Miranda NewmanNo dia seguinte a nossa reunião com Stan a equipe de preparação para o casamento falso já estava nos esperando. Eles nos apresentaram ao nosso instrutor de atuação, um renomado especialista em disfarces e comportamento humano.Durante os próximos dias fomos submetidos a um intenso treinamento.Aprendemos a construir uma história de amor convincente, repleta de detalhes sobre nosso passado, nossos gostos e até mesmo as dificuldades que enfrentamos juntos. Tivemos aulas de dança para aperfeiçoar a nossa sintonia como casal e ensaiamos incansavelmente as expressões faciais e os gestos que demonstrariam um amor genuíno.Dominic pisou várias vezes no meu pé, o cara parecia uma tábua de madeira rígida, não tinha o menor ritmo para dançar.Conforme os dias passavam, algo curioso começou a acontecer. As fronteiras entre o que era real e o que era parte do disfarce começaram a se confundir.Parecia que Domic me tolerava um pouco melhor quando não estava interpretando, uma certa
Miranda NewmanQuando o dia do casamento chegou eu me perguntava se as emoções que estávamos vivendo eram apenas parte da encenação ou se havia algo mais profundo acontecendo. A conexão que desenvolvemos era real? Seria possível que, no meio dessa farsa, nós dois tivéssemos encontrado uma verdadeira parceria? Eu estava sentada em frente ao espelho, com uma pilha de maquiagem e produtos de beleza espalhados diante de mim. Me sentia nervosa e ansiosa, mas também animada pela perspectiva de me redimir nessa missão. Eu me olho no espelho, ajustando um cacho de cabelo que cai no meu rosto. Pergunto-me se Dominic está se preparando também, e se ele está tão nervoso quanto eu. Ouço uma batida na porta e, sem esperar por uma resposta, Dominic entra no quarto. Ele está vestindo um terno preto elegante e parece mais bonito do que nunca. - Você está linda - ele diz, sorrindo. Sorrio. - Oh meu Deus, Dominic Green está me elogiando? Alguém chame as autoridades o apocalipse está próximo! – d
Miranda NewmanEnquanto a música animada ecoava pelo salão de festas, eu e Dominic nos encontrávamos no meio da pista de dança, cercados por agentes e pessoas que nunca vi na vida.Enquanto dançamos, Dominic me puxa para mais perto dele.Eu posso sentir o calor do seu corpo e o cheiro do seu perfume. Nossos corpos se encaixam perfeitamente, como se fossem feitos um para o outro.- Parece que aquelas aulas valeram a pena - sussurro em seu ouvido.Sinto Dominic se retesar e penso se não empurrei o limite do coitado longe demais.- Se você me distrair assim, seus pés que vão sofrer - Ele ameaça. - Parceiro... - Ronrono - Eu sou uma distração sozinha, não preciso disso, mas se você insiste... - começo a subir minha perna pela sua em um passo de dança que exige muita flexibilidade. Dominic me encara sério. - Miranda, por favor... As pessoas estão olhando - ele alerta soando um pouco ofegante. - E daí? Não estou me casando com elas, estou me casando com você - eu comento me aproximando m
Miranda NewmanChecando mais uma vez minhas armas escondidas no vestido preparo-me para a ação.Adentro o sombrio armazém portuário com cautela, meus passos ecoados pelo salto alto são felinos. Eu quero que saibam que estou aqui.Meus olhos castanhos examinam o ambiente com uma precisão treinada, procurando por qualquer sinal de movimento ou ameaça em potencial. A tensão no ar deixada pela equipe na entrada do armazém ainda é palpável, mas eu não permito que isso me intimide. Avisto um grupo de homens protegendo uma carga. São quatro no total. Enquanto me aproximo do grupo, adoto minha postura sedutora e sorrio de maneira provocante.Claramente há um líder, brutamontes número 1. Por que sempre tem que ser um bombado careca? Tão clichê.Quando me avistam eles arregalam os olhos, exceto o líder que fecha a cara. Durão esse que me arrumaram. Um dos homens, brutamontes número 2, apoia a mão na cintura onde posso ver o contorno de uma arma.- Olá, podem me dar uma informação? - Pergun
