Jade tinha aproveitado a companhia dos amigos para poder fazer um lanche antes de voltar para o quarto, ela não tinha almoçado, por isso, além de lanchar, ela comprou biscoitos para deixar na bolsa. Quando ela está voltando para o quarto encontra duas pessoas que nunca imaginou encontrar ali, Jaime e Lurdes, os pais de Henrique.
Ao vê-la parada os olhando, o casal corre até ela, que continua parada, sem reação. — Onde está o meu neto? Onde está o meu netinho? — Lurdes pergunta já em lágrimas — Como ele está? Me diga que ele está melhor. — O que vocês estão fazendo aqui? — Jade não consegue dizer outra coisa, sem querer acreditar que Henrique tenha os chamado. — Henrique disse que Nicolas está precisando de sangue, por isso viemos — Jaime se explica, demonstrando preocupação. — Como vocês podem ter certeza que o meu filho é neto de vocês? — Jade pergunta friamente. — Conhecemos o seu caráter, e mesmo que eu não concorde eAo chegar no quarto, Jade descobre que os pais de Henrique já tinham ido embora e ela se sente aliviada, não estava com disposição de enfrentar o interrogatório de Lurdes, com certeza iria lhe fazer tantas perguntas que a deixaria com a cabeça doendo, e talvez no final ainda quisesse lhe dizer o que deveria fazer. Dar ordens era a coisa que mais gostava de fazer. — Trouxe um lanche para você — Jade põe em cima da mesa que havia no quarto — Se continuar nessa posição, sentirá dor nas costas, deixa eu ajeitar ele — Jade percebe a preocupação de Henrique para que Nicolas não acordasse — Não se preocupe, ele não irá acordar. Com cuidado Jade ajeita Nicolas na cama, mas diferente do que havia imaginado, Nicolas abre os olhos, e chama pelo pai, que na mesma hora se aproxima dele. — Eu estou aqui filho. — Mamãe... — Nicolas sussurra fechando novamente os olhos — Shi, shi, shi... dorme bebê, dorme. — Isso é o suficiente para Nicolas volta
Jade ainda estava no mesmo banco, perdida em seus pensamentos quando Henrique senta ao seu lado. Ela prefere não dizer nada, não perderia seu tempo discutindo com ele. Jade tenta enxugar as lágrimas disfarçadamente para que ele não visse que estava chorando, mas ela não conseguiu disfarçar o suficiente para Henrique não perceber. Henrique quando a vê ali sentada sozinha e chorando sabe ser ele é o motivo das lágrimas, por isso vai até ela e senta-se ao seu lado, esperando que ela diga alguma coisa, mesmo que fosse gritar com ele, mas ela não diz nada. — Se eu pudesse voltar atrás, não cometeria o mesmo erro, eu juro. — Henrique, se Eduarda fosse a sua filha, você estaria aqui? — Jade pergunta por acreditar que ele estava abatido por descobrir não ser o pai da filha que registrou. — Sim, eu estaria — Ele não estava mentindo — E teria ficado ao seu lado se tivesse me dito sobre a gravidez. Eu te procurei por meses... — Eu não quero f
Ao voltar para o hospital, Jade encontra Henrique andando de um lado para o outro no quarto, nitidamente nervoso. Nicolas continuava dormindo. — Jade, eu já estava preocupado. — Não havia motivos, eu estava com um amigo. — Com Sebastian? — Você não o conhece, mas eu realmente precisava estar com ele hoje — Jade entra no banheiro e Henrique fica pensando quem seria esse amigo, seria um namorado? Ao voltar para o quarto, Jade vestia um conjunto de moletom, e estava com os cabelos soltos. Henrique permanecia de pé, e ao vê-la sair do banheiro a olha, mas não diz nada. Era estranho, ele pensa, estavam no mesmo ambiente, mas era como se fossem duas pessoas desconhecidas. Antes, viviam sorrindo um para o outro e não conseguiam se manter distantes, estavam sempre abraçados como se não fossem capazes de se manterem distantes. Mas ele conseguiu destruir o amor que existia entre eles. — Eu vou descansar um pouco, se não se importa
Como eles esperavam que Nicolas pudesse ter alta, Jade pediu a Henrique que pedisse aos pais para ter um pouco mais de paciência, assim eles o visitariam quando ele ja estivesse em casa, e assim aconteceu. O restante do tratamento poderia ser feito em casa com a medicação certa e uma alimentação adequada. Camila e sebastian foram embora depois de deixarem Jade em casa na companhia de Henrique. O pior havia passado, Nicolas estava bem e Jade não estava mais sozinha, e eles também precisavam voltar as suas atividades. — Se precisar de mim, e só gritar — Camila abraça a amiga se despedindo. — Obrigada por sempre estar do meu lado — Jade agradece com o coração agradecido. — Você nunca estará sozinha, tenha certeza disso. — E não se esqueça que também tem a mim — Sebastian abraça Jade lhe beijando a testa. Sebastian era muito alto e Jade só o alcançava quando estava de salto altíssimo. — Obrigada e me desculpe por fazer você
