No mesmo dia em que Sofia foi expulsa da empresa por Henrique, Jaime ligou para ela, a convidando para ir em sua casa na manhã seguinte, disse que ficaria feliz se ela fosse tomar o café da manhã com ele e a esposa, e foi naquela manhã que ele conseguiu alguns fios de cabelos de Eduarda, apesar da neta ter reclamando, pensou ter sido sem querer o puxão de cabelo que ganhou, e o beijo que o avô lhe deu na testa a fez sorrir novamente. Jaime não ficou surpreso quando Sofia tentou se passar por inocente no encontro que teve com Jade, e pode perceber uma pontada de inveja ao saber de suas conquistas. Mas mesmo que ainda não soubesse quem era Sofia de verdade, defenderia Jade, pois independente de qualquer coisa sempre a admirou por sua competência e talento, e ao vê-la entrar tão confiante na sala de reunião, lhe deu certeza do que pensava a seu respeito. Jade tinha um grande diferencial, ela tinha usado os traumas da infância para se tornar uma pessoa forte. Agui
Henrique por sua vez, se mantém despreocupado com o celular desligado, tinha até receio de ligá-lo. Quando resolve fazer isso, fica surpreso com o número de chamadas de Kleber, ele estranha pois, quando viajou o amigo tinha ido fazer uma viagem urgente para socorrer um cliente. Kleber não era muito de insistir nas ligações, geralmente esperava ele retornar, por isso resolve ligar para o amigo, talvez fosse algo urgente e, quando Kleber atende na primeira chamada, o faz ter certeza. — Henrique como você foi fazer uma merda dessa? Onde você está? — O que eu fiz de errado agora? — Pergunta inabalável — Dessa vez acredito que não fui eu, já que escolhi me afastar das pessoas a quem faço mal. — Como você conta para uma criança de três anos que é o pai dela, e depois simplismente desaparece? O moleque chora por dias, repetindo que você não gosta dele. — O que está me dizendo? Como assim eu não gosto dele? — O que está havendo com v
Henrique decide ligar para o pai, confirmando aquilo que sempre soube, Eduarda não era a sua filha legítima, agora ele tinha mais um problema pela frente, mesmo que não estivesse com disposição de resolver. Jaime pede que ele volte para casa, com a intenção de resolver o problema com Sofia, mas Henrique prefere ignorar o pedido que o pai lhe faz. Por isso, Jaime cansado de esperar, toma uma atitude, já não suportava mais ver Sofia enfiada dentro de sua casa, agiria sem a autorização do filho. Ele mesmo liga para sofia e diz que ira esperá-la na empresa. A animação dela ao telefone o fez acreditar que que ela estava pensando ser boas notícias e ele não estava errado em seu pensamento. Sofia já estava surtando, há semanas que ela não conseguia falar com Henrique, nem com Eduarda ela estava tendo paciência, a única coisa que fazia com a filha era gritar quando escutava a sua voz inocente lhe pedindo alguma coisa. Henrique não respondia nem as suas mensagens, preci
Sofia cansada de ser quem não era, também se põe de pé enfrentando Jaime visivelmente irritada. — Quer saber, essa Jade que tanto defende não merecia Henrique, fiz apenas um favor à vocês, os livrando daquela parasita. — Olha quem fala de parasita, uma sanguessuga feito você que usou uma criança para conseguir benefícios próprios... — Eduarda sendo filha legítima ou não, é a filha de Henrique, ele a registrou porque quis. — Não tente nos enfrentar Sofia, o melhor que pode fazer é aprender a trabalhar para sobreviver. Acredite, a mamata acabou. Agora desapareça da minha frente, da minha casa e de nossas vidas, mas antes assine isso — Sofia pega o documento que Jaime lhe estende e ler linha por linha, e isso a faz surtar. — Eu não vou assinar porcaria nenhuma, Henrique querendo ou não é o pai de Eduarda, ele a registrou e eu não vou abrir mão da minha filha só porque o senhor quer.