Miranda NewmanEnquanto Dominic adentra no bairro da nossa futura casa aumento o volume do rádio onde toca uma música animada do Maroon5. Balanço a cabeça levemente na batida da música e planto um sorriso no rosto quando estacionamos na garangem da nossa casa. Levanto os óculos escuros para meu cabelo rebelde e penso no que vamos enfrentar de agora em diante. Com pessoas passando na rua sei que o teatro precisa começar.Dominic me olha quando desliga o carro e me inclino dando um leve beijo em sua bochecha. - Fora dessas portas tudo vai mudar... Você tem alguma cláusula pétrea? - Pergunto séria.Uma cláusula pétrea na lei é um artigo do texto constitucional estabelecido como regra e que não pode sofrer nenhuma alteração.Para nós, na linguagem de espião o significado é bem parecido, uma regra imutável e inquebrável. - Sem sexo, sem beijo desnecessário, sem intimidade - Ele decreta solene. Reviro meus olhos. - Ou seja, sem diversão - resmungo. - E você? - Ele pergunta. - Eu nã
Miranda Newman- Fala sério, Stan - tento mais uma vez chamar a atenção do meu chefe. Acho que ele me irritava de propósito.- Já disse Miranda, enquanto você não aprender a se controlar eu não vou te deixar sair em outra missão, perdemos muito da última vez por causa da sua... -- Já sei, impaciência - eu completo revirando os olhos.- Eu ia dizer burrice, mas impaciência serve - diz ele sorrindo me deixando com cara de idiota. Burrice? Eu salvei a porcaria da missão.Okay, talvez eu tenha deixado o criminoso escapar e o galpão meio que pegou fogo por minha causa, mas hey, eu trouxe a vítima viva (vamos deixar de lado o pé torcido de quando eu a empurrei da escada para que ela pudesse fugir). Serve de alguma coisa, né? Bom, para o meu chefe chato parece que não.- E o que espera que eu faça? - pergunto irritada cruzando os braços. - Eu não sei, yoga talvez? - diz o filho da put4 sorrindo. Yoga? eu lá tenho tempo para yoga?Bufo irritada e viro minhas costas para aquele ser petulan
Miranda NewmanMaldito Stan. Maldito britânico. Eu não acredito que eu estou mesmo aqui na Agência ás cinco da manhã. Bocejo cansada por ter dormido tão pouco. Adentro o centro de treinamento e encontro o Sr. Super agente Green deitado lendo um livro na maior tranquilidade. Deixo minha bolsa de treino cair do meu ombro com um baque. Ele sequer se move. Vou até ele e me inclino em sua direção. Ele continua lendo sem me dar atenção. - Hey parceiro eu tô pronta para o treinamento - digo olhando em seus olhos. Ele finalmente desvia o olhar do livro e me encara. - Bom dia agente Newman - diz polidamente. Ele realmente é um cara muito sério. - E então o que vamos fazer hoje? - olho ao meu redor. Apesar de ser cedo eu não ia deixar que meu mau humor afetasse meu treinamento. Eu gostava de treinar, esgotar toda a minha energia batendo em algo soava muito bem pra mim. Comecei a tentar imaginar que exercício ele iria pedir... Abdominal? Boxe? Corrida? Eu estava mais do que pronta. Olhei pa
Miranda NewmanDurante o decorrer de duas semanas minha rotina prosseguiu quase normalmente como era antes do castigo, a única diferença era que eu tinha um britânico no meu pé em cada momento do meu dia na agência. Não que eu estivesse reclamando... Deus como era bom ter aquela visão do paraíso o tempo todo, mas eu gostaria que essa visão não estivesse com a cara tão fechada. O homem precisava urgentemente sorrir mais. Meu dia começava com o treino, onde ele insistia em me passar exercícios que trabalhavam meu auto-controle, juro que com suas lições zen ele ainda iria me pedir para sair e aplaudir o sol. Não era de todo ruim, apesar de tudo eu me divertia muito em tirar sarro da sua postura "eu sou um agente sério e responsável" e algumas vezes diverti-lo com minhas provocações. Era raro, mas as vezes eu conseguia ver um fantasma de um sorriso em seus lábios. Como no dia em que eu não parava de falar durante o Yoga. Sim, ele ainda insistia em fazer isso, alegando ser uma ótima téc