contar isso para Matthew.— Toda essa mentira, o casamento dele com Joyce e o restante, foi arquitetado por Thierry. Acho que ele precisa saber.— Mas e se for pior para ele, Margot? Você viu como e
Margot não precisou usar de desculpas para poder sair.Andrew estava apagado no sofá da sala, cansado demais para ao menor ir para o quarto. Ela se aproveitou disso e tentando fazer o mínimo de barulho possível, deixou o apartamento, mas não antes de colocar um recadinho para ele em cima da mesa.Desejava com todas as suas forças que ele acordasse e visse o papel, quando fosse de manhã e provavelmente tivesse acabado com tudo. Ou ela estivesse acabada, quem sabe.Ao colocar os pés fora do prédio, viu mais dois homens de Stan. Ambos caminhavam em sua direção, mas ela decidiu não fazer nada, mesmo que sua vontade fosse colocar a mão na cintura e puxar a arma que estava ali.— Boa noite, Sanders. — Um deles se atreveu a puxar conversa, enquanto ela caminhava em direção ao seu carro. — O chefe pediu que a escoltássemos até o local. — Completou, esticando uma das mãos em sua direção.— Como se um dos dois fosse capaz de me segurar se eu resolvesse fazer algo. — Riu em desprezo e viu que os
Ela olhou para suas mãos mais uma vez.As algemas não estavam muito apertadas em volta de seus pulsos, mas de alguma forma ela sentia dor no local. Talvez fosse o peso de suas ações que a levaram até ali ou os olhares dos policiais e detetives, enquanto era encaminhada para a sala de interrogação.Era vergonhoso ser julgada apenas pelo que fez, sem os porquês estarem explícitos? Claro que sim. Porém sua mente não conseguia deixar de flutuar para como seu pai, Melinda, Gavin e principalmente Andrew, estavam. Abandona-lo no apartamento, com os capangas de Stan aguardando que ele desse um passo em falso. E se algo lhe acontecesse, seria culpa dela.Deus, toda aquela merda era culpa dela e Margot sabia bem disso.— Senhorita Sanders, meu nome é Cara Thompson. Sou a detetive de homicídios que irá trabalhar em seu caso. — A loira disse, terminando de fechar a porta atrás de si e batendo os saltos até se sentar de frente para Margot. — Pelo que me disseram, a senhorita se entregou de boa von
Matthew havia corrido para o encontro do amigo, preocupado com o tom de voz dele. Quando se encontraram no lugar marcado por Andrew, pediu ao amigo que lhe contasse exatamente o que acontecia.E apesar do cansaço emocional, contou sobre a noite estranha que teve. Andrew ainda estava tentando entender o porquê de tudo ter saído do controle daquela forma.— Ela se entregou? — Matthew finalmente se manifestou, chocado com aquela novidade e vendo a derrota estampada no rosto do amigo. — Precisamos tirá-la de lá, Drew.— Ela não quer. — O cansaço estava explicito em sua voz, enquanto bebia mais de seu café. — Eu sinceramente não sei o que fazer. Margot está presa, as vidas de todos estão em perigo e eu não faço a mínima ideia de como prosseguir.— Ok, então vamos fazer isso sem que ela saiba. — O amigo disse, sorrindo e dando um tapinha em seu ombro. — Nesse momento precisamos de Margot, Drew. Joyce está apavorada desde o dia do meu aniversário e anda pela casa como se tivesse visto um fan
Fazer o certo estava tirando um peso do peito de Margot, mas ela não seria hipócrita de negar o quanto era incrível voltar para casa. Mesmo que temporariamente e cercada de policiais.O coração estava mais leve, sabendo que o pai, sua irmã e Gavin contava com proteção policial. Poder tomar banho em casa, deitar-se em sua cama e dividir o espaço com quem amava, era bom demais para ser verdade.— O que foi? — Andrew pousou as mãos em sua cintura, chamando sua atenção.— Só estava pensando em como é bom ter liberdade, mesmo que assistida. — Respondeu, voltando seu corpo ao dele e tendo seu rosto beijado. — Obrigada por não ter me escutado.— Está tudo bem, só não me assuste assim novamente, ok? — Pediu, os olhos presos aos dela. — Você não sabe como foi angustiante acordar no meio da madrugada e encontrar apenas aquele bilhete. Tive medo de não te ver mais.Apesar da forma torturada das palavras dele, Margot sorriu. Era estranho se sentir feliz, por alguém falar que teve medo de perdê-la
Após distraírem os policiais, dizendo que precisavam de um tempo para descansarem. Com a porta trancada e em completo silêncio, eles começaram a arrumar as armas e munições que os policiais ainda não haviam confiscado, no corpo.O provável era que Joyce ou Thierry arrancassem pelo menos uma de cada, mas teriam mais algumas escondidas para casos de emergência.Trocaram suas roupas para algo mais apropriado para a rua, mandaram uma mensagem pelo celular de Andrew confirmando que estavam indo e fizeram uma das maiores loucuras, além dos últimos meses que estavam vivendo. Depois de conferirem se tudo estava pronto, aproveitaram que o apartamento atual – um dos investimentos da família Griffin –, ficava no primeiro andar e pularam a janela.— Não acho que podemos chamar isso de pular, se estamos praticamente no térreo. — Margot comentou aos sussurros, enquanto terminavam de checar o caminho. — Isso acabou com a parte legal da nossa fuga, droga.Andrew apenas riu, tentando não fazer barulho