Henrique já estava aflito por não ter notícias de Nicolas, as únicas chamadas que haviam em seu celular era as ligações de seu pai e de Sofia, que parecia não entender o que significativa a frase "Me deixe em paz". Em relação ao seu pai, o conhecia o suficiente para saber que ele tomaria uma atitude em sua ausência. No momento não estava com cabeça para resolver problema de paternidade, por isso, o apoiaria independente da decisão que ele tomasse. Uma manhã, ele recebe a ligação de Kleber e atende de imediato, esperando ser boas notícias. — Oi Kleber.— Acho que você precisa saber de uma coisa, eu não sei o que aconteceu, mas Camila tirou alguns dias de licença e viajou as pressas.— Para onde ela foi? — Henrique pergunta preocupado — Eu não sei. A única coisa que eu sei é que hoje pela manhã ela recebeu uma ligação, mas saiu do quarto antes de atender. Quando voltou já estava falando com a empresa, pedindo alguns dias de licença. Ela
Henrique olha a sua volta, a sensação de abandono era uma coisa que ele nunca pensou sentir, mas ali estava ele se sentindo um cachorro que caiu do caminhão de mudança. Ele se senta em uma cadeira e recosta a cabeça na parede, estava se sentindo cansado e esgotado. Aos 32 anos se sentia um homem fracassado e destruido, se sentia culpado por acreditar que Nicolas estivesse naquela condição pelo que havia feito. Henrique permanece ali sentado e sozinho por mais de uma hora, e já cansado de esperar alguém aparecer para lhe dar notícias de Nicolas, ele vai até a recepção pedir informações, mas pouco descobre, apenas que Jade estava com ele. Por saber que de nada adiantaria permanecer ali com uma mala, ele faz uma pesquisa rápida e descobre um hotel perto do hospital. Sem perder tempo, vai até lá e depois de deixar a sua bagagem, volta para o hospital, encontrando Camila e Sebastian sentados onde ele estava antes. Ele se aproxima, mas permanece em silêncio, assim como eles est
Com os batimentos cardíacos acelerados Henrique se aproxima nervoso. — O que aconteceu? — Nicolas não está reagindo, ele não está reagindo — Jade responde entre lágrimas, com muito medo do pior acontecer — A culpa é sua, o meu filho esta assim por sua culpa — Jade vai até Henrique — Você se apresentou a ele como pai, e não agiu como um, o deixou pensando que não gostava dele por não ter voltado. O meu filho nem sabia ter um pai, pois você estava muito ocupado cuidando... — Ela prefere não continuar, mas sente a mesma raiva que sentiu quando o encontrou no corredor da maternidade e, com muita raiva ela o agride — Você é um crápula, um filha da puta que destruiu a minha vida, você me trocou por uma vadia, uma piranha qualquer e com ela criou uma filha que nem era sua. Veja só a ironia do destino, enquanto você estava cuidando da filha de outro, você não pode ver o seu filho nascer, não pode ver ele engatinhar e nem dar os primeiros passinhos, não pode ouvir ele fal
Ao ver uma enfermeira procurando por Jade, Henrique vai até ela preocupado. — O que aconteceu? — Nicolas não para de chorar e achamos melhor chamar a mãe para tentar acalmá-lo. — Ela deve estar na cantina, eu irei chamá-la. Quando Sebastian sai, a enfermeira olha para Henrique que parecia abatido e ela por saber ter sido ele o doador de sangue por ser o pai, pensou que a aparência abatida fosse por causa da preocupação com o filho doente. — O senhor não quer vê-lo, ele também chama pelo pai — Ao ouvir aquilo, Henrique sente o coração se aquecer com a possibilidade de se aproximar do filho. — Eu posso? — Talvez estivesse cometendo um outro erro, mas ele queria muito ver Nicolas. — É claro, vamos! Quando eles entram no quarto, Nicolas chorava agarrado a uma girafa de pelúcia. — Eu não achei a mamãe, mas veja quem estava do lado de fora do quarto esperando notícias suas — Nicolas olha para H