Henrique prefere esperar Jade falar, não iria a obrigar responder as suas perguntas, ela já estava sendo muito compreensiva em deixá-lo ficar em seu apartamento, sabia ser por causa de Nicolas, mas ela não era obrigada a aceitá-lo ali. — Nicolas é uma criança saudável, mas desde bebê que ele tem deficiência de ferro no sangue, por isso preciso ter um cuidado constante com a saúde dele. Essa foi a segunda vez que ele precisou ser hospitalizado, mas foi a primeira vez que precisou de transfusão. — Você acha que a minha atitude pode ter prejudicado a saúde dele? Pode ser sincera — Henrique pergunta já imaginando a resposta. — Olha Henrique, não vou negar que você foi precipitado. Se queria tanto que ele soubesse que você era o pai, deixasse eu conversar com ele primeiro, ou pelo menos o procurasse depois de se apresentar a ele como pai — Jade fala desanimada — Ele passou uma semana sem querer comer, só sucos não foi o suficiente para uma
Depois de quase um mês no apartamento de Jade, Henrique precisou tomar algumas atitudes, entre elas, pediu a Kleber que conseguisse notícias de Eduarda, já que ele havia bloqueado Sofia, mesmo que isso não significasse estar livre dela. Sabia que ao retornar teria que tomar uma atitude em relação à ela, mas ele já tinha em mente o que fazer. Sofia por sua vez, estava irritada com tudo e com todos, nem aquele que a acalmava lhe dava atenção, alegando ser para não serem descobertos. Sofia quis o procurar, mas ele a convenceu se manterem longe por um tempo, até Henrique dizer o que faria. Sofia quase todos os dias saia para se divertir, não ficaria em casa se torturando pelo que lhe aconteceria, ela prefere acreditar que Henrique continuaria assumindo Eduarda como filha, e dessa forma, ela jamais perderia a vida que lutou para conquistar, mas ainda sentia raiva ao lembrar do dia que Jaime a humilhou na empresa, ela chegou em casa com tanto ódio que tomou uma atitud
Henrique pôde acompanhar um pouco a rotina de Jade e a de Nicolas, ela tinha voltado a trabalhar e Nicolas tinha voltado para a escola, e ficava eufórico quando o pai o levava na escola. Nicolas estava praticamente recuperado, mas precisava continuar mantendo a dieta e tomando algumas vitaminas mas Henrique, nos horários certos fazia questão de dá-las ao filho e durante as refeições ele sempre ajudava, principalmente quando ele se negava a comer algo, talvez por estar enjoado de comer sempre as mesmas coisas, mas tudo isso era necessário. Henrique acabava comendo a mesma coisa que ele para o incentivar, fazendo Jade o admirar pelo pai que estava demonstrando ser.Henrique, as vezes, pegava Jade o olhando, enquanto ele ajudava Nicolas no banho, ou mesmo a se vestir, e não tinha como não notar a tristeza que existia em seu olhar, ele só não sabia ser por ele ter se mantido ausente na vida do filho, ou por ela imaginar ele com Eduarda. Eles sempre faziam as refeições em silêncio, mesmo
Depois de tomar um outro banho, Jade veste um short de malha e uma blusa também de malha, indo até a cozinha beber água. — A noite pelo jeito foi boa — O copo que estava na mão dela quase cai ao ver Henrique ali parado na porta da cozinha. — Pensei que estivesse dormido — Responde tentando demonstrar estar calma. — Estava preocupado. — Não havia motivos — Depois de beber o restante da água e lavar o copo ela tenta passar por ele para voltar para o seu quarto. — Você estava com alguém? — Henrique pergunta a impedindo de passar por ele. Jade o olha e sente vontade de responder 'sim, eu estava', mas ao contrário disso prefere se esquivar da pergunta. — Acho que não te devo satisfação. — Você estava... — Ele constata ao ver ela responder sem o olhar nos olhos — Jade, eu sei que fui um tolo, sei também que ainda está magoada, mas o que eu preciso fazer para que me perdoe? — Vamos esclarecer as co